Tempo fora de lugar - Drarry...

By itsmgab1hx

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Como seria acordar num dia e não se lembrar dos últimos 7 anos da sua vida? Como seria acordar e perceber qu... More

A Dor de Cabeça é o Último dos Meus Problemas
Uma Visão de Dor
Eu Não Posso te Ajudar se Você Não me Conta
Lar Doce Lar
Proteja-os Com Sua Vida
O Inferno de Um Curador
Animar Alguém
Pesadelos e Laços do Coração
Tenha Minha Mente
Quem Te Irrita Te Conquista
Construindo Pontes de Amor
Veneno
Eu Sou Um Curador
Guerras Nunca Feriram Alguém, Exceto Quem Morreu
Visgo
Vozes do Passado
A Melhor Prova de Amor é Confiança
Eu ainda não comecei a lutar
Quando tudo vem abaixo
Que você viva todos os dias da sua vida
A Vida de Althidia
Está Tudo Voltando Para Mim Agora - Último capítulo
Fontes Tiradas da Internet

Você Me Faz Sentir As Coisas Mais Estranhas

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By itsmgab1hx

Rony e Hermione mandaram uma coruja para Harry e Draco no dia seguinte. A nota que a ave entregara era curta:

"Harry e Draco,

Vamos fazer uma Festa de Natal adiantada hoje à noite. Vocês são mais do que bem-vindos. Começamos às seis. O Prof. Dumbledore diz que tem novidades que nos interessam.

Com carinho,

Hermione e Rony"

Harry sabia que se Dumbledore "tinha notícias", praticamente era certeza de que tinha a ver com a Ordem. Ele imaginou se "Festa de Natal" não era só um código para um encontro da Ordem.

Harry estava trajado em suas vestes favoritas quando eles foram via Flú para o Castelo Weasley às três pras seis naquela noite. As vestes eram pretas e completamente abertas na frente. No conjunto vinham botas e calças justas de couro, assim como a camisa com meia-gola.

- Belo visual, Potter. – Draco dissera com um assobio baixo quando vira Harry pela primeira vez.

Harry lhe ofereceu um sorriso largo. – Você também não está tão ruim assim.

O loiro estava com os cabelos caindo soltos além dos ombros, diferentemente de Harry que preferira manter o seu no rabo-de-cavalo. Draco estava sustentando o preto e prata; suas calças eram de couro, iguais às de Harry. As vestes negras caiam de seus ombros, quase chegando nos joelhos, fechadas por um broche bem no osso dos ombros. Por baixo ele vestia uma camisa cinza clara, e nos pés calçava botas semelhantes às do moreno.

A sala do Castelo Weasley estava abarrotada de gente. Todo mundo estava conversando, o que resultava num barulho bem alto, e ao fundo alguma música que Harry não conhecia – mas que porém soava bastante natalina – tocava. As pessoas estavam misturadas entre grupos e conversavam e riam entre si. Harry reconheceu várias delas, ainda que eles tivessem mudado desde a última vez em que os vira – quando ele estava em Hogwarts em seu próprio tempo.

Parecia que a família Weasley inteira estava ali. Harry viu o Sr. e a Sra. Weasley conversando com Hermione – de quem a barriga definitivamente tinha crescido desde a última vez que tinham se visto – e Rony estava falando com Gui. Ele também viu Percy ao lado de sua namorada da época de Hogwarts, Penélope Clearwater. Diferentemente de outros na sala, Penélope se parecia exatamente com o que era em sua época. Ela tinha um bebê nos seus braços e Harry se lembrou do comentário sobre o Sr. e a Sra. Weasley serem avós pela terceira vez. Percy obviamente era um dos pais orgulhosos. Harry procurou ao redor por Carlinhos ou Gina, mas não conseguiu achá-los. Obviamente, eles podiam estar em qualquer outro lugar da sala.

Harry também viu Remus e Sirius. Eles estavam ao lado de uma das travessas de aperitivos, comendo e conversando alegremente um com o outro.

