Adore you

By soberana005

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Iniciada: 18/02/2019 Finalizada: 17/01/2021 More

Cast
Capitulo 01
Capítulo 02
Capitulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32

Capítulo 26

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By soberana005

• Elizabeth narrando •

Estávamos na sala assistindo um jogo de futebol bem fraquinho, era um dos poucos canais que transmitiam pela antiga televisão do meu pai, mas os dois pareciam estar animados com isso. De repente, um gol. Eles não hesitaram em se abraçar como se conhecessem há anos e aquilo aqueceu meu coração...

Eu havia preparado um balde de pipoca, pois estava com vontade de comer desde que saímos de Nova Iorque, e esse desejo bobo não tinha passado. Harry comentava algo com meu pai sobre futebol e eu não entendia nada, apenas balançava a cabeça confirmando tudo. Eu era boa nisso. Eles pareciam acreditar que eu compreendia algo.

Minha vó estava demorando para voltar do bingo, mas aposto que trará algum prêmio junto. Ela sempre teve sorte com essas brincadeiras, e insistia em dizer que o seu espírito se comunicava com o além... e por isso sempre ganhava. Sim, ela dizia para todos que era médium. Talvez fosse mesmo.

- Vou tirar o pernil do fogo antes que asse demais. - meu pai se levantou do sofá, dando um tapinha no ombro de Harry. Pareciam íntimos. - Fica à vontade, genro. - ele riu, parecendo não acreditar em chamá-lo dessa forma.

- Eu posso ajudar à colocar os pratos na mesa. - afirmei, indo até a cozinha.

Abri a porta do armário para procurar os talheres e copos, depois os pratos. Todos ainda permaneciam na mais perfeita ordem devido a síndrome do toque que meu pai possuía, ele gosta das coisas impecáveis.

Organizei a mesa da sala de jantar como  sempre fiz. Um por um. E me doeu o fato da cadeira da minha mãe permanecer vazia, ninguém sentava ali há anos. Todos os natais não eram mais os mesmos depois que ela partiu, e por mais que eu tentasse esquecer, não era fácil.

- Eu gostei dele, querida. - meu pai se aproximou, trazendo a assadeira com o pernil nas mãos. - Talvez eu tenha ficado preocupado com a quantidade de seguranças na porta da minha casa, mas deve ser pelo fato de Harry ser rico, não é?

Eu não poderia dizer ao meu pai que não era esse o motivo. Não poderia dizer que estava sendo ameaçada por dois malucos. Isso o deixaria nervoso, e eu não desejo que seja assim.

- Rico não... Milionário. - ele continuou. - Mas isso não importa pra mim. Se ele te faz feliz, e eu percebo que faz, está tudo bem.

- No início foi um pouco difícil, mas nós dois conseguimos manter uma boa relação. - respondi. - É normal que algumas ideias sejam opostas? - perguntei, aflita.

- Você não precisem concordar em tudo, querida. Por mais que seja ótimo viver em harmonia, haverá momentos delicados em uma relação. - eu ouvia tudo atentamente. - É preciso paciência.

- Sabe, eu queria ouvir os seus conselhos. - falei, esbanjando um sorriso no rosto. 

Ouvimos o barulho da porta sendo aberta, é claro que deveria ser a vovó. Fui correndo até lá, mas ela já parecia estar muito ocupada ao lado de Harry. Apenas fiquei observando.

- Meu Deus! Foi a minha netinha que te trouxe até esse fim de mundo? - ela questionou curiosa, enquanto carregava uma pequena sacola. Deveria ser do bingo. - Você tem cara de Europeu. Acertei?

Harry riu divertido.

- Sim. Eu nasci em Londres. - respondeu, sendo puxado por um abraço pela minha avó.

- Eu já sabia. - ela argumentou, vitoriosa. - Mas quando digo que sou médium, pouca gente acredita. Deixe-me adivinhar, seu nome começa com a letra H, não é?

Todos abrimos a boca, surpresos, inclusive meu pai.

- Harry Styles. - ele parecia se divertir com toda a situação. Parecia estar se sentindo em casa. - É um prazer te conhecer, doce senhora.

- Oh Deus! Elizabeth só me traz orgulho. Me chame de Kelly.

- Ah, Claro.

Interrompi a conversa com uma tosse, para que ela pudesse perceber que eu também estava aqui. Logo, seu rosto se abriu em felicidade e ela veio me abraçar. Seu cheirinho de lírios continuava o mesmo.

