2# A LEGIÃO IRÁ REAGIR ᵐⁱʳᵃᶜᵘ...

By Fanfixionada

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💞› AUTORA: Gleysla Meireles 💞› GÊNERO: fanfic, romance, ficção, ficção adolescente, drama, ação, aventura. ... More

♛ SINOPSE ♛
♕ NOVO ELENCO + AVISOS ♕
♕ KWAMIS + PERSONAGENS ♕
➾ CAPÍTULO 0.0: Onde Tudo Começa
➾ CAPÍTULO 0.1: Onde Tudo Começa
➾ CAPÍTULO 0.2: Onde Tudo Começa
➾ CAPÍTULO 1: Tudo Mudou, Ou Talvez Não
➾ CAPÍTULO 2: Um Ano ou Dois
➾ CAPÍTULO 3: Choldraboldra¹
➾ CAPÍTULO 4: Enfim, Descobriram
➾ CAPÍTULO 5.0: Companheirismo
➾ CAPÍTULO 5.1: Companheirismo
➾ CAPÍTULO 6: Circunstâncias
➾ CAPÍTULO 7: Escolhas
➾ CAPÍTULO 8.0: Lados da Guerra
➾ CAPÍTULO 8.1: Lados da Guerra
➾ CAPÍTULO 9: Tormentos
➾ CAPÍTULO 10: Aliados
➾ CAPÍTULO 11.1: (Des)Conhecidos
➾ CAPÍTULO 11.2: (Des)Conhecidos
➾CAPÍTULO 11.3: (Des)Conhecidos
➾ CAPÍTULO 11.4: (Des)Conhecidos
➾ CAPÍTULO 12: Dark Grimalkin e Joana D'arc
➾ CAPÍTULO 13: Rena Rouge
➾ CAPÍTULO 14: Carapace
➾ CAPÍTULO 15: Amor Nostálgico
➾ CAPÍTULO 16: Novos Inquilinos
➾ CAPÍTULO 17: Memórias ao Vento
➾ CAPÍTULO 18: Novos Colegas

♕ RETROSPECTIVA ♕

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By Fanfixionada

Eu não sou sua amiga nem nada
Caramba, você se acha o cara
Está no topo do mundo, mas seu mundo não é real.❞
♛ Therefore I am (Billie Eilish)

{Contém 4.154}

      DIA APÓS DIA eu seguia a vida dos dois heróis de Paris, eles batalhavam em equipe em prol da paz dos parisienses e eram mostrados na TV, ou visto na escola os seus feitos.

Patéticos. É isso que são, duas crianças patéticas vestidas de super-heróis.

Depois da minha primeira luta com Ladybug as coisas mudaram no colégio. Eu desejava saborear o gosto da vingança, queria a joaninha longe e o gatinho preto mais ainda. Eu seria a única heroína de Paris e a única que bastava para a salvação dela!

Só que ninguém percebia isso, não conseguem enxergar o que vejo. Uma visão. Um futuro.

Uma solução para todos os problemas: Hawk Moth.

Ele não é de todo um vilão, apenas faz o que precisa ser feito, além de não ser injusto. Em todas as suas akumatizações, nenhum portador foi recusado de seu desejo. Seja por vingança, inveja, ciúme ou ódio. Eu não o julgaria, faria igual, na verdade.

Ele é o verdadeiro herói, um herói incompreendido.

E assim como ele, uso meu poder para ajudar as pessoas. Minhas mentiras não são apenas minha armadura, se forem bem executadas posso ajudar todos que necessitam de ajuda. E não é como se eu tivesse culpa, eu só digo o que eles querem ouvir. Cada vez que alguém acreditava nelas eu me prendia a acreditar também. Sentir, ao menos, um pouco de alegria nesse mundo caótico.

Minha mãe é embaixadora, trabalha praticamente o dia inteiro, e mesmo que me enchesse de carinho ainda ansiava por mais, eu sabia que merecia mais, o que aumentou minha ambição por poder.

Desde então procurei por alguém famoso o suficiente para me levar a esse novo mundo de glamour, foi aí que conheci Adrien Agreste. Ele é legal, simpático sem forçar, inteligente, lindo e, principalmente, famoso. Sua reputação me ajudaria a crescer, ser chamada ou até mesmo reconhecida pelo Gabriel Agreste!