Simas Finnigan, o garoto irlandês com cabelos cor-de-palha, continuava muito como era sete anos atrás. As diferenças eram que ele era um pouco mais alto e musculoso do que antes, e seu cabelo tenha um ou dois centímetros a menos.

Parecia que ele ainda era o melhor amigo de Dino Thomas, já que os dois estavam conversando animadamente num dos cantos da sala. Dino, que já era alto nos tempos de escola, estava ainda mais alto agora, e Harry imaginou quem era o maior – Rony ou Dino.

- Ei, Harry! Draco! – Simas disse com empolgação quando os viu. Draco os encarou; mesmo depois de um mês nessa realidade, ele ainda não se acostumara com os ex-grifinórios o tratando bem.

- Oi Simas, Dino. – Harry disse e deu uma cotovelada no loiro ao seu lado para fazê-lo parar de olhar fixo.

- Como vocês estão? A gente não se viu por uns tempos. – Simas falou.

- Nós estivemos... ocupados. – Harry respondeu, e tento fazer soar como se eles realmente estivessem ocupados.

- Ah, sim, - Dino disse com um sorriso indulgente, olhando de Draco para Harry – Eu tenho certeza de que estiveram.

- Bem, - Draco rosnou, – depois que nós acordamos cinco dias depois de uma operação, eu tive uma visão alguns dias depois, aí Harry foi seqüestrado, baleado e passou alguns dias em coma, e desde então nós estamos levando tudo muito bem.

Dino o olhou em choque. – Vocês estiveram ocupados. – ele disse com um sorriso surpreso depois de alguns segundos.

Draco o encarou, e Harry agarrou seu braço – Com licença. – ele disse para Dino e Simas, e carregou o loiro para longe.

- O quê?! – Draco exclamou quando os dois estavam fora do campo de audição da outra dupla de rapazes.

- Você poderia ao menos tentar ser civilizado?! – Harry perguntou – Eles estão sendo legais!

Draco lhe passou um olhar duro. – Eles são grifinórios.

- Ex-grifinórios nessa realidade. O Draco desse tempo gosta deles. Por causa disso é esperado que voc goste deles.

Draco continuou a mirá-lo com punhais nos olhos, mas Harry continuou intocado.

- Seja bonzinho com seus coleguinhas, Draco. – ele disse e se embrenhou na multidão. Ele queria ter uma chance de conversar com Hermione e Rony antes que Dumbledore começasse a reunião. Ele viu o diretor na sua poltrona favorita ao lado do sofá, conversando com alguém... Professora McGonagall? Realmente parecia com a professora de Transfiguração. Seu cabelo grisalho estava preso no coque apertado, como sempre.

Mais para o lado estava Severo Snape, não falando com ninguém em especial. Seu franzir de sobrancelhas estava atarraxado no seu rosto e seus cabelos se escorriam pelos lados do seu rosto, tão sebosos quanto da primeira vez que Harry o vira na vida.

- Olá, Severo. – ele cumprimentou, seus pés o levando em direção ao Mestre de Poções contra sua vontade. – Se divertindo?

- Fabulosamente. – Snape ironizou. – Onde está seu namorado?

- Oh, Draco está... em algum lugar. Ele não estava com um espírito de integração essa noite. – Harry respondeu. – Bem como alguém por aqui, pelo que parece.

- Eu estou me integrando perfeitamente, Harry. – Severo disse. – Agora vá brincar com as outras crianças. Eu acredito que a Srta. Granger estava te procurando.

Harry lhe ofereceu um sorriso largo. – Ela não é mais a Srta. Granger. – ele disse.

- Ah, ela vai ser pra sempre a Srta. Sabe-Tudo Granger, Potter. Assim como você sempre vai ser o Garoto-Que-Sobreviveu. – ele deu um pequeno sorriso. – Agora xô.

Harry riu do som do seu professor de Poções lhe dizendo "x", mas o deixou em paz logo depois disso. Ele ficou caminhando entre a multidão até que ele achou Hermione, ainda falando com o Sr. e a Sra. Weasley.

- Oi Mione. – ele disse.

