Uma noiva de natal

By Ju-Dantas

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**Atenção** Uma noiva de natal estará completo aqui até o dia 31/12, depois apenas na Amazon! Depois de uma f... More

Capítulo 2 - Noiva por acidente
Capítulo 3 - A Contraposta
Capítulo 4 - Um trem desgovernado chamado Julie Harris
Capítulo 5 - O osso cúbito do pé direito
Capítulo 6 - Um anel de noivado
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9

Capítulo 1 - a festa da firma

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By Ju-Dantas

Prólogo

O mundo está girando.

Por que o mundo está girando?

Não, é a cama que está girando?

Abro os olhos e solto um gemido involuntário, quando a luz do dia me cega por um instante. Coloco a mão sobre os olhos e me sento, tentando imagina porque alguém está girando a cama. E focalizo meu olhar confuso no quarto estranho.

Espera... onde estou?

É um quarto espaçoso. Elegante. Muito masculino...

De repente sinto meu estômago revirando, que tanto pode ser da ressaca que acabo de perceber que estou sofrendo ou do fato de me dar conta que aquele quarto é de algum homem.

Levanto os lençóis chiques e constato com certo horror que estou vestindo uma camisa masculina.

— Ah merda! — sussurro com horror.

Com quem eu tinha transado?

Tento me lembrar do que tinha acontecido...

OK, eu estava na festa de natal da empresa. E tinha bebido um bocado, quando deveria estar apenas experimentando as diferentes bebidas caras, mas...

De repente escuto vozes no corredor e pulo da cama.

Merda, preciso sair daqui, seja lá onde estou!

Caço minha roupas e não encontro mas encontro minha bolsa em uma cadeira. Ok, penso rápido a apanhando, terei que fugir assim mesmo. Não deve ser difícil achar um taxi, porque certamente não posso pegar o ônibus de camiseta. E estou justamente saindo do quarto constatando vagamente que o corredor que me encontro é muito elegante também, quando paro horrorizada.

Seis pessoas estão paradas me fitando surpresas.

Uma senhora muito fina está com a mão na boca. O homem ao lado dela, parece consternado. Uma moça loira está franzindo a testa com certa reprovação enquanto me mede e o rapaz alto ao seu lado, está segurando o riso.

Mais atrás dele está um outro homem jovem que olha para todos os lados menos para mim, com se me poupando e uma garota ruiva passa por baixo do seu braço e aponta para mim, rindo.

— Então essa é a noiva do Simon?

O que?

Espera...

Eles estão falando de Simon Bennett? Meu chefe?

Puta que pariu!

Eu tinha conseguido!

Capítulo 1

A noite anterior...

— O que sabe sobre o Simon Bennett?

Tomo um longo gole de uma das taças que seguro enquanto introduzo, casualmente, o nome do CEO da empresa na conversa.

Pode parecer uma pergunta idiota, afinal, ele é o cara que detém o poder de vida e morte sobre nossas cabeças, quer dizer, pelo menos enquanto estamos em nossas baias trabalhando. Mas a verdade é que pouco se sabe sobre Simon Bennett, além da parte profissional. Como o fato dele ser o CEO mais jovem a passar pela DBS Interprise (apenas 28 anos , dá para acreditar que além de lindo ele é inteligente?) e que está no cargo há apenas seis meses. E, claro, é um workaholic, sempre é o primeiro a chegar e o último a sair. O que faz com que todos a sua volta tentem manter o mesmo padrão, afinal, quem vai arriscar chegar atrasado quando chefe já está por ali às sete da matina? Erin, a minha chefe ( aquela cobra que me odeia, tenho certeza), lamenta todos os dias por não poder mais fazer yoga de manhã, como fazia na época do antigo CEO. E Nancy, minha colega, lamenta não poder mais poder sair estrategicamente para ir ao banheiro, fingindo estar com dor de barriga para poder atualizar seu facebook. Bem, eu só entrei na empresa há uma semana, mas lamento não poder tomar café na Starbucks com a frequência que gostaria.