Um estilista reconhecido mundialmente.

Eu seria a estrela, seria a protagonista e não apenas uma mera coadjuvante nessa escola. Chloé Bourgeois teve a sua chance quando mentiu descaradamente – confesso que me incomodou tamanha falta de criatividade na mentira dela – com o falso namoro entre ela e o loirinho.

Todos já estavam cientes quando viram ele e Marinette desfilando juntos, de mãos dadas, pela entrada da escola. Sua cara foi impagável. Adrien não era bobo, embora pareça, e em poucos dias ele tinha corrigido o erro nas redes sociais. Mais uma vez, patéticos. No entanto, não demorou muito até virmos a oficialização de sua relação com a Dupain-Cheng, a foto que postou não mostrava dúvidas disso.

A notícia entrou em todos os tabloides sensacionalistas e outdoors conhecidos da cidade, além de serem transmitidas fora da fronteira francesa. Afinal, ele é um modelo famoso e isso não seria deixado de lado. Paris ficou irritante com a aglomeração de comentários sobre o novo casal do momento. Neste maré de azar que me encontro, eu jogo a culpa em Chat Noir – talvez as superstições estejam certas – e nessa minha maldita queda de popularidade, em Ladybug.

Se não fosse por ela, eu estaria rodeada por garotos pedindo meu telefone e várias garotas implorando para serem minhas amigas. Tudo começou com sua exposição da minha mentira, eu havia dito que a conhecia e éramos melhores amigas, mas ela magicamente surgiu e desmentiu tudo. Foi humilhante.

E ainda mais por cima, foi na frente de Adrien.

Dias depois, eu soube que Marinette, a melhor amiga da heroína, ajudou nisso também. Aquela maldita. Antes pensei que fôssemos colegas, ao menos, mas descobri da pior forma possível que a verdade doía. E Marinette é muito mais habilidosa na arte de mentir.

Semanas antes do baile, do projeto e todas as akumatizações. Eu me sentia um lixo. Era uma manhã corriqueira na sala da professora Bustier, nossa professora de Literatura. Minhas notas continuam as mesmas em sua matéria, altas e sempre perfeitas.

Desde que cheguei meses atrás, sou sua aluna exemplar. Também sou a convidada especial de convenções colegiais, claro que acompanhada de Marinette, ou Max Kanté, ambos são o símbolo de excelência no colégio. Irritantemente excelentes. Logo após mais uma carga horária de estudos rotineira concluída, pus-me a certificar de que levava tudo na bolsa. Com os pertences guardados saí da classe sendo uma das últimas.

A maioria dos alunos se dispensaram com facilidade pelo grande pátio. Ivan e Mylène namoravam numa coluna próxima da cantina enquanto Max observava Kim competir numa partida de futebol com Alix Kubdel, dois atletas sempre em disputa.

Mais atrás, Nathaniel rabiscava entretido sentado num canto qualquer ao lado de Marc Anciel, um escritor amador, conforme era fitado por uma loira esnobe que vestia e agia como uma idiota, Chloé.

Sabrina a seguia, como sempre, e Nino discutia sobre videogames com Alya e Marinette que riam e discordavam dos “favoritados” do Lahiffe, enquanto uma de suas amigas encarava de forma indiscreta o loiro do outro lado do pátio.

— Adrien! Adrien, meu bem! — saudei amistosa, chamando sua atenção.

— Ah… Olá, Lila. — ele responde, se afastando de um colega de classe que conversavam. O tal menino acenou se despedindo, mas não dei tanta importância.

Sentia que o loiro a minha frente estava desconfortável com minha presença.

— Pode me levar pra casa? Estou sem alguém para me acompanhar e aí pensei comigo mesma, “por que não?” Você poderia ser um ótimo cavalheiro e me levar até lá. — falei, segurando sua mão fortemente. Ele engoliu em seco, pude ver ou talvez estivesse nervoso.

Compreendo perfeitamente sua reação, não é qualquer um que consegue estar tão perto de uma beldade como eu. Embora ele tentasse, suas palavras pareciam sumir antes mesmo de abrir a boca. Tentei não sorrir, então ele abriu mais uma vez.

