Dois homens, um coração (Roma...

By Strange-Boy

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(COMPLETO E REVISADO) A vida não está lá aquelas coisas para Arthur Cavill. Com 24 anos de idade, ele acaba d... More

Prólogo
1 - O pior dia do ano?
2 - Sozinho
3 - Arthur volta a trabalhar
4 - Não ouse
5 - Basta
6 - Um recomeço na vida
7 - Presos
9 - Tarde Demais
10 - O Impossível
11 - Sou uma boa pessoa quando você está perto
12 - Coisas inesperadas
13 - Boas ações
14 - Feliz ano novo?
15 - Nova vida, novas fases
Epílogo
Outras obras

8 - A Salvo?

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By Strange-Boy


Alguns flashes diante dos meus olhos. 

Alguém me segurou.

Fui levado pra cima. 

Respirei.

Ouvi tosses.

Fui arrastado pra fora do lago, com as costas deitadas no gelo.

Borrões tanto claros como escuros.

Não sabia ao certo se estava sonhando ou delirando. Talvez estivesse enquanto estava me afogando e a morte me dando boas vindas. Do contrário, talvez fosse realidade e eu estava sendo salvo mesmo.

Parece que eu tinha ficado um bom tempo desacordado, mas acordei com um susto e estava tremendo muito. Percebi que estava enrolado em vários cobertores, deitado em um sofá bem próximo do calor de uma lareira. A sensação que eu sentia era horrível e minha mente não estava conseguindo assimilar nada.

Eu tinha morrido?

— Ei, garoto. — uma voz familiar me chamou.

— M-Mark...?

— Não tem nenhum Mark aqui. 

Ao abrir os olhos de vez, pude ver um pouco a sala em que estávamos e a pessoa que estava sentada na minha frente. 

Não acreditei, era Christopher.

Mas ele me salvou? Eu estava de volta com ele naquele prédio que estava mais pra um tipo de purgatório? De qualquer modo, já estava planejando minha fuga de novo, eu não queria ter que ficar perto dele nunca mais. De repente, me sentei. Estava me sentindo menos pior. O que mais me incomodava, na verdade, era o frio intenso que ainda sentia, fazendo com que eu tremesse cada vez mais.

Ok, já tive tempo para assimilar tudo. Eu não tinha morrido. Fui salvo, estava vivo. Vivíssimo.

Não, eu não estava no prédio da ViennaLife. Era um lugar que eu nunca tinha visto antes. Christopher estava com uma outra roupa, mas seu cabelo ainda estava todo molhado. Eu não acredito que ele pulou naquele lago pra me ajudar. Por que ele faria isso, afinal? Será que no fundo ele tem mesmo um pouco de empatia?

Ele sentava com os joelhos distantes um do outro e seus cotovelos apoiados neles. Suas mãos estavam entrelaçadas e ele me olhava como um doutor olha um paciente, até com um pouco de preocupação, arrisco dizer, por mais que isso soe estranho vindo de alguém como Christopher Mason.

Uma porta se abriu e entrou um senhor vestido como um mordomo. Usava até luvas brancas. 

— Ah, o senhor acordou. — sua voz suave disse ao me ver. 

Eu ainda estava sem palavras, então apenas o fitei. Ele se aproximou com uma bandeja de prata e a deixou em uma mesinha perto dos sofás. Nela, estavam duas xícaras com chá.

— Por favor, senhor, beba. Vai fazer bem. — disse a mim. 

Eu acenei e peguei uma xícara, logo depois de Christopher pegar a dele.

— Obrigado. — eu disse.

O mordomo ficou em pé com as mãos entrelaçadas pra trás. Não tinha tantas rugas, era alto, magro e o tom de pele negro. Seus cabelos eram grisalhos assim como a barba sutil que possuía.

Um silêncio predominava a sala, até que Christopher deixou a xícara, agora vazia, na bandeja de prata. Levantou-se e saiu da sala, batendo a porta. 

Terminei de beber o chá e deixei a xícara em cima da bandeja também.

— Por favor, senhor... — perguntei ao mordomo. — O que está havendo? Onde estamos?

