Tempo fora de lugar - Drarry...

De itsmgab1hx

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Como seria acordar num dia e não se lembrar dos últimos 7 anos da sua vida? Como seria acordar e perceber qu... Mai multe

A Dor de Cabeça é o Último dos Meus Problemas
Uma Visão de Dor
Eu Não Posso te Ajudar se Você Não me Conta
Lar Doce Lar
O Inferno de Um Curador
Animar Alguém
Pesadelos e Laços do Coração
Tenha Minha Mente
Você Me Faz Sentir As Coisas Mais Estranhas
Quem Te Irrita Te Conquista
Construindo Pontes de Amor
Veneno
Eu Sou Um Curador
Guerras Nunca Feriram Alguém, Exceto Quem Morreu
Visgo
Vozes do Passado
A Melhor Prova de Amor é Confiança
Eu ainda não comecei a lutar
Quando tudo vem abaixo
Que você viva todos os dias da sua vida
A Vida de Althidia
Está Tudo Voltando Para Mim Agora - Último capítulo
Fontes Tiradas da Internet

Proteja-os Com Sua Vida

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De itsmgab1hx

Draco deixou o apartamento na manhã seguinte às nove horas via Flú, para ambos terem tempo de chegar e andar por Hogsmeade até Hogwarts. Harry dera um jeito de lhe informar que Dumbledore o esperava na escola às dez, mas foi tudo o que pôde dizer antes dele começar a ignorá-lo de novo.

Draco não passara a noite na cama do Quarto Principal. No quarto menor que era ligado tanto à sala como o outro quarto, havia uma cama para hóspedes. O loiro dormira lá a noite toda. Harry se sentiu meio mal; a cama não parecia ter nem metade do conforto daquela no quarto maior. Draco não reclamara, entretanto. Factualmente, ele não dissera uma palavra para Harry a manhã inteira. Ele fizera café e comera meia torrada – fazendo Harry se preocupar ainda mais sobre o quão pouco ele estava comendo – e fora embora.

Harry imaginou se era esperado que eles aparatassem em Hogsmeade ao invés de irem com Pó de Flú. Ele concluiu que esse era o caso. Não podia fazer nada quanto a isso, contudo, já que nem Harry nem Draco tinham aprendido como aparatar ainda. Ao invés disso, o moreno ouviu Draco dizer "O Três Vassouras" antes de entrar nas chamas. O Três Vassouras era um dos pubs de Hogsmeade; um dos mais populares; e se eles fossem até lá via Flú poderiam fingir que tinham aparatado de verdade, e poderiam andar até Hogwarts.

Harry rodou pelo apartamento, continuando a memorizar onde as coisas estavam. O quarto de hóspedes onde Draco dormira estava cravado entre a sala e um banheiro. O banheiro tinha uma jacuzzi grande o suficiente para duas pessoas, e tudo dentro dele era branco. Havia duas pias com um espelho comprido em frente a elas. Havia três interruptores, então você podia ter diferentes iluminações no cômodo – luzes suaves que davam um clima romântico e tanto, ou luzes fortes que lembravam a holofotes, ou luzes azuis frias que Harry não gostou nem um pouco.

Parecia que Draco estivera no comando quando eles decoraram o quarto de hóspedes, pelas paredes dele serem de um verde claro suave, e pela mesa sob a janela ser feita de um metal prateado. A estrutura da cama também era metálica, diferentemente daquela do quarto maior, feita de madeira.

Havia fotos nesse quarto também. Uma delas em particular chamou a atenção de Harry, e ele a pegou. Era uma foto de Draco e seu pai, ambos acenado para a pessoa com a câmera. Draco não podia ter mais do que quatro anos, e Lúcio pegava a mãozinha dele com a sua e o ajudava a acenar. O pequeno Draco estava segurando o riso.

Então, havia a coisa que realmente chamou a atenção de Harry – uma estante de livros. Estava atolada de livros de aparência antiga e manuscritos. Harry pegou um livro que lhe pareceu interessante na presente situação - Poções do Mundo. Ele folheou a edição para encontrar informações sobre as poções em seu cinto.

"A Poção Althidia é uma das mais fortes poções revitalizantes no mundo. É usada por Curadores ao redor do planeta em casos extremos. Ela é dada para a vítima quando seu coração bate pela última vez; dada antes disso, ou em qualquer outro momento da vida, a poção levará aquele que a tomou à loucura. Se tomada tarde demais, a pessoa já estará morta, e a vida já terá sido perdida de modo irreversível."

