Dois homens, um coração (Roma...

Por Strange-Boy

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(COMPLETO E REVISADO) A vida não está lá aquelas coisas para Arthur Cavill. Com 24 anos de idade, ele acaba d... Más

Prólogo
1 - O pior dia do ano?
2 - Sozinho
3 - Arthur volta a trabalhar
4 - Não ouse
5 - Basta
6 - Um recomeço na vida
7 - Presos
8 - A Salvo?
9 - Tarde Demais
10 - O Impossível
11 - Sou uma boa pessoa quando você está perto
12 - Coisas inesperadas
13 - Boas ações
14 - Feliz ano novo?
Epílogo
Outras obras

15 - Nova vida, novas fases

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Por Strange-Boy

Após todo o espetáculo de ano novo, Chris segurou a minha mão e sorriu pra mim, me guiando para dentro da sua casa e pedindo até licença ao Sebastião. Fomos caminhando desta forma até o seu quarto, onde ele me abraçou cuidadosa e carinhosamente, me beijando e envolvendo em seus braços. Logo depois, fechou a porta. Ele foi me guiando, em meio aos beijos, até a sua cama enorme de casal e então caímos ali. 

Os amassos começaram a ficar mais quentes, mais intensos e mais rápidos, como se o desejo fosse aumentando a cada medida e segundo que passava. Já era ano novo, mas os fogos continuavam do lado de fora, clareando todo o quarto de Christopher por conta da janela enorme. Clareava de rosa, azul, verde, amarelo, laranja, vermelho, roxo, de todas as cores que você possa imaginar. Era como se fosse um momento mágico. E que jeito incrível de iniciar o ano...

Foi então que me dei conta do delírio que estava enquanto ele foi beijar o meu pescoço. Ao mesmo tempo que fazia isso, começou a levantar a minha blusa e acariciar as pontas de seus dedos pela minha cintura, barriga, e depois o peito. Lentamente, me ajudou a tirar a primeira peça de roupa. Voltou a me beijar para depois descer os beijos até minha calça. Olhou pra mim e soltou um sorriso.

— É a minha primeira vez com um homem, não se esqueça. 

Sorri de volta e ele prosseguiu, desabotoando minha calça, abaixando minha cueca e então... inclinei minha cabeça pra trás. Após muitos minutos de intenso prazer, Chris subiu para voltar a me beijar e então eu o virei na cama, ficando por cima dele. Ele insistiu em ainda ser dominante, mas era minha vez, então eu ri e pressionei seus braços contra a cama, o que provocou uma cara de bravo nele. 

Repeti o processo que ele tinha feito em mim. Desabotoei sua blusa, beijei todo o seu tórax, o que incrivelmente já fazia ele se contorcer e inclinar a cabeça pra trás. Podia sentir cada pelo do corpo dele se arrepiando a cada toque com os meus lábios. Finalmente, soltei seus braços e tirei sua calça, sapatos, e por fim a cueca. 

Chris estava gostando, e muito, por sinal. Isso só me fez gostar mais e mais, sentir mais prazer ainda por estar proporcionando tudo isso a ele. Foram vários minutos... De repente, o lado dominante que sempre parecia falar mais alto nele me puxou para cima e me virou de costas. Ele me abraçava forte pelo meu abdômen enquanto eu sentia todo o seu corpo, aos poucos, encostando no meu. Chris me deu alguns selinhos na nuca e depois introduziu seu membro lentamente em mim. 

Daí pra frente, o ritmo foi aumentando gradualmente e eu não me lembro de ter vivenciado uma noite de prazer tão incrível como essa, até agora.

Não lembro como e quando, mas adormeci. Acordei no outro dia, ainda nu e muito cansado e sonolento, na mesma cama enorme, bagunçada. Mas estava sozinho. Então, me sentei lentamente.

— Christopher?

Nenhuma resposta. Esperei cerca de uns dois minutos e quando decidi me levantar, a porta se abriu com ele, de roupão, entrando no quarto com uma bandeja. 

— Bom dia! — Me falou, sorrindo.

Aquele sorriso era lindo demais.

— Bom dia, amor. — respondi com outro sorriso.

