Love Wings

By Primrosewords93

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"Diz-se que no amor, quando mais se dá, mais tem para se dar. Mas eu nunca tive nada para dar a ninguém. Às v... More

Capítulo 1.
Capítulo 2 .
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33
Capítulo 34.
capítulo 35.
capítulo 36.
capítulo 37.
capítulo 38
capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Capítulo 43.
Capítulo 44. FIM!
PRODUTOS LOVE WINGS

Capítulo 30

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By Primrosewords93

Pov Rose

- Hmmm, Rou?

- Sim? - Gritei, prendendo a toalha no cimo da cabeça e saindo da casa de banho já vestida.

- A Catarina desapareceu. - Disse ele, segurando a pequena caixa que servira de última residência à pequena aranha.

- Como assim, desapareceu?! - Perguntei, nervosa, olhando em volta.

- Olha, desapareceu, sei lá, não está aqui! - Disse ele, virando a caixa na minha direção.

- Zazza, pior do que ver a aranha...é deixar de ver a aranha! - Guinchei, entrando de novo para a casa-de-banho, não fosse a diabólica andar por ali, com as suas nojentas oito patas, a pavonear-se pela sua fuga.

- Hmm Zazza, gosto que me trates assim. - Ele sorriu de lado, ajeitando o cabelo molhado ao espelho. Raios, que sexy. Eu já fiz coisas que nem poderia imaginar com este rapaz, e ainda assim, só um sorriso dele ainda consegue fazer-me corar. Ao fim de algum tempo lá nos arranjamos para as reuniões e depois disso veio o tal passeio no parque: abdicamos da ida ao Louvre pois temos muito que conversar, e não me arrependi minimamente; acabamos por encontrar um pequeno baloiço coberto de onde podíamos ver a neve cair sem levarmos com ela, e Zayn sentou-se puxando-me para junto dele.

- Não fujas assim que eu começar a contar-te a minha vida. - Pediu baixinho enquanto enrolava carinhosamente as pontas do meu cabelo.

- Não queiras apressar o dia em que eu te vou por a andar... Vais ter de te esforçar mais se te queres ver livre de mim. - Brinquei, fazendo-o rir e beijando ao de leve a sua mão, sobre um pequeno pássaro tatuado.

- Muito bem, então cá vamos... - Zayn começou por me contar da sua infância complicada, sempre enclausurado em casa sem poder brincar com outras crianças além de Susan: apesar de amar Kayle, Elaine e Peter, eles não substituíam a necessidade de amigos da sua idade com quem pudesse partilhar o crescimento. Contou-me como os seus pais se haviam separado e como ele culpara a mãe na altura por pensar que ela fora embora por egoísmo da sua parte, depois disso conheceu Borhan e eles tornaram-se amigos inseparáveis, mesmo sem ele saber que eram meios-irmãos, fruto de uma traição do pai. Contou como acabou por ser preso por culpa dele e como se esforçou por pô-lo em liberdade, pagando-lhe a fiança com o ordenado que deveria ser para construir o seu negócio de sonho. Na altura ficara furioso por o irmão não se ter dado ao trabalho de lhe agradecer e guardou-lhe rancor até há pouco tempo, quando ele apareceu e mostrou que afinal de contas, por culpa da interferência do pai, a fiança não fora paga e Borhan permanecera preso. Nessa altura acabara por aceitar o trabalho na empresa, e pouco depois dar-se-ia o acidente de Elaine e Peter, que deixara Emma a seu cargo. Nessa altura apareceu Jullie e deu-se aquilo que eu já sabia: Zayn apaixonou-se e ela traiu a sua confiança, só ainda não sabia como...

- Na altura nós vivíamos juntos em minha casa, ela e Emma davam-se lindamente e eu sentia-me completo com a minha nova família...até ao dia em que recebi uma chamada da D. Leila a dizer que Emma tinha desaparecido... - A dor na sua voz fez-me sentir o coração apertadinho, e peguei de novo na mão dele, dando-lhe força para continuar. - A Jullie tinha raptado a minha filha e pedia um resgate de milhares de euros assim como a direção da empresa...Tudo aquilo que passáramos fora somente uma tentativa de ela se aproximar daquilo que ela sabia ser o meu ponto fraco, e até hoje recordo a sensação que tive naquele momento: como se me tivessem roubado o chão e a qualquer momento eu fosse cair num abismo profundo.

