Lívia (COMPLETA)

By JandiOliveira

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No reino Sarabely, a rainha deu a luz a duas gêmeas, a qual deu os nomes de Lívia e Olívia. Mas como a tr... More

CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
EPÍLOGO
LIVRO 2
AGRADECIMENTOS
COMEÇOU!!!

CAPÍTULO 11

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By JandiOliveira

            10 anos atrás

           7 anos de idade

- Nós vamos ser às maiores guerreiras de todo o reino - gritou Olívia , em cima de uma grande pedra, com sua espada de madeira levantada em direção ao céu. Sua bochecha estava vermelha por causa do vento frio , que chacoalhava a capa do vestido cinza grosso idêntico ao meu , enquanto  seu cabelo negro estava repleto  de neve.

- Como você tem tanta certeza ? - perguntei.

- Porque nos somos as melhores sua tolinha.

-  Melhores em que ?

- Na luta.

- E como sabe disso?

- Ah pare de fazer essas perguntas Lívia, já está me  irritando - disse , fazendo um bico,ela saltou da pedra -  anda vamos para o castelo, acho que daqui a pouco vai começar a chover -  diz ela toda sorridente .
Olívia estava sempre nos dando a visão de seu sorriso banguelo, era até meio irritante como ela conseguia estar sempre sorrindo.
Nós começamos a andar (pelo menos eu, já que Olívia saltitava sem parar) em direção ao castelo que estava  escondido pela neblina.
Eu andava arrastando minha espada de madeira no chão, marcando a neve. E ao meu lado Olívia pulava, cantando sem parar a música que mamãe sempre cantava para nós antes de dormirmos.
A única diferença era que mamãe cantava bem.

- Se eu ter que te ouvir o caminho todo ficarei louca - digo, a voz estridente dela já estava me causando dor de cabeça.

- Só diz isso porque está com inveja! - diz franzindo o nariz.

- Sua voz não é nem um pouco invejável .

- É melhor que a sua pelo menos - diz toda convencida.

- Umpff

- Cante uma uma parte da música e eu cantarei outra , assim veremos quem canta melhor - ela para e olha para mim que contínuo a andar .

- Se para provar que minha voz é melhor que a sua terei que ouvi-lá cantar novamente, prefiro  deixar tudo como está e preservar minha sanidade -  ela corre até mim e se coloca na frente, impedindo que eu continue meu caminho.

- Impressão minha ou você está com medo de perder - diz provocativa .

- Não estou não .

- Está sim! - diz rindo , mas para quando ouve um trovão- vamos para casa a chuva está próxima.
Ela está achando que eu sou uma medrosa, o que eu não sou, eu não quero ir embora, pelo menos não até provar o contrário. Assim que olhei para a minha direita e vi a floresta, soube o que eu devia fazer.

- Vamos apostar uma corrida- os olhos dela se iluminaram com minhas palavras, ela adorava correr
-  quem chegar primeiro no rio ganha!

- Para chegarmos ao rio teremos que correr pela floresta, é muito longe e já está escurecendo.

- Longe só se for para você que é muito lenta - ela olha preocupada para o céu cheio de nuvens escuras - acho que não sou eu que está com medo agora - eu sei que as palavras a atingem, é muito fácil fazer a Olívia sorridente transformar-se , cotuque um pouco e ela vira uma garota extremamente competitiva.

- Então vamos lá - ela sorri para mim como se já soubesse que iria ganhar. Nos colocamos uma do lado da outra e então ela começa a contar - 1! 2! 3! E... Corre !

Disparamos em direção a floresta pouco iluminada, marcando a neve com nossas botas.
Quanto mais rápido eu corria  mas o vento ficava forte, levantando a capa atrás de mim que tinha se  enrroscado em um galho. Sem diminuir o ritmo deixei para trás um pedaço da capa cinza.
Olívia estava a minha frente, sua capa estava aos farrapos. Aumentei a velocidade para alcança-lá quase escorregando, as árvores  ao redor já não passavam de vultos, e em algum momento da nossa corrida a chuva começou a cair.
A chuva ficava mais forte a cada segundo embaçando minha visão, eu já não conseguia ver mais Olívia e o vestido estava ficando pesado , obrigando- me a diminuir a velocidade.