— Isso aqui é pra nós dois. — disse, chegando perto com a bandeja e colocando sobre a cama. 

Sentou do meu lado e me deu um selinho.

A bandeja tinha frutas: uvas, banana e uma laranja. Todas descascadas. Perto delas, tinham vários cubos de queijos diferentes, manteiga e então quatro pães franceses, dois croissants quentinhos que cheiravam muito bem, iogurtes, café e leite.

Meu Deus. Era muita coisa. Nem sei como isso tudo coube em uma bandeja. 

— Olha... você quem fez? — Perguntei, esperando uma resposta negativa, já que Christopher não se lidava muito bem com a cozinha.

— Sim, mas Martha e Sebastião me ajudaram muito, principalmente com várias dicas. 

— Então o senhor está criando uma feição pela cozinha? — sorri, o provocando.

— Digamos que sim. Comecei a me interessar desde que você cozinhou pra gente lá no prédio. — deu uma risada sutil e comeu uma uva.

— Obrigado, Chris. É muito bem preparado, gostei tanto e provavelmente nem vou conseguir comer tudo isso. — eu ri. 

— Se sobrar algo, pode deixar que eu como, não se preocupe com isso. Eu faço esse sacrifício. 

Rimos e continuamos a comer, o tempo foi passando e então, de repente, estava ali deitado com a cabeça no peito dele. 

— Eu te amo demais, Arthur. — ele soltou, do nada.

— Eu também te amo, pra caramba. — sorri ao olhar pra cima. 

Chris sorriu de lado e abaixou a cabeça pra me dar mais um selinho. 

— Preciso tomar um banho. — eu disse. 

— Tudo bem. — ele se levantou e foi me mostrar o banheiro, me entregando toalhas e a roupa.

Entrei na banheira e me dei o luxo de aproveitar esse momento pra relaxar. Fiquei lembrando dos últimos momentos que vivenciei, o quanto estava me sentindo feliz, o quanto eu esperava que o meu livro pudesse fazer algum sucesso naquela editora... Sonhos realizados. Nesse embalo de pensamentos, eu nem tinha me dado conta. Olhei meu celular e vi que passei uns cinquenta minutos na banheira! Me levantei depressa, me enxugando e vestindo minha roupa logo depois. Enquanto caminhava para o hall principal, ouvi Christopher conversando e parei de andar, me escondendo atrás de uma parede. Consegui observar que ele e todos os seus funcionários estavam ali, reunidos. Mas fiquei surpreso mesmo ao reparar que também estavam ali os funcionários da ViennaLife! Até Sun e Andrea...

— Eu chamei todos vocês aqui pra essa reunião porque precisava muito ter essa conversa com cada um de vocês. Embora seja dia primeiro e esteja na hora do almoço, achei que fosse de urgência, mas não é nenhum trabalho para nenhum de vocês fazer. — ele começou. — Como passaram de ano novo?

Todos eles iam respondendo.

— Bem, obrigado.

— Muito bem. 

— Foi tudo ótimo.

— Foi bem, e pro senhor?

Christopher sorriu e abaixou a cabeça, meio sem jeito. 

— Digamos que eu tive o melhor ano novo da minha vida e estou sentindo que minha vida vai começar a melhorar. Bom, na verdade, já estava começando a melhorar há alguns dias. 

Deixei um sorriso escapar. 

Sebastião riu. 

— O que eu quero dizer é algo que na verdade já transita nos assuntos entre vocês, provavelmente, mas eu quero deixar claro e sinto que preciso fazer esse discurso.

Sebastião suspirou.

— Vai em frente, garoto. — ele murmurou. 

— Desde criança eu tive sempre tudo aquilo que qualquer um poderia querer, não é mesmo? Um quarto só pra mim, comida da boa e da melhor, roupas caras, luxo, passeios de limousine, presentes e brinquedos caros... Só que não. Nada disso na verdade nunca importou pra mim. Eu vivia sozinho, isolado. Não tinha amigos, me achavam metido na escola, nos lugares... — Chris ergueu as sobrancelhas. — Talvez fosse verdade. Foi o modo de como fui criado. Não tive muita educação dos meus pais, afinal... eles quase nunca estavam presentes. 

