Only God can judge you

By rakeool

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Um romance de faculdade. Nenhuma novidade. Acontece toda hora. Mas não com Lorena, cristã fervorosa que nunca... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Especial: They call you monster
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 18

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By rakeool

POV Jade

Estava sentada em minha cama com o caderno no colo, em meus fones, tocava "I want to break free". Devia estar estudando, mas estava distraída de mais com a musica. Batuquei com a caneta no caderno no ritmo da musica, até que a musica parou e meu celular começou a vibrar.

Era Victoria me ligando.

— Alô?

— Victoria?! — perguntei confusa — Você me ligando — falei, surpresa — a que devo a honra?

— Oi Jade, seguinte, 'to com um tempo livre aqui. — apressou-se — Queria saber se você pode sair agora.

— Ahn... beleza. Posso sim. — respondi, sem entender.

— A gente tem que ir mesmo, sabe? — completou, como se me desse satisfação — É que tipo... Mamãe vai matar a gente se não, não é bem uma opção não se ver. Sacou?

— Ah, 'ta bom — debochei — 'ce ta com saudade, isso sim.

Ouvi um suspiro do outro lado da linha.

— Vai sonhando. — respondeu, por algum motivo, senti que sorria enquanto falava. — Enfim, 'to te mandando o endereço ai, a gente se encontra lá, ok?

— Tranquilo.

• • •

Nos encontramos em uma sorveteria, estava calor, muito calor. Sentamos em uma mesa e pedimos dois sorvetes, o meu de chocolate, o dela de pistache.

— Você não vai tomar o sorvete não? — perguntei, pegando um pouco do sorvete com a colherzinha.

— Só um minuto... — respondeu, tentando tirar uma foto do sorvete. Não sei porque eu ainda me impressionava.

— Você sabe que se você continuar nessa, o sorvete vai derreter, né? — comentei.

— Ai, cala a boca, vai. — me cortou, grossa. — E não é sorvete, é gelato.

Gelato — debochei

— É isso mesmo! — respondeu, mudando o ângulo do sorvete para a foto — gelato é mais bem feito, e os de frutas são todos de frutas frescas.

— É mais chique falar em italiano, entendi.

Ela deu de ombros. Continuei a tomar meu sorvete, até que ela estivesse satisfeita o suficiente com fotos, pra poder ficar satisfeita com a comida.

— E... pronto! — concluiu — agora deixa eu postar.

'Cê 'ta me zoando — falei, mas ela não estava. Então, novamente, esperei ela atualizar as tão preciosas redes sociais dela para que ela pudesse falar comigo.

A prioridade dela não era comer, já tinha sacado isso á muito tempo. Me pergunto se ela ao menos estava comendo direito na competição

— Agora sim, pronto! — falou, e olhou pra mim. Eu a encarava com desgosto — E não me olhe com essa cara! Você sabe que se eu postar todo dia, fica melhor pra mim na competição.

— Claro, muito importante mesmo. — debochei. — o que não é importante mesmo é comer o sorvete que você comprou, ou conversar com sua irmã que você saiu pra ver.

— Ai, para com isso, vai! — disse ela — e eu vim de Nova York até Long Island pra te ver, então a gente poderia pelo menos tentar não discutir?

Encarei-a, suspirei.

— 'Ta bom...

— Otimo! Ei, olha o que ta tocando aqui! — declarou, animada. Ao fundo da sorveteria, tocava "I wanna go" da Britney Spears numa altura quase baixa o suficiente para que eu pudesse ignorar. — Ai, eu amo a 'Britney.

Fiz uma careta.

— Que falta de gosto. — falei

Ela me olhou feio.

— Falta de gosto seu! — afrontou-me — A Britney é tipo, A diva do pop. — enfatizou

Revirei os olhos. Nos não aguentamos nem um minuto do "tentar não discutir" pensei. Não é que eu realmente achasse a Britney Spears tão ruim, mas a Victoria foi a adolescente mais chata do mundo, super obcecada por ela. Era Britney Spears noite e dia, e é claro que lá em casa, a prioridade sempre era dela de escolher as musicas.

— Eu hein. — respondi, "Shame on me" cantava a Britney no fundo — essa que ta tocando é especialmente ruim, só não perde pra 'criminal.