— Olha… Agora não vou poder levá-la. Estarei ocupado demais, sinto muito. — disse genuinamente triste, ouvimos o som de uma limusine e uma mulher o esperando na porta do veículo.

É, ele realmente tem uma agenda cheia. Encarei o semblante imparcial da morena de cabelos amarrados e uma mecha avermelhada na lateral da franja. Nathalie Sancoeur, sua governanta e secretária pessoal de seu pai.

Ela o chamava apenas com o olhar, Adrien não se opôs e seguiu o pedido rumo ao automóvel em silêncio. No lado do motorista, eu podia vislumbrar um pouco do homem que iria dirigir, ele é forte… Absurdamente forte.

— Ah... Eu poderia ir com você. Uma carona não é nada mal e poderíamos rever algumas matérias que estou com dificuldade... — persisti, aproximando-me da janela do veículo. O vidro desceu lentamente e a mulher ao seu lado olhou-me com desdém.

— Ele não é seu professor particular, se precisa de ajuda procure um profissional. De Adrien Agreste cuido eu, não precisa ser a babá dele. — proferiu, apertando um botão em sua porta levantando o vidro novamente.

— Nathalie, o que você disse? — ouço a voz do loiro ao ver minha feição surpresa.

— Vamos para casa. — ela mandou ao motorista ignorando completamente a pergunta do garoto.

— Nathalie? Nathalie! — falou preocupado. Ouvi o rangido dos pneus e a fumaça que saíra deles ao longe, rapidamente o vi sumir do meu campo de visão.

Ela iria pagar. Todos iriam. Onde já se viu me ofender desse jeito? Ela não sabe com quem está se mexendo.

— Aquela não é a Lila Rossi? A mentirosa. — cochichos não tão discretos são recebidos em meus ouvidos.

— Sim, soube que ela disse que iria para Nova York no fim de semana, depois para Istambul. — outro comentou, rindo maldoso.

— Não era Bahamas?

Muitos murmúrios foram acrescentados e aumentavam gradativamente, vozes masculinas e femininas repercutiam ao meu redor e me faziam estremecer.

Todos iriam pagar!

Todos irão pagar!

Vão morder a própria língua por isso!

Fiquei ali parada, estática e sem direção. A respiração quase que irregular e as pernas bambas são as únicas que apontam meu estado emocional, todos os olhares estavam em volta de mim como o centro das atenções que eu tanto desejava, mas não pelo motivo que sonhava.

Não desse jeito.

Retrocedi alguns passos e sentei-me na escadaria da escola, ainda perplexa pelo comentário da mulher que sentia-se dona do mundo.

Tudo foi culpa sua, Ladybug! Se não tivessem gravado seu discurso me arruinando na frente de Adrien não estaria agora numa situação dessas. Argh!

E coincidentemente, Alya passeava por aquelas bandas naquele momento e acionou seu radar de repórter ao seu blog. Minha fama foi para o buraco, a glória destruída e a popularidade derrubada.

Tudo culpa dela.
Tudo culpa de Ladybug!

Respirei fundo. Não seria mais um olhar torto que me faria cair, levantei-me erguendo a cabeça. Peguei meus pertences e a bolsa pondo nas costas, não daria esse gostinho a ela e a ninguém mais.

Respirei profundamente. Mais alguns meses e estarei longe daqui e longe dessas pessoas. Criaturas patéticas. Com esse pensamento em mente dei meu primeiro passo a frente, porém, no segundo seguinte caí no chão. Alguém tinha posto a perna com a intenção de me fazer cair, o que realmente aconteceu.

Kim e Max riam entre si ao me observar caída, as mãos espalmadas sobre os cadernos no chão. Dupla de idiotas.

— Droga… — exclamei envergonhada pegando minha bolsa rapidamente, eles agora estavam gargalhando de mim.

— Opa! Foi mal, não te vi aí! Dizem que mentiras tem perna curta, não estão tão enganados nisso. — debochou Kim rindo ainda mais pelo trocadilho.

Meu sangue ferveu.

