— É bacana. — Liam avalia, ele tem suas mãos no bolso enquanto olha em volta. — Eu achei que– tipo, não é como um galpão ou coisa do tipo. —
— É agradável, a roupa de cama faz-me sentir em casa. — Zayn diz. Ele só decide ignorar a provocação.
É um pouco intrigante que ele e Liam estejam em uma conversa quase pacífica, mas é só até que um deles estrague isso.
— Eu acho que é. — Liam responde. Ele quer falar, mas ele não sabe exatamente o quê.
Ele está certo em puxar um assunto, mas Zayn o interrompe.
— Então, você se vira no chão. — Zayn joga um cobertor no peito dele, ele agarra. — Coloque o tapete embaixo, ou faça o que preferir. —
E Liam realmente não se importa. Ele está cansado, e ele consegue ficar no chão para não ter que subir em sua moto e buscar por sua chave.
É uma hora depois quando ele acorda. Ele não consegue se virar, seu pescoço alarma em uma dor horrível, o quarto tornou-se frio repentinamente, também.
Mas ele tenta dormir, já que ele não quer incomodar Zayn de novo. Ele jura que vai colocar sua chave em um colar e a pendurar em seu pescoço quando ele conseguir recuperá-la.
Ele testa seis posições diferentes, então ele olha para Zayn e tenta imitar a posição que ele dorme, porque ele parece dormir tão bem que está o causando inveja, mas seu olho ainda não prega.
Cristo, ele está com tanto sono, ele só quer um lugar confortável para dormir.
Ele senta e encosta na parede, suas duas pernas estão encolhidas contra o seu corpo e ele usa o cobertor que estava no chão para se enrolar. Liam começa a tremer pelo frio; seus dentes batem freneticamente e todo aquele cenário parece como uma disputa injusta contra o relógio.
Zayn se mexe e Liam observa. Ele já estava quieto, mas ele até prende a respiração com a hipótese de estar atrapalhando o sono dele. Não é isso o que ele quer. Tipo, ele detesta o cara e tudo o que ele implica, mas ele não vai pirraçar com o sono dele. Ele apenas não consegue evitar uns ruídos pequenos que ele emite.
Zayn gira o pescoço. É quando ele está se inclinando em direção a Liam e o observando.
— O que você está fazendo? — ele questiona, sua voz rouca e baixa demais, então ele está coça um dos olhos para tentar ver Liam melhor, mas Liam está fazendo uma espécie de estrutura com o cobertor e empurrando sua cabeça debaixo. — Por que você está sentado, Liam? —
— Eu estou– com frio. — ele diz. Há falha em sua voz e o cobertor está ajudando a abafá-la.
Ele não está olhando para Zayn e o silêncio que ele deixa no quarto o faz ter mais certeza de que ele está o ignorando, o deixando ali como se ele continuasse não sendo nada, mas não é o que Zayn faz.
— Deite-se. — ele ouve a voz de Zayn dizer.
Liam ergue o rosto.
— Não, tá– tranquilo. É melhor assim. — Liam diz.
— Não seja idiota. — Zayn fala, quase sem acreditar que realmente está fazendo isso. — Minha cama, você pode deitar. —
— O quê? Não! — Liam rebate. — Não. Está suportável. —
— Eu vou dormir com Harry. — Zayn diz. — Não está suportável. —
Liam repara quando ele está calçando sua pantufa. Ele tem uma pantufa.
— Não, Zayn. Apenas volte a dormir. — ele insiste.
— Está tudo bem, só deite. —
— Realmente não é preciso. Eu posso continuar aqui. — Liam diz.
— Será que você pode deitar na porra da cama, Liam? — Zayn perde a paciência, então Liam está levantando. Ele não está o obedecendo, ele só sabe que não ganharia essa discussão, agora. — Eu não quero lidar com a frustração uma vez que já estou em pé e você não está fazendo isso funcionar. Apenas veja isso como um favor e durma. —
Liam faz o que ele pede e se acomoda no espaço que, antes, era ocupado por Zayn. Ainda está quente, tem o calor dele, e Liam quase fecha os olhos quando sente. Ele não vai retrucar, Zayn tem razão dessa vez; quando diz que ele só precisa ver como um favor. Mas ele promete lembrar-se disso em outra hora, uma hora que ele possa discutir com Zayn.
— Eu estou levando a chave. Eu volto cedo, de qualquer maneira. E porque o quarto é meu, então eu vou levar a chave. — Zayn diz.
