Tempo fora de lugar - Drarry...

By itsmgab1hx

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Como seria acordar num dia e não se lembrar dos últimos 7 anos da sua vida? Como seria acordar e perceber qu... More

A Dor de Cabeça é o Último dos Meus Problemas
Uma Visão de Dor
Eu Não Posso te Ajudar se Você Não me Conta
Lar Doce Lar
Proteja-os Com Sua Vida
O Inferno de Um Curador
Animar Alguém
Pesadelos e Laços do Coração
Você Me Faz Sentir As Coisas Mais Estranhas
Quem Te Irrita Te Conquista
Construindo Pontes de Amor
Veneno
Eu Sou Um Curador
Guerras Nunca Feriram Alguém, Exceto Quem Morreu
Visgo
Vozes do Passado
A Melhor Prova de Amor é Confiança
Eu ainda não comecei a lutar
Quando tudo vem abaixo
Que você viva todos os dias da sua vida
A Vida de Althidia
Está Tudo Voltando Para Mim Agora - Último capítulo
Fontes Tiradas da Internet

Tenha Minha Mente

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By itsmgab1hx

Quando Harry acordou na manhã seguinte, foi com a estranha sensação de ser envolvido por outra pessoa. Foi estranho porque ele nunca tinha acordado assim antes.

O corpo macio pressionado contra suas costas, braços magros mas fortes enrolados à volta de sua cintura – Harry soube sem olhar para seu rosto que era Draco a pessoa atrás dele. Harry podia sentir isso, além do fato de que não podia ser ninguém mais contando que eles eram os únicos vivendo no apartamento.

A mente do loiro estava silenciosa agora, ele notou; apenas seus próprios pensamentos estavam lá. Isso provavelmente significava que Draco ainda estava adormecido, já que Harry não acreditava que o feitiço tinha se cancelado só porque tinham dormido. Ele sabia que tinha que ser mais complicado do que isso para saírem da situação que tinham criado.

Ele imaginou como Draco acabou junto com ele no sofá. Pelo mais que Harry podia se lembrar, o loiro não estava ali quando ele dormira. Ele nem mesmo achava que estavam no mesmo cômodo. Então o que aconteceu?

Ele lembrou de seu sonho, do calor e das palavras suaves.

Tudo aquilo fora Draco? Fora Draco de todas as pessoas que o fizera se sentir seguro e protegido? Harry não podia acreditar nisso... E ao mesmo tempo, ele não tinha nenhum problema para acreditar nisso. Draco mudara desde que tinha chegado ali; ele não estava mais agindo como o filhinho mimado de Comensal da Morte que ele sempre fora em casa, em Hogwarts. Claro, isso também não era uma verdade completa; Draco não vinha interpretando o papel de um filhinho mimado de Comensal da Morte há um bom tempo. Desde o começo do quinto ano, o loiro esteve muito mais quieto. Ele não chamara Hermione de "Sangue-Ruim" com muita freqüência, nem xingado Rony de "Pobretão". A bem da verdade, ele estivera mais e mais na sua. Ele ainda tinha suas brigas ocasionais com Harry, mas o moreno começou a imaginar se tudo aquilo não era uma atuação.

Draco teria que continuar seu papel como pentelho antitrouxas então seu pai não criaria suspeitas. Se Draco se unira ao lado bom no começo do quinto ano, então ele teria de ser um ator muito bom para se virar com isso sem Lúcio notar nada estranho sobre seu filho.

Ainda assim, em algum ponto Lúcio devia ter notado algo estranho. Se o futuro em que estavam vivendo realmente era o que ia acontecer, então o Sr. Malfoy descobriria alguma coisa sobre Draco e um seqüestro se seguiria.

Se eles voltassem sabendo disso tudo, eles tentariam mudar os fatos? Draco pediria a Harry para deixar Lúcio viver? Provavelmente não, visto que o loiro dissera a Harry que não sentia por saber do fim de seu pai. Contudo... Eles tentariam impedir o seqüestro completamente, e com isso mudar todo o futuro? Isso era ao menos possível? Quem sabe tudo isso já estava planejado. Talvez Harry e Draco deviam ir até ali, ao futuro, e aprender algumas coisas.

Os pensamentos de Harry foram abruptamente interrompidos quando Draco bocejou e se mexeu atrás dele. O moreno podia ouvi-lo acordando; seus pensamentos estavam começando a escorregar de novo para o cérebro de Harry. Ele o sentiu se espreguiçar e então se aproximar mais.

Aí ele congelou.