— Meus livros… Seus tapados, olha o que fizeram! — respondi furiosa, algumas das páginas haviam-se molhado na calçada e outras estavam rasuradas.

Max se intromete na conversa.

— Ah, não reclame com a gente. Você pode dar uma bela desculpa a senhorita Bustier depois. E a senhora Mendeleiev também, e com todos os outros professores que acreditam em suas mentiras! Desculpas esfarrapadas são a sua marca registrada. — falou, cessando a risada para um tom mais sério.

Ambos saem em passos largos pelo meio-fio da rua central da cidade. Pessoas passam com olhares curiosos sobre mim, retribuo olhando-as firmemente.

— Ah, Chloé… — disse Sabrina ao me olhar de pé. — Às vezes até sinto pena. — debochou.

Refiz minha mochila e joguei para trás, a capacho da Bourgeois falava com superioridade comigo como se fosse a última bolacha do pacote, me poupe… e pensar que por um segundo senti pena dela, mas no fim quem reinou mais forte foi minha raiva. Apesar de estar sendo usada faria dela exemplo de nunca mexer comigo.

— Vejo que o passarinho está começando a abrir suas asinhas... — insinuo, olhando-a de relance.

Ela recua, amedrontada.

— Não se preocupe, Sabrina. — rebateu a loira, deslizando seus óculos escuros presos na cabeça em seus olhos. — Ela não seria louca de te machucar, enquanto eu estiver aqui ela vai ficar quietinha no lugar dela.

— É mesmo? — ironizo. — E por que eu faria isso?

— Pelo simples fato de que eu posso te expulsar na hora que eu quiser, o diretor Dâmocles é um excelente subordinado de meu papai. E caso você não saiba, — ela sorriu balançando o rabo de cavalo — ele é o prefeito da cidade.

Sabrina assente corajosamente, tomada pela afronta da outra. Por enquanto, pensei esboçando um sorriso de banda. Chloé sorriu, suas mãos levaram o celular à orelha e ouvi sons de bips chamando pelo prefeito. Minha mãe não devia sonhar que tinha problemas na escola, por isso, joguei-me em sua direção tentando sequestrar seu celular e desligá-lo.

Só não esperava que fosse tão difícil assim.

Na entrada da escola, ouço vozes familiares. O segundo grupo popular da minha sala aparece conversando animadamente: Alya Césaire, Nino Lahiffe e por último, mas não menos importante, Marinette Dupain-Cheng.

—… Exatamente! — disse Alya abraçando o braço de sua amiga. — Marinette tente usar o cabelo solto. Vai que desse jeito ele para de ser tão lesado e perceba você! Próxima semana quero te ver com ele e olha... Adrien é solteiro, arrasa o coração dele! — Nino as acompanhava logo atrás.

— Ai meu Deus, Alya, só você mesmo. — ela sorriu. — Não vou fazer isso, se ele vai me notar vai ser do jeito que sempre fui! — refutou a garota, ela ria ao dedilhar as pontas dos dedos nas pontas de seu cabelo negro beirando à azul.

— Mas ela não está errada, eu concordo. — disse o moreno de óculos, Nino sempre ficaria no lado da sua pseudo-namorada. — Ficará mais linda do que já é. — insinuou recebendo uma cotovelada de Césaire.

As garotas, e eu também, sabiam que o rapaz tinha certa paixão pela Dupain-Cheng, porém, omitia o sentimento pelo fato dela ser completamente apaixonada pelo seu melhor amigo, Adrien Agreste. Era nítido que Nino ainda sente algo a mais pela amiga, mesmo também sentindo uma afeição pela melhor amiga dela.

Era confuso, estranho e perigoso, por isso sempre escondia suas reais intenções debaixo de sorrisos e brincadeiras. É o jeito dele de lidar com seus problemas. No entanto, a discussão deles foi interrompida quando ouviram a minha discussão e nos viram naquela situação.

O choque foi maior por verem a Chloé numa briga, Marinette e Nino correram a fim de nos separar senão nós duas teríamos terminado na Direção, enquanto Alya ligava o seu celular e divulgava no blog a próxima matéria do dia.

Radar, lembram?

— Vem, você segura a Chloé que eu fico com a Lila! — sugeriu a Dupain-Cheng, aparentemente, preocupada conosco.