— E o que é bom é o que então — afrontou-me — suas musicas?!

— Nisso nos duas concordamos. — dei um sorriso, ela revirou os olhos.

— Bem, as que você escuta são uma merda! Rock é praticamente poluição sonora.

Encarei-a com desdém, balancei a cabeça em negação.

— Você me impressiona.

— Nossa — ela continuou — e naquele dia que você e o Denis tocaram aquela musica tipo, SUPER alto só pra me irritar?

Dei uma risadinha, lembrando daquele dia...

• • •

Eu devia ter por volta de uns 11 anos, Victoria devia estar com 13. Lá estava eu, sentada no sofá da sala com o tio Denis, e Victoria colocava sua musica na caixa de som num volume muito alto, era um dia ruim para meus ouvidos funcionarem. Britney Spears, só tocava Britney Spears. Nenhuma variação do repertorio, poderia ter algum outro pop pelo menos, sei lá, Madonna, Gwen Stefani, Lady Gaga. Mas não, ela só botava Britney Spears.

Mamãe não queria que a gente ficasse brigando pela caixa de som, então ela deixou na sala. Bem, adivinha: não deu muito certo.

E pior, Victoria ainda cantava.

Don't you know that you're toxic? Ahhh... ahh... ah... — cantou, desafinada, tentando alcançar notas que nem a própria cantora alcançaria sem o autotune.

Olhei pra Denis, estava com a cabeça toda apoiada na parte de cima do sofá, com os cabelos loiros compridos espalhados. Ele me olhou também e suspirou. Gostava tanto de Britney Spears quanto eu, também estava aborrecido, sabia disso.

...Taste of your lips I'm on a ride...

Suspirei, estressada. Eu só ia ouvir mais aquela e pedir pra ficar no controle das musicas, já estava a mais de duas horas ouvindo as musicas dela, não era possível que eu não pudesse escolher o que ia tocar agora.

Então, pacientemente, esperei a musica acabar, e me levantei.

— O quê que você 'ta fazendo?! — Victoria perguntou, cruzando os braços.

— Ah, deixa eu botar musica agora, vai — pedi — A gente já 'ta a um tempão ouvindo suas musicas.

— Não! — negou ela — Suas musicas são ruins!

Que?!

— Não são não!

— São sim! — afrontou Victoria — e você só gosta de rock — debochou — não vou ficar ouvindo nada que você botar, nem adianta insistir!

— Porra, mas eu também não gosto de suas musicas, e mesmo assim eu tava aqui escutando! — falei.

Victoria me olhou surpresa.

— Falando palavrão... Você ia ver se a mãe tivesse aqui! — disse ela — Ia ser bem mais fácil, ela ia te mandar pro seu quarto e pronto! Eu ia ficar aqui, ouvindo as musicas que eu quisesse!

— Ah, 'ta bom senhorita certinha! — Debochei — Se você realmente é tão dona da casa, e pode ouvir o que você quiser na sala... — me aproximei — Por que você não pega essa merda de caixa de som e enfia...

— WOOO-HOO! — Denis levantou-se, e nos separou — 'Pera ai, meninas! — Notei que ele ria — Seu pai mandou eu ficar de olho em vocês, imagina ele chega aqui e vocês tão se matando!

Estávamos afastadas a dois braços de distancia, mas dava pra sentir a raiva entre nos duas, nos fuzilávamos com os olhos.

— Ah, Vic! — Denis virou pra ela, rindo — Deixa ela botar outra coisa ai, na moral. A gente já ta ouvindo isso ai tem muito tempo.

— Ai, cala a boca! — Victoria respondeu-o — Você só quer as musicas dela por que você também gosta! — ela tentou se desvencilhar do braço que nos separava

— Caaalma!!! — ele afastou-a de novo, impedindo que ela avançasse em mim.

— E você nem devia estar aqui cuidando da gente, você é um irresponsável! — gritou — Só pode 'ta aqui agora, por que não tem um emprego!

Ele olhou pra ela assustado.

— Quem você pensa que é pra falar comigo assim, menina?

— Bem, não sei. — respondeu, de nariz empinado — Só sei que só tenho 13 anos e sou mais responsável que você, deveria ter vergonha disso!