Ele está parado na porta, à espera de uma resposta de Liam, já que não existe propósito em intrigar sozinho, mas ele percebe que Liam não se move para nada. Nem para falar. Ele se aproxima, então ele ergue o pescoço para olhá-lo mais de perto.
— Liam? — ele chama, mas Liam já tem caído no sono.
Zayn olha para cima, rindo para si mesmo. Ele está como um idiota agora, ele tem certeza. Mas Liam está dormindo em sua cama.
— Imbecil! — ele diz, ainda rindo, antes de deixar o quarto.
— Eu deixo vocês dois no corredor e– — Harry tem seu dedo indicador no queixo. — Ele para em sua cama? Por que eu acho que estou perdendo alguma coisa? —
— Não, você não está. Ele– eu só achei que fosse a melhor opção. Ele está lá, mas ele vai sair rápido. — Zayn explica.
— É meio louco. — Harry diz. — Porque o cara tem um time de futebol, é tipo; se juntar todos os quartos, ele tem um hotel para se hospedar, mas ele está no quarto de seu quase inimigo. É demais. —
— Por que quase inimigo? —
— Porque um inimigo por inteiro não empresta seu próprio quarto. Você não o odeia. Não completamente. — Harry continua.
— Tudo bem, você só consegue raciocinar bem após às seis da manhã, é uma característica curiosa sua. A maioria das pessoas só consegue a partir das dez. — Zayn diz. Ele vai para a cama de Harry e se acomoda lá.
— É totalmente diferente. Eu penso melhor antes das seis. — Harry continua. Ele pega um cobertor extra, o que Zayn gosta de usar quando eles dormem juntos, e volta para a cama.
— Tudo bem. — Zayn diz. — Isso não é nada bom. —
A cama não é grande, não há muito espaço, mas Zayn é magro e Harry não costuma se mexer enquanto dorme, então eles estão confortáveis.
— Está bem, podemos dormir. — Harry diz.
Zayn não diz nada, mas ele perdeu o sono. Ele tem os dedos nos cachos de Harry, é uma das coisas que ele gosta de fazer, mas sua mente está em seu quarto. Liam está em seu quarto, então é desse jeito.
— Eu posso ouvir os seus pensamentos. — Harry diz.
— Estão atrapalhando você? — Zayn pergunta.
— Não. — Harry diz. — Defina coração para mim. —
— Mesmo? —
— Sim, defina. — Harry continua.
— É um órgão muscular presente nos humanos e em outros seres que bombeia o sangue através dos vasos sanguíneos do sistema circulatório. — Zayn diz. — Ele possui quatro cavidades e seus movimentos são– —
— Involuntários. — Harry completa. — Você está procurando por respostas em seu cérebro quando, pela primeira vez, elas estão em seu coração, Zayn. Apenas o deixe sentir, é involuntário. —
— Tudo bem. — Zayn diz, aparentemente confuso. Ele não consegue entender uma palavra do que Harry acabou de dizer, o que o deixa chateado, porque ele não costuma não entender as coisas, mas ele concorda.
Harry beija a mão dele antes de cair no sono. Zayn passa cerca de vinte minutos olhando para o formato da luminária, mas o cansaço também chega para ele.
É sete e vinte quando Zayn acorda. Ele percebe Harry ao seu lado em um sono pesado, então ele cuidadosamente sai da cama, calça a pantufa e pega sua chave para voltar para seu quarto.
Ele vestiu um pijama de Harry quando foi até ele, então ele decide ir através do segundo corredor, porque ele pensa no quanto seria constrangedor que os outros alunos o vissem em um pijama de pequenas bananas com sorrisos e olhos. Quando ele entra no quarto, ele tem em mente acordar Liam, claro, mas ele ainda toma cuidado em faz o menor barulho que pode.
Zayn lembra-se de ter o deixado nesta mesma posição, a que ele está. Ele parecia tão imensamente exausto que seu corpo não respondeu a nenhum estímulo para se mexer, ou talvez Liam seja do tipo que dorme como um urso.
Ele está tão tranquilamente enfiado no travesseiro de Zayn que soa como se sua única fonte de oxigênio viesse dali, uma mão cobrindo os olhos e o cobertor até o fim de seu pescoço.
Zayn decide tomar um banho. A verdade é que ele está enrolando para acordar Liam, porque ele nunca imaginou que estivesse nessa função. No meio tempo, ele pensa sobre o que vai fazer durante o dia, porque ele e Harry têm poucas coisas ali dentro e ele quase cogita a ideia de um passeio fora da Aarhus.