Mas ela não me engana, por trás desse rostinho há uma mentirosa também, como eu.

— Marinette, — suspirando profundamente, Alya a chama — é a Lila que estamos falando, sabe? A grande mentirosa. Ela pode estar inventando tudo!

— Tanto faz, Alya. Elas vão acabar se machucando, e isso eu não posso deixar acontecer! — ressalta, fechando a cara. — Todos merecem serem ajudadas, então, sim nós vamos ajudá-la! — disse nos arrodeando.

Sinto suas mãos me segurarem pela cintura, a morena de curtos cabelos escuros me segura pelos braços enquanto o outro amigo fazia o mesmo com Chloé. Ao contrário de mim, ela não se debatia.

— Me solta! Me larga! — gracejo batendo em seus ombros. — Ela merece sentir minha mãos em sua cara! Me deixe fazer isso, Dupain-Cheng. — gritei enfurecida, mas ela tampouco respondeu e continuou a me impedir.

Nenhuma novidade vindo da presidente da sala, ela se mostra ser tão perfeita que isso me enfurece.

— Me diga, por favor, Marinette! Você não anseia por isso também? Por vingança... — olhei-a de relance, provocando.

Ela arregala os olhos azuis e nega veemente. Patética.

— Não! — diz convicta, ela me faz sentar consigo nos degraus da escola. Sem perceber, solto uma risada anasalada. Claro que ela não aceitaria e nem saberia, afinal estamos falando da maior careta que é a Marinette, uma certinha.

— Claro que não... — sussurro com desdém, ela me encara confusa. — Você é a aluna perfeitinha, como saberia disso?

— O quê? — sibilou surpresa. — É assim que me vê?

— E não é assim que todos veem? — contra-ataco, arqueando as sobrancelhas e a vendo corar. — O que você quer que todos vejam, na verdade.

— Não, eu... Eu não...

— Eu vou te processar! — exclamou a Bourgeois nos interrompendo, ela se afasta dos braços de Nino e me acusa com o dedo. — De você, você e você também! — apontou à Marinette, Alya e Nino.

Sabrina segurou seu braço lhe ajudando a se equilibrar, seus cabelos loiros estão bagunçados e o óculos escuro que usa na cabeça está com um lado quebrado. Em contrapartida, eu estava impecável.

— Pode vir! Quer mais? — digo, sorrindo largamente. — Tem muito mais de onde vem.

Ambas saíram aos tropeços, sua própria limusine também veio, levando-as para longe. Suspirei com alívio, a multidão dissipou-se com a finalização da briga e Marinette continuava ao meu lado. Observamos as ruas pouco movimentadas e o entardecer por detrás de nós em silêncio.

— Você não é obrigada a ficar. — balbucio.

— Mal-agradecida, ela te ajudou. — diz Alya com irritação, Nino segurou seu ombro a impedindo de me escalar também. — Tinha razão, viram?! Vamos, ela já está muito boa. — andou mais a frente sendo seguida pelo Lahiffe e esperava pela amiga.

— Mari, você não vem? — ele a questionou encarando por cima dos ombros.

Bufei em tédio.

Não tinha motivos para fingir ser educada, e simpática, com pessoas que me rebaixam. Elas merecem minha antipatia, minha raiva e rancor. E muito mais. Ouço inúmeros sussurros ao meu redor, mas não tive interesse em ouvi-los direito, me levantei bruscamente sentindo a vista turva, mas passou em rápidos segundos quando senti novamente as mãos macias de Marinette.

Pensei que ela tivesse ido juntamente de Nino, pensei estar sozinha e que, finalmente, poderia desabar a chorar sem julgamentos. E foi o que fiz, mesmo com o olhar curioso da Dupain-Cheng. Despejei todas as minhas angústias nelas, naquelas lágrimas teimosas que ansiavam por cair toda noite.

— Eu sei como é... — sussurrou Marinette, me sobressaltei com seu tom de voz rouco. — Desculpe, não queria te assustar. Pedi a Alya que fosse com Nino, ele é uma boa companhia para ela.

Bufei baixinho. Enxugo as bacias cheias d'água debaixo de meus olhos e me livro de seu toque com um tapa leve, não queria a sua pena.

