O Filho do Barão [COMPLETO]

By CupcakeeyV

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❕ LIVRO COMPLETO O FILHO DO BARÃO • DULOGIA SUBMUNDO Da Autora da Trilogia Bratva Copy... More

Sinopse
Prólogo
1
2
Reconfortante-3
Ultimato-4
Estrangeira-5-I
Estrangeira-5-II
Sentimental?-6
Fúria-7
GRUPO NO WHATSAPP
Kalahari-8
Herdeiros-9
O Amor-10
Tradições-11
Fúria 2 & TOC -12
Junto à Ele-13
Traição-14
Conflitos-15
Ameaça-16
Tatuagens e Cicatrizes-17
Entregue-18
Mudanças?-19
Kalahari Bonatero-20
Possessivo-21
A Baronesa-22
O Início-23
Perda-24
Dor da Perda-25
Verdades Ocultas-26
Minhas dores-27
Traidores-28
Tatuagens-29
Cupcake & Manteiga-30
Medo & Culpa-31
Baronesa-32
Bicolores-33
Território Inimigo-34
Desabafo-35
Amizade e Lealdade-36
Mamma mia-38
Bonnateros-39
Finale-40
Bónus: Com amor, Light Bonnatero
Agradecimentos
Novidades: Livros Novos
Faça parte do meu mundo

Kazama-37

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By CupcakeeyV

E brevemente o nosso tão obscuro Light estará despedindo-se das suas piccolas e bambinas.

Boa Leitura.

LIGHT

Se havia algo que Light não duvidava era do desejo intenso pelo poder que corria rapidamente pelas veias dos homens sentados na grande sala de reuniões pertencente a Cosa Nostra. Ele estava sentado no tão cobiçado trono, o trono digno de um rei,  revestido por cores escuras e sombrias. As grandes e sufisticadas cortinas estavam meio abertas o que permitia que a luz do sol se infiltrasse pelas janelas dando um ar menos sombrio ao local.

Não é como se mudasse grande coisa, mas logicamente fazia uma pequena diferença.

Eu estava sentado no seu lugar de direito, um pouco acima dos demais, porém não tão distante para que parecesse mais um rei e menos um Don. Os homens sentados ao seu redor, incluindo Claude Trichet, Alexander Kazama e seu pai, juntamente com Claude Trichet, o consigliere. Todos os associados estavam com seus charutos em mãos e o Dalmore 18 anos, eu particularmente detestava o cheiro de charutos cubanos.

Que todos eles tivessem seus malditos pulmões arrancados por disperdiça-los com merda burguesa como charutos caros.

A falta de Andreoni Vittorini era claramente sentida, uma vez que o seu lugar fora rapidamente substituído por Kalahari, o que não agradara a pelo menos metade dos associados. Lentamente levei o meu velho uísque a boca, o vidro frio do copo chocara com os meus lábios duros e grossos e a leve queimação que alojou-se em meu peito me fez fechar os olhos enquanto gemia em frustração e antecipação. A doença de Andreoni Vittorini era a única razão para que todos os associados se reunissem pedindo informações sobre a minha possível permante liderança.

Fodidos idiotas.

Não precisava ser um especialista em perfis ou em merda para saber o real motivo da reunião. Estavamos cercados de inimigos —obviamente era tudo ou nada e porquê não jogar com o nada? Foi meu primeiro pensamento.

As mãos de Kalahari correram por minha coxa, o toque intimo transmitia calor. Sim, calor era o que se alojara em minha barriga. No entanto aquele toque transmitia mais que o calor cru e excitante. Era uma fala táctil que transmitia calma.

—Com sua permissão Don. —Pediu Ramiro, um dos associados. O homem baixo, porém bem constituído e com traços puramente franceses folheava uma dúzia de papeis que estavam em sua frente. Logo no meio dele, a minha esquerda estava Alexandre que não tirava seus vivos olhos castanhos dos azuis de mim e de Ártemis. —É de estrema preocupação a doença que abateu o nosso Don anterior. Os Capos estão intrigados com a mudança permante da liderança e os associados estão esperando respostas positivas, assim como comandos que os permitam levar a diante os negócios da família.