'Harry?', veio a pergunta incerta.

- Sim. – Harry falou alto, um sorriso pequeno brincando em seus lábios ao ouvir a voz mirrada de Draco.

'O que você está fazendo?' – a voz não o estava acusando como ele achou que estaria, mas ao invés disso continuou no mesmo tom suave, mirrado e confuso.

- Eu estava dormindo aqui. – Harry disse, ainda alto e ainda sem se virar para encarar Draco. Ele não achava que iria acabar tudo muito bem se de repente estivessem cara-a-cara e apenas milímetros afastados um do outro.

- E eu?

- Você estava dormindo aqui também. – Harry não podia se controlar e parar de provocar o loiro um pouquinho respondendo o óbvio. Dessa vez, Draco percebeu o jeito como estava sendo tratado.

- Obrigado. – ele debochou, e começou a se levantar de sua posição atrás de Harry. – Eu acho que só vou cair fora agora. Ou talvez você queira fazer isso?

Harry se levantou também, sem responder a Draco. 'Quer tomar café?', ele perguntou, saindo da sala.

'Não, estou indo tomar banho.'

Harry fez força para não deixar imagens de Draco no chuveiro inundarem sua mente – já seria ruim o suficiente pensar nisso, mas seria ainda pior ter Draco sabendo que ele estava pensando nisso.

'Quer me acompanhar?', Draco perguntou maliciosamente.

'Não!'

Pense no café da manhã, Harry – ele repetiu para si mesmo, e se ocupou em fazer café para Draco e chá para si. Ele tirou pão do freezer e o esquentou com um passe de varinha.

Dez minutos depois Draco entrou na cozinha, vestido e perfumado. Ele estava usando roupas trouxas, Harry percebeu.

- Estou indo para a biblioteca. – Draco disse, ouvindo os pensamentos de Harry. – Eu não posso andar por lá em vestes de bruxo, posso?

'Só nunca pensei que viria um dia em que eu te veria em roupas trouxas de verdade.', Harry lhe disse, tomando um gole do seu chá. 'Nem mesmo achava que você sabia como elas são.'

Draco pegou a xícara de café. 'Tem um monte de coisas que você não sabe sobre mim.'

'Eu notei.'

Draco passou a manhã inteira, até o meio-dia, na biblioteca. Eles ainda podiam ouvir os pensamentos um do outro tão claramente como se estivessem um na frente do outro, ambos perceberam com desgosto. Harry podia ouvir tudo o que Draco estava lendo, e por causa disso, ele tinha que opinar sobre coisas freqüentemente. Isso resultou num Draco muito aborrecido – e então num Harry irritado quando o loiro fazia questão de não ouvir o que ele dizia. No fim de tudo, provavelmente Draco levou três vezes mais tempo para achar o livro certo do que se ele estivesse sozinho em sua mente.

Ele estava lendo um livro sobre contra-feitiços de todos os tipos quando ele finalmente achou o que procuravam.

'O contra-feitiço para o famoso feitiço Audiosis é o menos comum feitiço Mutus. Funciona exatamente como o Audiosis - diga apenas "Mutus" junto com o nome da pessoa em questão, e o Audiosis estará cancelado.'

Draco estava em casa dois minutos mais tarde. Eles ficaram na sala de estar bem como na tarde anterior, encarando um ao outro.

'Vamos pôr um fim nisso, não?', Draco perguntou e Harry assentiu.

- Mutus Draco! - Harry disse claramente.

- Mutus Harry! – Draco disse ao mesmo tempo.

De repente ficou tudo muito quieto na mente de Harry. Ele não podia mais ouvir os pensamentos de Draco correndo desenfreados ali, e ele se sentiu muito bem de estar sozinho de novo.

- Eu não consigo mais te ouvir. – Draco disse, obviamente agradecido. – Você também não consegue, não é?

Harry balançou a cabeça. – Não, só eu e meus pensamentos, finalmente a sós.

Eles fizeram o feitiço novamente durante os dias seguintes. Agora que eles já sabiam o contra-feitiço, nenhum dos dois se preocupava demais sobre fazer o feitiço. Ainda lhes custaria um tempo longo antes que pudessem fazer o feitiço sem falá-lo, mas estavam melhorando. Assim que ficava irritante ter o outro fuçando nas suas cabeças, eles cancelavam a magia. Obviamente isso acontecia bem rápido, então suas lições práticas nunca duravam muito.