— Perdoe-me, senhor Cavill. — ele começou. — O senhor caiu em um lago enquanto corria por aquele parque perto do ViennaLife. É perigoso sair em tempestades assim.

— Eu sei, mas é que...

— A propósito, se o senhor me perdoa a interrupção, preciso lhe informar que tomei liberdade de trocar o seu traje para a sua segurança. Me perdoe por tal ação, mas foi para o seu bem, senhor. — ele me falou.

Olhei pra baixo e percebi que estava usando uma blusa branca feita de seda, tinha as mangas compridas e as calças eram de pijama em uma estampa xadrez. Embora todas elas ficassem muito grandes em mim e por isso assumi que eram de Christopher, estavam confortáveis. 

— Não tem problema. — olhei para o mordomo de novo. — Muito obrigado. 

Ele assentiu com a cabeça. 

— O senhor está na casa da família Mason. 

Família? Eu não consigo imaginar como deve ser a família dele. Será que são tão arrogantes quanto ele?

— O senhor Mason estava te seguindo durante aquela tempestade depois que saiu do prédio. — prosseguiu o mordomo. — Assim que ele viu o senhor cair no lago, mergulhou para te salvar. Ele me contou que o senhor conseguiu colocar muita água pra fora e a respiração voltou ao normal, mas estava inconsciente. 

— E então ele me trouxe pra cá? 

— Sim. Seu carro estava no estacionamento e deu sorte de ter pegado. Como o senhor estava só precisando se aquecer, ele o trouxe para um lugar mais perto do que qualquer hospital: a sua própria casa, aqui. Eu estava cuidando dos meus afazeres, quando de repente levei um susto com ele gritando meu nome ao entrar pela porta principal. Carregava o senhor no colo, pedindo ajuda pra que eu pudesse aquecê-lo.

— Por favor, não me chame de senhor. 

— Como quiser, senh.. Ah, digo...

— Pode me chamar de "você" mesmo. — sorri. 

— Claro.  Não irá se incomodar com isso? — me perguntou com uma feição preocupada.

— Ah, claro que não. Me sinto mais confortável. 

— Pois não. 

— A propósito, eu me chamo Arthur. É um prazer conhecer você. 

— O prazer é todo meu, Arthur. Me chamo Sebastião. 

Sorri mais uma vez e levantei do sofá. Percebi que estava com dois cobertores, exatamente. Um deles eu deixei sobre o sofá e me enrolei no outro. Notei também que minha tremedeira tinha parado. 

— Acredito que o chá me ajudou bastante com a questão do frio.

— Certamente. — ele sorriu. 

— Quer dizer que... quer dizer que Christopher me salvou. — repeti, até agora sem acreditar na ação do meu ex chefe completamente rude. 

— Sim. 

— Se me dá licença, Sebastião, preciso muito ir falar com ele. — disse. 

Sebastião curvou suas costas para mim e eu fiquei surpreso com o ato. Estava me sentindo da realeza com algo assim.

— Ah, por favor, não precisa fazer isso. — eu pedi a ele.

— Isso o quê? — me perguntou.

— Se curvar, desse jeito... Eu sou uma visita nesta casa, acho. No máximo. — expliquei.

— Tratamos as visitas com o maior respeito possível, Arthur. Não se preocupe com isso. Vejo que é um menino digno e cheio de educação também. Sorte a sua por ter crescido com uma criação exemplar dessas. Já o senhor Mason, mesmo sendo criado com tudo isso...

— Então ele não é só daquele jeito no trabalho, como suspeitava. 

— Não mesmo. Ele age de uma forma agressiva com praticamente todos em sua vida, não só no local onde trabalha. Porém, o rapaz tem um bom coração. Tanto que salvou você. — sorriu pra mim e fez com que eu refletisse um pouco. 

Saí da sala. Estava em um enorme corredor com muitas portas e quadros gigantescos pendurados nas paredes. Estátuas, decorações elegantes por todo o lado. Talvez estivesse em uma casa bem maior do que as comuns. E agora? Onde vou achar ele?

