Sombras do Desejo (Romance Lé...

De CarolRosa86

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Paola é uma mulher de 22 anos que, devido a uma gravidez aos 17 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo... Mais

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 52 - Final

Capítulo 51

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De CarolRosa86

Há dias que venho me sentindo com mal estar. Nos primeiros dias que senti uma pequena vertigem, encarei isso como consequência da má alimentação que vinha tendo devido ao abuso que sofri, então, mesmo sem vontade, decidi me forçar a comer melhor.

Outra coisa que pensei que era a causador desse mal estar foi todo o estresse que vinha enfrentando naqueles dias. Os pesadelos, medo de Fernanda não aguentar e me deixar, o pavor dele voltar e me machucar novamente ou, o pior, roubar meu filho. Tantas coisas aconteciam comigo, tantos traumas surgiram naquele dia que, pensei que era por isso que eu estava daquele jeito.

Os dias foram passando e os "sintomas" se abrandaram, as coisas foram se acertando e eu estava mais leve. Morando com Fernanda, formando uma família com ela, voltando a trabalhar, encontrando um grupo que me dava motivos para continuar e, o melhor, ele ser preso. Tudo corroborava para eu estar me sentindo melhor, porém, as coisas nem sempre são simples como a gente quer.

Fernanda está viajando a trabalho, uma oportunidade e tanto para a agência, algo que ela almejou muito e que estava se tornando realidade. Eu estava feliz e orgulhosa dela, por tudo que ela alcançou em sua vida, ainda mais depois de tomar ciência de todos os males que ela teve que enfrentar para chegar onde chegou.

Pensem comigo: Diante de tantas coisas boas, qual não foi minha surpresa ao notar que algo estava errado, que algo estava faltando e, pior ainda, passar mal com enjoos enquanto cozinhava para você e seu filho?

Aquilo não era um bom sinal e, mesmo com medo, mesmo temendo descobrir que minhas suspeitas podiam estar certas, aproveitei a ausência de Fernanda e fui até uma farmácia qualquer e comprei o famoso teste.

Fiquei naquela noite de quinta, horas andando de um lado para o outro dentro daquele banheiro depois de colocar Gabriel para dormir, antes de, finalmente, decidir por fazer.

Sentada na tampa do vaso sanitário, fiquei olhando aquele teste sobre a pia e respirando fundo diversas vezes para retardar o momento de olhar o que havia dado.

Quando vi aquela listra, quando vi o resultado, desabei chorando. Não podia ser! Não podia ser verdade aquilo. Eu já havia passado por tanto, sofrido tanto e agora isso? Sentada na tampa do vaso sanitário, com o rosto entre as mãos, desabei em desespero.

Mil e uma coisas passaram por minha cabeça: vergonha, medo, ódio, pavor, raiva, nojo... tantos sentimentos envolvidos que não sabia julgar.

Tantas perguntas me envolviam: O que devo fazer? Quem devo procurar? O que Fernanda vai pensar? Etc.

Naquela noite eu não dormi, não tinha vontade de fazer nada. Eu carregava em meu ventre um bebê... um filho daquele homem, daquele maldito que me fez tanto mal. "Por quê?! Eu não mereço passar por isso!"

Estava em meu quarto e de Fernanda, chorando sem parar, quando a porta do quarto se abriu e por ela entrou, em passinhos curtos e lentos, esfregando os olhinhos e arrastando um pequeno cobertor, meu pequeno. Meu filho Gabriel.

- O que foi, meu filho? - Perguntei o olhando e tentando disfarçar meu péssimo semblante.

- Mamãe... tive um sonho ruim. - Ele respondeu e pude notar como seu lábio tremia devido ao medo.

- Ohhh meu filho! Vem cá com mamãe, vem. - Falei me levantando e indo até ele, pegando ele no colo e levando para cama comigo. - Fica aqui que eu cuido de você. - Disse o abraçando e ele se aferrou a mim com força.

Zuma, logo subiu na cama e deitou a nosso pé, se esticando todo. Eles são inseparáveis e não adiantava mandar sair, se Gabriel dorme conosco, Zuma dorme também.

