Venha Para Luz

By chayanebentes

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Uma fera.... foi o que Matt Cambridge se tornou, depois de um trágico acidente que o desfigurou. Agora abando... More

Bem vindos a Luz
Era uma vez
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15
capítulo 16
capítulo 18
Capítulo 19
capítulo 20
epílogo
Agradecimentos

capítulo 17

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By chayanebentes


Julie

O vento bate no meu casaco e embora a chuva tivesse estiado um pouco, não havia sinal de que o tempo iria melhorar. Mas Camille estava animada para ir a igreja.

--- Venha conosco -- convido Matt.

--  Vão vocês duas. Assim podem fazer um programa de mulheres depois que saírem da igreja.

-- Por favor, papai -- pede Camille já sentada no banco do passageiro do carro.

Coloco a mão no braço dela, interrompendo os pedidos. Estava tentando entender a apreensão de Matt.  Fazia cerca de uma semana que viviam fora das sombras. Mas estar com outras pessoas era um passo que ele ainda hesitava em dar.

Os moradores da cidade não são receptivos. E desde o início, para eles, Matt era a fera escondida no castelo. Ainda comentavam sobre ele e precisariam de algum tempo para se acostumar, se ele fosse um dia querer aparecer para todos, é claro.

--  Está bem -- digo -- Não vamos demorar.

--  Quero ir -- disse ele baixinho se inclinando na janela do carro - Mas não com Camille por perto. Não sei o que faria se ela ouvisse os comentários que fazem sobre mim.

-- Nem eu -- concordo com os lábios apertados. Ele segura meu  queixo delicado. Amo o modo que ele me olha. Mas decido fugir e dos seus encantos, porque eu estou sempre pronta para defender Camille e ele.

-- Quer dizer que não pretende aparecer para outras pessoas, só para Camille e para mim?

Ele solta um longo suspiro.

-- Não posso. Ainda não.

-- Isto não pode durar para sempre Matt. Vou colocar Camille na escola e haverá reuniões de pais, aulas de bale, festinhas... Vai negar a ela e a si mesmo uma vida normal por causa dos outros?

-- Não. Mas preciso de tempo -- suspiro, tentando me controlar.

--  Está bem. Vou tentar entender.

Olho para Camille que não está interessada nos adultos e brinca com os botões do painel,e fito Matt novamente.

-- Eu me preocupo com vocês -- digo baixinho, ele sorri -- Quero que sejam felizes, e esconder-se não será bom para Camille.

-- E para você?

--Também. Não vejo a hora de desfilar com você por essa ilha e dizer para todo mundo que essa fera é só minha -- digo beijando sua bochecha -- estou falando sério Matt.

Matt

A determinação de Julie era algo que teria que aguentar.  E respiro fundo, porque no fundo sabia que isso iria acontecer. Mas não quero discutir o assunto nesse momento.

-- Podemos conversar hoje à noite, está bem? -- pergunto.

-- Ótimo.

Gosto da determinação que vejo nos olhos verdes, quando ela ergue o queixo, balançando o rabo-de-cavalo. Tinha pela certeza que me arriscaria a fazer um papel ridículo nas ruas da cidade com ela.

Quanto ao futuro, não podia prever o que aconteceria. Mas  ela tem mais do que o meu coração. E queria que esse sentimento durasse para sempre, sem interferência do mundo exterior.
Tendo ao redor apenas ela, Camille, Richard e Deus.

--  Hoje à noite -- digo, inclinando-me mais, para beijá-la. Camille rir, pisquei para ela.

Fico contente que minha filha me aceitou, e também o meu relacionamento com Julie, com toda naturalidade. Somos uma família, Julie era minha namorada, e todas as manhãs, quando acordo e vejo o rosto das duas, e as abraços, experimento um sentimento de paz e realização que jamais imaginei ser possível. Não deixarei que nada ameaçasse essa felicidade. Nunca.

-- E melhor irem antes que a chuva comece outra vez. Volte logo - sussurro ao beijar julie nos lábios. Dou a volta e dou um beijo na testa de Camille.

