Z A Y N » M A L I K
"Não, isso não vai acontecer" Respirei fundo tentando acalmar-me.
"É a única solução" Dr. Peter respondeu.
"Não, não pode ser" O meu corpo andava de um lado para o outro na pequena sala.
"Você quer ou não quer ver a sua mulher bem?" Que pergunta de merda foi esta? Posso não amá-la, mas tenho a obrigação de a tratar bem.
"Claro que quero" Suspirei parando à sua frente.
"Então vai ter que fazer isso"
"ELA NÃO SE PODE APAIXONAR POR MIM" Gritei andando rapidamente para a secretária à minha frente dando-lhe um murro.
"Oiça..." Ele ia para falar, mas foi interrompido por um batuque na porta.
A pequena figura de Afrodite apareceu ainda a tentar fechar todos os botões da camisa. Tinha o cabelo num coque, com algumas mexas a fugir. Dirigiu-se até mim dando-me um leve sorriso ao qual eu retribuí. Apertei os últimos botões da sua camisa, que por acaso lhe ficava bastante bem. Tirei o meu casaco e vesti-lhe.
"Estou cansada" A sua voz realmente mostrava isso.
"Já vamos para casa"
Assentiu e abraçou-me, uma ação que realmente não estava à espera, portanto simplesmente apoiei os meus braços nos seus ombros. Olhei para o meu médico que me deu um papel com alguns remédios que deveria dar à rapariga de cabelos pretos. Peguei-a ao colo e levei-a até ao carro.
"Está tudo bem?" Afrodite perguntou assim que entrámos no nosso quarto.
"Porque não haveria de estar?" Tirei a minha camisola.
"Zayn..." Chamou-me baixinho.
"Olha eu só queria que me tivesses avisado que tens estes ataques, ok ? Eu não sabia o que fazer... Eu... eu..." Sabia que algumas lágrimas viriam, portanto sentei-me na cama com a cabeça apoiada nas mãos.
"Ei, então" Afastou um pouco as minhas pernas, ficando no meio delas. "Não se vai voltar a repetir"
"Tu deixas-me frágil " Murmurei encostado à sua barriga.
"Lamento" Falou no mesmo tom que eu.
"Tens medo de mim?"
"Ah..." Largo-me e passou as mãos no cabelo.
"Tudo bem" Percebi tudo pela sua resposta.
"Não, olha eu só..."
"Está tudo bem" Respondi um pouco frio e saí do quarto.
Quando Bonnie disse que Afrodite poderia ter medo de mim, achei que ela fosse louca, porém quando o Dr. Peter o confirmou senti-me a pior pessoa do mundo. Eu não queria, nem quero que a minha esposa tenha ataques de pânico por causa de mim. Mas se há algo que eu não percebo é porque se tem medo de mim, porque é que me deixou que eu lhe dê-se um orgasmo ou melhor, o seu primeiro. Não que eu também lhe tivesse dado muita escolha.
Quando entrou por aquela porta e disse que já sabia de tudo, a minha respiração parou e não seria exageros se afirma-se que o meu mundo desabou. É verdade, sim, que depois de ter dado um bom momento a Afrodite que fui ter com Samantha, mas só porque estava demasiado horny e se ficasse ali ainda era capaz de fodê-la e visto que era a sua primeira vez não achei bem. Achei que deveria fazer amor e ter um bom e suave momento, por muito estranho que isto saía da minha boca.
Quando estive com Samantha foi completamente diferente das outras vezes, senti-me mal por o estar a fazer e nem se quer consegui ter um bom momento. Caralho, a miúda anda-me a dar a volta toda à cabeça... de baixo.
Senti uma dor forte no meu pé direito o que me fez gritar e em segundos Afrodite estar ao meu lado. Como é que eu me esqueci de limpar os cacos de vidro? Obrigou-me a sentar no sofá e pegou-me no pé fazendo ... ah, sei lá o que os médicos fazem nestas situações, só sei que a dor foi diminuindo.
"Como tens tanto jeito para isso?" A minha curiosidade falou mais alto.
"O meu irmão era médico" Balançou os ombros.
"Oh" Foi a única coisa que consegui dizer.
Acabou de me tratar e arrumou as coisas que tivera usado dentro da caixa, as suas mãos pousadas na mesa e com um pouco do seu rabo empinado para mim. Aos seus olhos algo natural, aos meus uma perdição.