- Era um bicho grande e feio, mamãe. Tô com medo. - Gabriel falou e pude notar como sua voz estava embargada.

- Não tem nada lá, amor. - Respondi beijando seus cabelinhos castanhos. - Mas, se tivesse, mamãe cuida de você, tá? - Falei e ele só balançou a cabeça que sim.

Ficamos em silêncio, eu com minha cabeça no meu mais novo problema e meu filho, provavelmente, tentando afastar o sonho ruim de sua cabeça. Apesar de tudo que eu tinha em minha mente, ter meu filho ali comigo era a melhor coisa que eu poderia querer e sempre me acalmava.

Tê-lo comigo, me dava força, garra para continuar sempre. Ela era meu suporte, meu motivo para lutar e acreditar que tudo poderia dar certo, mesmo quando tudo indicava que não. Gabriel é o melhor de mim e sempre será o meu maior presente, mesmo tendo vindo de alguém que não merece minha compaixão.

- Ele é o melhor de mim. - Sussurrei, me fastando lentamente e com cuidado de meu filho e o observando, já dormindo calmamente. Seu semblante sereno, inocente, seus cabelinhos castanhos e cacheadinhos, a paz que ele me transmite só em estar perto.

Ver meu filho ali, ao meu lado, me passando tanta força, tanta vontade de lutar por mim e, consequentemente, por ele, fez meu coração acelerar e, num ato de compaixão e esperança, levar a mão ao meu ventre e acariciar levemente.

- O melhor de mim... mesmo num momento tão difícil. - Sussurrei tomando uma decisão que, com certeza, mudaria muitas coisas em minha vida, mas que, eu sentia ser o correto.


Eu estava sentada naquela praça de alimentação há um bom tempo. Percorria com meus olhos por todos os rostos presentes, vendo as interações das pessoas, seus sorrisos, rostos sérios e cansados. Cada um ali tinha uma história para contar e isso parecia tão fascinante.

Logo a vi chegar correndo, carregando algumas bolsas e me buscando por entre as mesas na praça de alimentação. Assim que me viu, Isabel estendeu a mão acenando e, sorridente, veio até mim.

- Desculpa a demora, amiga. - Isabel falou me dando dois beijos no rosto e se sentando à minha frente.

- Tudo bem, não esperei tanto. - Respondi contente em vê-la.

- Lauro pediu para eu pegar algumas coisas para ele, aí demorei, porque tive que passar no trabalho dele antes de vir pra cá para entregar. - Explicou.

- Relaxa, Isabel. Tá tudo bem. - Falei sorrindo. Claro que eu entendia o lado dela.

- Mas me fala, o que de tão importante você tem para me falar? - Perguntou colocando as bolsas na cadeira do lado, apoiando as mãos na mesa e me olhando expectante.

- Não quer beber nada antes? - Perguntei, apontando meu refrigerante sobre a mesa.

- Acabei de tomar um suco quando estava vindo pra cá... - Respondeu sorrindo. - Mas não me deixa no suspense. O que foi? Fernanda resolveu parar de te enrolar e te pediu em casamento, é isso?! - Perguntou com um sorriso debochado.

Ao ouvir o nome de Fernanda, senti meu coração apertar e uma dor fina percorrê-lo. Eu sabia que, a decisão que eu havia tomado, poderia mudar tudo entre nós duas e isso me machucava bastante.

- Aconteceu algo sério? - Isabel questionou em seguida. Acredito que meu rosto deve ter denunciado que era algo bastante problemático, pois, dessa vez, sua voz saiu mais preocupada.

- Na verdade... aconteceu e... - Engoli em seco, hesitante. - Por isso que te chamei.

- Fala logo, Paola! Estou ficando nervosa, já. - Isabel falou aflita. - Você e Fernanda brigaram? É isso?!

- Não... ou melhor... não brigamos ainda, mas, pode ser que briguemos.

- Não tô entendendo. Me explica isso direito, pelo amor de Deus!