Alan Felton, o cara do financeiro, me encara por cima de sua taça de champanhe. Não me pergunte seu cargo, não faço ideia dos nomes técnicos. Separo todo mundo assim: Alan, o engomadinho do financeiro. Benjamin, o japa da informática, Tyler, o tarado da fotocópia ( ainda tinha arrepios quando Erin me mandava tirar copia e eu antevia as piadinhas maliciosas e sem a menor criatividade de Tyler envolvendo alguma parte da minha anatomia).

— Como assim? Todo mundo conhece o chefe. Ele tem 28 anos. Teve uma carreira vertiginosa na empresa, onde entrou ao se formar, há seis anos, é o mais novo CEO e é viciado em trabalho.

— Isso eu já sei! Quero saber alguma coisa pessoal! — Pisco, bebendo mais um gole de uma das taças. Uma das minhas missões naquela noite, era experimentar todas as bebidas grátis da festa. Não era todo dia em que eu podia participar de uma festa open bar daquele nível. Eu tinha acabado de sair da faculdade e ainda pagava as minhas dívidas com o empréstimo estudantil, enquanto dividia um apartamento com duas amigas, Nancy e Holly. Aliás, foi Nancy que conseguiu aquele emprego para mim, como assistente de Erin, a vaca das relações públicas.

— Ah, vai dizer que você também é uma das garotas do fã clube do Bennett, Julie? – Ele levanta a sobrancelha com sarcasmo.

Enrubesço. Será que sou tão transparente assim e tipo, como assim existia um fã clube? Porque eu não sabia disso? Deveria ter cartazes pregados nas paredes do banheiro feminino!

— Não! – Solto uma gargalhada falsa até para meus ouvidos e termino a segunda taça. Sinto uma pequena vertigem que ignoro.

Segunda missão da noite: não dar vexame por causa a bebida.

Eu não era uma pessoa muito forte em se tratando de bebida alcoólica e já tinha dado vários PTs na universidade. Mas se eu mantivesse a linha, nada ia acontecer. Afinal, eu estava apenas experimentando as bebidas, só um golinho de cada não ia fazer mal.

— Tudo bem? – Alan pergunta, segurando meu cotovelo com olhar preocupado.

— Claro que sim. Só preciso comer alguma coisa, acho – coloco as taças na bandeja do garçom que acabou de passar e pego outra taça. Já experimentei essa? Não me recordo, mas é boa. Foco em Alan de novo. – então estava me contando sobre Simon.

— O que quer saber?

— Tudo – Digo afoita demais e enrubesço de novo, escondendo meu rosto na taça. Merda — Quer dizer, é só curiosidade! Ele é o chefe, e acho que todo mundo quer saber tudo sobre ele. Estou aqui há uma semana e não tenho ouvido muito.

— Simon não gosta de fofoca sobre a vida dele – Alan explica em tom conspiratório, chegando mais perto. Era necessário estar tão perto assim? Consigo enxergar a espinha em sua testa daquele ângulo. — E a última pessoa que foi pega fazendo fofoca, foi demitida, por isso que ninguém comenta nada sobre ele.

— Ah... — Isso explica porque toda vez que eu tentava perguntar casualmente sobre o chefe, as pessoas mudavam de assunto. — E o que a pessoa estava falando?

— Ele comentou que viu Simon com uma garota em um Pub.

Meus olhos brilham de curiosidade e dessa vez sou eu que dou um passo para mais perto de Alan. Na verdade eram duas espinhas.

— Sério? Era a namorada dele? — Por favor, que não seja uma namorada. Que ele não tenha uma namorada!

— Não. Ele nunca é visto com a mesma mulher uma segunda vez. — Alan comenta com malícia, provavelmente esquecendo da regra de ouro de não fofocar sobre a vida pessoal do chefe.