— O que está fazendo aqui ainda? — indago rispidamente, ela não tinha obrigação disso. — Devia ter ido com sua amiguinha.

— É, eu sei. Mas, eu quero estar contigo. Então, vou ficar aqui.

Solto mais uma vez uma risada, ela me olha como se tivesse nascido uma nova cabeça. É hilário o quão expressivo ela consegue ser.

— Mas quem disse que eu quero sua companhia? — respondo, fungando o nariz. — Vai! Não te quero aqui, não vale a pena.

Com pesar, ela fica em intacta sentada com o olhar sobre mim. Enruguei a testa me afastando dela subitamente, o que estava aprontando afinal?

— Eu não preciso de sua pena, Marinette! E não quero. Se for isso prefiro estar sozinha, pelo menos as sombras não me julgarão. — falei impaciente. Seu olhar minucioso já estava me assustando.

Só saia daqui, inferno!

— Eu não sinto pena de você, Lila. Bem, talvez um pouco. — resmungou. — Só que não é essa a questão.

Arqueei a sobrancelha em curiosidade do que diria depois, mas ela se cala o que só atiça meu lado curioso.

— E qual seria então?

— O que você quis dizer com aquela conversa de vingança? — me indaga ignorando a pergunta que fiz. — Lila, o que está acontecendo contigo?

Seus olhos azuis me fitaram com intensidade, poderia me afogar de bom grado naquele oceano, mas isso significaria que estava admitindo o que sentia por ela e perdoar o que havia feito comigo. E não, eu não a perdoei. Mesmo porque descobri o motivo dela ser tão amiga da minha inimiga.

E isso me destruiu.

Segundos. Minutos. Talvez uma hora tenha se passado e Marinette me encarava como se fosse uma bomba relógio. Bem, ela não podia estar mais certa do que isso.

— Vai continuar me olhando por quanto tempo?

— Tempo suficiente até que diga o que perguntei. Estou esperando.

— Ah, então espere aí sentada. — me levanto levando a mochila comigo, mas sua mão me puxa de volta.

— Não vou sair daqui, e você também não. — rebate mesmo ao ouvir meu rosnado de raiva.

— Agora vai me proibir de sair? Ah, me poupe! — desdenho, me afastando dela.

— Eu só estou preocupada com você. — murmura.

— Preocupada comigo?! Por acaso esteve preocupada quando sua amiguinha Ladybug me arruinou? Esteve preocupada quando a sala inteira me deu as costas? Eu te respondo, não! — desabafei, não ouço nada vindo dela e isso me basta para levantar de novo.

— Olha, eu juro que não esperava que isso fosse acontecer. — balbucia, segurando firmemente minha mão, ainda que estivesse sentada. — E não sabia que você estivesse com problemas, Lila. — diz cautelosa, Marinette se levanta também e se aproxima.

— Cuidado, quem jura mente. — sorri debochada.

— Eu... — sussurrou. — Eu só quero que saiba que não está sozinha.

Sua mão aperta. Um aperto não muito forte, mas trazem o calor e o acolhimento que quer passar sem dizer. Ela queria mesmo ser minha amiga? Pude sentir que estava falando a verdade, podemos enxergar isso nos olhos e ela não parecia estar me enganando.

Me deixei levar pela emoção do momento e nos abraçamos, tão forte e aconchegante que ouvíamos o som dos estalos no corpo e o bater de nossos corações. Ela sorriu animada se afastando aos poucos, confesso que quis nunca sair de seus braços.

— Minha casa é aqui perto, se quiser pode ficar até que sua mãe te pegue. Já está ficando tarde. — ela sugere apontando sua casa em cima da padaria, ela fica ao lado da instituição.

— Você não tem a obrigação de me ajudar, Marinette. — digo acanhada, mas isso não a fez se abater.

Ela revirou os olhos e riu me dando um leve soco no ombro. Isso me surpreendeu, aquilo era algo típico de amigos e nós éramos isso? Amigas?