- Querida... - ela murmurou. - Como você está diferente da última vez que nos vimos. Há algo de diferente. - ela se afastou, dando uma bela olhada pelo meu corpo. - Seus quadris  estão mais largos, ou talvez seja impressão minha. Tem certeza que não colocou silicone? - perguntou, com as sombracelhas erguidas.

- Eu não tenho dinheiro para isso, vovó. - brinquei. - E gosto do meu corpo do jeitinho que ele é, não mudaria nada.

- O que ganhou no bingo, mamãe? - meu pai perguntou, curioso.

- Uma escova de dentes elétrica. Dá pra acreditar? - ela respondeu simples. - Achei extraordinário.

- Inusitado, não acha? - questionei.

- É um bom prêmio. - Harry comentou. -  Gostaria de ganhar algo assim.

- É melhor irmos jantar, pois a comida vai ficar fria. - meu pai alertou. - E eu espero que todos gostem do que preparei.

Fomos até a mesa arrumada por mim. Minha avó se sentou ao meu lado esquerdo, Harry ao direito, e meu pai permanecia na ponta como um rei em seu trono. Ele adorava.

Todos nós comíamos em silêncio, mas isso logo foi interrompido por minha avó.

- Como estão indo as coisas em Nova Iorque, querida? - ela perguntou. - E Cheryl? Eu sinto falta daquela menina.

- Tudo está ótimo. - tirando o fato de eu estar sendo ameaçada. - E Cheryl está esperando um bebê, o Liam. Eu e Harry seremos os padrinhos dele.

- Que surpresa. - respondeu, gentil. - Um filho é sempre uma grande bênção.

- Liam é um belo nome. - disse meu pai. - Vai ser uma criança adorável, assim como Cheryl. Ainda consigo me lembrar das vezes que ela passava horas aqui em casa.

- Ela sempre foi uma excelente garota. - recordou vovó.

- Eu adoraria que vocês fossem passar um tempo conosco em Nova Iorque, no meu apartamento. Seria ótimo. - ofereceu Harry.

- Nós não queremos incomodar, meu bem. - respondeu minha avó. - Podemos ficar no apartamento de Eliza no subúrbio, não tem problema.

- Eu estou morando com Harry, vovó. - expliquei.

- Já? - indagou meu pai, engasgado com o vinho.

- Século vinte um, John. - vovó piscou o olho. - Não seja careta. Os jovens são assim.

- Vocês já... - ele parevia chocado, e eu apenas conseguia rir daquela situação. - Ai Deus, estou me tornando um velho careta, como disse sua avó.

- Pai! - murmurei, envergonhada.

- Eu queria esperar até o casamento. - Harry gargalhou, eu tive vontade de chutá-lo por debaixo da mesa.

- Que mentiroso! - exclamei. - Mas não vamos ficar falando de nossas vidas sexuais na mesa de jantar, pelo amor de Deus. 

- É claro, querida. - Harry respondeu, subindo a mão pela minha coxa sem que ninguém pudesse perceber. Ele subia... subia. 

- Harry! - sussurei em alerta, e ele rapidamente retirou sua mão assanhada dos lugares inapropriados. Quando ele se aproximou para depositar um beijo no meu rosto, senti meu estômago embrulhar com o cheiro enjoado do seu perfume.

- O que houve? - perguntou confuso.

- Você trocou de perfume? - questionei, colocando o guardanapo na frente do nariz para evitar sentir aquele cheiro.

- É o mesmo, Elizabeth. Não estou entendendo nada.

Me levantei correndo e fui até o banheiro do meu quarto antes que colocasse tudo pra fora. Eu não me adaptava bem a viagens de carro tão longas. Sempre ficava indisposta depois.

Levantei a tampa do vaso sanitário e vomitei um pouco do jantar, que ainda nem tinha sido digerido. Eu precisava melhorar antes de amanhã. Não poderia passar o Natal desse jeito.

- Você está bem? - Harry surgiu na porta, com uma expressão de preocupação estampada no rosto. - Já é a segunda vez que vomita essa semana. Isso não é bom.

- Estou indisposta da viagem. É normal. - expliquei. - Mas é melhor que você tome um banho e coloque outro perfume. Esse é muito forte.

- Mas sempre usei esse, Eliza. - resmungou.

- Por favor...

- Está bem. - respondeu, dando de ombros. - Vou trocar de perfume. Mas quando chegarmos em Nova Iorque, vou te levar ao médico. Pode ser anemia, ou algo assim.

- Não estou me alimentando muito bem nesses últimos dias. - falei, de cabeça baixa. - Talvez seja estresse.

