Welcome & Goodbye

By nwwyork

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Lydia sofre de fobia social e depressão. Stiles, o novo aluno, a encontra em um dos piores momentos de sua vi... More

coyote theory
feels like we only go backwards
the less i know the better
sadderdaze
ocean eyes
resonance
yam yam
room song
rewind
do i dance inside your head
parking lots
in my blood
lovely
livewire
pleaser
young
try me
what you know
i want to feel alive

bloom

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By nwwyork

A frase de Stiles ecoava na minha mente. Sem. Parar. 

Estava começando a me irritar. Porém, acho que estou me irritando comigo mesma, é impossível se irritar com ele. A sua voz, tão suave e tão carinhosa que poderia convencer qualquer um á fazer qualquer coisa, como um canto de uma sereia. Me lembro perfeitamente do seu olhar me encarando tão profundamente como se eu fosse um mar frio com ondas gigantes. Seus cabelos ventando e ligeiramente cheirosos, algo que eu percebo tem tempo e... AI MEU DEUS, PARE, SÓ PARE, LYDIA.

— Lydia? 

Ouço uma voz me chamar e logo abro os olhos.

— Malia. — digo, aliviada, estou paranoica agora. — O que foi?

— Eu que lhe pergunto. — diz, riu e se jogou na cama. — Você gritou: "Pare Lydia, Pare!" 

— Ah. Eu ainda tô meio bêbada, é isso. — invento uma desculpa. 

— Tinha que ser... Bom, eu vou dormir, minhas pernas estão mortas.

Avisou e deitou-se ao meu lado. Olhei para o relógio que estava em cima da escrivaninha e arregalei os olhos quando percebi que eram 5 horas da manhã e comecei a surtar quando lembrei que teria que acordar daqui há 2 horas, me deitei e fui dormir também. Mas, eu deveria contar para vocês o que aconteceu depois daquilo, né? Desculpa, falha minha.

— L-lydia eu... acho que estou apaixonado por você.

Fiquei sem chão, palavras, ar. Era incrível como ele sempre fazia isso comigo, me deixar tão abalada em questão de segundos, de pequenas palavras que para ele provavelmente não significariam nada e que para mim era o mundo. Mas dessa vez, é diferente. Não são palavras quaisquer e elas fizeram efeito muito rápido, cada fio de cabelo de meu corpo arrepiado e minha boca trémula na tentativa de falar alguma coisa, mas eu falhava instantanêamente. Isso tudo, essa explosão de sentimentos, antes que Stiles desmaiasse em cima de mim.

Ligo para Scott, que vem me salvar, ou melhor, salvar Stiles. O deixou em casa e depois viemos para minha casa, onde entrei em um surto psicológico por exatamente 1hora. E depois de tanto ouvir a voz dele, sua frase, em minha cabeça, eu finalmente ouço o despertador tocar, indicando que eram 7 horas da manhã, e eu infelizmente teria que levantar.

— Ugh! Eu nunca mais vou beber na minha vida. — Allison faz sua primeira reclamação do dia, no corredor da escola.

— Eu também. Primeira e última vez. — digo, batendo a cabeça no armário.

— Tá me zoando? Aquela foi a sua primeira vez? Nossa. — eu concordei e ela riu. — Então... 

No momento em que ela disse essa única palavra de forma tão malicosa, eu percebi que o assunto logo seria Stiles e mudei meu rosto, sem perceber, o que a fez saber que eu estava envergonhada.

— Eu vi você e Stiles saindo juntos... 

— E o que tem? — disfarcei.

— Ah, qual é! Vai me dizer que não rolou nada? — disse, dando pulinhos.

— N-não... — gaguejei. — Somos só amigos, Alli, eu te falei.

— Ok, eu aceito. Mas eu posso lhe fazer outra pergunta?

— Diz.

— Você desejou que algo rolasse?

Eu não fazia a menor ideia. Mesmo se eu quisesse responder essa pergunta, eu não acho que eu seria capaz, porquê eu não sei, realmente. Eu não respondi e o sinal tocou, e ela se despediu, mas disse que cobraria a resposta depois. Iria para minha sala, mas percebo que não peguei os livros da aula de Física em meu armário, então os peguei e entrei na sala, e assim vejo Stiles, sentado atrás da onde eu costumo ficar. O professor me da Bom dia e eu vou até a cadeira.

Não digo nada a aula inteira e ele o mesmo, me pergunto se ele ao menos se lembra do que houve.

— Ei, Lydia! — me chamou ele.

Acordo num desespero, percebo que ainda estou na sala, adomerci.

— Você tirou uma soneca em tanto! — zombou, enquanto ria da minha pequena baba em minha bochecha, que eu logo limpei.

— Eu não dormi o necessário... — expliquei, me levantando.

— Posso dizer o mesmo. — pegou sua mochila, e caminhamos para fora da sala.

