Tempo fora de lugar - Drarry...

By itsmgab1hx

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Como seria acordar num dia e não se lembrar dos últimos 7 anos da sua vida? Como seria acordar e perceber qu... More

A Dor de Cabeça é o Último dos Meus Problemas
Uma Visão de Dor
Eu Não Posso te Ajudar se Você Não me Conta
Lar Doce Lar
Proteja-os Com Sua Vida
O Inferno de Um Curador
Animar Alguém
Pesadelos e Laços do Coração
Tenha Minha Mente
Você Me Faz Sentir As Coisas Mais Estranhas
Quem Te Irrita Te Conquista
Construindo Pontes de Amor
Veneno
Eu Sou Um Curador
Guerras Nunca Feriram Alguém, Exceto Quem Morreu
Vozes do Passado
A Melhor Prova de Amor é Confiança
Eu ainda não comecei a lutar
Quando tudo vem abaixo
Que você viva todos os dias da sua vida
A Vida de Althidia
Está Tudo Voltando Para Mim Agora - Último capítulo
Fontes Tiradas da Internet

Visgo

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By itsmgab1hx

O quartel-general do Ministério da Magia estava cheio de gente andando e correndo em todas as direções. Harry reconhecia poucos deles – alguns eram antigos estudantes de Hogwarts, exatamente como Rony, Draco e ele mesmo, e outros de quem Harry vira fotografias no Profeta Diário. A maior parte dos magos e bruxas passando ao redor era desconhecida, entretanto, e Rony não sentiu a necessidade de apresentá-los.

- Eu mal falo com eles de qualquer jeito. – ele deu de ombros. – Você não precisa conhecê-los. – Aparentemente, o Harry e o Draco daquele tempo também não passavam muito tempo no Ministério.

Rony os estava acompanhando escada abaixo, além do portão principal e pela rua, seguindo para onde quer que os ex-reféns eram mantidos, falando o tempo inteiro. Harry escutava e assentia para o que Rony falava, enquanto ficava atento em Draco. O loiro ainda estava, sem surpresas, cansado, a despeito de seu cochilo e do Calor da Cura que Harry lhe oferecera. Harry fá fizera Rony ir bem mais devagar, para que Draco pudesse acompanhá-los sobre a neve alta no chão.

- Vocês não acreditariam em algumas das coisas que esses trouxas disseram sobre o uso de armas. – Rony ia dizendo – Há tantos tipos diferentes; eu não entendo como é que alguém consegue ver diferença nelas. Contudo, eles também parecem fascinados com as nossas varinhas e não conseguem ver a diferença entre elas também.

Harry assentiu; ele sabia da vasta variedade de armas, como Carl já os havia informado. Havia pistolas, rifles, revólveres, semi-automáticas... A lista seguia sempre em frente.

Rony olhou em volta e então entrou num beco. Ele bateu sua varinha de leve numa parede, sussurrando uma senha depois de olhar mais uma vez cuidadosamente à sua volta, e ela se moveu para revelar uma porta.

- Vamos. – ele disse, acenando para Harry e Draco entrarem.

Lá havia um pequeno hall de entrada onde Gui Weasley os cumprimentou.

- Draco, Harry. – ele disse, acenando para eles antes de guiá-los por um corredor. – Vocês vão conhecer os onze reféns trouxas que estavam no campo e com sorte serem capazes de identificar o que concordou em ajudar os Comensais da Morte. Você se lembra do trouxa da sua Visão, Draco?

O loiro assentiu. – Eu lembro.

Eles foram deixados numa sala com um grande painel de vidro, parecendo bastante com as delegacias trouxas que Harry vira de relance quando vivia com os Dursley e eles assistiam televisão. A sala em si era pequena, sem janelas. Estava iluminada apenas por velas. No meio estavam quatro cairas em volta de um a mesa. Do outro lado do vidro estavam os ex-reféns, todos sob algum tipo de feitiço pois olhavam de modo vazio para frente.

