complicado

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— O que aconteceu? — Louis pergunta. Ele está com Harry, mas ele é o primeiro a entrar. — Eu liguei mais vezes do que posso contar, vocês são azarados pra caramba! Eu não vi que você tinha deixado o celular no quarto. —

— É. Zayn meio que não estava com um, também. — Harry responde, imediatamente tirando o aparelho que pertence a Zayn de seu próprio bolso e o entregando. — Aqui. —

Eles não foram vistos na situação em que estavam, porque Zayn foi rápido demais em quase correr para longe de Liam e procurar ver quem estava ali, como se ele tivesse tomado um choque de realidade brutal.

— Nós– meio que não prestamos tanta atenção e há esse problema com uma maçaneta ou coisa parecida, então acabamos presos. Vocês conseguiram uma chave reserva? — Liam pergunta.

— Eu pensei que ficaríamos aqui até amanhã. — Zayn diz.

— Bem, é quase amanhã, já. — Louis diz, e ele tem esse tom que Liam conhece muito bem, o que ele usa quando está perto de fazer alguma brincadeira. — Nós supomos que seria tempo suficiente para que vocês conseguissem, hm, se entender... — ele ri. — Porque, cara, se não foi, nós vamos trancar essa merda novamente. E Harry concorda comigo. —

Harry apenas ri, o tom de ironia dele sendo muito palpável. Poucos segundos depois, ele murmura um vamos para Zayn, mas indo com Louis um pouco na frente.

— Escute, eu acho que isso pode ajudar você em alguma coisa. Digo, se... se você realmente quiser estudar química e toda a coisa. — Zayn fala, meio afobado, mas ele abre a mochila e entrega o livro para Liam, quase como se encará-lo fosse a missão mais difícil do mundo. — Você pode me devolver quando achar que é tempo suficiente. É apenas um começo, uma coisa básica. Eu acho que posso– tipo, ajudar você em alguma coisa, também. Apenas me procure. —

Liam fica um pouco chocado, mas ainda muito confortável e um pouco feliz.

— Eu posso? Eu– sim, claro! — ele ri um pouco, coçando um dos olhos. — Obrigado, Zayn. —

E Zayn apenas balança a cabeça para ele, assentindo, virando as costas e caminhando até a saída, mas Liam o interrompe: — Uhm, Zayn, nós... a conversa. Nós vamos terminar?  —

— É complicado, Liam. Eu só– eu não sei. Eu acho que não. — Zayn diz. Ele quer transparecer sério, firme, mas tudo o que ele é um poço de insegurança e uma voz trêmula. Só que ele sabe que precisa dar um basta em toda a coisa que isso está se tornando. — Porque isso não pode voltar a acontecer. E... e também, eu gosto de Michael. —

Ele mente, sem conseguir encarar Liam nos olhos, porque os olhos dele sempre dizem coisas demais a Zayn; coisas que ele tem medo. De encarar e de sentir. E são os mesmos olhos que ele ama que estejam nele, quase o despindo de todas as barreiras que ele construiu, os que o faz ver além de qualquer coisa que Liam queira o mostrar. É para esses olhos que ele sabe que nunca será capaz de se esconder, e é justamente esse o problema. Agora, ele tem quase certeza que acabou.

Ele caminha em direção a saída, com os olhos nos próprios pés, deixando um Liam decepcionado para trás.




— Parece meio louco. — Louis diz. — Foi proposital? Você fechou propositalmente? —

— Não, Louis. Óbvio que não. — Liam diz. — Louis? —

— Sim? — ele responde.

— Entre eu e Michael, tipo, quem você escolheria? — Liam se senta em uma das cadeiras do quarto de Louis e olha fixamente para ele. Ele misteriosamente perdeu o sono na caminhada até o dormitório.

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