Ele olhou pra ela, indignado.

— Escuta aqui, pirralha...

— NÃO ME CHAMA DE PIRRALHA! — Gritou — Vocês dois me enchem o saco! Argh! — resmungou

— Ah, cala a boca ai, vai! — afrontei-a

— CALA A BOCA VOCÊ! — Gritou de novo — SÓ SAIAM DA SALA E ME DEIXEM OUVIR MINHA MUSICA EM PAZ!

Estava preparada para avançar nela, mas Denis me impediu.

— Quer saber, Jade? — virou-se pra mim — vamos pra lá pra dentro.

Olhei pra ele confusa, ele deu uma piscadinha.

— Ah... ok então — não sabia exatamente o que ele tava tramando, mas resolvi confiar. Saimos em direção a meu quarto.

— E é melhor vocês ficarem ai! — Victoria deu um ultimo grito.

Entramos nos meu quarto, Denis fechou a porta, e caiu na gargalhada.

— O que foi?! — perguntei

— Enfia a caixa de som... — ele deu uma risada engasgada — ai ai... — falou, recuperando o fôlego — é por essas e outras que você é minha favorita.

Dei uma risadinha, não muito surpresa. Eu sempre soube de qualquer jeito.

— Não fale pro papai que eu disse isso — falei — ele me mataria.

— Pode deixar — ele disse, ainda com um sorrisinho.

— Mas porque você falou pra a gente sair?! — indaguei — agora ela vai ficar se achando, achando que pode mandar na gente!!

— Calma, J! — Ele falou — Primeiro você precisa relaxar. — ele colocou uma mão em um dos meus ombros — Eu sei que sua irmã é chatinha... mas é por que seu pai fica mimando ela demais!

Revirei os olhos e cruzei os braços, me jogando na cama.

— É, e eu que tenho que pagar pelo papai tratar ela como o centro do mundo. — resmunguei.

— Sabe? Victoria é uma copia idêntica de seu pai quando era criança. — ele se sentou na cama ao meu lado — A gente também não se dava bem, acredite. — continuou — Não que a gente se de muito bem hoje em dia, mas...

— Mas você pelo menos tinha a vó pra te defender. — argumentei — Aqui, eles dois sempre tão do lado dela, não tem ninguém pra ficar do meu lado.

— Ei! — ele olhou pra mim, ofendido. — E eu sou o que!?

Dei uma risadinha.

— Ninguém além de você — me corrigi.

— Então pronto! — respondeu animado — Se ligue, eu sei que eu não sou realmente o melhor exemplo de todos... nem o melhor tio — explicou — mas eu to aqui pra te defender se você precisar, beleza?

— ...Beleza — dei um sorrisinho

— Parceiros? — perguntou, levantando o punho pro cumprimento

— Parceiros — respondi, dando um soquinho na mão dele. Ele deu um sorrisinho

— Então, bora — ele se levantou e foi para o outro lado do quarto, e pegou a tomada do amplificador — levanta ai.

— Pra que? — questionei

— Você quer mesmo deixar essa pestinha da sua irmã achar que pode mandar em você? — Denis perguntou, mexendo na tomada

— Não, mas...

— Você confia em mim? — ele virou o rosto, e arqueou uma das sobrancelhas

— ...Sim. — respondi, desconfiada.

— Então coloca o headset ai... — ele pegou a guitarra preta, e ligou o cabo ao amplificador. — ...por que a gente vai fazer barulho.

Abri um sorriso enorme, aquilo era perfeito, a vingança que ela merecia. Coloquei o headset. Ele ajeitou o cabo da outra guitarra.

— Vem ca, pega ai — ele esticou a guitarra vermelha — você toca também.

Naquele momento, meus olhos brilharam. Eu tinha uma idolatria á aquela guitarra vermelha, e ele sabia disso. Fui até ele animada e peguei a guitarra.

— Então?! A gente vai tocar o que?! — perguntei

— Nenhuma musica especifica — ele pegou o botão do volume, e girou-o até quase o maximo. — é mais um sustinho mesmo.

— Ah — dei de ombros. — ok.