Exibindo um sorriso preguiçoso, Claude levou suas costas largas até o encosto das cadeiras feitas de madeira bem polida e descansou suas mãos sobre a mesa. O gesto folgado e desrespeitoso.

—A verdade é que o patriarca do nosso grande clã, da nossa família e da nossa organização está entre a vida e a morte. —salientou Claude. —Todos estão curiosos para saber quais serão as acções exectudas pelo nosso actual e magnífico Capo dei Capi, uma vez que mesmo sendo o actual Don, você continua sendo o inimigo. Com todo o respeito.

Nada seria mais prazeroso que enfiar sua cabeça grande em seu traseiro sujo.

—Desculpe, deixe-me corrigi-lo, Trichet. Andreoni Vittorini não está doente. —expliquei pausadamente. Minhas mãos estavam encostadas nas mãos do grande trono, o que podia ser levado como um simples gesto de poder, assim como de superioridade. —Ele está morto. Ou pelo menos estará após essa palhaçada estúpida que vocês divertidamente denominaram como reunião de emergência. Tsc. Tsc.

Vários olhares viajaram de mim para meus companheiros, olhares pela sala toda e os murmurios não tardaram. Era exatamente isso que eu esperava. O medo e o olhar estupefato dos membros superiores da Cosa Nostra, era um afrodisíaco para a minha vontade louca de corta-los. Fazê-los sentir um terço daquilo que eu tive que suportar nas mãos daquele homem, que todos veneravam como um deus e admiravam como uma obra divinamente esculpida por Michelangelo.

Foda-se a máfia. Fodam-se todos eles.

Minha decisão já havia sido tomada e assim que voltasse para Palermo, eu colocaria em prática. Não haveriam mais lemas como “Viva no submundo ou morra fora dele”. De qualquer forma eu sabia o que era morrer mesmo dentro do maldito mundo sujo e muitas vezes quente.

Kalahari levou seus olhos preguicosamente até seu pequeno pulso. Mas não demorou muito lá, ela olhou-me com dúvidas. E porra eu queria qrrqncqr aquele olhar dela. Não havia espaço para medo ou dúvidas.

Todos minutos passados naquela sala eram cruciais. —Eu sinto muito se todos vocês se sentem admirados ou como posso dizer... Oh. Pegos de surpresa. A verdade é que desde o dia que eu coloquei os pés nessa grande e maravilhosa mansão... Mhmm, eu tenho dado pequenas doses do meu charope favorito ao nosso tão amado patriarca filho da puta. —Tão rápido quanto sua preocupação, Kalahari adotara um ar entediado. Essa era a minha menina.

As orbes de Trichet saltaram em confusão e espanto.

Touché.

Bom. Ele não conseguiu prever aquilo. Ártemis o havia mantido saciado o suficiente para deixar sua cabeça dentro da sua bunda. Ou talvez o pau do homem dentro dela. Perfeito.

—Ah. Dentro de dez minutos todos vocês estarão mortos e —Levantei o pulso olhando para as horas em meu relógio. —, em quize minutos e dois segundos a vida deixará o corpo de Vittorini. Não é exatamente como eu queria ou planeei a vida toda... Vermelho e doloroso, mas o importante é que ele não poderá estragar a vida de mais ninguém. Eu também tinha planos para você Kazama, mas uma vez que você tornou-se um ser tão insignificante para mim, nada mais justo que morrer como um indigente. Eu espero sinceramente que todos vocês me encontrem no inferno e Claude... Eu tenho um pequeno presente para você.