- Reconhece algum deles? – Gui perguntou.

Harry e Rony deram um passo atrás enquanto Draco andava de um lado para o outro na frente do painel. As figuras além do vidro eram todas familiares; afinal de contas, ele já vira todos antes, primeiro na Visão, depois no campo e finalmente em St. Mungus.

- O terceiro vindo da direita. – ele disse por fim.

- Tem certeza?

Draco levantou uma sobrancelha para ele. – Sim, eu tenho certeza. O que vocês ão fazer com ele?

- Mantê-lo sob vigilância, assim como todos os outros. – Gui disse. – Voldemort pode aproximar-se deles novamente.

Draco assentiu e Gui saiu da sala. Roy puxou uma cadeira para o loiro e ele se sentou. O ruivo gesticulou para Harry fazer o mesmo. Eles se sentaram, Harry do lado de Draco e Rony do outro lado da mesa.

- Dois dos trouxas concordaram em nos ajudar. – Rony disse. – Eles foram informados sobre partes do mundo mágico e eles concordaram em nos ensinar como usar armas. Eu quero que vocês dois continuem treinando com o Sr. Hanawalt... enquanto for possível. – ele adicionou, jogando um olhar para Draco.

- Eu estou ótimo, Weasley. – Draco falou, suspirando. – Eu não vou morrer tão cedo. Só estou um pouco cansado, descupe te desapontar.

- Você sabe que eu não desejo a sua morte faz um bom tmepo, Draco. – Rony respondeu. – A Ordem vai fazer tudo o que pode para conseguir esse antídoto.

- Você sabe tão bem quanto eu que a única pessoa que possivelmente poderia encontrar esse antídoto é Severus. Ninguém mais está sequer perto de encontrar uma solução. Nem mesmo o Harry pode me ajudar. Ainda assim, eu vou fazer tudo o que puder para audar na guerra. Eu não vou me sentar e esperar esse venono me consumir.

Harry sorriu a despeito de si mesmo. Era ainda o Draco que ele conhecia, mesmo depois de como agira com Dumbledore e Snape. Ele não estava tão sem salvação quanto pareceram em Hogwarts. Por isso, Harry estava grato.

Rony sorriu também. – Muito bem dito, Malfoy. – ele disse. – Agora, vamos voltar para o Ministério. Nós temos que andar de volta também; eles não tem nenhuma lareira por lá, não queremos ninguém indo parar acidentalmente por lá com Pó de Flú.

- Draco, disposto a isso? – Harry perguntou.

O loiro assentiu. – Eu não sou uma boneca de porcelana.

- Eu sei que não é.

Eles voltaram pelo corredor até o hall de entrada e porta afora. O ar estava frio e limpo, o céu azul com apenas algumas nuvens espalhadas aqui e ali. A caminhada de volta foi tranqüila. Rony e Harry conversaram sobre quadribol – Rony fazendo a maior parte da conversa – com Draco de vez em quando emitindo sua opinião.

- Querem almoçar? – Rony perguntou, indicando um café trouxa do outro lado da rua.

- Claro. – Harry disse. – Draco?

O loiro deu de ombros. – Tudo bem.

Eles se sentaram no café. Rony e Harry pediram grandes sanduíches, enquanto Draco pediu uma salada. Harry lhe atirou um olhar e ele o encarou de frente. – É inútil pedir uma coisa que eu sei que não vou terminar de jeito nenhum. – ele disse.

- Você precisa se alimentar. Está ficando magro demais.

- Eu não sou magro demais; eu sou esguio. E eu estou perfeitamente bem, então me deixa em paz.

Harry lhe atirou um olhar que dizia, "Você mais do que definitivamente não está bem". Draco deliberadamente o ignorou.

O almoço seguiu calmamente depois disso. Os três rapazes conversaram sobre quadribol, do trabalho de Rony no Ministério, e mais um pouco de quadribol. Parecia que o Rony daquele tempo amava tanto o esporte quanto o Rony que Harry e Draco conheciam.