— Eu sei que não preciso, depois da fama que você tem talvez nem deva... — diz calmamente, parecia que ela nunca levantaria a voz a ninguém e isso não estava mais me enfurecendo. — Mas, ninguém é perfeito, muito menos eu. Francamente, estou cansada de fazer burrada e estou tentando melhorar. — responde bem-humorada.

A sinceridade que me conta faz seu rosto corar e isso embeleza seu rosto alvo e as maçãs de suas bochechas gordinhas que criaram uma cor avermelhada. Ela é adorável. Um sorriso genuíno se curva em meu rosto, o que me deixa surpresa. Tampouco sou algum exemplo de perfeição, ela tinha razão. Mas ela é amiga de Ladybug… Ela mesma já disse uma vez, essa voz do meu subconsciente me alerta e tudo volta a ser como era antes.

— Isso é algum tipo de piada de mal gosto? — assisto sua feição risonha murchar aos poucos, lá no fundo também murchei. — Porque se for você está se saindo muito bem.

A mestiça me encara pasma, dessa vez não tenta me animar ou cria mais uma ideia de puxar assunto comigo.

— Estava falando sério, mas.... Pelo jeito, os boatos sobre você estão certos. — diz tristemente. — Lila, você precisa de ajuda. — com isso ela gira seus calcanhares a levando de volta para casa.

Pensei em arremessar meus cadernos em sua cabeça, mas isso me daria ainda mais problemas. Respirei fundo, mordi meu dedo indicador no intuito de segurar meu ataque de fúria. A mordida abriu uma fenda de sangue e ela banhou minha mão em um filete vermelho. 

O líquido descia calmamente pelos meus demais dedos até que caíra na calçada de concreto. Observei de longe o passo lento de Dupain-Cheng, um olhar vago. Minha mãe logo estaria ali… uma delas. Ela perceberia meu machucado e perguntaria sobre ele, mas não estava num bom ânimo para questionamentos e lhe dar uma nova mentira. Suspirei cansada.

Ela nunca me entenderia também. Nenhuma delas.

Passei o dedo ferido pelos meus lábios e os suguei, vagarosamente. O sabor de ferrugem se alastra por toda língua me deixando enjoada, o tempo parecia passar devagar e os carros continuavam sua trajetória apressada. Entretanto, diante daquela monótona tarde viera sem rapidez uma mariposa arroxeada.

Um akuma. Sorrio comigo mesma ao pensar que pelo menos alguém se lembrava de mim.

Hawk Moth.

Sem esperar que ela aterrissasse dou um grande pulo e a pego com as mãos, ele se funde na minha pulseira e a voz masculina de meu herói reaparece na minha mente.

— Olá, querido Hawk Moth. — o saúdo com amorosidade. — Você quer os Miraculous, certo? Pois bem, eu também quero e mais... Quero vingança. Ladybug e Chat Noir vão pagar pelo o que me fizeram. — digo ansiosamente.

— Isso é música para meus ouvidos, minha querida Volpina. — ouço sua risada estonteante e grossa. — Só não se esqueça, as joias são minhas! Já os heróis podem ser seus, não tenho absolutamente nada contra isso.

— Parece que temos uma parceria. — sorrio.

— Prevejo boas recompensas, minha cara sócia. — feliz, ele me saúda.

— Igualmente, Hawk Moth. — uma fumaça arroxeada cobre totalmente o meu corpo, ele me consumia com o sentimento mais forte e negativo que sentia: raiva, rancor e vingança. — Eles não vão nem desconfiar de quem seja e vão pagar caro também! — digo, brincando com minha Flauta da Ilusão enquanto que com a outra mão segurava uma flor. — Ou não me chamo Volpina.

Continua…

Bonjour babys? Como vcs estão?
Espero que bem, bebam bastante água hein!

E então, o que acharam dessa retrospectiva? Várias intrigas. 🤔

O que esperar de Volpina? Uma vilã que não vai pensar duas vezes antes de atacar alguém?

Aiai, essa Lila é uma vilã sem perdão ou haverá uma salvação pra ela? O que acham? O que acreditam? Deixem nos comentários aí embaixo. Aliás, essa personagem vai ser bem diferente do desenho original, mas não se preocupem que a raiva vai ser mútua nessa versão também.

Não se esqueçam de votar e comentar, até os próximos capítulos. ❤️😘

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