Várias pessoas abaixaram a cabeça e eu não pude evitar de conter uma expressão triste. 

— E então aconteceu um acidente durante mais uma noite pós bebedeira. Só que nenhum dos dois resistiu. Por mais que eles não fossem próximos de mim, eu os amava e chorei tanto pela perda... e então quem me acolheu foi o Sebastião. Ele é como um pai pra mim. — olhou pra ele e os dois trocaram sorrisos. 

Onde Christopher queria chegar?

— Mas não só ele. Cada um de vocês aqui que me ajudaram, e ajudam, nessa casa enorme cheia de coisas para fazer. E vocês também. — se dirigiu para as pessoas que trabalhavam no ViennaLife. — Todos vocês, sempre trabalhando duro para se sustentarem, para levar comida pra casa e uma vida boa... E eu... 

Um silêncio repentino predominou. 

— E eu nunca tratei vocês como mereciam. Eu nunca demonstrei nenhuma gratidão por nada disso. — Christopher suspirou bem fundo. — De repente, chegou um menino novo e muito inteligente na empresa.

Acho que na hora minhas bochechas coraram, mas por sorte ninguém estava ali pra ver. 

ViennaLife estava correndo um grande risco de falência por não conseguir suprir as necessidades de seus clientes, e então ele ajudou com que isso não acontecesse. A cidade é pequena, então achar alguém que falasse a quantidade de idiomas que ele falava era praticamente impossível. Foi difícil achá-lo, e então percebi que não poderia perdê-lo. A empresa precisava do Arthur. O que eu não percebia é que eu comecei a precisar dele também. 

Uma série de "aaaah" e "ooooh" se ecoaram, o que me fez rir, bem baixo, para não me pegarem escondido ali perto. 

— Ele era incrível. Eu nunca tinha conhecido uma pessoa que me chamasse tanto a atenção desse jeito. Além de bonito, ele era inteligente, determinado, bondoso, de um enorme coração e não tinha medo de nada. Nem mesmo de mim. 

Christopher riu e é claro que as pessoas também. 

— Eu me senti estranho por estar apaixonado por um garoto. Era do mesmo sexo que eu. Era tão estranho no começo, mas então eu fui percebendo que nada disso importava. O amor é isso. Não há rótulos. E hoje, agora, eu me sinto orgulhoso de quem sou, sinto que me aceito do jeito que sou e não temo a nada mais. — falou numa postura de bravura. 

Senti borboletas na minha barriga. Estava muito feliz por ele!

— Aos poucos, Arthur foi conseguindo quebrar toda essa barreira que eu tinha construído em volta de mim. Uma armadura para combater qualquer tipo de sentimento ou emoção boa que existe no mundo, porque eu simplesmente acreditei que assim eu estaria melhor, seguro, à salvo da dor e do sofrimento. O que eu aprendi, aos poucos, é que na verdade se você sente a dor é um bom sinal, de que está fora da bolha. É um bom sinal de que você sente, que é humano, e isso faz parte da vida. Apesar de tudo isso, o amor sempre prevalece. 

Quando me dei conta, senti lágrimas escorrendo no meu rosto. Fiquei emocionado! Christopher, valeu a pena acreditar em você...

— Me perdoem. Cada um de vocês. Por todo e qualquer tratamento horrível que eu tenha feito. Eu juro que estou sendo uma pessoa melhor a cada dia que passa, embora nunca possa ser perfeito. Vocês... Todos vocês. São a minha família. — ele sorriu e sem conseguir evitar, estava com os olhos vermelhos e chorando também. 

As pessoas ficaram comovidas e foram direto ao seu encontro, e ele foi abraçando uma por uma. Fiquei ali de longe, ainda, continuando a observar tudo, mas chorando muito também. Não podia segurar! 

Após abraçar e falar com cada pessoa, ele pediu licença e foi andando. 

— Ah! — parou de andar por um segundo. — Os boatos são verdade mesmo, eu estou namorando Arthur Cavill. — ele sorriu e continuou a andar. 