Uma semana se passou na qual pouco aconteceu – Draco foi às compras por presentes de Natal, a despeito dos portestos de Harry que ele não deveria ir a lugar nenhum sozinho em seu estado. Draco lhe respondera atirando o Pó de Flú na lareira e desaparecendo. Três horas depois ele estava de volta, exausto mas feliz, com presentes para todo mundo. Harry berrara um pouco com ele, Draco berrara de volta, antes de Draco cair na cama e apagar, com Harry pairando perto dele.

Os dois também continuaram tomando aulas com o Sr. Hanawalt. Eles estavam melhorando, perceberam tanto com prazer quanto com tristeza. Era divertido ver como ambos ficavam mais habilidosos com cada sessão. Ainda assim, havia a tristeza de que eles precisassem dessa competência para começo de conversa – se não fosse por Voldemort, as habilidades jamais seriam necessárias.

Severus continuou trabalhando para achara um antídoto para Draco, porém até ali ele não tivera qualquer sucesso. Dumbledore os mantinha atualizados; enquanto o Mestre de Poções ia descobrindo mais do que o veneno consistia, ele podia dizer a Draco e Harry o que ele provavelmente faria ao loiro. Nenhuma das notícias jamais era boa.

Então era véspera de Natal e Harry e Draco estava prestes a ir para o Castelo Weasley, onde passariam alguns dias. Os dois reduziram seus presentes assim como sua bagagem, para que pudessem viajar com Pó de Flú sem problemas.

- Está pronto? – Draco perguntou a Harry impacientemente enquanto o último checava seus bolsos mais uma vez para ver se guardara tudo o que precisaria.

Finalmente, Harry se arrumou e assentiu. – Sim, estou pronto.

Eles usaram o Pó de Flú e chegaram ao Castelo Weasley sem um problema no instante seguinte.

- Harry! Draco! – Hermione exclamou alegremente quando os viu e veio oscilando até a lareira para abraçá-los. Eles não tinham se visto desde a reunião no apartamento, mais de uma semana atrás. Parecia que a barriga de Hermione crescera mais desde então. Ela parecia pronta para explodir.

Os castelo estava ainda mais decorado do que estivera na festa de Natal adiantada. Guirlandas estavam penduradas em volta das janelas e no jardim de trás, os arbustos e árvores decorados com luzes. A grande árvore de Natal estava ao lado da lareira, tão verde quanto estivera na festa.

- Olha o que eu encontrei. – Draco disse com um enorme sorriso, apontando para cima. Havia visgo pendurado bem sobre suas cabeças.

Harry engoliu em seco.

- Oh! – disse Hermione. – Só um segundinho, eu vou buscar a câmera. Preciso da foto anual do beijo sob o visgo, afinal de contas.

O rapaz moreno grunhuiu e o sorriso de Draco aumentou. – Não há escapatória. – ele disse.

- Você está gostando demais disso. – Harry respondeu.

Draco curvou uma fina sobrancelha, mas não replicou, já que Hermione voltava, câmera em mãos.

- OK. – ela disse alegremente. – Hora do amasso!

Draco não precisava de mais convite – ele colocou suas mãos ao redor do pescoço de Harry e o puxou gentilmente para tocar seus lábios.

Os lábios de Draco eram macios e quentes. Harry ficou parado um momento antes que seu cérebro registrasse que aquele era Draco, o beijando, de todas as coisas. Uma parte dele gritou para que ele se afastasse, mas duas coisas – ele disse a si mesmo que eram duas coisas – o impediram de fazê-lo. Uma, Hermione ainda estava parada a alguns passos de distância, batendo fotos e os observando. Duas, - e essa era uma razão muito pequena, ele disse a si mesmo –

Aquilo era bom.

Era realmente bom beijar Draco.