Cinco dias depois de sua primeira tentativa com o feitiço, eles ainda estavam treinando quando a campainha tocou. Eles se entreolharam, confusos, já que essa era a primeira vez que alguém tocava a campainha ao invés de entrar direto pela lareira. Bem, eles não tinham mesmo muita companhia no apartamento, sendo que os Weasley tinham passado por ali há mais de uma semana.

- Você não vai abrir? – Draco falou na tradicional voz arrastada.

Harry lhe atirou um olhar pontudo, imaginando porque o loiro não podia fazer isso por ele. O outro garoto simplesmente o ignorou e continuou sua leitura.

O Garoto-Que-Sobreviveu se levantou de seu lugar no sofá e rumou no corredor para abrir a porta da frente. A campainha soou de novo; pelo jeito ele estava demorando demais. Ele abriu a porta, sem esperar ninguém em especial. Talvez fosse alguém com o endereço errado?

Ele arregalou os olhos para as pessoas paradas à porta.

- Hm, olá Sr. Potter. – o Sr. Hanawalt disse.

Harry continuou de olhos arregalados para eles, seus sonhos pipocando à sua frente. "É sua culpa..."

- Viemos numa hora ruim? – a Sra. Hanawalt perguntou, trazendo-o de volta para o mundo real.

O rapaz moreno sacudiu a cabeça. – Não, não vieram não. – ele disse, tentando controlar seus olhos esbugalhados ao olhar para a família. – Entrem, por favor.

Riley e Brian, os filhos do casal, entraram com rostos inseguros na casa. A menininha tirou seu capote de inverno. Ela estava usando um vestido azul de tecido pesado, perneiras brancas e sapatos pretos polidos. Seus cabelos castanhos na altura dos ombros estavam presos num rabo-de-cavalo, com bandagens ainda cobrindo grande parte de sua testa. Em resumo, Riley parecia muito melhor do que da última vez que ele a vira. Lágrimas correndo pelas bochechas, incapaz de falar... Os sonhos e memórias o assaltaram de novo.

Enquanto os outros se livravam dos capotes, a Sra. Hanawalt estendeu um buquê de flores a Harry.

- Eu sei que não é muito, mas é alguma coisa. – ela disse.

Harry aceitou as flores – um belo arranjo de íris – completamente abobalhado – O quê... por quê? – ele conseguiu dizer.

- Nós sentimos tanto que você tenha se envolvido no... no que aconteceu. – o Sr. Hanawalt falou. – Eu ainda não sei exatamente porque estavam tão interessados em nós, mas me desculpe pela dor que você passou.

Harry estava um pouco surpreso que o Ministério tivesse deixado que os Hanawalts lembrassem de qualquer coisa que fosse do seqüestro – considerando o tento de mágica envolvida – e então ele percebeu que talvez o Ministério não soubesse de nada. Afinal de contas, fora a Ordem que soubera sobre a operação, e Rony e Hermione tinham recebido ordens de manter o Ministério bem, bem longe dela.

- Não é... Quero dizer, - Harry sussurrou, - eu sinto muito pelo que aconteceu. Você não tem nenhuma culpa nisso.

Os Hanawalts mais velhos só lhe sorriram, enquanto as crianças começaram a seguir em frente dentro do apartamento.

- Nós sabemos sobre a operação que falhou. – o Sr. Hanawalt disse.

Os olhos de Harry saltaram de novo.

- O Sr. Dumbledore nos visitou no hospital. – O Sr. Hanawalt continuou. – Ele achou que seria bom para nós que soubéssemos o que aconteceu e o porquê.

Dumbledore falara com os Hanawalts?! Por que ele não fora informado?, Harry imaginou. Eles não tinham visto nem ouvido falar nada sobre o diretor de Hogwarts desde a hospitalização de Harry, e o Garoto-Que-Sobreviveu tentou entender porque o velho mago deixaria de lhe contar algo assim.

- Oh. – era tudo o que ele podia dizer aos Hanawalts.

- Harry! – a voz de Draco fez o rapaz moreno dar meia-volta.

- Sim, Draco? – ele perguntou, e lutou para não rir. Ambos Riley e Brian estavam escalando o loiro, e ele não parecia nada feliz sobre isso. – Nós temos visitas. – Harry disse simplesmente, sabendo que esse seria o melhor jeito de irritar o outro.

- Muito obrigado, Potter. – Draco rosnou.

- Eu acredito que vocês tenham se conhecido antes? – Harry disse a Draco. – Estes são o Sr. e a Sra. Hanawalt, e seus filhos, Brian e Riley. Dumbledore parece ter dito a eles porque foram seqüestrados.