Eu ri e as pessoas começaram a aplaudir, assobiar e a comemorar. De repente, me assustei ao perceber que Christopher estava andando em minha direção. 

Voltei depressa e subi as escadas de volta para o quarto dele, onde fiquei sentado na cama. Não demorou muito até ele abrir a porta com um sorriso. 

— Que demora é essa? — Me perguntou.

— Desculpa. Passei muito tempo no banho. É que a banheira é muito relaxante. — dei de ombros. 

— Não tem problema. — ele se aproximou de mim, sentou do meu lado e pôs a mão no meu rosto. Nos beijamos. — Escuta... Eu chamei as pessoas do prédio e daqui de casa para uma reunião, contei pra elas sobre nós dois, tornando oficial e também pedi perdão pela pessoa que eu era. 

— Então... — comecei meio sem jeito. — Depois que saí do banho, eu escutei vocês conversando e fiquei escondido atrás da parede. — eu ri. — Me desculpa. Escutei tudo e depois voltei pra cá. 

— Arthur! 

— Desculpa.

— Você podia ter se juntado a nós e não ter ficado escondido... Seria bem melhor.

— Desculpa, Chris. Estava muito envergonhado. 

— Ah. — Chris suspirou e sorriu pra mim. — Está tudo bem. 

Nos abraçamos.

— Christopher, estou muito orgulhoso de você. 

Ele segurou meu rosto com suas duas mãos. — Fico muito feliz por isso. Obrigado por tudo, Arthur. Eu te amo.

— Eu te amo. — respondi e o beijei, sem resistir. 

Os convidados já haviam ido embora. Depois de um tempo, almoçamos, passamos a tarde inteira juntos e de noite, Christopher me levou para casa. 

Me despedi dos funcionários da casa, agradecendo por tudo mais uma vez. 

E ao chegar em casa, me despedi do meu namorado. 

No dia seguinte, liguei para Selina pra contar tudo o que aconteceu nos últimos dias e ela ficou muito feliz por mim. Matheus, meu amigo de infância com quem não falava há dias, fez o mesmo. Ele estava namorando também, com uma menina muito única e diferente das outras, segundo ele. Espero que sim. Quero muito ver as pessoas felizes, principalmente meus amigos.

A partir daí, as coisas foram só melhorando. O ano tinha começado incrivelmente bem e eu esperava muito que continuasse assim. Eu estava amando meu trabalho, agora que Christopher estava sendo uma ótima pessoa, era tranquilo trabalhar lá, sem pressão, estresse, nada disso. 

No dia 5 de janeiro, eu fazia aniversário.

De manhã, recebi uma ligação do meu pai.

— Oi, pai.

— Parabéns, meu filho... Te desejo muita felicidade, saúde, tudo o que há de bom, porque você merece. — ele tossiu.

— Ah, obrigado, eu...

— Como você está? Está tudo bem? — pigarreou.

— Sim, está, pai. E com o senhor?

— Está trabalhando? Está tudo normal?

— Estou, está tudo bem, tudo normal. O trabalho está muito bom e...

— Me desculpa, Arthur. — meu pai tossiu. — Eu não vou poder te visitar hoje pra te dar um abraço, mas sinta-se abraçado.

— Ah... — respondi, um pouco decepcionado. — Pai, está tudo bem?

Querendo ou não, eu não podia negar que amava meu pai e sentia sua falta, não importa o quê. Queria vê-lo. Fazia tanto tempo...

— Aproveita o dia, filho.

— Pai... — disse, preocupado.

— Não se preocupe, está tudo bem e eu preciso ir agora.

— Tá ok... Obrigado, pai. Tchau.

— Tchau, beijo. Te amo.

— Eu também te amo...

E a ligação terminou.

Eu fiquei o resto do dia pensando como andava a saúde dele.

Chegando no ViennaLife, deixei minhas coisas caírem no chão com o susto

— SURPRESA! — todos gritaram e eu ri. 

Usavam chapéus de papel e Chris segurava um bolo nas mãos. 

— Feliz aniversário, amor. — ele sussurrou no meu ouvido e me deu um beijo na bochecha, colocando o bolo sobre o balcão. 