- Harry! – ela exclamou com excitação, e o abraçou – Eu não te vi quando você chegou. Está aqui há muito tempo?

- Só uns quinze minutos. Sna... Severo foi gentil o suficiente para me dizer que você queria falar comigo.

- Sim, sim, eu queria. – ela disse a Harry, voltando-se para os patriarcas Weasley – Vocês nos dão licença, por favor?

- Claro. Nós vamos experimentar a comida. – O Sr. Weasley disse. – Ouvi dizer que estava excelente...

E eles saíram andando, deixando Harry e Hermione sozinhos. Ela o pegou pela mão e o levou até a cozinha. Havia alguns elfos domésticos se movendo ao redor do cômodo, fazendo comida e enchendo taças. Harry não vira nenhum elfo quando ficara no castelo e estava um pouco surpreso – Hermione no final das contas tinha sido profundamente contra elfos domésticos uma vez em sua vida.

- Qual o problema, Mione? – ele perguntou.

- Eu estava pensando... quer dizer, eu e o Rony estivemos pensando... Só queríamos saber...

- Hermione? Você está enrolando. – Harry disse gentilmente.

Ela lhe sorriu. – Nós queríamos saber se você quer ser o padrinho de um dos bebês.

O Garoto-Que-Sobreviveu estava um tantinho chocado, mas logo um sorriso largo achou seu lugar em seu rosto. – Com certeza, Mione! Eu adoraria!

Hermione sorriu de alívio. – Rony vai perguntar ao Draco. – ela disse. – Nós gostaríamos que ele fosse padrinho também.

Harry a abraçou. – Eu tenho certeza de que ele vai ficar tão encantado quanto eu. – ele respondeu.

- Eu realmente espero que sim. Quero dizer, vocês são as únicas pessoas em que pensaríamos. – Hermione disse.

- Sério?

- Vocês sabem que são. – ela disse. – Sirius e Remo são maravilhosos, mas... Sirius é o seu padrinho, Harry. E também tem Simas, Dino, e a família do Rony, mas simplesmente não está certo. E não é como se eu fosse pedir a McGonagall ou ao Severo, mesmo depois do ataque cardíaco dele.

- Ataque cardíaco?! – Harry perguntou antes de poder se conter. Snape tivera um ataque cardíaco?!

Hermione lhe disparou um olhar. – Sim, aquele três anos atrás do qual voc o salvou. – ela lhe disse. - Lembra-se?!

- Uh, sim, claro. – Harry riu nervosamente. Ele estava se enterrando cada vez mais fundo.

Ela continuou a encará-lo por mais alguns segundos antes de dizer: - De qualquer modo. Eu sei que ele está muito melhor do que era antes, mas eu ainda não o quero como padrinho dos meus filhos.

- Compreendo completamente. – Harry disse, ainda nervoso e muito alerta para o que dizia. Ele tinha escorregado feio, e Hermione parecia mais desconfiada o que jamais estivera naquele tempo todo em que estava ali.

- Vamos voltar para a festa? – Hermione perguntou finalmente, e Harry suspirou de alívio. Ele assentiu, e os dois voltaram para a sala de estar.

Mais pessoas pareciam ter chegado, já que o cômodo estava ainda mais lotado do que antes. Harry não tivera tempo de admirar a decoração natalina antes, mas agora a via: a enorme arvore de natal no canto, perto da lareira, estava decorada lindamente. Havia globos coloridos espalhados pela sala, e havia visgo pendurado sobre a porta. Sob a planta, um dos Gêmeos Weasley estava beijando uma garota – aquela era Angelina Johnson? Se era, então provavelmente o gêmeo a amassando era Fred. Eles estavam juntos, então?

- Estou entediado.

Harry pulou ao ouvir a voz de Draco na sua orelha, e deu meia-volta para ver o loiro olhando para si.

- E o quê eu deveria fazer sobre isso? – Harry imaginou.

- Me entreter? – Draco disse esperançosamente.

- Nos seus sonhos.