Respirei fundo, aspirando e expirando o ar algumas vezes e olhei para Isabel. Ela tinha uma aflição gigantesca nos olhos, mas, nesse momento, ela era a única pessoa com quem eu poderia contar.

- Eu... - Comecei e ela se ajeitou na cadeira, me observando atentamente. - Há alguns dias que eu venho me sentindo mal... eu pensei que era culpa dos problemas que tive, o estresse, o trauma... - Respirei fundo novamente, buscando coragem para dizer. - Tinha passado, então eu deixei pra lá, mas, essa semana, voltei a me sentir mal... e... - Engoli em seco.

- E?! - Perguntou levando suas mãos as minhas e apertando.

- Ontem a noite... aproveitando que Gabriel já tinha ido dormir e Fernanda não está na cidade... eu... eu fiz um teste de farmácia... - Nesse momento Isabel arregalou os olhos e me encarrou assustada. - Eu tô grávida, Isabel. - Finalizei e ela ficou me encarando por alguns segundos, sem dizer nada. Pelo visto, processando a informação que havia lhe dado.

- O quê?! - Perguntou apavorada. - Como assim?! Meu Deus!

- Eu sei. - Soltei suas mãos e passei nos cabelos, suspirando e apoiando meu rosto em minhas mãos.

- Paola... - Isabel tentou falar, levando as mãos a cabeça e me olhando com compaixão e tanto medo quanto eu.

- Foi muito complicado quando descobri.

- Imagino! Você, sozinha em casa, sem ninguém para contar... - Isabel falou voltando a estender suas mãos e segurando as minhas. - Por que não me ligou?! Pediu para eu ir te ver na hora?!

- Não passava nada pela minha cabeça... eu... eu fiquei apavorada. Só soube chorar. - Respondi sendo sincera.

- Ahhh amiga! Nem sei o que dizer... conta comigo, só isso que posso falar agora. - Ela falou me brindando com um sorriso encorajador.

- Eu sei...

- Já decidiu como vai fazer? - Isabel perguntou e eu logo entendi o que ela queria dizer. Era momento de dizer o que tinha decidido.

- Já decidi sim. - Falei abaixando a cabeça. - Eu não vou tirar.

- Como não?! - Isabel perguntou num sobressalto. - Paola... essa criança é fruto de um estupro... você tem esse direito, ninguém te julgaria por ter feito isso nessas circunstâncias e... se julgarem, que se dane! - Falou alarmada, me fazendo sorrir.

- Eu sei disso, Isabel... mas, ontem a noite, enquanto eu chorava pensando em tudo que eu passei, em mim, nessa criança e na forma como ela foi concebida... pensando nisso tudo eu confesso que estava pendendo em fazer o aborto, mas, quando vi Gabriel e percebi tudo que ele significa para mim... - Senti lágrimas surgindo em meus olhos, enquanto Isabel me observava atentamente. - Essa criança não tem culpa... ela pode ser o símbolo de um novo começo e... é irmão ou irmã de meu filho, um pedaço de mim... - Liberei minhas mãos do agarre de Isabel e levei a barriga, acariciando de leve. - Essa criança merece viver e me dar tanta luz quanto Gabriel me dá.

- Aí amiga! - Isabel falou entre suspiros. - Eu sempre soube que você é corajosa... que você tem brios e um coração de ouro... essa decisão que você tomou é muito difícil. - Sorriu levemente. - Eu não sei como será... mas se você precisa de meu apoio... saiba que terá sempre.

Concluiu e eu já sentia as lágrimas escorrendo por meus olhos. Eu sabia que tinha feito a coisa certa ao chamá-la para conversar. Ela, além de tia desse bebê, era minha melhor amiga, minha irmã e minha eterna cunhada. Ao me ver chorando, Isabel também começou e logo éramos alvo de olhos curiosos que nos cercavam naquela praça de alimentação.

- Que mico. - Ela falou pegando um lenço em sua bolsa e secando as lágrimas. - Chorar em espaços públicos é brega. - Disse me fazendo rir junto a ela, mas, logo o sorriso abrandou e ela me olhou voltando ao semblante preocupado. - Mas... você sabe o que isso pode acarretar, não é? - Perguntou e eu só balancei a cabeça que sim.