A mão de Harry baixou até o frasco que tinha as últimas gotas de Poção Althidia. Ele continuou lendo.

"A Poção Althidia pode ser ministrada de duas formas diferentes. A primeira, e mais comum, é a fazendo a vítima beber a poção. Três gotas da poção são o suficiente. A vítima tem uma chance em vinte de sobreviver, o que não é uma boa estatística – mas é melhor do que nada.

O outro modo, muito menos usado, é 'A Vida de Althidia'. O(A) Curador(a) molha suas mãos com a poção, coloca uma delas na testa da vítima e a outra sobre o coração. Se feita na hora certa (no último bater do coração), 'A Vida de Althidia' garante a sobrevivência da vítima sem margens de falha.

Então, por que esse não é o modo usado por todos? Muito fácil. Para esse método funcionar, o Curador precisa amar a vítima mais do que ama a si mesmo, e a vítima precisa confiar nele completamente. Se um Curador estranho encontra uma vítima estranha e tenta curá-la dessa forma, não fará efeito nenhum – exceto enlouquecer o Curador e matar a vítima de vez.

'A Vida de Althidia' não foi muito usada no último século. O último Curador que tentou o fez em sua mulher – mas isso mostrou que um deles não confiava no outro, e a esposa morreu, enquanto o Curador foi para uma cela de manicômio em St. Mungus."

Harry ficou olhando para o texto. Certamente não eram poções simples com as quais estava lidando. Ele leu o trecho rapidamente, achando pouco mais que o interessasse. Era em sua maior parte histórias sobre os curadores que tentaram a Vida de Althidia e falharam. Um parágrafo chamou a atenção de Harry, contudo.

"O suprimento mundial de Poção Althidia é feito por um Mestre de Poções, e apenas um. O segredo da Poção Althidia é passado de um Mestre de Poções para outro, no leito de morte do mais velho. É uma enorme honra, e um sinal de que o Mestre de Poções em questão é o maior do mundo. Nem os ingredientes, nem a forma de prepará-la jamais foram escritos."

Harry ficou encarando o livro. Snape dissera que ele estava trabalhando na poção – isso queria dizer que ele, Professor Severo Snape, era aquele que conhecia o segredo da Poção Althidia. O quê, por sua vez, queria dizer que Snape era o maior Mestre de Poções vivo no momento.

Estranho, estranho mundo.

Os olhos de Harry bateram no relógio preso à parede, e ele viu que eram quase onze horas. Se queria ser pontual para o encontro, era melhor ir caindo fora de uma vez.

Meia hora depois, Harry estava percorrendo a estradinha que levava de Hogsmeade a Hogwarts. Estava chovendo, mas Harry pusera um Feitiço Anti-Encharque em si mesmo e em suas roupas, então não tinha que se preocupar com isso. Ele cantarolou baixinho enquanto fazia seu caminho pela estrada. Sua mente estava abarrotada de pensamentos – a maioria deles sobre o jovem sonserino loiro com quem atualmente estava sendo obrigado a brincar de casinha, ou com o professor de Poções de cabelo oleoso chamado Severo Snape. Ao menos com esse último não havia nenhum problema envolvido. Nesse caso, era apenas fazer força para captar a informação de que aquele professor de Poções que Harry odiara por seis anos era o melhor do mundo. Ah sim, e também que esse mesmo Mestre de Poções estava agindo gentilmente em relação a Harry.

Mas quando se falava de Draco... Bem, tudo sobre Draco no momento era problema, e Harry não achava solução para nenhum deles.

E então havia o sempre presente problema de como voltar para o mundo certo, mas Harry se recusava a pensar sobre esse no momento. Deixava-o deprimido pensar sobre quão pequenos eram os avanços que tinham feito em relação a atingir esse objetivo.

O grande castelo de Hogwarts se materializou na sua frente, e depois de um tempo, ele alcançou a entrada. Ele atravessou os corredores rumo ao escritório de Dumbledore, e viu os estudantes ao redor. Era estranho estar em Hogwarts e não ser um aluno, ele pensou.

Ele falou a senha para a gárgula na porta do escritório do diretor, e ela o deixou passar.