- Sempre. – o loiro lhe sorriu largamente. – Wow, aquele é Fred Weasley amassando Angelina Johnson?

Harry ergueu uma sobrancelha para Draco. Ele estava surpreso que o sonserino tivesse de fato reconhecido o casal debaixo do visgo.

- Acho que sim. – Harry respondeu.

- Bem, parece que eles estão se divertindo. Talvez nós devêssemos tentar também?

Harry o mirou d olhos arregalados.

E bem nessa hora, antes que Harry pudesse replicar o que Draco acabara de dizer, Dumbledore pediu a atenção de todos na sala.

- Boa-noite a todos. – ele disse cortesmente, sua voz aumentada para ser ouvida. – Eu espero que todos estejam se divertindo.

Harry achou que aquilo se parecia muito com os discursos que o diretor fazia nas grandes festas e ele ouviu com atenção.

- Eu tenho algumas informações para todos vocês. Algumas más notícias, algumas boas. Primeiro, vamos começar pelas ruins. Como a maior parte de vocês sabe, o Sr. Malfoy teve uma visão duas semanas atrás e uma operação a seguiu, como sempre. Desafortunadamente, dessa ver a operação deu errado e um membro da Ordem morreu. Eu gostaria que todos se lembrassem de Rhonda Gailey pela moça forte e orgulhosa que era e pelo trabalho que fez.

A sala ficou quieta enquanto ele falava. Harry viu Linda do outro lado da sala, seu rosto muito pálido enquanto ela ouvia o discurso de Dumbledore. O diretor continuou falando sobre Rhonda, suas conquistas e seus sonhos.

- Nós nunca devemos nos esquecer daqueles que falecem. – ele disse. – E é por eles, assim como por nós, que continuamos a lutar.

Ele continuou por alguns instantes mais, antes de voltar para o seqüestro da família Hanawalt.

- Nesta operação que falhou, a família Hanawalt e o Sr. Potter foram seqüestrados. Nós fomos capazes de localizá-los, graças ao Sr. Malfoy, ainda que o Sr. Potter e família tiveram de ficar no hospital por alguns dos dias seguintes. Nós não sabemos a razão exata do repentino interesse de Voldemort nos trouxas, mas nossos espiões nos informaram que ele está interessado em armas. Ele procura por métodos de fazer com que as armas sejam perigosas para magos e bruxas, tanto quanto já são para os trouxas. Nós continuaremos a fazer nossos próprios experimentos no assunto para achar um jeito de pará-lo.

Dumbledore sorriu levemente. – Numa nota mais feliz, eu tenho um anúncio a fazer pelo Sr. Fred Weasley e pela Srta. Angelina Johnson, que são agora noivos. Todos nós desejamos a vocês toda a felicidade do mundo. – A multidão aplaudiu e alguns homens deram tapinhas nas costas de Fred, enquanto Angelina conversava excitadamente com suas amigas.

- Agora que já falamos sobre tudo isso, eu desejo a todos um feliz Natal. – Dumbledore terminou, e a multidão o aplaudiu, enquanto o diretor fazia seu caminho até Harry. – Eu poderia tomar um segundo do seu tempo, Harry? – ele perguntou.

- Claro. – ele respondeu, e seguiu o Professor Dumbledore até o lado de fora da casa.

O ar noturno estava ríspido e gelado; a temperatura tinha chegado abaixo de zero alguns dias atrás. Os céus estavam cobertos de nuvens escuras de presságio, e Harry suspeitava que haveria uma tempestade nos dias seguintes. O vento já tinha começado a uivar, e o garoto imaginou por que Dumbledore preferirira ir para fora para conversar. Todas as pessoas lá dentro pareciam pertencer à Ordem – de outro modo o diretor não teria dito tudo aquilo mais cedo – então qual era o segredo que ele iria lhe revelar agora?

- Você precisa de alguma coisa de mim, diretor? – Harry perguntou, quebrando o silêncio.

Dumbledore, que estivera admirando os campos, parecendo perdido em pensamentos, se voltou para ele.