As pessoas vieram me desejar feliz aniversário e me abraçaram. 

— Sun, eu te adoro tanto! — eu disse enquanto a abraçava forte. Chris sorria com as mãos dentro dos bolsos da calça, nos observando. 

— E eu? — Andrea gritava, vindo abraçar a gente também. Rimos muito.

— Eu te adoro também, Andrea...

Minutos depois, no meu escritório, Christopher bateu na porta e depois a abriu lentamente, e só pela fresta sorriu pra mim e me perguntou:

— Posso entrar?

— Claro. — respondi.

Chris caminhou até a minha mesa e deixou uma caixa de presente. 

— Chris... não precisava...

— Claro que precisava, você faz aniversário. — riu. 

Olhei pra ele. 

— Obrigado. 

Fui abrir a caixa e desembrulhar o papel de presente. Era incrível! Um porta retrato, muito chique, por sinal, com uma foto de nós dois que eu adorava. Depois, percebi que tinha mais coisa na caixa: flores, bombons e então... algo que me fez ficar bobo: uma pulseira de ouro com as iniciais A e C, penduras. 

— Chris... é lindo...

— Não tanto quanto você. — sorriu pra mim.

— Obrigado, eu amei... — eu falei, colocando a pulseira e me levantando para abraçá-lo muito forte. 

No fim do expediente, recebi uma ligação.

— Alô.

— Senhor Cavill? 

— Sim, sou eu mesmo. 

— O seu livro está fazendo muito sucesso entre os nossos clientes da livraria e gostaríamos de saber se o senhor gostaria de comparecer ao local para tirar fotos com os fãs e dar autógrafos. 

Eu parei de andar e fiquei chocado.

Estava fazendo sucesso?

Era isso mesmo?

Meu Deus. 

Eu tinha fãs.

Eu podia dar autógrafos! 

— C... Claro. Eu vou. 

— Amanhã então às 18:20h, o senhor pode?

— Sim! 

— Está ótimo então, até logo, tenha um ótimo dia. 

— Obrigado... — desliguei o celular e permaneci parado.

— Que bicho te mordeu? — Chris me perguntou. 

— Amor, eu fui convidado pra dar autógrafos e tirar fotos em uma livraria...

— Nossa, Artie, isso é ótimo! — ele riu e me abraçou forte. 

Christopher me levava para casa todos os dias.

Quase todo dia eu ia para a sua casa ou ele vinha na minha.

Namorávamos muito. Era uma paixão e um amor sem fim.

Daí pra frente, o meu livro fazia cada vez mais sucesso e eu não podia acreditar. Tirei fotos, dei autógrafos e até vi fãs chorando porque acharam o livro muito lindo. Era um sonho realizado...

— Graças a você. — sempre dizia a Christopher, que me retrucava com um "Por nada. Por você eu faço tudo. Você merece tudo."

E então, as pessoas dessa cidade pequena descobriram do nosso relacionamento. O autor de um livro recente e famoso junto com o dono da ViennaLife. Quem diria que Christopher Mason era bi? Obviamente, muitas pessoas apoiaram e nos shipparam. Outras faziam comentários preconceituosos e lidamos com isso da melhor forma possível: ignorando. 

Chegou a hora em que pediam para eu fazer um segundo livro e eu estava pensando nisso. Tinha conversado sobre com Chris, e então ele entrou no meu quarto, naquela noite. 

— Artie. 

— Oi, amor.

— Posso conversar com você?

— Claro. O que foi?

— Então... — ele suspirou, e sentou na minha cama. — Eu sempre penso muito sobre o seu sucesso ultimamente. 

— Sim?

— Artie, você realizou seu sonho. É um escritor agora e ainda faz sucesso. — olhou pra mim com  um semblante triste. — Não precisa mais trabalhar no ViennaLife.

Eu respirei fundo e sentei do seu lado, apoiando minha mão sobre sua perna. 

— Chris, eu posso não precisar mais trabalhar lá, mas eu amo isso. Eu posso fazer igual ao Julius de Todo Mundo Odeia O Chris e ter dois empregos. — gargalhei. 