Por mais que fosse um casarão, parecia deserto. Onde estava todo mundo? 

As janelas estavam fechadas e pra minha infelicidade pude ver que a tempestade ainda acontecia lá fora, infelizmente.

Pensei em voltar para a sala onde havia acordado, mas não saberia mais voltar pra lá... Eu estava perdido.

Ouvi passos, então segui eles, sempre segurando no cobertor que me envolvia. Chegando na origem dos passos, vi Christopher se servindo de uma bebida em uma sala que tinha uma grande adega e um mini bar.

— Com licença. — eu disse antes de entrar. 

Ele olhou pra mim e rapidamente voltou o olhar pra taça em que despejava a bebida. Me aproximei. Ele deixou a garrafa em cima do balcão.

— Por que me salvou? — perguntei, pois queria ver o que ele explicaria.

Pra meu azar, ele só deu de ombros. Um breve silêncio ameaçou se estender, quando ele retrucou:

— Não vai agradecer?

Lembrei do que havia acontecido na noite passada.

— Ora, te fiz jantar ontem e você até agora não me agradeceu. 

— E eu salvei sua vida! — ele exclamou. 

Suspirei. 

— Isso anula o fato de você não ter me agradecido pelo favor que eu te fiz? 

Ele me olhou com os olhos cerrados.

— O que há com você? Não sabe ser educado? Não sabe usar essas palavras? O que te custa? Sua dignidade? Seu ego? — eu perguntava, curioso para saber sua resposta.

— Pare com isso já, por favor. — ele disse, levantando uma das mãos, fazendo um gesto para eu parar. — Eu te salvei e é assim que você agradece? Isso tudo é tão importante pra você?

— Bom, talvez. — respondi e ficamos nos olhando.

— Por que? — ele perguntou.

— Eu não sei. Se eu não me importasse eu não estaria me preocupando com isso. — expliquei com a maior sinceridade.

Christopher olhou para o chão e deu meia volta, sentando-se na cadeira e dando mais um gole na sua bebida.

— Obrigado.  — ele me disse, passando a ponta do seu dedo anelar na testa.

Finalmente! Agora temos um ato nobre e uma palavra bondosa vindo de Christopher Mason.

Me aproximei e sentei ao seu lado.

— Obrigado por salvar minha vida. — eu disse. 

Então ele olhou pra mim mais uma vez. Agora que eu estava solteiro, talvez tivesse começado a sentir um certo tipo de atração por Christopher. Sua personalidade é horrível, mas há algo estranho e bom que parece se esconder atrás de tudo isso. É misterioso, mas por ser desconhecido, o que mais me atraía no momento era a sua aparência. Agora estava sendo a primeira vez que eu estava reparando no quanto ele era bonito.

— Por que me seguiu? — perguntei.

— Porque era perigoso. — ele explicou.

— Então se importava?

 Christopher deu de ombros mais uma vez. Era quase certo pra mim que ele fazia isso pra não dar o braço a torcer. Ele não queria admitir e dizer com todas as palavras que se preocupou comigo, seja por qualquer motivo que fosse.

Passamos alguns minutos em silêncio.

— Você quer beber alguma coisa? — ele me ofereceu.

— Não, obrigado, eu estou bem.

Depois, mais silêncio.

— Quem é Mark? — ele me perguntou, olhando pro teto.

— Bom... — respirei fundo. — Ele é meu ex namorado. Achei que tivesse ouvido ele quando estava acordando hoje, mais cedo. Na verdade, ele não se importava muito comigo ou o nosso relacionamento, então fui obrigado a terminar. Eu não queria um amor pela metade.

Christopher não falou mais nada, olhava para o copo e bebia mais um pouco, até a bebida finalmente acabar.

— Sabe, perdi meu relógio no lago hoje. — ele puxou assunto outra vez.

— Nossa, eu sinto muito. 

— Era a prova d'água, mas saiu do meu pulso e afundou.

— Se você quiser, eu posso te... — tentei oferecer para comprar outro.

— Não. Não quero outro. Aquele relógio foi o único presente que já ganhei na vida, tinha um significado único.