- O perigo está se erguendo, Harry, meu garoto. – o velho mago disse olhando em outra direção, por cima dos campos que circundavam o Castelo Weasley.

Harry assentiu, mas não falou nada. O perigo estava sempre se erguendo em sua vida, principalmente nos seis anos de escola que se recordava. Então o que era especial agora?

- Eu deixei Remus e Sirius, além de alguns outros, em responsabilidade do caso das armas. Eles têm treinado com o Sr. Hanawalt, assim como tentado mágica nas pistolas.

- Você disse que eles não tinham feito nenhum progresso. – Harry falou, confuso.

- Eles fizeram, meu garoto, eles fizeram. – Dumbledore suspirou. Ele de repente parecia cansado e muito velho. O Garoto-Que-Sobreviveu podia ver a dor da guerra nos olhos azuis; o brilho neles tinha mirrado. – Eu não quero causar pânico na Ordem até que tenhamos certeza de que não foi uma ocorrência isolada.

- O... o quê aconteceu? – Harry perguntou. Ele imaginou se queria mesmo saber.

- Remus tentou várias combinações de feitiços nas balas, e descobriu que com a combinação exata elas podem passar por coberturas e feitiços de proteção. Se foi isso o que Voldemort descobriu, então a comunidade mágica não está mais tão protegida contra as armas trouxas quanto era antes.

Harry sentou-se pesadamente no banco ao seu lado. Essas notícias era definitivamente ruins. Se Voldemort começasse a usar armas, então cada ser humano na terra estaria em perigo – ninguém estaria seguro e ninguém seria capaz de proteger a si mesmo. Os trouxas já temiam as armas do jeito que eram, mas custariam casualidades demais para que os magos e bruxas entendessem que o perigo se estendia a eles também. Ele não queria que isso acontecesse; nenhuma vida deveria ser gasta apenas porque outro eram arrogantes demais para veres suas próprias fraquezas.

- Eu quero que você e Draco procurem o Sr. Hanawalt para terem lições de tiro. – Dumbledore disse. – Eu os manterei informados sobre o que a equipe descobrir, mas eu gostaria de saber que vocês dois sabem lidar com uma arma.

Harry engoliu em seco e assentiu. Ele já tinha planejado tomar as aulas; apenas não tinha esperado que o tópico se tornasse tão sério. Agora não era mais uma escolha – ele suspeitava que dentro em pouco saber lidar com uma arma seria uma necessidade para sobrevivência, tanto quanto ter a varinha sempre à mão já era.

Dumbledore continuou. – Eu também quero que você leve Draco para casa rápido. Faça com que ele descanse bastante nos próximos dias.

O moreno levantou os olhos para o velho mago, testa franzida. – Mas por quê?

- Eu suspeito que se Voldemort estiver fazendo tanto progresso quanto nós estamos, então não demorará muito para que ele vá testar suas descobertas e capture trouxas, bruxos ou os dois.

- E se isso acontecer, Draco vai ter uma visão. – Harry terminou por ele. Ele adicionou, numa voz esperançosamente triste, esperando que Dumbledore explicasse um dos mistérios com que se deparara naquele futuro: - Por que é que ele tem de ter essas visões?!

- Seu pai as tinha, e Draco as herdou quando ele morreu. – Dumbledore falou, respondendo a pergunta de Harry do jeito que ele a queria respondida. E outra vez, o Garoto-Que-Sobreviveu cogitou a provável hipótese de Dumbledore saber mais sobre ele e Draco do que deixava parecer.

- Às vezes eu penso se devia mesmo ter matado Lucius. – Harry disse, tentando soar como ele aos vinte e três anos supostamente era.

- Nenhuma razão para olhar para trás e questionar suas ações, meu garoto. – Dumbledore replicou. – O que está feito está feito, agora olhe para o futuro.

Harry nivelou o olhar com o dele, e viu o brilho de compreensão nos olhos do diretor. Ele não sabia exatamente o que queria dizer, mas captou o sentido básico da mensagem – "Eu sei que você não é quem diz que é, mas eu ainda assim confio em voc". Harry sorriu para ele.