Não havia medo em seu olhar. Claude levantou-se tranquilamente. Seu olhar correu entre Ártemis e eu, e neles haviam o maldito brilho da diversão. Pois é, ele não temia a morte e fora exactamente o ensinamento que ele incutiu em mim, um par de adrenalina e algumas doses de vontade assassina.

Claude deu um passo além da grande mesa que estava cercada por mais 11 homens com olhares assustados e feições enraivecidas. Não havia como voltar a trás agora. Seus passos eram calculados e sua feição debochada deixou seu rosto no momento em que Ártemis colocou-se em sua frente. Sim o homem era alguns centímetros mais alto que Claude e igualmente mortal. O que Kalahari não sabia era que Ártemis não era seu verdadeiro nome, era um apelido que simplesmente foi dado a ele por ser tão chegado a Apollo. Ao meu lado Kalahari suspirou sentando logo em seguida, a tensão e o clima de suspense era cortante como uma navalha, as respirações irregulares e o ar que ficou malditamente pesado.

Claude Trichet era um fodido filho da puta mortífero. Dos seus 38 anos, 18 deles havia sido passados servindo a máfia, filho de uma prostituta e um capitão da Cosa Nostra. Filho bastardo que foi atirado aos cães e salvo por Vittorini e o hilariante era que o homem que estava em pé a alguns metros de mim, era o cão particular daquele que salvara sua vida.

—Você está arriscando demais aqui rapaz. —Claude trovejou em sua voz gutural, sendo ouvido por todos aqueles que estavam sentados na grande sala. Bom... Era raiva aquilo que eu via em seu olhar. Uma mudança tão rápida como a que eu já conhecia.

Touché. Era essa raiva que eu queria ver de você. Seu descontrole. Seu desejo de enfiar sua adaga em mim... —Levantei-me. Kalahari arregalou os olhos. Sim aquilo não estava nos planos e eu queria um pouco de diversão, afinal qual é a graça de ganhar sem um pouco de dificuldades pelo caminho. —Você se lembra bastardo?

—Não me chame assim, seu desgraçado filho de uma puta. —rosnou. —Você nunca me chame assim novamente.

—Chamar como? Bastardo? — Sim, às vezes era tão fácil puxá-lo para fora do seu limite que eu odiava que comigo era exactamente o mesmo. Ele havia me moldado conforme aquilo que haviam feito nele, aquilo que era ele. Sua criação, como ele amorosa e carinhosamente me chamava.

—Light. —Alertou Zander.

Sim, ele estava com medo de que minha raiva me tornasse cego. Como um dia eu fui. Vittorini era a minha carne para abate, mas Claude...  Claude era o meu gatilho.

—Eu confio em você. —murmurou Kalahari. Seus olhos vividos estavam sobre mim, assim como a atenção de todos aqueles presentes na grande sala. —Faça o que você tem para fazer, precisamos voltar para casa. Voltar para nossos filhos.

Sorri. Como não amar essa mulher? Sim, seu amor incondicional chegava a ser o motivo da minha vontade de lutar por ela e por todos aqueles que me amavam. Aquele que por muito tempo eu deixei amarem-me sem eu se quer pensar em amar de volta. Minha família.

Estalei meu pescoço, primeiro para a direita e depois para a esquerda. Quanto tempo fazia? Eu não fazia ideia, na verdade eu deixei de contar o tempo de todas as coisas que aconteceram e aconteciam depois que Giordanna se foi. Passei a mão pelos meus cabelos num gesto de ansiedade, minha respiração irregular denunciava o meu estado naquele momento. Cuidadosamente tirei o relógio do pulso entregando-o para Kalahari que estava sentada alguns degraus ao meu lado, virei-me para encontrar o olhar de Ártemis que estava agora sentado e claramente relaxando na cadeira que pertencia ao consigliere e o maldito consigliere libertava adagas pelo olhar. A raiva estava estampada nele assim como o maldito medo. Sim, logo, logo seria a vez de Kazama.