A sala de Dumbledore estava lotada. O diretor estava sentado à sua mesa, sorrindo para si mesmo. Fawkes estava empoleirada na mesa, observando o caos ao redor de modo semelhante ao do dono.

Harry avistou Rony, sentado numa das cadeiras. Ele estava falando com seus irmãos mais velhos e gêmeos, Fred e Jorge. Os infames gêmeos Weasley tinham o mesmo cabelo vermelho de Rony, e eram idênticos um ao outro até a última das sardas. Eles não tinham mudado muito em relação àqueles de "casa". Rony, todavia, era mais alto que os dois agora, diferentemente àquele do tempo ao qual Harry estava acostumado. Se bem que o Rony daquele tempo parecia ser mais alto do que qualquer um.

Harry viu duas pessoas que reconheceu, mas não pôde identificar. Ele achava que elas pertenciam à Lufa-Lufa em seu próprio tempo, e eram um ano mais novas do que ele. Estavam falando uma com a outra, baixinho.

Na esquina do fundo estava Severo Snape. Ele mirava a sala com gente para sair pelas janelas com desgosto, e Harry imaginou se ele queria estar lá em baixo nas masmorras fazendo alguma poção complicada. Ele o observou mais alguns segundos, e soube que Snape queria estar fazendo uma poção nas suas masmorras silenciosas.

Numa cadeira do lado oposto ao de Rony e dos gêmeos estava Draco, olhando o céu chuvoso lá fora com feições vazias. O coração de Harry se revirou por ele, a despeito de como o loiro estava agindo nos últimos tempos. Harry podia enxergar através da máscara de indiferença e ver angústia claramente escrita no rosto de Draco. Harry percebeu que Dumbledore devia ter lhe mostrado as fotos da família de sua visão, o que o fizera reviver aquilo outra vez.

- Ah, Harry, você chegou. – Dumbledore disse, e de repente o recinto caiu no silêncio. Rony, Fred e Jorge sorriram para ele, assim como as duas moças da Lufa-Lufa. Draco continuou ignorando-o, e Snape não demonstrou nenhuma emoção que fosse. – Bom. Então podemos começar.

Com um passe de varinha ele conjurou cadeias para todos. Harry se acomodou entre Fred e Draco, enquanto do outro lado do loiro ficou Snape. Dumbledore começou a falar novamente, e a atenção de todos se voltou para ele. Ele levantou algumas fotos, todas mostrando quatro trouxas de aparência normal e feliz.

- Essa é a família Hanawalt. – o diretor disse. – A pessoa principal aqui é o pai da família, Carl. Ele tem uma loja de armas em Londres, e é um dos melhores atiradores da Inglaterra. As outras pessoas nas fotos são seus familiares. Anna é sua mulher, é professora. Sua filha Riley tem três anos, e passa os dias num jardim da infância. Seu filho Brian já entrou na escola.

- O quê Voldemort e os Comensais da Morte poderiam querer com essas pessoas? Eles são só trouxas comuns. – Fred disse, verbalizando a confusão que todos na sala sentiam.

- Nós não sabemos ainda. – Dumbledore respondeu. – Mas desde que eles pegaram sua família como reféns na visão de Draco, e eles parecem tê-los matado em frente aos seus olhos, tem de haver alguma coisa que eles queiram que só ele poderia lhes dar.

- Eu não acho que ele seja o único que possa lhes dar o que eles precisam, professor. – Harry expôs. – Desde que eles também o mataram no fim da visão, eu acredito que ele seja só o mais acessível.

Dumbledore o olhou curiosamente. – Verdade, Sr. Potter. – ele falou. – Verdade.

- Se eu tivesse que adivinhar, - Jorge disse – eu pensaria que os Comensais da Morte estão atrás de alguma coisa que tem a ver com a loja de armas. O senhor disse que ele é um dos melhores atiradores da Inglaterra? Isso tem que significar alguma coisa.

- Voldemort vai começar a usar armas? – Rony perguntou – Por quê? Ele tem magia; e nós podemos simplesmente desviar as balas.

- Voldemort está sempre procurando novos métodos de torturar as pessoas. – Jorge respondeu com um tremor sutil.

- Nós podemos nos encontrar com esse homem? – uma das garotas das lufa-lufas questionou – Se nós pudéssemos conversar com ele haveria uma possibilidade dele entender melhor do que nós o que Você-Sabe-Quem está procurando.

- Linda, - Snape rosnou – nós chamamos Voldemort pelo nome que tem na Ordem.