Eu sabia do que Isabel estava falando. Resolver ter essa criança poderia significar – o mais correto é que signifique – perder Fernanda. Ela, apesar de todo o carinho e amor que tem por mim, era bem provável que não suportaria ter o filho do homem que me estuprou vivendo sob nosso teto. Perdê-la me doía o peito, mas, apesar de ser uma escolha difícil, era a escolha que meu coração achava a mais acertada.


Já eram 20:00 daquela sexta-feira quando me despedi de Isabel e segui para o apartamento de Fernanda. No caminho, várias coisas passavam por minha cabeça, mas, a principal de todas, era saber que, quando Fernanda chegasse de São Paulo amanhã, teria com ela uma das mais difíceis conversas da minha vida, dando fim ao nosso sonho de ter algo juntas.

Era impossível não me sentir mal ao relembrar todos os bons momentos que tivemos juntas. Nossas conversas, carinhos, seus beijos, suas mãos me tocando e sua voz dizendo que me amava. Saber que, provavelmente, eu perderia aquilo tudo, me machucava demais.

Quando cheguei, fui direto para o apartamento. Como havia falado com Isabel que conversaria com Fernanda no sábado assim que ela chegasse, minha amiga decidiu ficar com Gabriel para que pudéssemos conversar sem sermos interrompidas. Mais uma vez, agradeço a ela.

Assim que cheguei em frente a porta do apartamento, respirei fundo várias vezes antes de abri-la. Ao entrar, me deparei com a luz de uma pequena luminária na sala, acesa. Logo estranhei, afinal, não sou de deixar luzes acesas, ainda mais aquela na qual nem mexo.

Caminhei até a tal e, ao me aproximar, divisei a silhueta de alguém sentando no sofá do outro lado, o que me fez dar um pulo pelo susto.

- Meu Deus! - Exclamei com a mão no peito, mas logo reconheci Fernanda, sentada com o cotovelo apoiado no braço do sofá e o rosto apoiado na mão. - Fernanda?!

Fernanda me olhava atentamente e, ao ouvir seu nome, suspirou e passou a mão no rosto, se recostando no encosto do sofá.

- Oi. - Ela falou num fio de voz, fazendo minhas pernas ficarem bambas.

- Você... você não voltava só amanhã? - Perguntei sem nem me mexer do lugar. Eu queria vê-la, falar com ela, mas agora, diante dela, estou morrendo de medo.

- Pela primeira vez consegui manejar minha agenda da forma certa e fazer tudo rapidamente. - Falou rindo sem jeito. - Aí vim antes... queria te fazer uma surpresa.

- Confesso que conseguiu. - Falei dando um sorriso forçado e indo acender as luzes, voltando para perto dela.

- Realmente... - Ela abaixou a cabeça por alguns segundos e o silêncio tomou conta do ambiente.

- Quer comer algo... - Tentei falar, mas ela logo me cortou.

- Eu queria te fazer uma surpresa e... que ironia... eu que recebi uma surpresa. - Fernanda falou e eu engoli em seco. "Ela descobriu?"

- Do que você...

- Do que eu tô falando?! - Ela perguntou e, nesse momento, a vi colocar a mão atrás de si e puxar a caixa do exame que havia feito. Senti uma vertigem tão grande que tive que me sentar no sofá ao lado, pois senti que desmaiaria. - Isso é seu, né?! - Questionou e eu já chorava. Eu sabia que teria aquela conversa, que era o fim, mas não imaginava que seria tão complicado assim.

- Sim... - Respondi num fio de voz, balançando a cabeça.

Fernanda suspirou e voltou a olhar a embalagem em sua mão, colocando-a em seguida sobre a mesinha de centro.

- Desde quando você desconfiava?

- Eu venho me sentindo mal há uns dias... pensei que era culpa do que havia me acontecido, então deixei pra lá... - Respondi com a voz embargada pelo choro. - Dei falta da minha menstruação e, outro dia, passei mal de enjoo... aí fiz o exame ontem.