- Se eu pudesse evitar que você se sentisse assim por minha causa, eu evitaria. - lamentou.

- Tem uma farmácia aqui pertinho, talvez uns dois minutos de distância. Você pode ir até lá comprar um remédio de enjoo pra mim? - comentei, sentindo a ânsia do vômito voltando de novo.

- Tem certeza? - perguntou.

- É claro, Harry. - respondi, pouco paciente.

Ele sorriu fraco, saindo do banheiro em seguida. Eu adorava a maneira que ele se preocupava comigo, mas às vezes seus cuidados me deixavam sufocada.

Poucos minutos se passaram desde que Harry havia saído, e logo ouvi o barulho da porta do meu quarto sendo aberto. Era minha adorada avó.

- Você não parece bem, querida. - ela murmurou aflita, se ajoelhando ao meu lado para me olhar de perto. Suspendeu meu rosto com a mão, encarando-me por alguns segundos. - Eu te disse que havia algo diferente.


- Não se preocupe comigo, vovó. - respondi.

- Como posso não me preocupar? - questionou. - Você está pálida e sentada ao lado do vaso sanitário. É como estar no fundo do poço, literalmente.

- Harry irá trazer um remédio da farmácia. Eu vou ficar melhor.

- Eu trouxe algo para você. Mas a escolha é sua de querer fazer ou não. - ela comentou, puxando uma pequena embalagem do bolso do moletom. - É um teste de gravidez.

- Por que a senhora tem um teste de gravidez guardado? - eu ri, descontraída, achando que se tratava de uma brincadeira

- Pensei que um momento como esse chegaria a qualquer hora. E estava certa. - se gabou.

Era vergonhoso fazer xixi dentro de um potinho minúsculo na frente da minha avó, enquanto a mesma me encarava de olhos bem abertos. Em seguida, coloquei o palitinho dentro do pote e comecei a contar os minutos. Eram, necessariamente, 3 minutos.

Estava morrendo de medo do resultado. Medo do que Harry iria pensar. Meu cérebro ainda não conseguia assimilar tudo isso. Eu sei que engravidar é o resultado de fazer sexo sem camisinha, e nós fizemos algumas vezes há poucas semanas.

- Já está na hora, querida. - gelei só de ouvir essa frase.

- Eu não consigo olhar. Não consigo... - murmurei, com as mãos na cabeça. - Me diga.

Ela balançou o palito e analisou por alguns segundos que, para mim, pareceram uma longa eternidade. Minhas mãos tremiam e suavam ao mesmo tempo.

- É, querida, você está esperando um bebê. - ela falou, mostrando o teste para que eu pudesse ver com os meus próprios olhos. - Parabéns!

Não aguentei e comecei a chorar. Talvez de nervosismo, mas ainda mais de felicidade. Eu sabia que não poderia chamar isso de "acidente", porque nós dois sabíamos das consequências, e agora isso já não importa mais. Estou grávida... talvez de duas ou três semanas, segundo as minhas contas das vezes que não nos previnimos corretamente.

- Meu Deus! - minha voz falhou, junto com as lágrimas. - Um filho.

- Vai falar com Harry hoje? - ela perguntou, e aquilo me arrancou o chão. A voz de Harry dizendo que não queria filhos retornou para  minha cabeça. Um tormento.

- Hoje não. - eu estava com medo de contar. - Amanhã será melhor.

- Contar pra ele te assusta? Por quê? - eu odiava quando minha avó conseguia me entender perfeitamente bem. Ela lia meus pensamentos.

- Ele não deseja ter filhos, vovó. - gaguejei. - E agora eu estou esperando por um, que talvez ele não aceite. Isso está acabando com cada pedacinho meu.

- E desde quando uma mulher precisa de alguém pra criar um filho, querida? O cretino do seu avô me largou quando seu pai nasceu, ele era só um bebezinho. - ela parecia tão calma e tranquila, ao contrário de mim. - Mas eu sobrevivi, e muito bem, por sinal.

- Obrigada, vovó.

- Apenas diga a verdade para Harry. - ela piscou o olho, me deixando sozinha no banheiro. Na verdade, eu já não estava mais sozinha.

Passei a mão pela minha barriga quase  imperceptível, apenas imaginando que já havia um pequeno ser fazendo morada dentro de mim. Então esse era o real motivo dos enjoos. Uma parte de mim permanecia feliz com a notícia, e a outra parte queria que tudo isso fosse um sonho... Mas eu já o amava mais do que qualquer coisa no mundo.

Era o meu bebê.




 

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