Enquanto ele falava eu ia processando a informação toda com rapidez, embora me sentisse abismada com aquilo que ele fora obrigado a suportar... a traição de Jullie, o rapto de Emma... não admira que ele seja tão inseguro e protetor.

- Susan, Niall e Leila ligaram para a polícia mas ela fora muito clara: queria que eu fosse sozinho, e foi o que fiz, sem informar ninguém fui ter com ela ao sítio combinado, e comigo levava o dinheiro e os documentos para lhe passar a empresa. Sabia que isso iria destruir a minha vida, mas faria qualquer coisa para ter Emma de volta...

Ergui o rosto na sua direção e vi como ele lutava contra as lágrimas, tremendo nervosamente.

- Está tudo bem agora, meu amor. - Sussurrei, tomando o rosto dele entre as mãos e encostando as nossas testas. Ele sorriu levemente e abanou a cabeça, de olhos fechados:

- Voltas a chamar-me isso e eu arrasto-te para o cimo da Torre Eiffel para te pedir que sejas minha para o resto da vida. - Disse ele, fazendo-me rir fracamente. Beijei-o com carinho e deitei o rosto no ombro dele, esperando que continuasse a confissão.

- Fui ter a um edifício abandonado e não foi difícil achá-la numa das salas, com uma arma apontada ao berço onde a minha Emma quase já não cabia. Disse-lhe que tinha tudo o que ela queria, mas exigi que fôssemos tratar disso para a sala ao lado pois a idéia de uma bala perdida estava a deixar-me louco. Ela falou durante algum tempo, com uma crueldade que eu desconhecia, e eu percebi que afinal ela não iria cumprir o acordo. Numa atitude irresponsável, lancei-me a ela, tentando roubar-lhe a arma, e só percebi o que acontecera quando senti uma dor sem igual percorrer-me o corpo.

Olhei para ele sem querer acreditar e repetindo o gesto da noite anterior, levantei-lhe a camisola, passando a mão levemente pela tatuagem e sentindo a saliência da cicatriz provocada pelo tiro.

- Oh Zayn... - As lágrimas vieram-me aos olhos e lutei contra a vontade de explodir num ataque de choro. Senti uma onda de raiva tomar conta de mim por alguém se atrever a magoar tanto o meu...o meu "o-que-quer-que-nós-sejamos". - Eu...não suporto imaginar o quanto ainda deves estar magoado com tudo o que te aconteceu.

Abracei-o com mais força e senti os seus braços fortes em torno de mim, acalmando-me.

- Eu estou bem agora, Rose. - Sussurrou, beijando-me o topo da cabeça. - Nem sei bem como acabei por conseguir alcançar a arma dela... Eu ameacei-a e depois ela...ela fugiu. Pronto, é isto.

Eu sustive a respiração e quando voltei a falar a minha voz saiu mais tremida do que pretendi:

- Ela ainda está à solta?

Zayn tremeu levemente e disse que nunca mais ouvira falar nela, embora pensasse que estava fora do país. Fiquei com a sensação que me estava a ocultar algo mas decidi não forçar, pois imagino que seja muito complicado para ele confidenciar estas coisas.

- Obrigado por confiares em mim. - Disse eu, depositando um beijinho na sua bochecha.

- Obrigado por me fazeres confiar em ti. - Respondeu, puxando o meu rosto com carinho e colando os nossos lábios. - Ainda temos tempo para ir a algum lado...onde queres ir?

Pensei em dizer-lhe para me levar a ver a pirâmide do Louvre, a dos 666 vidros, mas subitamente uma ideia estranha atravessou-me a mente.

Há um ditado que diz "quanto maior é a subida, maior é a queda" e até hoje eu nunca havia dedicado muito tempo a pensar nele. Sempre o vi como uma espécie de travão à ilusão, como o aviso realista de que quanto mais sólida é a ponte, mais estragos fará quando desabar... o tipo de ditado que reflete os receios inseguros de alguém que desaprendeu de confiar, alguém que, com medo de perder algo, abdica das expetativas  em favor de um confortável meio termo que garanta uma espécie de barquinho salva-vidas em caso de tempestade... alguém como Zayn.