--- Não vamos demorar mais do que duas hora.

Julie

Depois que sair da igreja. Devo ir ao mercearia comprar ovos e leite, e alguma guloseima para manter Camille entretida durante as próximas chuvas. A mercearia não podia entregar hoje, e estou ansiosa para sair um pouco. Não que me cansasse de estar com Matt. Mas eu gostava de passear e vê pessoas.

Fecho o vidro, dando a partida. A primeira vez o motor falha, mas logo em seguida pega,  e nos afasta da direção dos portões.

Parece que estou saindo de um mundo e entrando em outro. Saindo do castelo e entrando na terra dos súditos. Sorrir com minha piada interna.

Olho pelo retrovisor, Matt acena e faço mesmo.  Ligo o rádio, mesmo que não escute uma palavra que sai dele.

Minha mente continua em Matt.
Nos últimos dias, aprendir muito sobre Ele. Além de um namorado fantástico, pai carinhoso e atento, era um homem de negócios muito bem-sucedido. Embora soubesse que tinha algumas empresas de informática, que dirigia de casa, não imaginava que ele mesmo, tivesse criado os softwares. Programas de segurança, jogos, antivírus. Não havia nada que não pudesse criar, decidir isso depois de vê-lo trabalhando.

Ele ganhava uma fortuna, sem sair de casa.

Quando avisto a igreja. Camille solta um gritinho de alegria.

-- preciso ir Julie -- diz saltando do carro no momento que estaciono. Ela sorri ao vê Ana parada na frente -- afinal, ao contrário de meus pais quero ter uma vida social.

Ela joga a bomba e sai correndo.

Rio e saio do carro. Caminho para dentro da igreja. Cumprimento algumas pessoas que já conheço. Camille está no primeiro banco. Sento no último.

-- irmão, Nós seguramos a barra, seguramos tudo e podemos ter tudo.
Mas o coração as vezes parece tão apertado, porém, tudo que precisamos é Dele agora. Precisamos de Jesus ao nosso lado. Não importa onde vamos, ele está sempre a uma oração de distância.E se quebrarmos ou cairmos Ele está sempre por perto.
As vezes parece que não conseguimos nos levantar dos tombos, e somos duros com nós mesmos. Mas no final, nós voltamos para Ele e depois percebemos que nunca formos longe demais, pois Ele sabe até onde vamos o tempo todo.

Fico pensando na palavra do pastor quando o culto termina.

No caminho para o supermercado penso nas coisas que me aconteceram e o quanto eu mudei.

As vezes nem dava conta que os dias estavam passando e quando as coisas desmoronaram e perdir meu filho pareceu que o mundo ficou incompleto.

Eu me perguntava, "Algum dia, viverei antes de morrer?"

Mas agora entendo que somos nós que decidimos se deixaremos  para trás a solidão. E eu decidir não ser mais cega, e vou tentar com todas as forças ver o que estava além de tudo. Porque sei que Jesus está sempre pronto para me abraçar. Mesmo que tenha se passado anos, resolvir deixar o receio de lado. Porque o tinha medo de achar, encontrei. A luz.

Agora todas as memórias desfalecem, e os dias de solidão não tem mais lugar na minha mente. Eu sei que nunca será do jeito que espero, mas agora penso sobre a eternidade que encontrei.

Quantas pessoas como eu e Matt, estão por esse mundo e pensam que os dias sairam errados e tudo está caindo aos pedaços. Gostaria que elas soubessem que quando chegar no final, O Senhor estará lá para suavizar sua queda.

Pelos corredores do supermercado, Camille coloca tudo o que vê pela frente. Vou atrás dela e retiro as coisas que não são necessárias. Estanho o número de pessoas que caminham pelos corredores e colocam apressadamente suas compras no carrinho.

Quando tudo está feito. Caminhamos para o caixa e pagamos as compras.
No estacionamento, coloco as caixas no banco de trás, e entro no carro. Camille liga o rádio.