Sim. Bem vindos ao mundo em que apenas os fortes e os espertos sobrevivem. Conheçam a maldita lei da selva existente nas máfias.

Puxei minha camisa tirando-a e exibindo minhas mais variadas tatuagens.

—Puta que pariu. —Praguejou um dos associados. —Bratva? Você foi capitão da Bratva?

—Ele gosta de pensar que ainda é. —respondeu-o Zander num tom brincalhão.

—Eu estou pronto quando você estiver. —elevei meu olhar até Kalahari que segurava os meus pertences. A maldita sorria enquanto seu olhar percoria meu dorso nu. Subi um degrau, acariciei suas bochechas levemente, meus olhos nos seus e num gesto possessivo agarrei-a pela nuca levando minha boca até a sua num beijo voraz. Avidamente ela abriu caminho para a minha língua, explorando a minha com destreza e gula. Mordi seu lábio inferior e senti meu pênis pulsar pelo gemido que saiu de sua garganta.

Puta merda. Eu estava duro como um mastro de aço e estava prestes a entrar numa luta de dar dor na bunda, mas tudo que eu conseguia pensar era na maldita baixinha doce engolindo meu pênis como a bela esposa atenciosa que era.

—Bom... Se eu perder estarei mais do que feliz se você cuidar de mim depois. Vou certificar-me de deixá-lo me atingir algumas vezes. —pisquei.

—Seu bastardo. Preciso de você inteiro para o que eu tenho em mente para mais tarde.

Arrastei-me silenciosamente para longe de Kalahari, cada vez mais perto de Claude Trichet, que portava uma carranca acompanhada por um olhar de um Leão ferido. Estava ciente de que a luta seria crua ao ponto de um de nós sair daqui arrastado em sua própria bunda e isso deixava-me ainda mais empolgado. A adrenalina fazia coisas inimagináveis. Eu gostava disso. Zander andou alguns passos até Kalahari e rapidamente trocaram um olhar de cúmplicidade.

Estava tudo sob controle. Era a minha vez agora.

Quando Trichet moveu sua mão até o último botão da sua camisa negra e por sinal muito cara para fora do seu corpo, o silêncio total instalou-se pela sala. Eu podia sentir em cada parte do meu corpo, cada fibra minha alerta. Os olhares firmes em minhas costas e os que roubavam olhares sob os cílios. Cada passo até o espaço livre forrado pelo longo tapete vermelho que descia pelos três lances de escada abaixo do trono e perdia-se por entre a grande mesa redonda feita de madeira escura bem polida, era um estalar lento de cada dedo das minhas mãos. Passei a língua pelos meus lábios movendo-me cada vez mais ao longo do espaço, e quando meus olhos finalmente alcançaram os pesados olhos daquele que fizeram da minha vida um saco de pancadas, o peso da dor atingiu-me como um maldito trem sem travões a alta velocidade.

Claude estalou seu dedo indicador antes de apontá-lo para mim. —Você vai sair daqui num maldito saco preto. —o poder as suas palavras teriam feito algum efeito a alguns anos atrás. Quando eu não sabia quem eu realmente era. Quando o medo era o substituto da minha força de vontade e do amor que sempre suprimi o mais distante que pude dentro de mim.

—Mhmmm... Eu aposto a sua vida miserável que um bastardo como você não conseguiria esse grande feito. —Estavamos frente a frente um do outro. Claude cerrou os punhos e levou-os ate ao peito.

—Cale sua maldita boca. —bateu seu peito. O vermelho se fazia ver em meros segundos de tempo. —Eu não sou um bastardo.

Apertei minha mandíbula, levei minha cabeça para o lado arrastando a língua pelos meus lábios. Preguiçosa mente lancei o olhar mais repleto de descrença que eu conseguia o que o irritou, uma vez que ele afundou seu pé direito ainda mais firme sobre o chão. Pronto para atacar.