— Como sabe? Achei que ninguém soubesse de nada! – sussurro e Alan sorri, muito animado com nossa pequena sessão de fofoca.

— Todo mundo sabe, só não fica comentando.

— Então ele é tipo um solteirão convicto? — Hum, não sei se gosto disso. Não sei se é bom para minha terceira missão naquela festa.

Missão três: conquistar Simon Bennett.

Ok, sei que não é uma missão razoável, se pensar em tudo o que está em meu caminho, mas, ah, eu já falei em como ele é perfeito?

A história da minha paixão por Simon Bennett é a seguinte.

Eu estava super ansiosa, em meu primeiro dia de trabalho, há exatamente uma semana. Erin me entrevistara alguns dias antes e foi uma completa vaca, tanto que eu tinha certeza que não tinha conseguido o emprego, mesmo com o empurrãozinho de Nancy, que era assistente do vampiro do RH (Sério, Mark parecia muito uma criatura das trevas com aquela pelo branca e olhar maligno). Todavia, para meu espanto, Erin me deu o cargo e eu estava feliz e nervosa ao mesmo tempo, em conseguir meu primeiro emprego de verdade. Fazia três meses que eu tinha me formado em comunicação e meu pai já estava começando a lançar indiretas no grupo da família do WhatsApp. E minha mãe me enviara de presente de natal antecipado um livro de auto ajuda chamado "Como ser bem sucedida em sua carreira e deixar de viver da mesada dos pais".

Assim, deixei Nancy e Holly me convencerem a ir beber para comemorar no karaokê preferido de Holly. Ela cantava super bem e já tinha tentado entrar duas vezes no x-factor, mas foi avacalhada pelo Simon da última vez, sendo eliminada na primeira etapa o que era um tremenda injustiça. Ela realmente era boa. Pelo menos em comparação comigo, que era péssima. Mas depois da segunda pinteu já estava toda corajosa cantando de Madonna a El Divo em cima do palco.

Resultado, acordei no dia seguinte com uma tremenda dor de cabeça, de ressaca e atrasada!

Depois de alguns minutos de desespero, sem saber se tomava banho, tentava desamassar minha cara ou simplesmente voltava a dormir e esquecia que precisava de um emprego, consegui mexer minhas pernas e me arrumar em tempo recorde, me lembrando, só naquele momento crítico que meu closet estava cheio de jeans e tênis e nada glamoroso para trabalhar em uma empresa em Canary Wharf. Enfim, não dava tempo de correr na Primark e fazer umas comprinhas de última hora e tive que me contentar com meu jeans e camiseta de sempre. Vesti meu velho casaco rosa por cima e um cachecol vermelho de Holly e saí correndo, torcendo para que o metro não estivesse um inferno. Obvio que estava e eu contabilizava mais alguns minutos de atraso quando cheguei correndo no prédio da DBS Interprise, uma empresa de tecnologia que aparentemente fazia alguns apps maneiros, tipo aqueles caras do vale do silício, acho. Eu tinha tentado estudar sobre a empresa, mas era muito complicado para entender assim de uma hora para outra, sem contar que era mais legal assistir a última temporada de Irmãos a obra.

Corri pela recepção, depois de pegar meu crachá temporário e consegui entrar no elevador, onde um senhor gordinho com cara de poucos amigos, o único ocupante, fez uma careta quando pisei em seu pé sem querer. Inferno!

As portas se fecharam e eu olhava meu celular, irritada por perceber que já estava atrasada quarenta minutos no meu primeiro dia de trabalho, quando a porta se abriu em outro andar.

Levantei meu olhar da tela do celular, bufando por mais aqueles segundos preciosos de atraso quando ele entrou.

Perdi o fôlego. A voz. O rumo.

O coração.

Era o cara mais maravilhoso que eu já tinha visto na vida.

Alto, com cabelos cor de cobre perfeitamente bagunçados, uma tez pálida que em outro cara podia parecer doentio, mas não nele.