Acelero o carro, e minha preocupação fica maior quando olho para o céu, atraves da janela escuro e noto as nuvens se formando. Paro na esquina, esperando um carro prata passar primeiro. Ele para ao meu lado. Suas janelas estão abertas. Vejo o homem moreno olhando para frente, esperando uma senhora passar. Meu coração acelerou. Minhas mãos tremeram. Ele disse que ia me achar. E me achou.


O carro do meu ex marido se move, fico parada no mesmo lugar em pânico. Camille me encarava curiosa.
Meus pensamentos são interrompidos quando a música do rádio para. Franzo a testa quando ouço a interrupção para uma notícia urgente. A tempestade tropical na costa da oeste tinha se transformado num furacão e vinha na direção da ilha.




Matt

Afasto a cortina, olhando a escuridão que cobre a ilha. O vento sopra furiosamente, mas ainda há pouca chuva. Mas ela viria, e forte. Fico me perguntando por que Julie ainda não chegou. Já faz muito tempo que tinham saído.

Tento ligar para ela no celular, mas está na caixa postal. Como sempre acontecia. Celulares eram algo que  não conseguia entender.

Estou impaciente para vê-las em casa, seguras, disco o número da polícia, mas sem resultado. A linha está ocupada, e com o furacão a caminho não iriam procurar uma mulher e uma criança perdidas.

Pego um casaco e saio, peço a Ricard a chave da sua picape. Entregando-lhe a chave.

-- posso acompanhá-lo --  Richard diz preocupado.

--  fique aqui e cuide da proteção da casa -- digo recusando.

Dirijo pela estrada principal, numa velocidade excessiva, a chuva bate forte no teto e no pára-brisa. Acendo os faróis, tento enxergar na escuridão. Areia e lama podia atolar o carro. 

Será que aconteceu  isso o com Julie?

Então eu as vejo, no meio da estrada. Me sinto aliviado, paro e desço. Acima do ruído da chuva e do motor ouço alguém cantando e me aproximo da janela.

Julie abaixa o vidro, surpresa.

-- Matt!

O choque no rosto dela revela que nunca imaginou que saísse do castelo para resgatá-la. Inclinando-me e a  beijo.

-- Graças a Deus!

-- Olá, papai -- Camille diz feliz.

-- Vocês estão bem? --  abro a porta do carro e fecho o vidro.

-- Sim. O motor morreu e parou de vez -- explica Julie saindo junto com Camille --Tentei te ligar do celular, mas a bateria acabou.

Abro a porta da picape ajudando-as a entrar e ficar aquecida.  Volto ao carro para pegar os pacotes que vi no banco de trás.

--  nossa -- resmungo, arrumando os pacotes no chão, à volta meus pés  -- Precisava de tudo isso?

-- Ouvi a notícia sobre o furacão e achei melhor nós estarmos preparados.

Sorrir ao ouvir de sua boca a palavra nós . Agora eramos uma família.

--  Talvez não chegue até aqui, como da última vez -- digo me mantendo positivo.

Furações é um pesadelo para quem vive na ilha.  É como se fosse o preço da solidão e da linda paisagem que temos.

Fecho o carro e entro na picape. Olho para as duas. Não quero nem pensar no que faria se algo acontecesse a elas.

De repente, Camille atirou-se em meus braços.

-- Eu sabia que viria nos buscar, papai -- abraço de volta, olhando para Julie. O sorriso dela é cheio de ternura.

--  Você saiu de casa por nossa causa -- Julie ainda está surpresa.

-- Não podia deixar minhas garotas enfrentarem a tempestade sozinhas -- falo. Julie estendeu a mão e acaricia meu cabelo molhado. Ela me olha assustada e engoli em seco.

-- Estou orgulhosa de você querido -- fala. Seguro mão dela e beijo carinhosamente, para desmostrar que comigo estará sempre segura -- Acho que vamos ter uma noite de chocolate quente, pipocas e desenhos animados -- diz ela a Camille.

-- é isso aí! -- minha filha fala animada.

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