Sério? Tantos anos e só ganhou um presente a vida inteira? Fiquei surpreso. 

— De quem era o presente? — perguntei.

— Do meu pai.

De repente, fomos interrompidos por uma senhora de cabelos ruivos que caminhou em nossa direção, entrando na sala. Ela tinha o corpo gordinho e também era baixinha. Usava uma roupa impecável de cozinheira. 

— Com licença, senhor Cavill, senhor Mason. Estou aqui para dizer que já prepararam o banho do nosso convidado. Precisamos jantar em breve! — ela anunciou com um enorme sorriso. 

— Nossa, tem certeza que precisa de tudo isso? Eu agradeço muito, mas... — tentei completar, mas fui interrompido.

— Não, senhor. É o mínimo que podemos fazer. Precisa de um banho bem quente e de uma refeição bem preparada. — ela explicou.

— Terá de ficar, Arthur. — Christopher me disse.

— Como assim? — perguntei.

— A tempestade não irá passar até a manhã seguinte. Logo, precisará dormir aqui.

— Mas...

— Não há outra forma. Não tem problema. 

— Senhor Cavill, deixe-me mostrar o banheiro para o senhor, por favor.

Lentamente, me levantei e fui atrás da cozinheira.

— Com licença, senhor. — ela se dirigiu a Christopher e deu um passo atrás, me levando até o andar de cima por uma enorme escadaria. 

— Meu nome é Rute, jovenzinho. — ela me disse enquanto subíamos. 

— Prazer, Rute. Meu nome é...

— Arthur Cavill! Todos aqui já sabem. — ela riu. 

— Estou me sentindo um convidado de honra, mas fui só...

— Resgatado de ser afogado em um enorme lago congelante sendo que o senhor mal sabia nadar!? — ela respondeu com seu jeito rápido de falar. 

 Eu ri. 

— O que foi, senhor? — me perguntou, mas também ria. 

— A senhora fala de um jeito muito engraçado. 

— Bem, aqui está o banheiro. — ela me mostrou. — Suas toalhas e roupas novas para o jantar estão todas ali dentro. 

— Muito obrigado por tudo. Vocês tem sido muito bons comigo. 

— Por quem aparenta ser, é visto que merece tudo de bom, senhor. — ela sorriu e então começou a caminhar de volta, mas parou e virou-se pra mim novamente. — Talvez possa quebrar aquele coração de gelo do patrão. — disse em tom muito baixo, com as costas da mão protegendo sua boca. Piscou pra mim e se retirou depois de pedir licença. 

Será que Christopher nunca recebia nenhuma visita na casa? Eles estavam empolgados com a situação. Entrei no banheiro e tranquei a porta. A banheira estava repleta com água espumante. Foi um banho muito relaxante. Depois que cheguei na casa, o dia se tornou maravilhoso, estava sendo tratado muito bem. Espero que Christopher não aja de forma grosseira novamente e estrague tudo. 

Depois de me secar, pus a roupa que era bastante elegante. Dessa vez, não parecia ser de Christopher e sim algo reservado para hóspedes. Uma blusa social cor-de-vinho, de botões, junto com uma calça social preta e sapatos. Será que eles se vestiam assim na própria casa pra jantar?

Ao descer as escadas, me vi em outro grande corredor. Dessa vez, foi fácil achar a sala de jantar. Rute estava passando pra lá e pra cá, carregando um monte de bandejas com alguns... ajudantes? 

Ao chegar no local, fiquei encantado. O lugar era muito bem decorado. Tinha quadros com artes divinas, um enorme castiçal banhado a ouro e uma mesa enorme de madeira logo embaixo, com cadeiras longas e de acolchoamentos vermelhos. As janelas também eram grandes, com cortinas transparentes e de bordas azul e ouro.

— Por aqui, senhor. — uma jovem loira e magra me mostrou o caminho, puxando a cadeira para eu sentar.

— Muito obrigado. — sorri e me sentei.

— Por nada!