- Olívia!!! - gritei , mas sabia que era quase impossível ela me ouvir com aquela tempestade desabando sob nós.
Sem outra escolha, sentei embaixo  de um árvore para  esperar a chuva passar. Senti a água gelada escorrer pelo meu corpo que não parava de tremer.
Levei um susto quando senti um braço passar sobre meus ombros, quando olhei para o meu lado, vi Olívia sentada parecendo um fantasma, o cabelo preto grudado em seu rosto pálido e a boca roxa davam- lhe uma aparência sinistra. Ela tremia tanto quanto eu, mas ainda assim  continuava sorrindo.

- Onde você estava? - gritei para ela escutar.

- Eu estava no rio! - disse sorrindo - ganhei a corrida!

- O céu está prestes a desabar em nossa cabeça e você está pensando nisso!

- É claro que sim ! Não adiantaria de nada, se não perdermos a cabeça para um raio, mamãe fará questão de tirar assim que chegarmos no castelo... pelo menos ganhei !

Revirei os olhos para ela, que só sorriu.  Nos abraçamos tremendo em meio a chuva forte , nós duas estávamos geladas mas de alguma forma tentávamos esquentar uma a outra.
Não sei bem por quanto tempo ficamos tremendo uma nos braços da outra, mas enfim a chuva passou, o céu se abriu.
Teríamos que nos virar com a luz da lua.

- Vem - Olívia estendeu a mão para mim - é só seguirmos a esquerda -  me levantei com sua ajuda, o vento frio castigava meu corpo molhado e a neve voltará a cair.
Nós iríamos congelar se ficassemos alí.
Olívia estava prestes a falar alguma coisa quando ouvimos um uivo.
Fiquei totalmente imóvel, o pânico já lançando suas garras sobre mim.

- Corre ! - disse Olívia e sem me dar um segundo ela me puxou pela mão.
Corremos como loucas , os galhos cortavam meus rosto enquanto corríamos com apenas a luz da lua iluminando nosso caminho, meus pulmões imploravam para um descanso,mas nós já estávamos quase chegando , já aviamos saído da floresta e agora corríamos na estrada que levava ao castelo.
Foi quando escorreguei na neve, e perdi a mão de Olívia  enquanto rolava ladeira abaixo .
Tive a impressão de ouvir Olívia gritar antes que a escuridão me envolvesse.

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Assim que abri os olhos me deparei com mamãe, ela estava sentada ao lado lendo minha história preferida,mas parou assim que me viu.

- Como está se sentindo querida? - perguntou.
Não respondi, minha boca estava seca demais. Levantei a cabeça e olhei todo o quarto mas não havia ninguém, apenas mamãe. Olhei para ela e apontei para a jarra de água que estava na penteadeira.
Ela me deu o copo e sentou-se na cama fazendo carinho no meu cabelo.

- Onde está Olívia ? - perguntei assim que bebi a água. Percebi quando mamãe ficou mais rígida e sua mão parou de fazer carícias.

- Você não pode ver ela agora- disse seca .

- Porque não?

- Porque você está machucada.

- E porque ela não vem aqui? Ela também está machucada?

Mamãe se levantou da cama e foi em direção a porta.

- Ela está de castigo - foi a única coisa que disse antes de fechar a porta.
Eu passei mais dois longos meses na cama , as únicas pessoas que via era mamãe e as servas, a governanta era a única que salvava e papai aparecia de vez em quando com um presente.
Mas quando enfim eu pude sair, a primeira coisa que fiz foi procurar Olívia.
Entrei em seu quarto sem bater, estava animada para ver ela novamente.
Parei assim que a vi. Ela , sentada na cadeira olhando pela janela, havia algo de diferente talvez fosse sua postura rígida,mas assim que ela notou minha presença e olhou para mim, eu tive certeza do que havia de diferente.
Era seus olhos.
Não havia o mesmo brilho de antes. Estavam apagados e totalmente sem vida.
Ela não sorria. Minha Olívia estava sempre sorrindo.
Naquele dia ela disse que não queria brincar, nem no dia seguinte.
Até que semanas depois ela mesma me chamou , depois desse dia tudo voltou ao normal , menos Olívia. Nós brincávamos sempre depois do treino, mas ela já não chegava tão empolgada, era difícil ela sorrir a não ser pelos meios sorrisos.
Ela passou a treinar mais e nos encontrávamos apenas a tarde.
Então corríamos. E era o único momento em que eu tinha minha Olívia de volta, quando corríamos eu podia ouvir o som da sua risada de volta.
Então passei a desejar mais que tudo o fim da tarde, onde poderíamos ser apenas eu e ela.
Eu tinha certeza de uma coisa, mas sempre a jogava para o fundo da mente.

Tudo estava relacionado ao castigo.

                        •••
                        •••

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