—Eu sei de tudo Trichet. Seu querido papà nunca foi estéril não é? —Sorri. Vottorini lançou seu punho rapidamente, fazendo-me desviar dele rapidamente. —Oh... Vejo que o atingi. Eu sempre perguntei-me porquê raios o meu pai, deixou-os matarem-me por dentro, mas sabe de algo...

Mais uma vez Claude lançou seus dois punhos numa velocidade impressionante atingido primeiro a minha mandibula e meu olho esquerdo. Fodido soco destro potente.

Cuspi o sangue ao redor dos seus pés sorrindo largamente. Andávamos em círculos, sendo cautelosos ao mesmo tempo que não éramos.

—O meu papà teve a suas razões, eu sei que sim. Mas e Vittorini? Ele negou-se a torná-lo seu único herdeiro porque você é o filho de uma prostituta viciada e para completar ele levou outro para ocupar seu lugar. Um maldito inimigo. —Gritei, limpando o sangue que escorria pelo meu lábio inferior e que agora descobri estar levemente cortado. O porra arruinou a minha festa de beijos. —Eu entendo o seu ódio por mim, sua vontade por sangue. Ele decidiu tornar-lhe um assassino bem treinado e nada mais que isso. Wow! Isso doeiria até para o diabo. Sem almoços de domingo ou histórias antes de dormir. Eu sei como é isso, mas a única diferença é que eu nunca fui substituível.

Sim, ele era o filho bastardo de Andreoni Vittorini.

Num movimento rápido e bem calculado, Claude lançou-se para cima de mim, seus punhos arrastaram-se mais uma vez para minha mandibula, eu não estava assustado ou dolorido. A adrenalina havia substituído todas as emoções semelhantes a dor ou medo. O golpe atingiu-me fortemente projetando minha cabeça para o lado, talvez nesse breve minuto as estrelas tivessem bem no meu campo de visão, porque a tontura fez-me cambalear alguns passos para trás. Eu gostava de senti-lo me atingindo com tudo que tinha. Ele estava claramente fora de si. Isso era uma fodida vantagem. Com as costas da mão limpei o sangue que estava no canto esquerdo da minha boca, o gosto metálico fez-me sorrir, fazia algum tempo desde a minha última disputa de braços. Sacudi a cabeça, o sorriso estampado no rosto de Ártemis era o mais genuíno que eu vi nele em semanas, o maldito homem era como um voyeur do mundo das lutas. Levei meus punhos até sua face acertando primeiro seu olho e depois seu nariz tão rápido quanto ele havia me instruído um dia. Desferindo vários golpes em na sua panturrilha e abdômen acabei derrubando-o. Claude grunhiu de dor, seu grande corpo imobilizado o impedia de reagir fisicamente, o golpe de submissão o fez urrar ao mesmo tempo que tentava soltar-se do aperto doloroso que lhe era aplicado.

E finalmente...

No entanto tão rapidamente quanto fora o meu golpe — foi o seu.

—Morra! —Trovejou.

O brilho metálico atingiu os meus olhos como um raio. Claude puxou-me para baixo do seu grande corpo, seus dedos envolveram meu pescoço enquanto seus joelhos impediam minhas mãos de moverem-se. Arrastei meu olhar até ao seu e o sorriso sádico que emoldurava seus lábios, fezendo meu sangue esfriar. O frio era a minha coisa favorita da natureza.

O grito de Kalahari soou. Uma ordem. Mas tudo em que eu podia concentrar-me era no canivete malditamente afiado que o homem em cima de mim segurava com fúria e sede de sangue. Estiquei meus dedos das mãos para poder torcê-los um por um. Havia chegado a hora de parar com as malditas brincadeiras, a hora de colocar um final na minha história de ódio e ódio com o maldito filho da puta que sorria presunçoso para mim. Seu maldito olhar de vitória comia a merda dentro de mim.

