"Como cortar pela raiz se já deu flor? Como inventar um adeus se já é amor."
Narração Dylan*
Estávamos no velório, Cecília estava dilacerada e eu preferi dar espaço a ela, muitas pessoas apareceram e sei que a maioria ela não conhecia, não fazia ideia de quem eram aquelas pessoas que simplesmente chegavam e davam meus pêsames, ela se levanta e se afasta do caixão por um minuto, vai para o lado de fora do lugar e eu vou atrás dela,
- Não vou te deixar sozinha. - Afirmo quando estamos já do lado de fora, ela se vira para mim, os olhos inchados,
- Não bastou o chupão agora tenho que lidar com os arranhões também? Podia ao menos ter cobrido isso, agora todos sabem e me olham com pena, sabem que é um casamento falso, como posso voltar lá?
Eu coloco a mão no pescoço,
- Me desculpe por isso, não vai se repetir, eu prometo, quanto a voltar lá, você precisa, dane se o que eles sabem ou não, sendo verdadeiro ou não estamos casados, você é a rainha do meu reino, minha rainha, e quem te julgar ou te ofender, estará julgando e ofendendo a mim, vamos voltar?! - Peço esticando a mão para ela, ela me olha e pensa, sei que é um momento difícil para ela,
- Obrigada. - Ela pega a minha mão e voltamos para dentro de mãos dadas, não soltamos mais dali em diante.
E se quer saber eu gostei daquilo, gostei da sensação de segurar a mão dela, eu não queria mais soltar.
- Meus pêsames.
Aquela voz..
Helena.
Olho para a mulher que está a alguns passos de nós, Cecilia também fica surpresa e antes que vá até Helena e faça um escândalo eu aperto a sua mão,
- Não é um bom momento Helena, saia. - Digo firme,
- O QUE VOCÊ FAZ AQUI ?!
Cecilia grita e dá um puxão em sua mão se soltando da minha.