Agora era a vez de Draco de ficar com olhos prestes a saltar, primeiro mirando Harry, depois o casal Hanawalt. Ele só acordou quando Riley pegou uma mecha do seu cabelo e puxou com tudo.

- AI! – Draco exclamou. Riley pôs uma expressão de medo em seu rosto e correu para se esconder atrás da mãe. O loiro não fez nada para confortar a criança; ao invés disso ele só olhou para Harry. – E ele não achou apropriado nos informar sobre isso?!

- Aparentemente não. – Harry suspirou. Ele se virou para os Hanawalts. – Vocês já conhecem Draco, como eu disso, mas eu vou assumir que vocês ainda não foram apresentados. Sr. Hanawalt, Sra. Hanawalt, este é Draco Malfoy.

- É tão bom finalmente ser apresentada ao nosso salvador. – disse a Sra. Hanawalt, e Draco corou até fazer par com as paredes do corredor.

- Não sou... quer dizer... não foi... – ele murmurou incoerentemente.

- Vamos nos sentar na sala de estar. – Harry sugeriu. Agora que Draco tinha assumido o posto de anfitrião gaguejante e incrédulo, ele teria de ser o que faria uma verdadeira conversa acontecer. Com certeza seria interessante ver quanto os Hanawalts sabiam.

Eles continuaram pelo corredor, e Brian exclamou: - Mamãe! Olha pras fotos! Elas estão se mexendo!

Harry sorriu para ele. Tinha reagido praticamente da mesma maneira quando tinha visto as fotografias e pinturas que se movimentavam pela primeira vez. Falando a verdade, ainda havia horas em que elas o encantavam.

Riley pediu a sua mãe para levantá-la para que ela pudesse ver direito, mas Harry foi mais rápido. Ele a pegou por baixo dos braços e ergueu a feliz garotinha no ar. Seus olhos se arregalaram quando ela viu as pessoas se movendo nas fotos, e ela esticou sua mão para cutucá-los. Quando ela percebeu que ela não podia realmente tocar as pessoinhas na fotografia, ela enrugou as sobrancelhas.

Alguns minutos depois, eles conseguiram passar do corredor e se acomodaram no sofá. Riley e Brian estavam correndo pelo cômodo, olhando para as pinturas que se moviam nas paredes e se perseguindo por todo o lugar. O Sr. e a Sra. Hanawalt se sentaram no sofá enquanto Harry puxou uma cadeira pra perto da mesa baixa de vidro e Draco se pôs na poltrona.

Harry pensou por um momento, e então murmurou "Audiosis Draco" e esperou que funcionasse.

'Draco, você consegue me ouvir?'

O loiro lhe assentiu com a cabeça, e fez o mesmo que o outro. "Audiosis Harry", ele disse tão baixinho que o Sr. e a Sra. Hanawalt não poderiam ouvir. Harry estava impressionado que o feitiço de Draco também tivesse funcionado logo na primeira vez que tentara. Eles tinham de estar se acostumando tanto um ao outro quanto ao feitiço.

Harry se virou para o Sr. e a Sra. Hanawalt. – Por favor me desculpem pelas perguntas rudes que eu vou fazer, - ele disse, - mas nós precisamos saber exatamente quanto vocês sabem e lembram.

O Sr. Hanawalt lhe sorriu. – Às ordens, Sr. Potter. – ele disse. – Dumbledore nos deu a opção de um feitiço para esquecer, mas nós dissemos não. Mas ele fez um nas crianças; não achamos que elas têm que lembrar de nada daquilo.

Harry assentiu gravemente. – Parece uma boa idéia. – ele disse. 'As pobres crianças não devem lembrar daquilo.'

'Não',Draco concordou. 'De fato, eu também gostaria de não lembrar.'

- O que o Prof. Dumbledore contou a vocês? – Draco perguntou, virando sua cabeça ligeiramente.

- Ele é professor? – a Sra. Hanawalt perguntou, interessada.

Harry confirmou com a cabeça, - Sim. Bem, na verdade ele é o diretor de Hogwarts.

- Essa é a Escola de Magia, certo? – ela questionou. – Eu estou tendo problemas pra lembrar dos nomes...

Harry assentiu de novo. – Sim, Hogwarts é a Escola de Magia. Agora, voltando ao tópico aberto...?

A Sra. Hanawalt lhe ofereceu um sorriso gentil. Ela disse: - Ele nos explicou sobre Volde... desculpe, Você-Sabe-Quem.