— Mas Artie... — Christopher insistiu, fazendo com que eu percebesse que falhei na tentativa de quebrar o gelo e fazê-lo rir. Ok, pode ter sido uma piada sem graça. 

— Escuta. É difícil achar alguém tão inteligente como eu. — disse, brincando, fazendo uma pose de metido. Dessa vez, Chris riu. — Vai ser difícil encontrar alguém pra fazer todo aquele trabalho com os idiomas e além do mais eu gosto muito disso, Chris. De verdade. Trabalhar com quem ama, assim... Num ambiente maravilhoso daqueles... Não é uma sorte que qualquer um tem. — sorri.

— Pode ser, Arthur. Porém, você planejava outra coisa, planejava ser só um escritor e...

— E às vezes a vida muda a nossa jornada. Não necessariamente pra pior. Eu sou um escritor profissional agora, mas tenho você e tenho a sua empresa. 

— Nossa empresa. — Chris segurou minha mão.

— Oi? — perguntei, surpreso.

— Se você tem tanto amor assim a esse local, a esse trabalho, Arthur, você pode ser o vice presidente. 

Sorri de orelha a orelha. 

— Isso é sério!?

— Mas claro que é. 

Rimos e abracei ele forte, o beijando.

— Eu te amo demais, Christopher! Não vou decepcionar você com a ViennaLife nunca!

— Eu tenho certeza que não... você nunca decepciona. — disse e mordeu meus lábios enquanto ríamos. 

O ano foi passando e tudo ocorreu bem. Eu amava minha vida, amava meus amigos, o Christopher, meus dois empregos, minha rotina e estava começando a escrever meu segundo livro.

No dia 27 de julho, durante um restaurante em um jantar romântico com Chris, espetei o garfo em algo tão duro e estranho dentro de um pedaço de brownie. 

— Mas o que... — disse, ao deixar o garfo no prato e perceber que eram duas alianças entrelaçadas. 

Fiquei boquiaberto, levantando a cabeça e olhando para Chris, que só ria, e muito, de mim. 

Peguei as duas alianças na mão e olhei pra ele de volta.

— O que...?

Chris parou de rir, me fitou por alguns segundos e se levantou, vindo até mim e ficando apoiado com um joelho no chão, colocando as mãos nas minhas pernas. 

— Sei que pode parecer ser muito cedo, mas a gente se ama muito e eu quero muito isso. Eu vou entender se for cedo de mais pra você mas...

— Chris. — Eu não acreditava naquele momento. — Eu quero muito isso. Quero muito estar com você, ser seu marido, morar com você e ter uma família... — comecei a me emocionar e não consegui continuar a falar. 

— Então é um sim!? —Chris se animou. 

Eu não consegui falar, já estava chorando muito e só balancei a cabeça positivamente. Chris gritou de felicidade, assustando a todos no restaurante e então se levantou, me abraçando forte. Caímos no chão, rolando, e rimos muito. 

— NÓS VAMOS NOS CASAR! — Ele gritou.

Meu Deus, que louco!

As pessoas começaram a gritar também e a aplaudir, comemorando. Que vergonha...

E então, colocamos as nossas alianças, um no dedo do outro.

Estávamos noivos! Era uma felicidade imensa dentro de mim. 

Ao entrar no carro de Chris, sentei no banco do carona enquanto íamos conversando sobre os preparativos do casamento, recebi uma ligação de um número desconhecido.

— Que estranho... não conheço esse número. — disse.

— Aposto que é mais uma proposta de alguma livraria ou até de outra editora. — riu e entrou no carro, batendo a porta. 

Atendi. 

— Alô. 

...

— Sim, sou eu. — disse.

...

— Eu...

...

— O quê!? — perguntei, surpreso.

Depois desliguei o telefone, tremendo.

— Arthur, Arthur, o que houve!? — Acordei daquele transe com Christopher me balançando, segurando os meus dois braços. 

Olhei pra ele.

— É o meu pai. — respondi.

FIM DO CAPÍTULO 

Muito obrigado por não ter desistido de "Dois homens, um coração".
Estive muito ausente durante esse tempo, mas como prometido, não desisti do livro.
Não irei demorar a postar mais. Fiquem ligados! ♥

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