Nunca pensei muito nisso porque nunca antes tive medo de quedas: ao contrário de Zayn, nunca depositei expetativas em coisa alguma, não com medo de sair magoada e iludida, mas simplesmente porque nunca ninguém me mostrou o quão privilegiada pode ser uma "subida", mesmo sobre o risco de cair. Talvez quem inventou o ditado tenha sofrido uma queda: quem sabe se não se entregou de corpo e alma a um desses amores que são verdadeiras escadas a pique, e nos entretantos pode ter caído lá de cima. Por isso talvez se tenha esquecido da sensação que é estar no topo... eu não a conheço bem ainda, mas começo a ter um pequeno vislumbre e afinal de contas, talvez esteja na altura de eu arriscar subir uns quantos degraus com Zayn - metafórica e literalmente.

- Eu já sei onde quero ir, mas desta vez eu conduzo. - Respondi, sorridente, caminhando até ao carro. Conduzi durante algum tempo até estacionar numa ruazinha paralela à principal, saindo do carro e ajeitando o cachecol. O sol já se pusera e o frio da noite começava a fazer-se sentir com alguns flocos de neve a pairar no ar. Assim que alcançámos a avenida principal, Zayn colocou o braço em redor dos meus ombros e puxou-me para ele.

- Estou a ver que gostaste de inverter a lógica. - Disse ele, encaminhando-se para a parte debaixo da torre Eiffel, como da última vez.

- Gostei sim, mas desta vez quero fazer da forma certa... só para experimentar. - Disse eu, sentindo o coração aquecer à medida que o sorriso dele se alargava.

- O que te fez mudar de ideias? - Perguntou, aproximando-se da bilheteira para o elevador da torre, enquanto eu lhe contava o meu pequeno devaneio sobre o ditado. Íamos subindo e começava a sentir uma dança alucinante no estômago: uma mistura da sensação de estar tão próxima de Zayn, a subir vários metros acima do chão, e ainda um nervoso miudinho por estar a confrontar-me a mim mesma e aos meus limites.

- Então estás disposta a subir comigo, mesmo com o risco de a meio quereres voltar para trás? - Acenei em silêncio, consciente de que ele não está a falar da subida à torre mas sim de nós dois, e do fiozinho que nos liga.

- Sim, estou. - Respondi, sorridente, entrelaçando a mão na dele. Sempre detestei a sensação de sufoco que estar de mão dada me provoca, mas é como se com ele as coisas perdessem o sentido que eu costumava dar-lhes, e ganhassem um novo, que está a ser um prazer descobrir. - E tu, estás disposto a subir comigo, mesmo com o risco da queda?

Nesse momento as portas do elevador abriram e nós, juntamente com vários casais apaixonados, alcançamos o topo da torre mais romântica do mundo, e apesar do meu horror aos clichés, tive de dar o braço a torcer e admitir que isto é realmente algo de outro mundo.

- Sim, estou. - Respondeu ele, abraçando-me pelas costas e permanecendo em silêncio enquanto observávamos a noite de Paris. Ao fim de alguns minutos eu voltei-me na direção dele e ergui-me em pontas dos pés para ficar à altura do seu rosto:

- Como vai ser quando voltarmos? Eu…sei lá. Parece tudo tão… irreal.

Ele enrolou os braços em torno da minha cintura e fixou o olhar no meu:

- Quando voltarmos vamos descobrir, mas para começar vens jantar a minha casa, com a Emma. -Disse ele, sorrindo. Oh não. Oh não. Oh não.

- Mas eu…e se ela pergunta o que é que sou? Tipo…nós…o que é que nós somos? - Perguntei, aflita, corando levemente. Eu nem sei bem o que quero que nós sejamos.

- O que queres que nós sejamos? - Perguntou ele, encostando carinhosamente os lábios ao topo da minha cabeça.

- Não sei… - Sussurrei com sinceridade. - Mas quero que sejamos alguma coisa…

- Rose… - Ele levou a mão ao bolso e os meus olhos arregalaram-se de pânico ao vê-lo tirar uma pequena caixinha preta do bolso do casaco.

- O QUE É QUE TU ESTÁS A FAZER?! - Gritei, fazendo com que toda a gente olhasse para nós. Eu juro que este gajo vai sair daqui com DOIS ferimentos de bala! Comecei a ficar cega de raiva e ele riu fracamente e abrindo a caixa e exibindo um brilhante…

…autocolante.

- Um autocolante? - Perguntei, confusa mas ao mesmo tempo divertida ao ver o desapontamento na cara das pessoas à volta por pensarem que iam ver um pedido de verdade.