- Sim, diretor. – Harry disse, voltando-se para a porta. – Agora eu vou voltar para a festa e me divertir um pouco antes de levar Draco de volta para casa para descansar.

Dumbledore lhe sorriu e o seguiu para dentro do castelo, deixando o frio e a escuridão do exterior para trás.

Do lado de dentro, a festa ainda estava a pleno vapor. Pessoas comiam, bebiam, conversavam e riam, todos como velhos amigos. Enquanto observava, Harry reparou que a multidão era composta pela maior parte de grifinórios. Ele também reconheceu alguns lufa-lufas, e ainda menos corvinais, mas a Casa mais pobremente representada era a Sonserina. De fato, os únicos sonserinos que ele sabia estarem naquela festa eram Snape e Draco. Ele sabia que não deveria estar surpreso – afinal de contas, a maior parte dos bruxos das trevas tendia a vir da Sonserina.

E falando de sonserinos – onde estava Draco?

Harry espiou ao redor da sala à procura de Draco, mas não conseguiu achá-lo em lugar algum. Entre os ruivos Weasley, e os vários ex-estudantes negros, morenos e loiros, Draco com certeza se destacaria com seu cabelo platinado – e ainda assim, Harry não o achou.

- Você viu o Draco? – Harry perguntou a Rony depois de cinco minutos de buscas sem resultado.

Rony sacudiu a cabeça em negação. – Não o vejo já faz um tempo. Cheque o quarto de vocês, ou os de visitas; ele tem mania de ir pra lá quando fica entedia, de que jeito.

Harry assentiu e foi trançando pelas pessoas até os quartos de visitas. Ele os tentaria primeiro, já que eles eram no térreo, ao contrário do quarto que dividiam que se encontrava no segundo andar. Ele passou pelo corredor lindamente decorado, parando por um momento para examinar as fotos nas paredes.

Bem como nas paredes de seu apartamento, Harry e Draco estrelavam muitas das fotos. Não havia uma em que ele não estivessem sorrindo e acenando para a câmera, ainda que houvessem aquelas em que Draco pareciam um pouquinho obrigado a ser fotografado. Eles pareciam um casal perfeitamente feliz, igualzinho a Hermione e Rony, e Harry sentiu uma pontada de inveja dos Harry e Draco daquele tempo. Ele não conseguia imaginar a si mesmo e Draco, entretanto... não havia jeito...

Ele sacudiu sua cabeça para limpar as idéias e continuou a descer o corredor, conferindo o quartos de hóspedes.

Ele abriu a porta do quarto onde Draco acordara pela primeira vez havia um mês. O quarto era exatamente o que encontrara da última vez – as mesmas decorações e móveis, e a mesma cama, feita cuidadosamente com cobertas verdes e prateadas.

E bem no meio da cama sentava-se Draco, embalando um bebezinho em seus braços. O bebê estava, ao que parecia, dormindo, tranqüilamente sugando seu dedo.

- Draco? – Harry chamou, travando no lugar, olhos arregalados.

- Shhh – Draco o fez calar. – Você vai acordá-la!

Harry continuou a encará-lo.

- Quê?! – Draco perguntou, numa voz baixa, mas que ainda assim parecia absurdamente irritada.

- Você... como... quem...? – Harry disse idiotamente.

- Você realmente gosta de passar essa impressão de linguado, não? – o loiro lhe perguntou.

- Cale a boca. – Harry murmurou, aproximando-se da cama. Ele se sentou do lado da cama e olhou a menininha. Ela era linda; nariz pequeno, pele clara, dedinhos finos... e o cabelo vermelho que fez Harry assumir que ela era uma Weasley.

- Esta é Pérola. – Draco disse, sem tirar os olhos do precioso embrulho de mantas em seus braços. – Ela é filha de Percy e Penélope.

- Percy, Penélope e Pérola? – Harry perguntou, soltando uma risada baixa. – Mas que família.

- Bem, eles são Weasleys, o que é que você pode esperar.

