Alana narrando.
Tal união assim, eu jamais pensei que viria de forma tão espetacular para mim. Eu sempre imaginei a simplicidade de unir-se com outra pessoa. Agora seremos ele e eu como um só, diante de Deus e de todos. Uma aliança que não se quebrará antes da morte.
Um presente lindo de Deus. Algo que é puro – ou devia ser – sem quebra, sem rancor, sem obrigação. União provinda do céu, com benção divina.
Quando paro para pensar sobre isso e como me encontrei com Diego, cogito coincidência, sorte, destino. Mas todas essas coisas são facilmente quebráveis, portanto a coisa que mais me deixa feliz é saber que é Deus quem nos uniu, de forma inesperada e totalmente simples.
A primavera se foi e veio o verão. Sol que brilha intensamente no Rio de Janeiro. Pessoas andando para seus destinos desesperadas. Trânsito insano e cheiro de poluição por toda a cidade. Lagrimas escorrendo por rostos e situação de calamidade em alguns bairros do Estado, porém, eu estou mais perto do dia mais feliz da minha vida e, agora, não consigo pensar em nada diferente disso.
Estava tudo certo entre mim e Diego, decidimos fazer a cerimônia na igreja aonde tínhamos passado nosso tempo, no qual ele entregou a vida a Jesus e eu também. Juntos escolhemos os convites e enviamos depois de um mês. Pois já estávamos em dezembro e o casamento seria no próximo mês.
Depois de boas semanas, consegui decidir qual seria meu vestido. Blanca me ajudou com o véu, simples e leve. Lorena me ajudou com o salto alto, coisa que eu tinha que ficar treinando o tempo todo. Passei a usar para ir à escola dar aula. Até Diego estranhou, mas se acostumou logo. Meu penteado ainda era uma incógnita, pois, meu cabelo estava curto. Apesar de ele ter crescido bastante desde o começo do ano, ainda estava curto para um penteado super elaborado.
— Que tal esse? – Lorena passou a revista para o meu lado, na mesa redonda do jardim de casa. Aonde Maressa brincava aproveitando as férias.
— Eu gosto, mas não acho que combina com o vestido, Lore. – Responde. — Eu quero um buquê branco.
— Porque você é tão complicada? – Revirou os olhos e se abanou com a revista. — Está bem. Eu acho que eu sei a flor perfeita.
— Qual? – Olhei-a com desconfiança. Era a sexta vez no dia que ela dizia isso.
— Gardênias. – Ela colocou o celular e colocou a imagem do buquê na minha frente.
Não deu outra. Foi amor à primeira vista. Peguei o celular para observar melhor e não contive o sorriso.
— A sexta vez é da sorte – Piscou para mim.
— Maressa não mexe nessa planta! – Falei, ignorando a auto exaltação de Lorena.
— Estamos em dezembro, ou seja, seu casamento está mais próximo. Os convites já foram enviados e seu vestido já está maravilhosamente pronto. Você tem que sair para comprar o buquê e escolher seu penteado. Você já viu o bufê?
— Diego e Blanca estão cuidando disso. – Respondi. Ele fez questão de ficar com essa parte.
— Ok então. – Ela começou a teclar no celular e pelo som da notificação, sabia que era no WhatsApp. — Diego disse que está tudo certo também.
Continuei olhando a tela do notebook que estava em cima da mesa redonda, procurando penteados que dariam certo em mim.
— O que acha desse? – Virei para ela.
Era um penteado bem simples. Coque bem feito com um prendedor de flores com dois fios soltos na frente e maquiagem um pouco pesada, porém que daria para modificar.
— Não... Você não combina com ele. – Ficou intercalando seu olhar entre a tela e eu.
Continuei procurando até achar outro que me agradasse.
Também um coque, mas dessa vez mais bagunçado com uma trança lateral. Bem clichê, porém me agradava. Mas novamente Lorena disse que não ficaria bom por causa do véu.
— Porque não terminamos isso amanhã? – Suspirei. Estava cansada de ver site de noivas.
— Nem pensar Lana, estamos no meio de dezembro, seu casamento é daqui há algumas semanas. Ah... O Sebastian vai tocar na sua festa.
— Eu sei – Sorri. — Fico aliviada dele ter topado.
— A banda do Vincent Martin também vira. Vai ser muito bom! – Falou animada.
— Como está a Angelina? – Perguntei.
Depois de um evento na escola tive a oportunidade de ter contato com ele e conhecer a namorada dele na época, mas não conversávamos tanto assim.
— Ah, parece bem. Ela e a irmã dela vão vir com ele. – Sorriu para mim.
— Que bom.
— Amor? – Arthur atravessa o jardim e senta-se ao lado de Lorena. — Vocês ainda estão nisso. Pensei que ia chegar e ver vocês jogadas no sofá assistindo Riverdale.
— Até parece que sua linda esposa me deixa fazer isso. – Resmunguei. — Eu tenho que escolher o penteado ainda.
— Lorena, são quase seis da tarde, vão comer alguma. – Sorri com seu pedido.
— Nem pensar!
— Me dá isso aqui. – Ele puxou o notebook para o seu lado e começou a procurar algo. — Pronto. Esse aqui.
Mostrou para nós duas um penteado no qual o cabelo estava solto, porém com algumas ondas. Dois fios soltos na frente e uma trança fazendo uma semi coroa.
— Como é que você consegue? – Lorena indagou olhando para a tela admirada.
Ele apenas deu de ombros.
— Eu amei. Obrigada. – Olhei surpreendida pelo penteado ser perfeito.