Christopher estava sentado do lado oposto, já comendo. Estava com a mesma roupa de antes. Rute chegou com um prato. Nele, havia frango assado, ovo frito com queijo, batata frita e diversas verduras com purê de batata. Colocou na minha frente, na mesa. 

— Aquela é Cindy, minha ajudante e melhor amiga. — sorriu pra mim. — Gosta deste prato?

— Rute, já basta. — disse Christopher.

— Desculpe, senhor. — Rute respondeu, ficando ereta, olhando pra ele.

— E pode se retirar, por favor. Já está tudo aqui na mesa, não quero mais você ou algum ajudante atrapalhando o jantar, pode avisar a eles. — Christopher finalizou.

— Certamente, senhor. Com licença. — ela disse com um semblante preocupado e se retirou.

Pronto, começou. Por mais que ações como essas fossem esperadas dele, eu estava um pouco boquiaberto.

— Não precisa tratar as pessoas assim. — minha vontade de falar foi maior.

— Não preciso lembrar que você é um convidado na minha casa e não deve me dar lições de como devo me comportar. 

— Não sou ninguém pra te dar lições, só esperava que refletisse.

— Humpf.— ele bufou.

Jantamos em silêncio, ou quase. O vento forte uivava lá fora, às vezes até passando pelas pequenas frestas das janelas. 

Depois que terminamos e ficamos nos encarando, estava tão incomodado que decidi tentar puxar assunto.

— A casa da sua família é muito bonita.

— Família?

— Sim, a sua família, Mason.

— Eu não tenho família.

— Como assim?

— Acabei de falar. Não tenho.

— Ah, é que o seu mordomo, o Sebastião...

— Disse que eu tenho família?

— Não, não... Ele disse que a casa pertencia a família Mason.

— A família Mason só sou eu. Aqui só moram eu e os empregados.

— Compreendo.

O que havia acontecido com os seus pais? Ele não tinha irmãos, nem ninguém? Ou apenas desconsiderou todos por estarem longe e não gostarem dele? Algo do tipo? Queria muito perguntar. Admito que sou curioso e enxerido, até demais, mas não dá pra ter esse tipo de conversa com Christopher. Além de arrogante, é certo que ele nunca gostou de dar detalhes de sua vida, do que faz ou o que deixa de fazer.

— Estou indo me deitar. Vou mostrar o seu quarto. Vem comigo. — ele me disse ao levantar da cadeira.

Levantei e o segui. Desta vez subimos um lance de escadas diferentes do que eu subi da última vez. Este era mais perto da sala de jantar. 

— Pronto. É aqui. — me mostrou.

— Ah, sim. Obrigado. 

 Ele continuou a andar e foi entrando no quarto logo ao lado, que parecia ser o seu.

 — Boa noite. — eu disse, mas tudo o que Christopher usou para me responder foi a porta batendo na minha cara. 

Talvez, além do gênio que ele tinha, fosse também uma mistura com a raiva de eu ter me demitido.

Entrei no quarto e fechei a porta. Havia uma suíte, uma enorme janela com assentos acolchoados logo embaixo e cortinas longas como as do resto da grande casa. A cama era de casal, mas era tão grande que ao deitar, percebi que caberiam mais três de mim e ainda sobraria um pouco de espaço. Tudo o que havia de restante era uma cômoda com um abajur e um guarda roupa completamente vazio. Parecia ser um quarto feito só para hóspedes.

Me virei na cama. Olhei para o teto e já estava pegando no sono. Apesar de ter sido salvo por Christopher e ser eternamente grato por isso, ele não agia como uma boa pessoa. Então, tudo o que eu pensava era que empatia nunca será o suficiente. É preciso ser gentil, ter um bom coração e tratar as pessoas com o máximo de educação e respeito possível. Seus empregados pareciam ser tão legais, não mereciam ser tratados daquela maneira.

Se Christopher foi criado em meio a tanta gente educada como eu vi hoje, como cresceu dessa forma tão estúpida que ainda assume até hoje?

Do que adianta ser rico de dinheiro, mas pobre de alma e coração?

FIM DO CAPÍTULO

Próximo em breve!

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