- A Emma vai explicar-te melhor no jantar, mas basicamente ela diz que quando alguém ama uma pessoa e quer estar com ela, tem de lhe oferecer um autocolante. Ela fez-me prometer que entregava um autocolante quando encontrasse uma pessoa especial…e aqui estás tu.

O meu coração encheu-se de borboletas felizes e aos saltinhos e apeteceu-me beijá-lo como se vê nos filmes românticos.

            - É um Pokémon. - Constatei, olhando com ternura para o meu autocolante, que me parece muito mais especial do que qualquer anel do mundo.

            - Sim, é o Taillow. - Respondeu, divertido, explicando-me que escolhera entre os autocolantes de Emma aquele que mais se parecia com um pássaro.

            - É perfeito. - Sussurrei, aproximando o rosto do dele.

            - Espera. Falta o pedido! - Que pedido?! Ai Zayn por favor…Ele ajoelhou-se dramaticamente no chão e apesar de me apetecer matá-lo eu só conseguia rir.As pessoas que lá estavam voltaram a concentrar-se em nós e ficaram um pouco confusas quando ele disse em alto e bom som:

- Rose, queres ser a minha “alguma coisa?”

Eu sorri pateticamente e atirei-me para os seus braços, beijando-o apaixonadamente no topo da torre que eu jurara nunca subir.

- Sim, eu quero. - E dito isto deixei que ele me colasse o autocolante na mão direita, que logo entrelacei na dele como forma de selar a nossa “união” um pouco estranha, um pouco invulgar, mas perfeita à nossa maneira.

*

Pov Zayn

- Zazza!!! - Ela correu para os meus braços assim que entrei em casa e rodei-a no ar, deixando-a escorregar para um abraço de urso.

- Emma, que saudades. - Sussurrei, pousando-a no chão e atentando na sua figura pequena…mas que raio? Arqueei a sobrancelha e esbocei um sorriso divertido. - O tio Borhan levou-te às compras?

Ela acenou, suspirando e eu ri: vestia uma camisola de lã, cor-de-rosa choque com o desenho de uma raposa cheia de brilhantes; uma coroa de flores amarelas, umas calças verde-alface e umas galochas pretas com flamingos vermelhos. Parecia uma árvore de Natal ambulante.

- Em minha defesa, eu gostava tanto de todas as peças que não consegui escolher o que vestir-lhe primeiro, por isso juntei tudo! - Esclareceu Borhan, batendo-me levemente no braço como forma de me cumprimentar. - Bem-vindo de volta, como estava Paris?

- Luminosa. - Respondi, voltando a pegar em Emma para a encher de beijinhos.

- Bem, eu vou jantar com a Tinna e depois tenho de passar num sítio, talvez não venha dormir a casa. - Uma interrogação expressa no meu olhar fez com que ele se atrapalhasse e voltasse costas antes que eu pudesse descobrir onde ele ia. Só espero que não se ande a meter em problemas.

- Ok, vou levar a Emma ao Mac. - Disse eu, fazendo-a saltar de alegria até ao carro.

Assim que chegamos e depois de pedir os hambúrgueres, sentamo-nos numa mesa colorida ao fundo do restaurante e deixei que Emma me contasse as novidades dos últimos dias.

- …E depois fizemos um desfile, e a Susi desfilou, e o tio Niall bateu palmas porque ele era o público. Depois eu e o tio Borhan fomos às compras, e ele comprou-me um soutien e…

- ELE O QUÊ?! - Por pouco que não cuspi o CBO.

- Zazza, as meninas têm maminhas que precisam de ser seguradas por uma coisa que …

- Eu sei o que é um soutien, Emm, mas tu não precisas disso para já! -Protestei, anotando mentalmente umas quantas maneiras de matar Borhan. Podia mandá-lo para a selva com o vestido de carne da Lady Gaga…

- Mas tem gatinhos. - Disse ela tristemente. 

- Depois falamos disso quando o tio estiver presente. - Respondi, ainda furioso por ele estar a acelerar o crescimento da minha pequena flor. - Temos de falar de outra coisa agora…

Ok, vamos lá, tu consegues.

- Eu entreguei um autocolante a uma pessoa, Emm. - Expliquei calmamente, vendo-a arregalar os olhos enquanto mastigava mais depressa para poder falar.

- ZAZZA! Tu estás apaixonado por alguém?! Como a Polergarzinha e o príncipe das fadas?! - Gritou ela, empoleirando-se perigosamente no banco.