Expliquei e ela, que me observava, desviou os olhos de mim, os pousando novamente na embalagem e balançando a cabeça num sim.

- Eu cheguei cedo... aí fui tomar um banho e... acabei achando por acaso, ao lado da lixeira do banheiro. - Ela falou e eu suspirava dolorida, vendo como ela afundava suas mãos nos cabelos e expirava pesadamente. - Confesso que... quando vi isso, não sabia o que fazer... - Engoliu em seco dando uma pausa.

- Fernanda, eu... - Tentei falar, mas ela me interrompeu erguendo a mão e balançando a cabeça em um não.

- Por favor... eu preciso falar. - Disse me olhando e também chorava. - Paola... eu pensei mil coisas... - Deixou seu corpo se recostar novamente no encosto do sofá, mirando o teto do apartamento. - Na hora eu não sabia o que sentir... medo?! Ódio?! Raiva?! Revolta?!... tantos sentimentos passaram por meu peito, tantos! - Levou a mão ao peito, apontando para o coração. - O que a gente fez de ruim para isso tudo acontecer com a gente?! Era a pergunta que eu me fazia... fiquei sem chão na hora... - Olhou-me e eu me debulhava em lágrimas. Eu estava perdendo o amor de minha vida ali. Era isso. - Fiquei, sei lá... um tempo pensando, até que uma coisa veio a minha mente: eu a amo tanto.

- Eu também te amo, mas... - Tentei falar, mas ela voltou a pedir para eu esperar.

- Eu sei que você me ama, Paola. - Sorriu em minha direção. - Eu não sei o que será daqui para frente e... também não sei o que você fará, mas... eu te amo como nunca amei ninguém em toda minha vida. - Fernanda, nesse momento, levou sua mão novamente as suas costas e puxou um pequenino par de sapatinhos de tricô, branquinho e com pequenas listras vermelhas e, para coroar tudo, nas fitinhas que faziam vez de cadarços, tinham duas alianças presas. - Eu ainda não sei o que você vai decidir... mas, seja o que for... eu quero que saiba que eu estou com você... - Disse me fitando com tanto carinho e amor que eu já não controlava meu choro, soluçando sem parar. - Será nosso... se você quiser...

Nem a deixei terminar, me lançando em seus braços e lhe apertando contra mim. Fernanda me envolveu com seus braços e acariciou de leve minhas costas, me fazendo sentir que estava em casa, finalmente, no meu lar de verdade.

- Eu também te amo. - Falei segurando seu rosto e recebendo dela um sorriso tímido. - Eu nunca amei ou amarei alguém como você, Fernanda e sim... ele é nosso. - Disse levando sua mão a minha barriga e colocando a minha sobre. - Obrigada por você existir... por ser minha.

Tomei seus lábios em um beijo lento, banhado pelo sabor de nossas lágrimas que lavavam toda a dor que enfrentamos até ali. Agora, estávamos completas, juntas e mais fortes que antes.

- Te amo. - Voltei a declarar, a olhando nos olhos.

- Também te amo. - Ela respondeu sorrindo e voltando a tomar meus lábios.

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Olá gente... 

Aqui está o penúltimo capítulo dessa história. Agradeço a todxs que leram, comentaram e, antecipadamente, as pessoas que lerão e comentarão.

Essa foi uma história difícil de escrever, pois aborda coisas que são muito difíceis de lidar e, infelizmente, são presentes em muitos lares, muitas vidas, de mulheres brasileiras. Por isso agradeço tanto todxs que fizeram dela a minha história - até o momento - mais lida. 

OBS: Como é uma obra de ficção, eu me dei à "liberdade" de deixá-la grávida, mas, felizmente, hoje em dia as vítimas de estupros recebem a pílula do dia seguinte se procurarem ajuda médica imediatamente (profilaxia da gravidez com a pílula do dia seguinte). Claro que há erros médicos, mas, felizmente, são raros nos dias de hoje. :)  

Obrigada e até o último capítulo. Beijos! 

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