Ele pegou a si mesmo respondendo o beijo, só um pouco que fosse, antes que percebesse exatamente o que estava fazendo e que idéias isso poderia colocar na cabeça de Draco. Ele se afastou, tentando não deixar seus sentimentos transparecerem em seu rosto. Hermione era esperta demais para perder qualquer pista a mais de que as coisas não estavam certas, para ele poder parecer enojado consigo mesmo.

Draco abriu os olhos devagar para encará-lo. Ele deu a Harry um sorriso pequeno, contente, antes de se apoiar no se abraço, sua cabeça descansando cansadamente no ombro do moreno. Harry podia fazer pouco mais que apertar seus braços em volta de Draco enquanto Hermione estava olhando.

- Aaw. – Hermione disse, tirando outra foto.

- Você está começando a me lembrar Colin Creevey. – Harry falou afiadamente.

- Obrigada. – ela disse, sorrindo e fingindo que ele acabara de lhe prestar um elogio. – Seu quarto está pronto, então se vocês quiserem descarregar suas coisas agora, o Rony deve estar em casa exatamente pro almoço.

- Onde o Rony está, de qualquer modo? – Harry perguntou, ainda com os braços em volta de um Draco semi-adormecido.

- Na casa dos pais. Eu não posso viajar com Pó de Flú agora, então ele foi sozinho... Na verdade, eu não sei o que ele ia fazer. – ela deu de ombros. – Eu acho que eles vao vir para cá amanhã à tarde com o resto da família dele. Meus pais estão vindo para passar alguns dias também; eles devem chegar hoje à tarde.

- Soa bem. – Harry disse. – Bom, eu acho que nós deveríamos ir nos acomodar.

- Cansado, Draco? – Hermione perguntou. Ela só recebem um murmúrio incoerente em resposta. – Tire um cochilo se precisar, eu tenho certeza que o Harry não se importa.

- Não, eu não ligo. Já estou me acostumando com isso. – Harry disse com um sorriso triste. – Vamos, Draco.

Ele guiou seu namorado de mentira até os cômodos que eram seus. Eles estavam exatamente como da última vez que estiveram ali, exceto pela vista da janela que agora estava encoberta de neve. O grosso tapete azul era quente e macio sob seus pés.

Draco não parecia estar prestando muita atenção no quarto, todavia. Ele foi até a cama, fechou os olhos e inspirou profundamente.

- Eu não quero ficar assim. – ele disse, tão leve que era pouco mais que um murmúrio.

- Eu sei. Eu sinto muito que não possa fazer nada. – Harry respondeu baixinho.

Ele olhou para a cama só para encontrar Draco caindo no sono outra vez.

Harry aumentou sua bagagem e começou a colocar as poucas roupas que trouxeram nos armários. Como eles já tinha ali várias mudas de vestes e outras roupas no Castelo Weasley, parecera altamente desnecessário trazer muito, e ele acabou rapidamente. No fundo da mala de Draco, ele achou dois livros. – Onde você quer que eu ponha isso?

O loiro abriu um olho para ver do que Harry estava falando, então resmungou: – Em cima da mesa está ótimo.

Harry assentiu. Enquanto Draco fechava os olhos novamente, Harry deu uma espiada nos livros. Ambos era diários. Um era gasto e velho, e o outro parecia bastante novo.

O Garoto-Que-Sobreviveu deixou os livros na mesa do canto, nem mesmo tentando bisbilhotar qualquer dos dois diários. Seria intromissão demais na vida de Draco para Harry jamais se perdoar – ou para Draco perdoá-lo, falando no assunto.

Ele parou ao lado da janela, observando a linda paisagem; o amplo campo, coberto de neve intocada e na distância, a escura floresta, com apenas seu topo coberto de branco. O resto dela era sombrio, negro como a Floresta Proibida de Hogwarts. O céu estava azul, uma cor gélida com alguns resquícios de nuvens aqui e ali. Ele viu um pássaro solitário levantar vôo, para longe sobre a floresta, e percebeu que ele mesmo não voara desde a última estada dele e de Draco no castelo.