A moça assentiu nervosamente. – Sim, professor Snape. – ela disse, estudando uma mancha no piso com força.

- De volta ao assunto, - Dumbledore recomeçou – precisamos de alguém para entrar em contato com esse homem, e conseguir informações dele sem parecer interessado demais. Alguém disposto a isso? De preferência alguém com alguns conhecimentos trouxas.

Harry deu de ombros. – Eu posso fazer isso.

- Bom! – o diretor exclamou animadamente. – Então também precisamos de algumas proteções ao redor da casa dos Hanawalt, assim como na loja de armas. As proteções precisam ser fortes; se os Comensais da Morte querem a família dele, eles vão tentar passar por cima de tudo para tê-la.

Fred e Jorge balançaram as cabeças. – A gente faz isso. – eles disseram. – Devemos ligar os alarmes ao senhor ou a nós mesmos?

Dumbledore ficou pensativo por um momento. – Façam alguns que sejam ligados a vocês e alguns que sejam ligados a mim. Liguem um a Harry e Draco também; se os comensais invadirem a casa e machucarem os trouxas, vamos precisar das suas habilidades curativas.

Enquanto falava, ele atirou um olhar para Draco. Harry viu preocupação nos olhos do bruxo mais velho quando ele encarou jovem loiro. Draco parecia doente; seu rosto estava pálido como sempre, havia círculos escuros sob seus olhos, e os olhos em si pareciam... mortos.

- E quando eles não estiverem em casa? – a amiga de Linda perguntou. – Quero dizer, todos eles trabalham ou vão pra escola, como o senhor falou.

Dumbledore assentiu. – Sim. Nós precisamos de três pessoas que sigam a família, e precisamos que façam isso todo o tempo. Não acho que vá demorar muito até o ataque acontecer, então vocês não vão os acompanhar por muito tempo, mas ainda assim eu preciso de pessoas com olhos na nuca.

Fred e Jorge deram largos sorrisos. – Essa é a descrição perfeita do meu irmão. – eles disseram em uníssono e apontaram um para o outro. Dumbledore, Harry, Rony e as lufa-lufas riram.

- Eu pego o outro. – a amiga de Linda disse.

- Bom, bom. – Dumbledore falou. – Então vamos pôr você, Rhonda, com a menininha Riley, Jorge, você vai olhar o Brian e Fred, por favor cuide da Sr.a Hanawalt. Enquanto isso, Harry, você tem de manter Carl seguro.

Harry e os outros três acenaram com a cabeça. O diretor prosseguiu. – Rony, eu posso confiar em você e Hermione para pôr o Ministério fora do nosso caminho?

Rony sorriu. – Eles vão ter muitas outras coisas pra se preocupar. – ele replicou.

- E professor Snape, eu acredito que você tem alguns frascos para todos nós?

Por fim, Snape se levantou e deu alguns passos à frente. Harry agora notou a pequena sacola que ele trazia consigo, e observou o Mestre de Poções tirar uma gama de frascos de dentro dela.

- Para Harry, - ele disse – mais Poção Althidia. – Harry pegou o frasco, agradeceu e prendeu o pequeno recipiente no cinto. – Um pouco de Poção Anti-Enjôo para você entregar à jovem Sr.a Weasley. – Snape continuou e deu um frasco a Rony, então prosseguiu ao redor da sala entregando as poções de diferentes variedades.

Dumbledore deu seqüência à reunião informando a todos os detalhes – o endereço dos Hanawalt, onde trabalhavam, as escolas onde as crianças estudavam.

- Certo, então. – Dumbledore falou. – Vocês estão todos inteirados na missão. Estão dispensados.

- E lembrem-se, – Snape disse friamente – um erro e o resultado com certeza vai ser a morte de um inocente.

- Sim, sim, Severo, todos eles sabem disso. Eu sei que eles farão seu melhor.

Todos os ocupantes do escritório assentiram e se levantaram. A reunião terminara, e agora todos tinham coisas a fazer.

- Harry, você pode ficar por mais um minuto, por favor? – Dumbledore pediu, quando o garoto já estava praticamente fora da sala.

Harry se virou e voltou para dentro do cômodo, onde Draco continuava sentado em sua cadeira, olhando através da grande janela os pingos de chuva caindo sem parar.