Ele demora um pouco até enrolar sua toalha na cintura, então ele está abrindo a porta do pequeno banheiro e seu olhar é guiado até onde Liam está.
— Droga! — Zayn puxa a primeira camisa que ele alcança para cobrir seu peito, uma que está sobre o encosto da cadeira da escrivaninha. Liam está sentado em sua cama; ele parte da camisa amassada e o cabelo pouco bagunçado, mas ainda fora de ordem. Ele está olhando para Zayn. — Desculpe. Eu não achei que acordaria sozinho. —
— Que horas? — Liam pergunta, seus olhos continuam em Zayn, mas disfarçadamente.
— Pouco menos de oito. — Zayn diz.
— Ainda muito cedo. — ele diz. Zayn percebe o quanto a voz dele está rouca, o vendo agarrar o cobertor e o puxar sobre o próprio corpo de volta. — Eu vou dormir mais um pouco. —
Ele gira sobre a cama de Zayn e volta para o que era antes, só que com o rosto em outra direção. O outro faz uma cara impagável de descrença.
— Não, tipo, você não vai. Não aqui. — Zayn diz. Ele pouco percebe, mas ele ainda não veste a camisa, e ele está indo em direção a Liam para o tirar dali.
— Liam! — ele tenta puxar o cobertor, mas Liam está com o tecido preso em suas mãos. Zayn sabe que ele não está dormindo, e que este Liam não é mais aquele da madrugada, indefeso e sonolento. — Não, você está abusando, você não vai ficar aqui. —
Ele puxa, mas ele só está com uma mão disponível, porque a outra está segurando a camisa contra o seu corpo. É em um movimento rápido quando Liam está o puxando pelo braço, então Zayn está caindo sobre ele.
— O que você– Liam! — Zayn se debate, mas ele sabe que não tem chances contra Liam.
Ele não está, de fato, apertando os pulsos de Zayn. Ele só está os segurando, de forma que não importa o que Zayn faça, ele não vai os soltar.
E Zayn já soltou a camisa em algum momento de toda essa bagunça, seu abdômen livre de qualquer obstáculo.
— Por que você é tão... — uma parte de Liam quer dizer, mas outra parte ainda o impede, porque ele não pretende deixar Zayn saber o que ele realmente pensa sobre ele. Ele nunca pretendeu. — Você é tão irritante quanto o toque de um despertador durante a manhã. —
Zayn para de se debater, decidindo apenas o encarar. É uma posição constrangedora e desconfortável, principalmente porque Zayn está seminu e Liam está com todas as suas peças de roupa em seus devidos lugares.
— Cristo, seu bafo é horrível. Cale a boca imediatamente. Se você não me soltar agora, eu vou acabar morrendo por inalação tóxica. — ele diz, fechando os olhos para que pareça mais dramático. Liam não está, mas ele não perde a oportunidade de provocá-lo.
Mas ele congela quando Liam está os virando. Ele deita Zayn contra a cama, deixando suas pernas uma em cada lado dele. Zayn continua tentando sair de seu controle, mas Liam não o dá oportunidade.
— Histérico. É o que você é. — ele diz.
— Folgado. É o que você é. — Zayn continua se contorcendo. — Porque você está me dizendo que, enquanto você me mantém imóvel sobre minha própria cama, eu devo concordar com isso? —
— Foi só algo que eu pensei rápido para fazer você calar a boca. — Liam diz. — Parece que você gostou de ter ido ao jogo, uma vez que pretendia vestir a camisa de novo. —
Liam está olhando para o chão do quarto, onde Zayn deixou cair a camisa. Porra, ele havia pego justo a camisa de Liam.
Zayn ri.
— Eu nunca vestiria esse trapo por vontade própria. Leve essa merda com você de volta. — Zayn diz.
— Suas pupilas dilatam quando você está tenso. Você fica mais irônico, também. — Liam diz.
— Sessão de behaviorismo? — Zayn zomba. — Não tente. —
Liam está muito próximo dele, Zayn acha que ele deve virar o pescoço. Ele não está acostumado com isso, mas ele não está mais se debatendo embaixo de Liam.
Liam tem a visão do encontro entre o pescoço e a clavícula de Zayn. Ele quer que tudo se foda, porque Zayn é atraente e quente da forma que ele nunca imaginou que alguém pudesse ser de tão perto.