Ele escutou a respiração mansa de Draco, regular e firme enquanto dormia. Ele não se atreveu a virar-se e olhar para o loiro; ele sabia que se olhasse, iria pensar sobre o beijo que compartiharam e que se pensasse sobre isso, imaginaria por que não parecera errado. Por que parecera perfeitamente bem quando seus lábios se encontraram com outros de rosa pálido. Por que ele, por mais que tentasse se dizer que estava, não estava enojado com aquilo.

Ele não se atreveu a virar-se, mesmo quando Draco começou a gemer em seu sono, murmurando frases incoerentes para afastar seus sonhos. Ao invés disso ele vasculhou sua mala e quando achou o que estava procurando, saiu do quarto.

Aumentando a vassoura quando se viu longe do quarto, ele agradeceu a si mesmo por lembrar-se de trazê-la; voar parecia exatamente o que precisava no momento e os campos Weasley estavam mais convidativos do que nunca.

- Eu vou voar um pouco. – ele avisou a sua amiga grandemente grávida.

- Eu recomendaria mais algumas roupas, Harry. – Hermione respondeu. – Está de congelar lá fora.

- Sim, senhora! – ele disse, lhe batendo uma falsa continência.

Ela lhe franziu o cenho. – É sério. Já é o bastante o Draco estar doente; não precisamos de você caído também. A Gina especialmente não ficaria muito satisfeita.

Harry atirou as mãos para o alto. – Eu sei, eu sei. Eu vou por mais uma capa e umas luvas. Isso vai te deixar contente, milady?

Hermione assentiu. – Eu vou te chamar quando o almoço estiver pronto. Se bem que você pode não comer nada se continuar se comportando assim comigo.

Harry só sorriu para ela.

Alguns minutos depois, Harry estava subindo alto pelos ares, o vento batendo contra seu cabelo e o nariz vermelho de frio. Hermione estivera certa quando dissera que estava gelado – a respiração de Harry cristalizava-se na sua frente enquanto ele ainda estava no ar. Rápido, todavia, o grifinório estava aquecido de dar loopings e de apostar corrida consigo mesmo. Ele desejou por um momento que houvessem pássaros com os quais ele pudesse competir, mas esqueceu da idéia em pouco tempo, percebendo que havia jeitos mais que suficientes para se divertir sozinho.

Quase uma hora depois Hermione o chamou do batente da porta, avisando que era a hora do almoço. Harry pousou, rosto e corpo suados e cansado, mas sua mente estava em puro êxtase depois de voar novamente.

O almoço foi agradável e sem grandes acontecimentos. Draco fora acordado para acompanhá-los e Rony chegara em casa enquanto Harry estava voando. Rony avisou que seus pais e irmãos definitivamente viriam no dia seguinte, com suas respectivas famílias. Sirius e Remus também viriam, provavelmente durante aquela tarde.

- Com alguma sorte eles não vão chegar no mesmo horário dos meus pais. – Hermione disse.

Harry sorriu. – Poderia ficar um pouquinho complicado se todos eles tentassem sair da lareira ao mesmo tempo. Presumindo, claro, que seus pais venham com Pó de Flú.

Hermione assentiu. – Não tem como deles encontrarem o castelo de outro jeito, mas você sabe disso. – ela disse, um pouquinho áspera. Harry só deu de ombros e lhe sorriu, torcendo para que ela esquecesse quaisquer suspeitas que ela ainda sustentasse. Depois da última operação, ela parecera decidir que ou eles eram quem deveriam ser, ou algo bem perto disso – afinal de contas, eles provaram que estavam do lado de Dumbledore, e o próprio Diretor não tinha suspeitas.

