Crossroad (EM REVISÃO)

By burningtsky

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O que é pior, novas feridas que são horrivelmente dolorosas ou velhas feridas que deveriam ter sarado anos at... More

Prólogo
01 | Garrafa de água
02 | Assombrada
03 | Fingimentos & egos inflados
04 | Primeiro erro
05 | Sorte no azar
06 | Passado atormentado
07 | Desafio
08 | Pecadores
09 | Xícara de açúcar
10 | Cicatrizes
11 | Chamas
12 | Regras
13 | Só se você me ensinar um pouco de francês
14 | Ainda sente o toque dele?
15 | Uma taça de vinho
16 | Três perguntas
17 | Qual deles?
18 | Eu quero você
19 | Nu e confuso
20 | Compaixão, não paixão
21 | Se divertiu sem mim?
22 | Terraço
24 | Refri & garrafas de vodka
25 | Quero pintar você
26 | Cômodo lotado de quadros
27 | Conhecendo
28 | Qual é a sua?
29 | Homens são horríveis às vezes
30 | Eu quero fazer ela te odiar
31 | Se ele estiver me ouvindo

23 | Você gosta dele

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By burningtsky

"Eu sinto algo tão certo

Fazendo a coisa errada

E eu sinto algo tão errado

Fazendo a coisa certa

Eu não poderia mentir, não poderia mentir, não poderia mentir

Tudo que me mata me faz me sentir vivo"

- Counting Stars, OneRepublic.

O sinal para o intervalo tocou. Me apressei em sair da sala de aula e seguir em direção a uma das lanchonetes espalhadas pelo campus. Passei os olhos pelos bancos espalhados pelo lugar no intuito de localizar Cora no meio de todos os universitários mas, para minha total infelicidade, me deparei com Hunter e seu grupinho de amigos sentados em um desses bancos. Todos acompanhados, exceto Peter. Samantha estava sentada no colo de Hunter e o mesmo mantinha uma de suas mãos na coxa da garota. Ela me pegou os observando e depois de sorrir para mim, puxou Hunter para si e o beijou. Desviei os olhos.

Ela acha que isso me afeta?

Bom, se ela acha isso, está certa. Mas eu não deveria me sentir afetada, não quando eu estava fazendo o mesmo com Zach e, com certeza, não quando Hunter deixava expresso - com ações, não palavras - que não tínhamos nada.

Avistei os cabelos azuis de Cora mais ao longe, balançando junto as folhas da árvore a qual ela descansava sob. Me aproximei, sentando de pernas cruzadas ao seu lado e me curvando sobre ela para ver com quem ela trocava mensagens.

- Metida - ela murmurou, apagando a tela do celular e estreitando os olhos para alguém além de mim.

Me virei, olhando novamente para o grupo de amigos de Hunter. Peter devolvia o olhar de Cora, no entanto, diferente dela, ele exibia um sorriso maroto.

- Ele é impossível - minha amiga bufou, um sorriso despontando em seus lábios.

É, ferrou.

- Você gosta dele - afirmei.

Minha amiga deu de ombros.

- E você? - Indagou. - Como foi o encontro com o Zach?

Como ela, dei de ombros.

Assim que me despedi de Hunter na noite em que nos esbarramos no terraço, depois dele fazer questão de despejar toda a minha vodka na lixeira, voltei para o meu apartamento e, ao checar o celular, me deparei com um convite de Zach para um outro encontro.

Aceitei.

Saímos, comemos, nos beijamos e só. Fim da história.

- Foi legal - comentei.

Cora murchou, provavelmente esperando mais detalhes. Mas, então, seu rosto se iluminou novamente.

- E o Hunter?

Apertei os olhos, descontente, de certa forma, com a menção do moreno.

- Ele me deixa confusa, muito confusa - inspirei e expirei devagar. - Nunca marcamos encontros, eles simplesmente acontecem e isso, de alguma forma, os tornam muito melhores - olhei em sua direção outra vez, virando o rosto depressa quando ele, sentindo-se observado, me olhou de volta. - Mas, então, ele age como se não fosse nada, como se eu não tivesse me abrido para ele.

Minha amiga riu.

- Você se abriu com ele, e para ele - pontuou.

- Não é?! - Sacudi as mãos. - Ele é impossível.

Cora soltou mais uma gargalhada baixa.

- Você gosta dele - ela afirmou, se deitando na grama.

É, ferrou de vez.

Me deitei ao seu lado, observando as nuvens no céu.

- Um golfinho - apontei para uma nuvem que se movia lentamente acima de nós.

Cora riu, percebendo o que eu fazia. Quando estávamos no ensino médio, gostávamos de nos deitar no chão e observar as nuvens, tendo concepções bem diferentes das figuras que as grandes massas esbranquiçadas formavam.

- Você não consegue ver nada além de animais marinhos? - Ela questionou. Balancei a cabeça negativamente, fazendo minha amiga rir outra vez. - Estou orgulhosa de você, Aly.

Virei o rosto para poder olhá-la nos olhos.

- A cada dia que passa, você se reconstrói mais um pouco e vai deixando aquela garota destruída para trás - ela apertou minha mão e sorriu. - Eu senti muita falta da minha amiga e fico feliz por ela estar de volta.

- Cora... - me sentei na grama e fiz minha amiga fazer o mesmo, a abraçando logo em seguida. - Obrigada.

Nos afastamos e minha amiga limpou os vestígios de lágrimas que banhavam seus olhos, se levantando de supetão e erguendo a mão para me ajudar a fazer o mesmo.

- Nada de lágrimas. - advertiu. - Temos uma festa para ir hoje.

Sorri.

Talvez eu esbarre em alguém hoje...

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