Nele era perfeito, como se fosse um herói de um romance gótico antigo. Lindo e Misterioso. Num terno preto impecável.

Ele segurava alguns papeis, onde mantinha os olhos presos, alheio a minha presença ou a do senhor mau humorado do meu lado.

Mordi os lábios nervosamente, tentando me lembrar como se respirava quando a porta se fechou e o cheiro embriagador do homem perfeito chegou até mim. Delicioso.

De repente ele levantou a cabeça e focalizou no senhor ao meu lado.

— James, atrasado? – Ah, aquela voz... Entrou em meus ouvidos e fez um estrago por onde passava, pousando na boca do meu estômago.

Puta merda!

— Me desculpe, Simon, o trânsito estava terrível...

— Você sabe como se livrar do trânsito. É só sair mais cedo. — o cara perfeito continuou num tom frio como gelo.

Simon, o senhor mau humorado o chamou de Simon?

Caramba, aquele era Simon Bennett? O CEO da empresa?

Mas como assim? Ele era lindo demais para estar ali! Devia estar estampando as capas de revistas de moda!

— Eu sei, claro – o senhor balbuciou como se fosse um adolescente repreendido pelo diretor da escola, o que era bem esquisito, já que Simon Bennett parecia ter idade para ser seu filho.

De repente o elevador parou e Simon saltou, sem nem ao menos dirigir o olhar em minha direção. Eu quase tinha almejado que ele me notasse e me desse uma boa bronca com aquela voz linda como deu no senhor ao meu lado, que agora saía do elevador seguindo Simon como um cachorrinho. Pelo menos assim, eu poderia tê-lo olhando pra mim, falando comigo e aí quem sabe...

— Ele é rico e parece exercer um fascínio entre as mulheres — Alan diz, me fazendo voltar ao presente.

Sim, ele exercia mesmo. Exercia demais.

Eu entendia bem daquele fascínio, afinal vinha sofrendo dele há uma semana. E até agora não tive o prazer de ter a voz de Simon Bennett se dirigindo a mim.

O que estava me deixando maluca!

Eu trabalhava há três andares da presidência, e mesmo arranjando desculpas esfarrapadas para ir até seu andar a toda hora e tentado fazer amizade com a bruxa de da sua secretária, Natasha, uma moça loira anoréxica sem humor algum, que mais parecia saída de mosteiro de freiras silenciosas, de nada tinha adiantada. A única coisa que eu conseguia era vê-lo de longe. Isso devia ter servido para acabar com aquela paixonite, mas não. Só fazia piorar.

Não conseguia tirá-lo da minha cabeça. Eu sonhava com ele a noite.

Era quase uma obsessão.

E cá estou eu. Na festa de natal de empresa. No restaurante chique que ficava no último andar, todo decorado com motivos natalinos, esperando a hora que elechegaria.

E eu tinha dito a mim mesma, que de hoje não passaria.

Eu ia ao menos me apresentar, esse era o plano original quando saí de casa. Tinha até treinado no espelho meu olhar de flerte, depois de deixar Nancy me maquiar e fazer baby liss no meu cabelo castanho cumprido e naturalmente liso. Até peguei um vestido emprestado de Holly. Era verde e de brocado. Muito curto. Um tanto ousado, mas eu tinha que tentar, não é? Minhas pernas não eram nada mal.

E pelo olhar que quase toda a galera masculina vinha me lançando e até mesmo de duas garotas (eu não fazia ideia se elas eram lésbicas ou estavam bêbadas mesmo), eu acho que aceitei em cheio.

Agora só precisava chamar a atenção de um pessoa: Simon Bennett. E embriagada com meu sucesso repentino, decidi que eu podia conquistá-lo. Claro que podia.

E meu coração dá um pulo no peito quando noto ele surgir em meio a multidão.

continua


________________

Olá! Estamos de volta com uma historinha deliciosa de natal!

Pretendo postar todo dia, porque quero terminar antes do natal!!

Grande beijo!

Ju

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