A tarde transcorreu-se da mesma maneira calma que a manhã passara. Draco sentou-se na sala de estar depois de achar um livro que lhe parecera ser interessante. Harry juntou-se a ele depois de tomar um banho, escolhendo um livro que sabia que gostaria – "Quadribol do Mundo, Quinta Edição", por Avihlex Phineas. Hermione estava em seu escritório e Rony sabe-se-lá-onde. Harry duvidava que fossem encontrá-lo lendo ou trabalhando como os outros três – nenhum dos dois era um dos seus passatempos favoritos.

Era daquele jeito, com Draco deitado de bruços, nariz enfiado em seu livro e Harry folheando preguiçosamente por "Quadribol", que Sirius e Remus os encontraram quando eles chegaram, por volta das quatro da tarde.

- Olá garotos. – Sirius os cumprimentou. Harry levantou-se para abraçar a ambos enquanto Draco permaneceu no sofá e deixou os dois homens mais velhos virem até ele.

- Como vocês estão? Não vimos vocês desde a última operação. – Sirius disse enquanto se sentava.

Harry e Draco trocarqam olhares por um momento, antes que o loiro perguntasse: - Vocês ficaram sabendo...?

Remus assentiu. – Nós sabemos. Severus nos informou da sua... situação. – ele disse. – Deixe-nos saber se tiver alguma coisa que nós possamos fazer.

- Não tem nada. – Draco respondeu. – Exceto talvez mudar de assunto, porque está me deprimindo falar de nada além disso.

- Claro. – Remus disse. – Então, onde estào nossos anfitriões?

- Mione está no escritório escrevendo não sei o quê do serviço, ou pelo menos era o que ela estava fazendo há uma hora. Rony está fazendo... algum coisa. – Harry replicou.

- Nada de bebês ainda, eu suponho. – Sirius disse. – Ou então eles estariam chorando o castelo abaixo.

- Não. – Draco disse, sacudindo a cabeça. – Nada de bebê ainda, graças a Merlin. Eu queria passar por outro fim de ano tranqüilo antes do segundo conjunto de gêmeos Weasley chegar. Um par já é mais que o bastante.

- Oh, eu não acho que vá ser um feriado tranqüilo. – Sirius falou. – Não com toda a família Weasley vindo para cá.

- Você está certo. – Draco disse dramaticamente. – Eu suponho que nós estamos mesmo fadados ao Caos Natalino.

- Bem, você pode sempre ir embora se isso não se adequa à suas necessidades, Malfoy. – veio a resposta detrás do loiro. Remus e Harry, os dois que viam Hermione entrando na sala, sorriram para ela enquanto Draco ficava um pouco vermelho.

- Desculpe, Hermione. Mais nada de reclamações, eu prometo. – ele disse com um largo sorriso.

- Eu vou acreditar quando vir isso. – Hermione resmungou enquanto seguia para abraçar Sirius e Remus.

- Nada de bebês ainda, huh. – Siriu comentou e recebeu um olhar pontudo da jovem grávida.

- Você está linda. – Remus disse cordialmente, encarando seu amante enquanto abraçava Hermione.

- É isso o que o Rony me diz. Eu só digo que pareço gorda. – Hermione respondeu com um sorriso triste.

- Oh, mas vai valer a pena, não vai? – Remus perguntou.

O sorriso de Hermione se alargou. – Vai definitivamente valer a pena.

Rony desceu as escadas alguns minutos depois, juntando-se ao grupo. Ele apresentou Sirius e Remus aos seus aposentos – aparentemente eles não iriam dormir em seus habituais, já que todos os Weasley e os pais de Hermione teriam que se alojar no castelo também. Harry não achava que fosse tão difícil assim, afinal, o lugar era enorme.

- Mamãe e papai vão trazer o Bichento. – Rony disse quando voltou à sala de estar. – Eles não queriam deixá-lo sozinho durante as festas.

- Eu não o vejo há tanto tempo. – Hermione disse, sem graça. – Harry deu-se conta de que ele também não; o gato alaranjado não aparecera uma vez nos dois meses que passaram ali. Ele imaginava porque o Sr. e a Sra. Weasley tomavam conta dele agora, mas não vocalizou a pergunta. Não havia necessidade alguma de aumentar as suspeitas que Hermione já nutria.