- Draco, você está aninhando um dos Weasley previmente mencionados no seu colo. Eu duvido que eu possa levar seus comentários à sério agora.

O loiro quebrou sua observação da menininha para passar a Harry um olhar letal. – Eu estou te ignorando. – ele disse, voltando sua atenção de novo para a bebê.

Harry riu com brandura. – Percebi.

Eles continuaram em silêncio, Harry do lado da cama e Draco com Pérola no colo bem no meio. O loiro descansou suas costas sobre um travesseiro que estava encostado na parede, e alguns minutos depois Harry se levantou e se sentou ao lado dele. A bebê continuou dormindo, cheia de paz.

- Você queria alguma coisa? – Draco perguntou depois de mais alguns minutos em quietude, Ele não olhou para Harry enquanto falava, seus olhos mantidos em Pérola.

Harry levantou os olhos da bebê para o loiro. – Dumbledore me disse para te levar para casa e te fazer descansar. Ele acredita que você vai ter uma visão em breve.

Harry estava observando Draco muito atentamente enquanto dizia isso e notou o pequeno aumento de seus olhos cinzentos. Ele também podia sentir o medo de repente irradiar do loiro; a sensação se aumentava ainda mais por causa de seu Laço do Coração. Ele sabia que o outro rapaz estava se lembrando da antiga visão e da dor que a acompanhara.

Então, Draco pareceu colocar-se sob controle novamente, já que o medo irradiando dele diminuiu até quase nada.

- Está tudo bem em ter medo, Draco. – Harry disse, percebendo que as mãos do sonserino ainda estavam tremendo levemente.

- Como você pode saber? – Draco murmurou. – Você nunca tem medo.

Harry o encarou com olhos arregalados. – Eu nunca tenho medo?! – ele repetiu com incredulidade. – Draco, só no último mês em que eu estive aqui nesse futuro, eu fiquei amedrontado mais vezes do que eu posso contar.

O sonserino ainda se recusava a olhar nos seus olhos.

- Eu acordei aqui e eu tive medo, porque eu não sabia onde estava. Eu tive medo quando te vi pela primeira vez, desmaiado nessa cama aqui mesmo. Eu tive medo quando você teve a primeira visão, e eu estava louco de medo quando fui seqüestrado... Por que você acha que eu nunca tenho medo?

- Você é Harry-maldito-Potter. – Draco sussurrou. – Você é o orgulhoso, bravo grifinório que não teme nad herói do mundo mágico.

- Não por escolha. – Harry grunhiu em resposta. – Se eu tivesse uma escolha, eu jamais teria escolhido ser "o salvador".

Draco ficou quieto por alguns minutos, então disse numa voz mirrada: - Eu não quero outra visão. Elas me ferem.

Harry lhe ofereceu um sorriso miúdo que ele esperava ser reconfortante. – Eu sei que ferem. – era tudo o que ele tinha para dizer. Ele sabia que nada do que ele pudesse falar faria com que Draco tivesse menos medo da visão, e que o tempo e a experiência seriam as únicas coisas que poderiam torná-las mais fáceis. Harry subentendera, pela conversa que Hermione tivera com Rony, que o Draco desse tempo tinha se acostumado com as visões, já que Mione dissera que as visões não o tinham afetado daquele jeito há muito tempo.

Sem aviso, Draco suspirou e se recostou em Harry, pousando a cabeça no ombro do moreno. Pérola ainda estava segura firmemente em seus braços. Harry estava paralisado pela sensação de segurança que era transmitida pelo loiro em ondas, e ficou sentado desconfortavelmente na cama por muito tempo. Então, finalmente, ele deu um suspiro baixinho, passou um braço ao redor dos ombros de Draco e relaxou sobre o colchão.

Ele não viu o pequeno sorriso brincando nos lábios de Draco quando os dois caíram no sono alguns minutos depois.

O nome da filha do Percy é "Pearle" no original, eu só achei ele meio esquisito para botar na tradução letra por letra, mas se o "Pérola" encafifou alguém, já sabem, eu adaptei...

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