— Vocês complicam demais as coisas. – Ele se levantou e foi falar com Maressa que ainda brincava.
— Acho que seu marido leva mais jeito do que nós duas para isso.
— Acredita que foi ele quem escolheu meu vestido? – Murmurou para mim, fazendo-me rir.
— Mar, vamos para dentro comer? – Lorena a chama e ela corre com ela para dentro de casa.
Arthur volta a se sentar perto de mim, porém em silêncio, então apenas fico olhando as estrelas começarem a surgir.
— Estou orgulhoso de você. E muito, muito, muito feliz por ser um final feliz. – Quebro o silêncio.
Quando mirei seu rosto, tudo que ele tinha acabado de dizer estava refletido nele.
— E eu estou muito, muito, muito feliz de você poder estar comigo. – Dei um abraço nele. — Meu melhor amigo. – Comecei a sentir meus olhos marejarem. — Muito obrigada por tudo. Você esteve comigo nas piores horas e... mesmo depois de eu ter te deixado no pior momento, você me acolheu quando precisei. – Apertei-o mais.
— Eu te amo, Lana. – Acariciou a parte de trás do meu cabelo.
— Eu também te amo, muito, muito, muito. – Ele riu com a repetição das minhas palavras.
— Você lembra do dia em que nos conhecemos? Naquele retiro... – Perguntou.
— Claro. Me apaixonei por você, à primeira vista. – Ele caiu na gargalhada.
Flash back on.
— Eu não devia mentir para o meu irmão. Ai meu Deus, eu vou para o inferno. Desculpa... Acho melhor eu ir embora antes que ele descubra que vim. Mas se eu for ele... Ai meu Deus. – Eu andava de um lado para o outro no quarto feminino, enquanto estava falando sozinha.
Ainda estava na hora da janta, todos reunidos em volta da mesa do lado de fora e eu com roupa de dormir bem larga e abraçada com um patinho de pelúcia que nem era meu.
— Eu vou morrer! – Choraminguei apertando o pato.
— Porque? – Dei um pulo e cai de bunda no chão.
— Au! – Massageei aonde machucou.
— Está tudo bem? – Ele ergueu a mão para me ajudar. — Desculpa, não queria te assustar.
— Tudo bem. – Falei, suspirando aliviada por não ser meu irmão.
Quando olhei nos olhos dele. Percebi o quão bonito aquele menino era e seu sorriso era muito brilhante. Parecia um príncipe encantado.
— Eu sou o Arthur. Eu sei que não nos conhecemos, mas pediram para eu vir te chamar aqui, você está muito... isolada. – Riu, sem graça.
— Ah, meu nome é Alana. Prazer. – Senti meu rosto corar pela primeira vez.
E apertamos as mãos pela primeira vez.
Flash back off.
— Quem diria que a espoleta da minha esposa ia entrar no quarto logo em seguida falando que o pato era dela. – Cortou minha lembrança.
— Verdade. – Comecei a rir.
— Ela ainda tem esse pato. – Ri ainda mais com sua revelação.
— O pato tem uns doze anos. – Falei ainda rindo.
Olhei mais uma vez para ele, que apenas me abraçou de novo e soprei forte tentando conter as lágrimas.
— Porque isso está parecendo uma despedida? – Disse, já sentindo as gotas de lágrima caírem.
— Não sei. Mas não é o fim, é o começo. O seu começo feliz. – Me apertou mais uma vez. — Vamos, Lorena não come sem todo mundo na mesa.
Então entramos e como ele tinha dito, Lorena nos esperava, diferente de Maressa que já estava no seu segundo pedaço de torta, feita por Sabrina. Diego chegou um tempo depois e nos acompanhou na torta e todos ficamos sentados assistindo uma série qualquer no Netflix. A serie era péssima, porém rendeu boas risadas.
Mais alguns dias se foram e a preparação estava a todo vapor. Não conseguia parar nenhum segundo de fazer algo. Tudo estava ficando tão perfeito que eu nem acredito. Com toda ajuda que eu estava recebendo, não era para menos. Meus avós já tinham chegado de Portugal e estavam hospedados na casa de Diego, pois a minha não tinha lugar para eles.
Angelina, Anna e Vincent já tinham chegado de Londres e estavam no mesmo hotel que Cecilia ficava. Além disso pude dar um abraço em Liam que também saiu de Londres para meu casamento. Shawn e Karen estavam de volta e dessa vez com o pequeno e pela primeira vez eu ia conhecer meu sobrinho, só tinha que manter a descrição sobre nosso parentesco, a pedido de Karen.
O pequeno Ansel já sabia que era filho dela, mas não sabia ainda sobre o passado do pai e que tinha uma família inteira esperando por ele.
Eu estava tão eufórica e nervosa, não sabia se meu coração ia se acalmar até lá, mas tinha que ser assim. A preparação é o mais agitado e a cerimonia o mais emocionante.
Continua...
"Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. " 1 João 4:8
Nota da autora🌻
Maisss um galera!! Estou tão ansiosa pela próximo que é o provável penúltimo capítulo. Vem #CasamentoDalana. Ei, você que não tá no meu grupo do Whatsapp coloca o número aí para gente conversar lá❤ (com ddd) e para quem já é do grupo mandem várias mensagens com a seguinte frase: "Eu não acredito que isso aconteceu com Dalana!" Vamos deixar quem não leu ansioso hahahah😍💖
Deus abençoe e... Até a próxima 💖
🌻🌻🌻🌻🌻