"Zayn" Ela gritou quando a puxei para se sentar em cima de mim.
"Não te podes meter assim e esperares que fiquemos quietos"
"Fiquemos?" Fez uma cara adorável e ao mesmo tempo confusa. Olhei para baixo e ela começou-se a rir. "'Tá, então vocês são terríveis"
"Fala a pessoa que se mete de quatro" Ri-me com ela. A sua risada era tão contagiosa.
"Ei, eu não estava de quatro" Bateu no meu braço fazendo com que eu ri-se mais.
"Hmhm" Dei-lhe vários beijos, desde a sua boca até ao seu pescoço.
"Não tens fome?" Perguntou afastando-me.
"Tenho sim, obrigada por perguntares" Virei-nos ficando em cima dela deitados no sofá.
"Não" Riu-se.
"Vais ter outro ataque?" Levantei-me rapidamente.
"Não, óbvio que não. Vem cá" Puxou-me para mais perto dela e beijou-me.
"Espera, espera"
"Agora não digas que fui eu que interrompi" Bufou sentando-se.
"Eu sei, desculpa" Comecei uma nova trilha de beijos no sua cara e no seu pescoço. "É só que dói-me o pé"
"Tudo bem, aceito essa desculpa" Riu-se ainda mais e levantou-se.
"Onde vais?" Puxei-a de volta. "Não quer dizer que não possa tratar de ti"
"E porque haverias de querer?" A sua cara fez-me sorrir.
"Tens um bom gosto" Sussurrei no seu ouvido fazendo arrepiar-se em segundos.
"Bem, então..." Falou atrapalhada levantando-se. "Vamos almoçar?"
"Vamos" Dei-lhe o meu melhor e sincero sorriso.
[ A F R O D I T E ]
A nossa tarde foi completamente relaxante. Jogámos alguns jogos, pintámos algumas paredes - mandámos tinta para a parede ficando com um efeito agradável - fez-me um desenho adorável no seu quarto e por fim, um bolo de chocolate delicioso. Quem diria que o moço sabia cozinhar?
Ao final da tarde, quando estava pronta para vestir o pijama, Zayn chamou-me.
"Queres ir jantar com a minha mãe?" Perguntou, provavelmente, fazendo uma chamada.
"Mãe?" Pensava que a mãe dele tinha morrido visto que não a vi no casamento.
"Sim, à algum tempo que não estou com ela, importas-te?" Coçou a cabeça dando a entender que estava envergonhado.
"Claro que não" Dei um sorriso e depois olhei para a minha roupa, meu deus. "Vou-me vestir" Murmurei quando vi que tinha começado a falar ao telemóvel.
Fiquei na sua frente e dei-lhe um suave beijo nos lábios, quando estava prestes a subir as escadas, agarrou-me no braço e fez sinal para eu esperar e lá lhe fiz a vontade. Assim que se ouviu silêncio do outro lado da linha, beijou-me fortemente. Segurei nos seus cabelos e puxei-o para mais perto de mim. Mordi o seu lábio e chupei-o um pouco como ele me fez na primeira vez que me deu prazer, a única coisa que ouvi dele foi um gemido baixo.
"Sr. Malik?" Uma voz grossa ouviu-se do telemóvel de Zayn.
Foda-se, eu não acredito que ele ainda estava a falar ao telemóvel. De certo, que o homem do outro lado ouviu o nosso momento.
Larguei-o rapidamente subindo as escadas.
"Não vamos de carro?" Perguntei quando não o vi a ir em direção ao carro.
"Não" Balançou a cabeça e segurou a minha mão.
Um arrepio subiu pelo meu corpo, mas ignorei-o. Por muito que amasse arrepios, os que vinham de Zayn eu preferia ignorar por completo. Ainda bem que tinha sabrinas calçadas e não saltos altos.
"Mas isto é a casa de acolhimento onde a Bennett vive"
"Eu sei" Afirmou assim que entramos no grande jardim.
"Espera" Parei-o puxando o seu corpo contra o meu. "Como se chama a tua mãe?"
"Trisha" Falou calmamente.
Trisha... Trisha... Espera um pouco, só havia uma Trisha nesta casa e eu já tinha falado com ela.
"Oh, merda " Falei baixo, mas alto o suficiente para Zayn ouvir.