Impulsionei meu corpo para frente, pegando-o de surpresa e deixando-o atordoado por alguns segundos, abrindo assim a brecha para anular seu golpe tão rapidamente quanto eu podia. Ainda com o corpo impulsionado, levantei os dois pés envolvendo-os como uma serpente por seu pescoço. Com isso seu grande corpo estava esparramado no chão, nossas respirações irregulares e o pulso tão frenético quanto de uma erupção.

Em lutas como estás, a interferência seria sempre nula. E a vitória seria claramente aceita desde que seu oponente estivesse incosciente ou morto.

Matar Vottorini era o meu objectivo. Claude não.

Torci sua mão fazendo-o gritar e largar o canivete. O som metálico do canivete atingindo o chão era o primeiro passo para a derrota de Claude. O segundo seria o acto de misericórdia. Exactamente isso. Misericórdia.

Meus dedos moveram-se até o canivete gelado. Peguei-o e arrastei a lamina tão malditamente afiada pela pele exposta das suas costas. Um dia ele me havia marcado e puta que o pariu, a lei do retorno era semelhante a fodida mulher que o pariu. Uma vadia sem coração. Essa seria a minha doce vingança.

O sangue quente escorria pelas largar costas de Claude e soltava uma série de maldições, recheadas por um bocado de ameaças. Estava feilto. As iniciais do meu nome e sobrenome frescas e dolorosas em suas costas, num tamanho tão grande capaz de fazer o rio Amazônia parecer um aquário de peixes. Ou talvez eu tenha exagerado um bocadinho, no entanto eu tinha a certeza que não seria necessário um par de binóculos para enxergar a minha marca em sua pele mesmo estando à quilômetros.

—E finalmente o aluno supera o seu mestre —Comentou Zander, suas mãos estavam uma na outra. —Round dois.

Kalahari tirou de uma grande bolsa quatro máscaras de gás lançando-as para cada um de nós.

Todos os soldados que eu havia comprado, que até algums segundos perteciam a Cosa Nostra fizeram o mesmo, cercando todos os homens setandos. Levantei-me e com agilidade e segurei a máscara encaixando-a no meu rosto para impedir que o gás entrasse em meus pulmões. Os homens na sala levantaram um seguido pelo outro correndo para alcançar a porta de entrada que eu tinha certeza que estava bem fechada. Arrastei o meu tão amado mestre até a entrada da sala forte do grande local assim que Kalahari abriu sua maleta preta, liberando o famoso gás Mostarda ou como Kalahari gosta de chamar, Iperita, usado por nada mais e nada menos que o ditador italiano Benito Mussolini nas duas Guerras Mundiais e na guerra da Etiópia, em 1936. Era o gás que aniquilaria de uma vez as escórias que se auto intitulavam mafiosos.

Todos sem uma porção de lealdade e honra em suas veias.

—Light. —gritou Alexander. Seus passos eram rápidos e respiração frenética. Kalahari, Zander e Ártemis estavam em pé atrás das cadeiras oponentes que um dia eu diria que foram minha das escória que era Vittorini. Aquela destinada ao Don.

Levantei o corpo de Claude desfalecido, seu rosto estava ensanguentado e seus cabelos cobriam uma parte dele. Sem cuidado algum joguei-o até Ártemis, que fitava Kazama com seu olhar mortal, o que fazia até os pêlos da minha nuca arrepiarem.

A sala estava em um completo caos. As portas principais haviam sido trancadas do lado externo, o que não permitia que nenhum fodido traidor saísse e haviam soldados do lado exnterno que os impediam de sair, estavam amontuados como um bando de inúteis burros que eram. A melhor jogada fora usar o dinheiro da Cosa Nostra para comprar os soldados da Cosa Nostra para o golpe que aniquilaria todos os membros da Cosa Nostra.

Estava mais do que na hora de tornar as coisas novas. E de pensar que Vittorini não podia fazer nada em relação a isso. Seu corpo estava tão fraco no andar superior, o homem nem se quer poderia imaginar o caos bem de baixo dos seus pés.