Harry sorriu gentilmente para ela. – Está tudo bem. Nós usamos o nome real dele aqui.

'Só aqui?! Você sequer uma vez usou qualquer outra coisa que não fosse o nome real dele?!', Draco lhe perguntou. Harry lhe disparou um olhar.

- Certo, bem, ele nos disse sobre Voldemort, e que era ele quem estava por trás do seqüestro. Ele disse que não sabia porque ele tinha nos seqüestrado, mas também disse que devia ter a ver com o conhecimento de Carl com as armas? – Harry e Draco confirmaram com a cabeça.

- Então, quando ele nos explicou sobre Voldemort, ele teve que nos explicar sobre... mágica. Ele explicou sobre a escola de vocês, mas ele não disse que era diretor de lá, e um pouco sobre o seu mundo. Minha aposta é que ele ainda nem começou a cobrir tudo, mas nós sabemos do mínimo necessário.

'Mas por que Dumbledore achou que é melhor que eles saibam?', Harry perguntou.

'Eu não sei, mas deve ter alguma razão. O diretor não faz coisas assim de graça.', Draco respondeu. Ele olhou ao redor da sala, e seus olhos pararam nas crianças. 'Sabe de uma coisa?'

'O quê?

'Eu acho que sei exatamente o que levou o professor a fazer isso.

Harry seguiu o olhar de Draco e observou Riley. Ela estava segurando algo em sua mão... e em frente dela um pedaço de papel estava flutuando calmamente pelo ar...

- Minha varinha! – Harry exclamou e pulou fora da cadeira. Ele correu para a criança e tomou a varinha dela num movimento fluido. O pedaço de papel caiu no chão enquanto ele pegava a menininha em seus braços.

'Acho que temos aqui uma futura estudante de Hogwarts.', Harry ouviu Draco pensar.

'Definitivamente.'

Os pais de Riley estavam mirando a filha com olhos arregalados. Ela, por sua vez, estava tentando pegar a varinha de Harry de volta, e fez beicinho quando ele a pôs fora do seu alcance. Ele balançou a cabeça pra ela. – Não, eu acho que não. – ele sorriu para ela. Riley só fez aumentar o beicinho.

- O... o que ela fez? – o Sr. Hanawalt perguntou, ainda observando a filha com olhos do tamanho de pires.

- Parece que sua filha é uma futura bruxa, - Harry respondeu calmamente, - o que explica porque Dumbledore decidiu que vocês podiam e devia se lembrar sobre o mundo mágico.

- Nossa filha? Uma bruxa? – a Sra. Hanawalt perguntou. Ela não parecia desgostosa quanto a isso, entretanto; estava mais chocada e um pouquinho curiosa.

- É o que parece. – Harry disse de novo.

Enquanto os adultos estavam conversando, Riley decidiu que o colo de Harry era um bom lugar para se estar. Ela se aconchegou mais perto, enrolando suas vestes – que Harry só agora percebera que deviam ser um tanto estranhas para os Hanawalts mais velhos – à sua volta firmemente. Ela bocejou e fechou seus olhos, alheia ao choque que acabara de dar a seus pais.

'Parece que você tem uma fã, Potter.', Draco lhe sorriu torto.

'Oh, cale a boca, Malfoy.'

A tarde se passou calmamente depois disso. Harry e Draco continuaram a conversar entre si telepaticamente enquanto falavam com o Sr. e a Sra. Hanawalt ao mesmo tempo. Riley dormiu quase duas horas no colo de Harry, parecendo completamente contente onde estava.

Harry explicou mais sobre Voldemort: alguma história antiga, excluindo a parte dele ser o famoso "Garoto-Que-Sobreviveu". Ele não precisava da atenção somada ao modo que os Hanawalts já estavam olhando para ele. Ele achava que para dois adultos, a informação sobre um mundo mágico escondido era esmagadora. Devia ser mais fácil para uma criança aceitar; o próprio Harry só se lembrava de ter se sentido excitado sobre o novo mundo para o qual fora levado por Hagrid, nunca mortalmente chocado.

Draco por sua vez explicou um pouco mais sobre seu trabalho como Curadores. O pouco que ele e Harry sabiam, isto é. Afinal das contas, Harry e Draco não estavam nem um pouco perto de saberem tudo sobre ser um Curador.

- Eu mal me lembro disso. – a Sra. Hanawalt disse quando Draco falou sobre a cura que fizera depois do seqüestro. – Tudo de que eu me lembro era do calor, e que isso me fazia me sentir bem por dentro.