Sirius, entretanto, parecia não ter ressalvas em perguntar. – Por que o Bichento não vive com vocês, Hermione?

- Eu não contei pra vocês? – Hermione disse, ligeiramente surpresa. – Uma das garotas da Ordem é alérgica a gatos; sim, ela é nascida trouxa; então quando Dumbledore tornou o castelo o segundo quartel-general, nós não pudemos mais mantê-lo aqui. Eu ainda queria ser capaz de vê-lo, entretanto, enTòa pedimos a Molly e Arthur para cuidarem dele. Eles aceitaram, e vê cuidando dele desde então.

- Eu não vejo aquele gato faz tanto tempo. – Sirius disse. – Meu primeiro amigo depois de Azkaban... – ele se calou, perdido em memórias.

Naquele exato momento, a lareira soltou um pequeno som e no segundo seguinte, as chamas ficaram verdes. Uma mulher na casa dos cinqüenta saiu delas, seguida logo depois por um homem ligeiramente mais velho. Harry notou que Hermione era a imagem copiada de sua mãe; os cabelos embranquecidos e as linhas de expressão no rosto da Sra. Granger era as única diferenças.

O Sr. Granger era bastante baixo, ainda que mais alto que sua esposa. Ele tinha cabelo grisalho curto, ralo no topo da cabeça, e seus olhos eram do mesmo castanho gentil de sua filha.

- Mamãe! Papai! – Hermione exclamou e os abraçou alegremente.

- Olá, gracinha. – seu pai disse, dando-lhe um beijo na testa. – Você está linda.

Hermione corou um pouco e sua mãe tinha lágrimas empoçadas nos olhos. – Minha menininha. – ela disse. – Toda crescida.

- Oh mamãe, pare com isso. – disse a jovem grávida.

O Sr. e a Sra. Granger viraram-se para o resto do grupo na sala. – Mamãe, papai, esses são Sirius Black e Remus Lupin. – Hermione os apresentou. – Remus, Siri', esses são minha mãe e meu pai.

Sirius e Remus apertaram as mãos de ambos seus pais.

- Você parece familiar. – a Sra. Granger disse enquanto apertava a mão de Sirius.

Ele sorriu para ela. – Eu tenho esse tipo de rosto, senhora.

- Oh, por favor me chame de Wendy. Eu pareço velha demais com essa história de "senhora". – ela sorriu.

Rony apresentou ao casal Granger seu quarto e eles voltaram em vinte minutos, depois de dar um jeito na bagagem. Juntos eles jantaram, então, todos rindo e fazendo piadas juntos. Harry viu-se achando os pais de Hermione bastante divertidos, especialmente porque ele conseguia entender suas referências a trouxas e suas invenções. Draco, por outro lado, tinha imensos problemas em compreender o que os Granger estava falando. Eles não se importavam de parar para explicar a Draco, entretanto – afinal de contas, ele era "um rapaz tão encantador".

Eles todos permaneceram conversando por horas. Quando o jantar deu-se por terminado, eles todos migraram da mesa de jantar para a sala e seus sofás confortáveis, onde Draco deitou-se nos braços de Harry e Hermione aninhou-se junto a Rony. Remus e Sirius transfiguraram um enfeite de Natal noutro sofá e aninharam-se também, com o Sr. e a Sra. Granger ao seu lado. Então eles continuaram a conversar até depois da meia-noite.

Quando o relógio de parede soou uma vez para avisá-los ser uma da manhã, Wendy fez toda a companhia ao redor, já bastante sonolenta, ir para a cama. Ela se comportou como apenas uma mãe poderia sobre a figura cansada de Draco enquanto Harry o levantava nos braços sem uma palavra, sabendo que não faria bem algum tentar acordar o loiro e fazê-lo andar até o quarto dos dois.