O professor Snape se postou em frente a Draco, tentando chamar a atenção do garoto. O loiro apenas o ignorou. Ignorar o Mestre de Poções residente de Hogwarts nunca era uma boa idéia, todavia. Snape parecia estar ficando irado. Dumbledore pôs-se de pé e colocou uma mão no ombro de Severo, e ele pareceu se acalmar, de algum modo.

- Sim, sim. – o professor murmurou, e então começou a procurar por algo em suas vestes. Depois de instantes de busca ele encontrou o que queria; outro frasco, com um líquido azul forte; e deu ao loiro. – Beba. – ele ordenou.

Draco, finalmente desviando os olhos da janela, o mirou com desconfiança. – O quê é isso?

- Só beba, garoto. Beba antes que você caia inconsciente no chão do escritório do diretor. Você não vai fazer nenhum bem a ninguém com isso.

O sonserino pareceu decidir que era melhor beber o conteúdo do vidro – mesmo que acontecesse de ser veneno – do que ser alvo da cólera de Snape. Ele abriu o frasco e o esvaziou na sua boca. Ainda com uma expressão desconfiada no rosto, ele engoliu a poção.

- Agora você vai me dizer o que é isso? – Draco perguntou.

- É só uma bebida energética. – Snape replicou. – Parece que você não anda se alimentando direito ultimamente, e como eu disse, se você desmaiasse aqui e agora, não faria bem nenhum a ninguém. – ele virou para Harry. – Agora, Potter, você poderia, pelo amor de Deus, levar seu namorado pra casa?

Harry olhou para Draco, que parecia mínimo sob a figura alta de Snape. – Eu levo. – ele disse.

Snape empurrou Draco para fora da cadeira, nem um pouco gentilmente. – Vá pra casa, descanse e se anime, rapaz. – ele disse. – Se o ruim vier a ficar pior, suas habilidades curativas com certeza vão ser necessárias.

Draco concordou com a cabeça. Ele parecia um pouco mais acordado agora, e Harry soube que a poção estava fazendo o que devia.

- O senhor se importa se nós formos por Flú daqui? – Harry perguntou. – Eu não quero nem imaginar como vai ser andar todo o caminho até Hogsmeade para aparatar.

- Claro que não. – o diretor respondeu. – Eu estava mesmo surpreso quando Draco disse que aparatou. Tão mais fácil vir direto pela lareira.

Por fim, eles fizeram suas despedidas, e Draco entrou no fogo. O loiro ainda evitava olhar para Harry, e Dumbledore os observou com um pouco de preocupação. Quando Draco desapareceu, o diretor pôs uma mão no ombro de Harry.

- Ele está infeliz. – o velho mago afirmou.

- Eu sei. – Harry disse. – Mas eu não sei o que fazer com isso. Ele não vai me ouvir.

- Você vai achar um jeito. Depois de tudo pelo que vocês dois passaram, eu ficaria muito surpreso se você não encontrasse.

Harry sorriu para o professor Dumbledore, e jogou o Pó de Flú no fogo. – O Ninho -, ele disse claramente, e entrou nas chamas. O escritório do diretor borrou-se até que tudo o que podia ver era um espectro de cores, e ele pulou para fora do redemoinho quando a sala de estar do seu apartamento se aproximando.

Ele aterrisou um tantinho mais graciosamente dessa vez; caiu apenas de joelhos. Draco já tinha saído do aposento e estava em lugar nenhum à vista.

Harry suspirou e se pôs de pé. Tinha coisas a fazer.

Duas horas depois, Harry estava sentado num café, vestindo roupas trouxas e lendo um jornal "normal". Ele ainda tinha seu cinto, entretanto. Tinha começado a pensar na peça como um aparato de segurança pessoal para qualquer coisa: lá estavam sua varinha, a faca e os frascos. Agora, contudo, eles estavam escondidos sob uma jaqueta e um suéter. À sua frente ele tinha uma xícara de chá e meio bolinho.

No outro lado da rua estava a loja de armas de Carl. Era um lugar pequeno, mas casava bem com o resto das lojas ao redor – havia um estúdio de tatuagem, um bar que ainda tinha de abrir as portas, e uma loja de roupas vendendo as peças mais estranhas que Harry jamais vira. Ele imaginou como é que um trouxa podia andar por aí com aquelas roupas – elas mal ficavam juntas umas com as outras. E os sapatos! Como podia uma pessoa calçar sapatos com um salto de quinze centímetros?