O Sr. Hanawalt concordou. – Eu não acho que estávamos muito coerentes naquela hora. – ele sorriu gentilmente para eles. – Eu lembro do medo por Riley e Brian, e então, como Anna disse, o calor.

- Eu nem consigo dizer o quanto te somos gratos pelo que você fez por nós. – a Sra. Hanawalt disse. – Sem você, talvez eu ainda estivesse no hospital; ou talvez eu estivesse morta.

Ela tremeu, e Harry viu o Sr. Hanawalt segurar sua mão num ato de conforto.

As maçãs do rosto de Draco estavam vermelhas, Harry viu pelo canto de seu olho. O rapaz obviamente não estava acostumado às pessoas lhe agradecendo tanto. Harry decidiu adicionar um pouquinho a isso.

'Eu acho que isso funciona pra mim também, Draco.', ele pensou, cobrindo sua voz mental tanto com um pouco de ironia – para irritar o loiro – e um pouco de honestidade – ele estava grato, no fim da história. 'Então muito obrigado.'

Ele observou com surpresa enquanto Draco ficava de um tom de vermelho mais profundo. 'Oh, cai fora.', ele murmurou em seus pensamentos.

Finalmente, três horas depois de terem chegado, os Hanawalts se levantaram para sair. Riley tinha acabado de acordar, então ela estava esfregando seus olhos enquanto sua mãe a fazia vestir seu capote. Brian, que estivera lendo um livro qualquer que tinha achado numa das estantes, não queria ir embora.

- Oh, - Draco disse, - você pegar o livro emprestado se quiser.

A carinha do menino se iluminou e ele se atirou para Draco, enquanto Harry encarava o sonserino. Quem tinha substituído Draco por aquele alien legal com crianças? O loiro parecia estar ignorando Harry, já que ele estava abraçando Brian, mas então Harry ouviu: 'O quê, você é o único autorizado a ter um fã clube?'

Harry lhe deu um sorriso largo. 'Nah, vá em frente com tudo...'

Ele se virou para o Sr. e a Sra. Hanawalt. – Eu espero que a tarde não tenha sido desperdiçada? – ele perguntou com um sorriso largo.

A Sra Hanawalt sorriu para ele. – Definitivamente não. – ela disse. – Obrigada, Sr. Potter. Por tudo.

Harry retribuiu o sorriso. – Por favor, me chamem de Harry.

- E eu de Draco! – o loiro lhes disse de trás.

- Se vocês nos chamarem de Anna e Carl. "Sr. e Sra. Hanawalt" nos fazem parecer tão... velhos.
Draco e Harry sorriram que era só dentes e assentiram. Eles fizeram suas despedidas, e Riley abraçou ambos antes que a família fosse embora. Harry ficou no lugar e ficou olhando para a porta fechada atrás deles.

'Bem, essa com certeza foi uma tarde interessante.', Harry ouviu Draco pensar.

'Interessante não é uma palavra forte o suficiente para descrever.'

'Eu mal posso esperar pra ver esses dois em Hogwarts.'

'Esses dois?'

- Ah, qualé, - Draco disse alto. – não venha me dizer que você não sentiu a magia irradiando do menino.

Harry deu de ombros. – Eu acho que não estava me concentrado nisso.

Draco lhe deu um sorriso torto. – Não, você estava ocupado demais mimando a menininha.

O rapaz moreno ignorou o comentário de Draco. – Ela é adorável. – ele disse, lembrando-se da sensação de segurar Riley em seus braços. – Você quer ter filhos?

Draco o encarou. – O que você disse?

- Eu perguntei se você quer ter filhos. Você parecia estar bem feliz com o Brian, que nem eu estava com a Riley. – Harry disse, dando de ombros.

O loiro lhe ofereceu um sorriso pequeno. – Eu quero ter filhos. Um dia.

- Não acha que vai ser um pouquinho difícil? – Harry perguntou.

- O que você quer dizer?

- Bem, se esse é o futuro ou ao menos um futuro, o que nós estamos bem certos de ser, então você e eu vamos estar... juntos... por alguma razão que eu não sei explicar. – ele adicionou, então continuou. – E se nós estamos juntos, então nós realmente não vamos ter filhos.

'Se estamos juntos, vamos achar um jeito.', Draco lhe disse.

Harry parou por um momento, então perguntou: 'Você já se acostumou com isso?'

'Acostumei com o quê?'

'Nós estarmos juntos nesse lugar.'

Draco olhou para ele. – Está ficando mais fácil.

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