Alexander Kazama arrastou-se até alguns metros perto de mim, sendo impedido por mais soldados que cercavam a entrada da caixa forte da sala que conscidentemente tinha uma saída até o terraço da casa que seria por onde fugiriamos, mas não antes sem completar a minha última missão.

—Light. — Alexander chamou. Arrastei meus olhos até os do homem que pela segunda vez gritou o meu nome. Alexandre parecia mais que assustado. Ele estava com medo. —Você não pode fazer isso, não comigo. Eu sou aquele que esteve com você quando você estava entre a vida e a morte, eu sou aquele que várias vezes levou comida para você e...

—E você enfiou toda a sua leadede de irmão no próprio traseiro quando colocou suas mãos na minha irmã Kazama. Você a destruiu e isso não apenas a matou, isso também matou tudo aquilo que um dia eu senti por você. Você era meu irmão e por causa de uma porcaria de capricho você machucou alguém que era deveras importante para mim. Você é o responsável pela morte de Giordanna e por isso… Eu nunca o perdoarei.

—Light... —virei, encontrando os olhos preocupados de Kalahari. Sim, eu não o conseguiria matar, mas isso não significava que o salvaria da morte certa. —Light, eu senti sua falta, falta do meu irmão e eu so queria que você não tivesse me abandonando, me deixasse para trás. Porquê você não me levou com você?

Ainda de costas virei minha cabeça. —Por que você tinha uma família, uma que o amava mais que o mundo, e eu só queria que você continuasse tendo aquilo que eu passei anos sem.

Virei-me outra vez, caminhei para longe da voz trêmula de Alexandre e assenti com a cabeça para Kalahari. Minha mulher olhou-me com preocupação e tão silenciosamente moveu sua boca pronunciando um “Eu te amo”, sorri. Todos os soldados tinham suas máscaras colocadas e a porta do forte abriu-se. Os gritos de Alexandre impediam-me de continuar firme — ele chamava por mim, meu nome saia pela sua boca. Eu não o podia perdoar, eu não deveria. Eu o amava, mas eu amava ainda mais aquela que deu-me a menina mais linda que eu conheci.

Minha leaddade estava fodida.

Giordanna estava morta, suicídio e Deus sabe o quão duro é. Não entram nos céu aqueles que tiraram suas próprias vidas, e de pensar que tudo fora causado pela dor que Kazama a havia infligido. Não havia perdão.

Todos os soldados sabiam que tinham de sair da sala alguns segundos depois do gás ser liberado. Era simples assim, e a limpeza seria feita depois que todos os homens estivessem no inferno.

—Light. —e os gritos continuavam. Fodida merda. —Não vá. Não me deixe de novo.

Sob a máscara olhei para aqueles que esperavam por mim, eu sabia que a vontade de Zander era de ir até Alexandre e matá-lo com sas próprias mãos, para que assim me libertasse do meu próprio sofrimento e dúvidas.

Dei um passo além da porta feita de concreto bem projectado e parei antes de pensar que séria a última vez que ouviria sua voz. Última vez que eu me pegaria com a dúvida de o matar ou o deixar vivo, a dúvida que me cercava desde que ele havia destruído parte da minha familia. Com um suspiro pesado decidi deixá-lo para trás, cada um tinha aquilo que merecia e estava destinado a collher aquilo que plantava, sejam as merdas ou as boas plantações.

Uma singela lágrima escorreu pelos meus olhos quando a porta atrás de mim e os gritos de pavor, dor e horror encheram a sala atras de mim.

Era o final de um novo recomeço.



SINCERAMENTE EU SENTI-ME BEM ABALADA QUANDO ESCREVIA ESSE CAPÍTULO, VER KAZAMA TÃO FRÁGIL E COM MEDO DEIXOU-ME MUITO PARA BAIXO MESMO ELE NÃO MERECENDO.

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