Eu acenei, puxando-a para baixo.

- Sim. - Respondi, sorrindo. - Chama-se Rose…é a menina dos pássaros, aquela com o cabelo cor-de-rosa, sabes?

- Ela é linda como uma princesa de verdade. - Disse ela, lembrando-se de Rose.

- Pois é. - Concordei, sorrindo sem parar.

Ela saltou da cadeira, contornou a mesa e subiu para o meu colo, enrolando os braços à volta do meu pescoço.

- Não te vais esquecer de mim, pois não? - Sussurrou ao meu ouvido, escondendo o rosto na curva do meu pescoço com vergonha.

Oh.

- Ei, Emms, olha para mim. - Pedi, segurando o rosto pequenino entre as mãos. - Tu és a coisa mais importante da minha vida, isso não vai mudar nunca, percebes? És a minha princesa favorita.

Ela acenou, sorrindo timidamente, muito mais aliviada.

- Vocês são namorados? - Perguntou ela, olhando-me com curiosidade.

- Acho que sim.

- Amas a Rose? - A minha miúda tem talento para interrogar pessoas!

- Amo, muito. - Respondi com um sorriso, sentindo uma onda de felicidade inundar o meu corpo. - Mas não tanto como te amo a ti.

Essa resposta pareceu agradar-lhe por ela sorriu, encarando as mãos.

- Ela vai ser a minha nova mãe?

            Oh raios, eu já devia estar a contar com isto. 

            -  Emma, eu já te expliquei antes… o teu pai é o Peter e a tua mãe a Elaine…

            - Eu sei, e eu gosto muito deles, mas tu és o meu pai agora porque tu tratas de mim com se fosses de verdade… - Às vezes pergunto-me como é que ela pensa tão acima da idade dela. Eu sei que é comum nos miúdos de agora, mas não deixa de me espantar…verdade seja dita, na idade dela eu tenho a certeza que era muito menos perspicaz.

            - Sim, Emma, eu gosto de ti como se fosses minha filha de verdade. - Expliquei, beijando-lhe a testa carinhosamente. - Mas a Rose não vai tirar o lugar da tua mãe… é como no Nemo: fomos sempre eu e tu, agora temos uma Doris.

            Ela riu baixinho e levou a mão à cabeça:

            - A Rose é esquecida e trapalhona como a Doris?! - Lancei uma gargalhada, imaginando a reação de Rose a esta conclusão.

            - Nem tu imaginas o quanto! - Respondi, divertido. - Ela vem jantar connosco amanhã, vais poder conhecê-la.

            Ela fez um pequeno trejeito surpreendido e depois pareceu pensar em algo:

            - Posso usar o meu vestido azul?

            - Claro.

            - E o meu soutien novo?

            Eu vou tãaaaaaaao matar aquele filho da mãe.

*

            Assim que cheguei a casa, depois de deitar Emma, decidi passar pelo escritório para tratar de uns assuntos relacionados com o trabalho. Antes de partir para Paris havia recuperado o espaço, chamando alguém para pintar e remodelar o escritório, mas apesar disso mantive-o fechado não por questões de privacidade mas de segurança. O incêndio ainda hoje me perturbava e embora os detetives estivessem a dar o seu melhor, ainda não chegáramos nem perto de quem pudesse ter feito aquilo.

            Liguei o portátil e decidi aceder ao e-mail: apesar de este ser o trabalho de Rose, eu podia adiantá-lo um pouco para ela ter tempo de descansar para amanhã, mas antes que a página carregasse o meu telemóvel tocou.

            - Anjo. - Cumprimentei com um sorriso divertido, fazendo alusão ao livro que Rose viera a ler na viagem de volta, um tal de Hush Hush.

            - Zayn, já abriste o teu e-mail!? - A voz dela estava ligeiramente alterada e eu percebi que algo de grave se passava.

            - Estou a abrir. - Respondi, sentindo uma onda de pânico tomando o meu corpo assim que percebi a razão da perturbação de Rose.

            - Zayn…quem fez isto? - A voz dela tremia e eu permaneci em silêncio olhando para o ecrã onde a frase se repetia uma e outra vez nos títulos da caixa de entrada.

“ESTOU DE VOLTA E VOU DESTRUIR-TE A VIDA.”

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*N/A: Obrigado pelos maravilhosos comentários pessoal! :3

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