Harry viu os pais de Hermione a abraçarem em boa-noite enquanto caminhava com o loiro diminuto até o quarto. Uma vez lá, ele o pousou na cama, fez um rápido feitiço de troca para colocá-lo em seu pijama, e então trocou-se também.

Finalmente, ele se deitou. Ele olhou, cansado, para Draco, sentindo a necessidade de estar perto do loiro. Ele imaginou se era o Laço do Coração dos dois somado ao fato de que Draco precisava de cura, ou se isso possivelmente poderia ser algo a mais... Depois daquele beijo inexperado, ele não sabia mais o que pensar. Aquilo fora bom, por fim, e não qualquer tipo de "bom", mas realmente bom.

Ele era gay? Podia ser que ele fosse gay? Podia ser que ele estivesse caindo pelo inimigo? Era sequer possível Harry Potter amar Draco Malfoy?

Seus pensamentos voltaram novamente para o fato de que aquele era o futuro. Ele assumira, entretanto, que aquele era um futuro, não o futuro. Poderia ser daquele jeito em sete anos – poderia também ser completamente diferente, se alguém em algum lugar fizesse uma escolha diferente durante um segundo daqueles sete anos.

Ainda assim, se aquele era o futuro... Então ele amava Draco. Se aquele era o futuro, ele iria, cedo ou tarde, se apaixonar pelo loiro.

Por que não agora?

Ele franziu o cenho para si mesmo. Ele não podia simplesmente decidir se apaixonar por alguém assim do nada.

Mas não era do nada. Ele estivera se apaixonando por Draco havia semanas, talvez mesmo meses. Como a relação deles fora forçada a passar por mudanças desde que chegaram naquela realidade, ambos aprenderam a entender e aceitar um ao outro. Eles podiam passar tempo juntos sem se insultarem; na verdade, Harry gostava de ficar com Draco. Como ele percebera antes, se ele tivesse que escolher entre o Draco que ele conhecia de então e a Hermione e o Rony de seu tempo original, ele não estava mais tão certo de que escolheria os últimos.

Por que não agora?

Fora bom beijá-lo, e não importava o quanto ele tentasse dizer a si mesmo que ele só se mantivera nos braço do loiro por causa de Hermione, ele não podia. Fora uma razão, mas não a única.

Fora só bom, Um pouco estranho de começo, mas ainda bom. De fato, quanto mais ele pensava naquilo, mais ele percebia que fora incrível.

Por que não agora?

Ele queria aquilo de novo. Sentir aqueles lábios macios contra os seus, experimentar seu calor e maravilha... Qual seria a sensação da língua de Draco? Fazia um bom tempo desde a últa vez que Harry beijara alguém – nunca fora uma experiência muito boa, nada como aquilo de andando-nas-nuvens e só querer mais, mais e mais que os outrs garotos no dormitório da Grifinória falavam.

Malfoy fora bom.

Por que não agora?

Ele perguntou para si mesmo outra vez, por que não agora? E de repente, ele não conseguia arranjar nenhuma razão para não. Podia ser que ele não tivesse escolha alguma na situação, claro, visto que era completamente possível que ele já tivesse se apaixonado por Draco, mas ele queria dizer a si mesmo que estava em total controle.

Fazendo sua cabeça, ele movou-se devagar para mais perto do sonserino que vinha ocupando seus pensamentos. Suas grandes esperanças e sonhos caíram por terra quando ele viu o rosto pálido de Draco, magro e doentio com os olhos ligeiramente encovados. Seu coração se apertou pelo outro rapaz e ele estendeu os braços ao seu redor, puxando seu corpo mais para perto. Draco pesava quase nada em seus braços, como Harry reparara quando o carregara mais cedo até o quarto deles.

Quarto deles.

Algo sobre aquelas pavaras soava certo nas orelhas de Harry, e ainda mais quando Draco suspirou de leve no seu abraço, aconchegando-se contra ele.

Harry o abraçou protetoramente, finalmente se decidindo.

Definitivamente agora.

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