— Eu esperei por você durante o jogo, a propósito. — Liam começa, então ele umedece os lábios e os raspa na orelha de Zayn, muito devagar e baixo. — Estava um pouco aflito, você tirou minha concentração. Você tem tirado meu foco sobre algumas coisas. —
Liam admite, porque ele sabe que é o que acontece, ele só está sendo honesto. Isso enlouquece Zayn. Ele não consegue ver o rosto dele, mas ele jura que ele está com os olhos fechados.
Ele continua passando os lábios sobre a orelha de Zayn, um movimento ridiculamente enlouquecedor. Ele começa a deixar beijos pelo maxilar de Zayn, então ele está lambendo seu pescoço, eventualmente.
Zayn quase prende a respiração. Sua cabeça está girando e ele está sentindo a barba curta de Liam o arrepiar, e ele tem essa boca úmida que beija Zayn como se não houvesse um grande empecilho entre eles. Como se não fosse nada.
Liam confia no que está fazendo, mas ele tem certeza disso quando solta os punhos de Zayn e leva sua mão até a lateral do rosto dele.
Incrivelmente, Zayn não tenta sair.
Ele prende os dentes no pescoço de Zayn. Ele não sabe por que eles estão nisso; Liam esteve querendo isso e Zayn é fraco demais para resistir a ele. Ele vai até o lóbulo da orelha de Zayn, então ele o chupa.
Ele sente o rosto de Zayn afundar cada vez mais em sua mão, quando ele involuntariamente está jogando o pescoço para o lado, como se ele não exatamente quisesse, mas acabasse dando mais espaço para Liam continuar o que ele está fazendo. Ele não consegue evitar.
Liam desce os lábios para a clavícula dele, mas ele jura que está fazendo isso apenas para provocar Zayn, para o ver sem saber o que fazer, quando ele sempre sabe o que fazer. Ele definitivamente não está fazendo isso porque sente vontade.
Zayn faz um som contido e baixo. Ele está acabando com seu lábio inferior, o prendendo para evitar qualquer som que esteja querendo sair. É o que ele vai continuar fazendo enquanto não está em sã consciência, ele pensa.
Liam beija o pomo de Adão dele e, droga, ele sabe que isto é mais que uma provocação, quando ele leva o polegar até a boca de Zayn no intuito de separar os seus lábios e ouvir o que Zayn tem para ele.
Ele esfrega o dedo sobre a parte inferior da boca dele suavemente, como algo que distrai Zayn. É um susto quando eles ouvem uma batida na porta.
— Merda. — Liam resmunga, mas ele levanta rápido. — Eu atendo ou– —
— É Harry. — Zayn tenta se recompor, ele está desconexo. — Abra e diga que estou no banheiro. E depois, vá embora! —
— Como sabe que é Harry? — Liam indaga.
— Ele costuma bater uma única vez na porta, e quem mais poderia ser? — Zayn diz, colocando em ordem a bagunça que ele e Liam acabaram de fazer com os cobertores da cama.
Liam faz o que Zayn o pediu.
— Uh! — Harry o encara. — O que você ainda está fazendo aqui? Onde ele está? —
— Banho. Acabou de entrar. — Liam responde.
— Eu trouxe o celular, Zayn deixou lá no quarto. Você devolve e diz que espero por ele no refeitório. Você pode, por favor? — Harry pergunta.
— Sim. — Liam diz, e ele não espera Harry se manifestar, então ele já está fechando a porta. Quando a ouve bater, Zayn volta para o quarto.
— Isto é seu. — Liam o entrega o aparelho.
— Está bem. — Zayn pega, desviando o olhar. — Seja lá o que tenha acontecido nesta cama, não vai voltar a acontecer. Porque isso foi uma distração e toda a coisa patética que você faz. Não vai voltar a acontecer. E você não vai pensar sobre comentar isso fora daqui. Harry não pode sonhar com isso. —
Ele soa autoritário, Liam apenas ri.
— É um bom discurso, se fosse honesto. Exceto pelos seus olhos, você conseguiria fingir isto. — Liam zomba. — Mas eu estou indo. E eu ajudaria com isso, mas você insiste que sou um covarde, então vire-se sozinho. Eu vou deixar a camisa se pode ajudar você com uma ereção, ainda deve ter o meu cheiro. Eu a pego em outro momento, hm? —
Ele caminha até a porta, mas ele para assim que a alcança.
— É um pouco excitante ver você em um tecido com meus dados atrás. — Liam diz, rindo novamente, ele sabe o quanto deixa Zayn irritado. — Mas você fica ainda mais interessante em toalhas de banho. —
Zayn atira uma borracha que está em cima da escrivaninha nele, mas ele já tem batido a porta.