Até chegarmos no refeitório tudo ficou um silêncio, o que me deixava desconfortável, mas Stiles parecia tão tranquilo que tirava minhas dúvidas sobre ele lembrar ou não de ontem á noite. Ele definitivamente não lembrava, o que me deixou, para falar a verdade, alíviada. Pelo menos eu não teria que lidar com isso agora.

— Lydia... — sussurrou. 

— Oi. — respondi.

— Você se divertiu ontem?

— Sim, por que?

— Só estava curioso.

— Hm.

E o silêncio permaneceu, depois de desaparecer por exatamente 5 segundos. 

— Tá, não isso que eu realmente quero falar sobre... 

Ah, não.

Não.

Por favor não faça isso.

De. Novo.

Fico sem ar, minhas pernas bambas, meus olhos se arregalam e tudo o que eu consegui fazer foi entrar em pânico. 

— Eu queria encontrar o meu pai biológico. Hoje. 

E eu respirei, aliviada, dei um sorriso tão grande que nem parecia real.

— Que bom, Stiles! 

Ele deu uma risadinha e me encarou com um sorriso por alguns segundos, eu não tinha percebido, mas ainda tinha o sorriso em meu rosto.

— Sério? — ele perguntou, meio bobo.

— Sim, é incrível. 

Com esse negócio todo de baile ele não teve tempo para pensar no que realmente queria, e agora, em ouvir essa resposta, eu estou feliz em saber que ele está disposto.

— Você vem comigo, né? 

— Claro. Depois da escola? 

— Sim.

— Então eu estarei lá.

(...)

Stiles estava parado em frente a porta fazia alguns minutos, com os punhos fechados, tentando se convencer a bater na porta da pessoa que seria seu pai, a pessoa que o abandonou. Isso é o que ele tem em mente, que foi abandonado, por isso acho que ele tem medo, um toque neste pedaço de madeira pode mudar a sua vida pra sempre.

 Eu estava apenas ao seu lado, sem pressa alguma, eu ficaria ali até quanto fosse preciso, levei meu olhar até seu rosto assustado e movi minha mão até a sua. Cobri seu punho e virou o rosto, espantado com o meu ato, o contato visual durou segundos e ele abriu sua mão, que se encaixou perfeitamente na minha.

— Desculpa. — ele disse, envergonhado.

— Tudo bem. — falei, tranquilamente. — Qualquer coisa a gente sai correndo.

Ele riu. 

— Você é incrível, Lydia Martin. — ele murmurou, sorrindo e bateu na porta.

Respirou fundo e se deu de cara com um adulto que aparentava ter 40 e poucos anos, alguns cabelos brancos e não muito semelhante á Stiles.

— Oi... Eu sou Stiles Stilinski. — dizia, baixinho, com medo de espantá-lo.

— Stiles? — pergunta, chocado.

— Vo-você... me conhece? 

— Meu filho... Meu filho. 

O puxou e o deu um braço, inesperadamente, que me separou de Stiles. Eu dei um sorriso para ele no momento em que comecei a ouvir lágrimas, que eu não sabia de quem estava vindo. Assim que se separaram, eu resolvi dizer:

— Stiles. — ele me olha. — Eu estou indo.

— O que? Não, fica. — diz, rapidamente.

— Me ligue se entrar em pânico. Mas isso é entre você e ele. Você consegue, okay? 

Ele assente e entra de vez, e eu... bem, vou embora.

...

— Nós éramos muito jovens. Sua mãe não queria que nada disso acontecesse, mas como vinha de uma família de perfeitinhos, sua mãe não iria deixar que ela criasse um filho com 17 anos, iria estragar sua reputação. Ela lutou por você, e o teve, mas sua avó o doou sem sua permissão, sem eu saber, e nunca revelou para ela. 

Stiles ouvia tudo, quieto, mas de boca aberta.

— Claudia teve depressão depois disso tudo e... bem... — procurava uma maneira de dizer, que não o fizesse... chorar. — Se suicidou. Overdose. 

Ele não tinha palavras para dizer, explicar, apenas lágrimas para derramar.

— Sua avó me chamou para o enterro e sentiu-se na obrigação de me contar aonde você estava, porque estava culpada pela a morte dela. E eu imediatamente fui te ver. Pensei em lhe pegar de volta, mas eu olhei em volta. Você estava numa família boa, rica, e eu, mal tinha dinheiro para pagar as bebidas que eu era viciado. 

Stiles mal conseguia respirar de tanto chorar, e lutava para não soluçar, porque se começasse, não iria parar. Escondeu seu rosto em suas mãos, seus braços se sustentavam em suas pernas e seu corpo inteiro se arrepiava.

— Eu sinto muito, filho. Eu pensei no que era melhor pra você. E olha para você agora... Claudia estaria tão orgulhosa. 

Tirou seus óculos para limpar as lágrimas, e finalmente foi capaz de dizer algo.

— Tá tudo bem. Eu entendo.

Ele da um sorriso e coloca seus óculos novamente.

— Vamos deixar isso pra lá. Me conta como você tá? E quem era essa ruiva que estava aqui mais cedo?