Carl era um homem atraente, de cabelo castanho-avermelhado, pele bronzeada e corpo bem definido. Tinha mais ou menos a altura de Harry. Seu nariz era sensivelmente adunco, Harry percebera ao ver uma foto. Quem sabe quebrado numa briga? Nesse caso, ele parecia uma pessoa que podia cuidar de si mesma, Harry pensou.

A loja abria às nove da manhã. De acordo com os espiões de Dumbledore, Carl chegara uma hora antes tanto ontem quanto antes de ontem, para treinar. No porão, sob a loja, havia um estande de tiro para ele treinar suas perícias. Na parede da loja estavam pendurados medalhas de competições de franco-atiradores, e vários diplomas militares.

Harry imaginou de novo o que Voldemort queria com armas trouxas, de todas as coisas que poderia usar. Os bruxos tinham muitos contra-feitiços para objetos perigosos movendo-se em sua direção para as balas serem muito eficientes. Todavia, se o Lord das Trevas quisesse pôr medo na população trouxa, armas provavelmente seriam um modo de consegui-lo. Trouxas eram indefesos contra balas; eles não tinham nada contra elas, exceto pelas tão aclamadas "roupas à prova de balas". Harry duvidava que elas fossem completamente à prova de balas, entretanto. E ademais, o trouxa cotidiano não sairia por aí numa todo dia, de qualquer modo.

Então, esse era um bom meio de matar trouxas. Mas alguma coisa podia ser feita à munição, ou às armas por si mesmas, para fazê-las perigosas também para os bruxos? Harry tinha que conversar com alguém sobre essa possibilidade; Hermione, talvez? Ela saberia onde procurar por respostas, ao menos. Sim, era isso que ele faria.

Clientes entravam e saíam da loja. Harry viu o Sr. Hanawalt mostrar-lhes os diferentes tipos de armas de mão e suas respectivas balas, e eles pareciam discutir que tipo de arma combinava com cada estilo de vida. Formulários de pedido eram preenchidos, e mãos eram apertadas.

Harry bebeu o último gole do seu chá e atravessou a rua. O sino da porta soou quando ele entrou, e o Sr. Hanawalt o olhou de trás do balcão.

- Posso te ajudar com alguma coisa? – ele perguntou. Ele mostrou os mais impecáveis modos britânicos, e sorriu para Harry.

- Estou pensando em comprar uma arma. – Harry disse.

- Você veio ao lugar certo. – o Sr. Hanawalt falou. – Você sabe qual o tipo de arma que está querendo?

Harry sacudiu a cabeça em negação. – Eu quero alguma coisa pequena, que caiba num cinto dessa largura. – ele disse, e levantou um pouco a suéter para mostrar o tamanho do cinto. Comprar uma arma não parecia uma idéia tão ruim. Se ele tivesse uma, poderia tentar feitiços nela e quem sabe descobrir o que Voldemort queria com armamento trouxa.

- Bem...- o Sr. Hanawalt falou, e começou a tirar armas das vitrines. Ele explicou os prós e contras de cada diferente tipo de arma. Harry finalmente encontrou uma que tanto ele quanto o Sr. Hanawalt achavam que lhe cabia bem. Era chamada Beretta Compact 9000, e parecia leve em suas mãos. Era bem balanceada, assim como sua varinha, e tinha quase vinte centímetros de comprimentos. A arma não parecia tão natural em sua mão como sua varinha, contudo, e Harry ficou um pouquinho nervoso em portar algo que podia matar tão facilmente. Então ele percebeu que sua varinha podia matar tão facilmente quanto, e de algum modo, relaxou.

Harry não podia apenas pagar a arma e sair da loja com ela, entretanto. Havia formulários a serem preenchidos, o Sr. Hanawalt tinha que checar sua ficha criminal, e mais um milhão de coisas para as quais ele apenas assentiu com a cabeça e deixou correr. Uma vez tudo isso feito, a arma tinha que ser encomendada, e então aí Harry poderia tê-la. O Sr. Hanawalt também o inscrevera para uma de suas aulas de tiro, então ele aprenderia a usar sua nova aquisição corretamente.

Harry agradeceu ao Sr. Hanawalt, e se virou para ir embora.

Ele só teve tempo de vislumbrar figuras negras antes de ouvir:

- Nesciosa.

O mundo ficou preto.

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