— Ah, era a Lydia...

— Sua namorada? 

— Uma grande amiga.

— Ah. É que vocês estavam de mãos dadas então eu assumi que estavam juntos. Tem certeza de que não gosta dela?

Suspirou e pensou "Meu deus, por que todo mundo pensa isso?"

— É... não sei. 

(...)

— Você fez a coisa certa.

Scott disse á Malia. Saíamos da delegacia, eu estava ao seu lado, para me certificar de que ela não voltaria atrás dessa decisão, e ela não o fez, felizmente.

— Ei, Scott, pode me deixar na casa do Stiles? — pergunto, quando ele liga o carro.

— Tá, eu aproveito e vejo a  Allison. — deu um sorriso, e eu fiz cara de nojo.

— Ele foi ver seu pai biológico hoje. — comentei.

— Sério? Nossa, achei que ele não ia ter coragem. — Malia disse.

— Eu também não, mas estava errada felizmente.  

Ele me deixou lá e foi direto com Malia até a mansão, enquanto eu adentrava ao santuário de Stiles. Quando abri a porta, o vejo deitado olhando para o teto, sem um pio, sem uma música, sem nada, só ele e seus pensamentos.

— Ok... Eu deveria dizer algo sobre isso? — fecho a porta e sento ao seu lado.

— Onde você foi? — perguntou, se sentando.

— Ajudar Malia em uma coisa. E então, como foi?

— Foi bom, mas ao mesmo tempo ruim. E valeu a pena. Tudo por causa de você.

Eu fiquei super vermelha, droga. Todo esse tempo e eu ainda não sei disfarçar, queria esconder meu rosto, mas no máximo desviei meu olhar.

— Para com isso, Stiles. 

— É sério, obrigada, Lydia. 

E eu estava quase explodindo de tão vermelha, como um tomate. Meu coração acelerado e meus olhos saindo para fora de tão esbugalhados.

— Eu me lembro.

Fiquei séria, não sabia do que ele estava falando, mas mesmo assim tinha começado a suar.

— Ontem á noite. De cada detalhe. 

Tá, agora eu estava realmente suando.

Meu coração estava quase saindo pela a boca e eu tinha 80% de certeza de que estava tentando um infarto.

— É completamente impossível esquecer um momento com você. 

Cada palavra que ele diz faz meu coração derreter. Eu poderia desmaiar ali. Ele dizia tão suavemente que chegava a me assustar, o quão tranquilo ele estava. É isso, Stiles Stilinski estava ficando louco.

— Lydia, eu tô apaixonado por você. 

Isso não pode estar acontecendo...

Não de novo.

— Você sabe porquê eu estava no terraço quando eu te conheci? Eu queria  a mesma coisa que você. Desaparecer, não morrer. No momento em que eu te vi, tudo mudou, Lydia. Você foi a minha segunda chance. Você salvou minha vida.

Nós estávamos tão perto uns dos outros, e eu estava tão chocada que eu não sabia o que fazer. Entrei em pânico.

— E-e-eu... Te-tenho que ir. 

E corri, literalmente corri. Como se estivesse numa maratona por um milhão de dólares. Aquilo era muita informação pra mim, eu mal aguentei uma frase, eu estava pirando com aquele momento inteiro. 

Sentei-me em minha cama e comecei a chorar, eu não tinha a menor ideia do que porque eu estava chorando, mas estava e o que eu mais queria era parar, com tudo. Chorei tanto que acabei cansando e dormi. Acordei as 4 da manhã com várias chamadas que eu não sabia que era pois as ignorei, mas como não parava de tocar, atendi.

— Alô? — disse, com uma voz de sono.

— Lydia! Você tem que vir pra cá agora! — era  a voz de Allison, mas não era a voz animada de sempre, ela estava chorando. 

— Que houve, Alli? — me levantei.

— O S-stiles, e-ele... — respirou fundo. — Ele tá no hospital.

— Tô indo aí, espera.

Botei um sobretudo que escondia minha roupa inteira e calcei os tênis, fui até o hospital correndo, como era rápido não tive problemas com carona. Adentrei e logo vi minha mãe.

— Mãe, cadê a Allison? — disse, nervosa.

— No próximo corredor.

— Lydia! — ela me gritou, assim que me viu.

Meu impulso foi abraçar-la, tão forte, que eu não sabia quem estava fazendo mais força, eu ou ela. Se desfez e limpou as lágrimas, se preparando para explicar.

— O que aconteceu?! — perguntei.

— Ele recebeu uma ligação e por sorte eu estava acordada, ele começou a ter um infarto, ataque de pânico, e-eu não sei! Eu só o trouxe aqui e não me deixam falar com ele!

Eu só sabia derrubar lágrimas, não tinha tempo para pensar, meu coração se quebrava, eu só conseguia lembrar da última vez em que lhe vi, o que eu fiz, e que eu não me despedi, e se algo acontecer? o que vai acontecer comigo?

Eu só queria segurar sua mão

mais.uma.vez.

— S-stiles...

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