— Faz um Ré ai — ele pediu, obedeci. Eu não conhecia muitos acordes ainda, tudo que eu sabia, ele que tinha me ensinado. — Então — ele abriu um sorriso maroto — preparada, J?

— Sim! — falei, ajeitando o headset

— Vamos lá então... Let's rock! — animou-se — em 3, 2, 1, VAI!

Então, em sincronia, fomos com tudo e tocamos o acorde. Sinceramente, não sei como não arrebentamos com as cordas naquele dia.

— AHHHH!!!! — Victoria gritou, abafada pelo Headset.

• • •

— Lembro... — lembrei, sorrindo. — Aquilo foi dahora.

— Dahora nada! — argumentou — vocês quase me deixaram surda naquele dia!

— Que drama — falei, pegando um pouco do sorvete com a colherzinha.

— Drama nada! — respondeu — pelo menos você ficou de castigo depois, foi merecido.

— Valeu a pena — provoquei.

Ela revirou os olhos.

— Idiota — me xingou, respondi com um sorrisinho, provocando-a — 'Ta ai uma coisa do Denis que eu não sinto falta, essas merdas que vocês ficavam fazendo.

"Eu sinto" pensei, e de repente, fiquei meio triste. Tentei afastar o pensamento antes que a coisa piorasse, falhando. A memória dele era como uma espécie de droga pra mim, primeiro me deixava me sentindo muito bem, mas depois, muito mal.

Eu sentia muita falta dele, na verdade, sinto muita falta dele. E lembrar dele dói, dói muito.

— É... mas eai? — perguntei, tentando mudar de assunto — Alguma novidade?

— Nada demais.

— Nada mesmo?! — indaguei — sei lá... e a competição, como que ta a competição?

— Ah sim! 'ta ótima! sinto que posso ganhar essa — respondeu animada, entrando nesse novo assunto, pra minha sorte. — Minha única concorrente mesmo é a Taylor — as palavras pesavam com o desgosto — Bonita, mas falsa, muito falsa, e antipatica.

— Ah...

— Além de que — continuou — todo mundo sabe quem ela realmente é, mas na frente dos jurados ela finge ser um anjo. — revirou os olhos.

— Nossa... quanto ódio. — falei

— Não é ódio — ela disse, mexendo com a colherzinha no pote do sorvete — é só raiva, sabe? Ver que ela se fingindo de perfeita pros jurados, sendo que todo mundo sabe quem ela é.

Dei uma risadinha engasgada, não ia nem falar quem aquilo me lembrava.

— Bem, o que mais? — questionei — Sei lá... Conheceu alguém interessante?

— Ah... — ela pensou — Bem, digamos que eu esteja com crush.

Crush... — repeti — Ok, quem é?

— É um jurado — declarou — Claro que eu não posso ficar com ele, eu sei disso. — completou — Seria super antiético, enfim. — deu de ombros — mas eu pegaria sim.

Fiz uma careta.

— Esse não é um daqueles jurados velhos que assedia as modelos, né?! — perguntei

— Não! — Victoria defendeu — ele deve ter sei lá, uns 35, ou um pouco mais que isso. — Ela deu de ombros — Pra mim é meio velho mesmo.

— Pois é. — respondi, olhando feio

— Ah, não precisa dessa preocupação toda não! não é nada de mais. — ela disse — Eu só acho ele um charme, a gente meio que já trocou uns olhares nos bastidores, mas nada memorável.

— Ah...

— Enfim. — continuou — Ah! Lembrei de uma coisa. Eu descobri que uma de minhas amigas da competição é lesbica, e ela é super bonita. — comentou Victoria — Eu lembro de você ter falado sobre eu te apresentar uma menina lá no carro, você ainda tem interesse?

— Ah, não — respondi, abri um sorriso — eu meio que também tenho uma crush agora.

— Serio? — ela perguntou — Quem?

— Eu até comentei dela no carro, a transferida da Yale — respondi — Que ia ter que mudar alguns dormitórios, tal.

— Lembro vagamente.

— Sim, mas enfim — prossegui. — Ela é super fofa, legal e inteligente... Você ia adorar-la! — expliquei, com um sorriso bobo — o problema é que ela ta dizendo que é hetero.

— E ela é? — perguntou Victoria

— Bem, tudo indica que não — falei — Ela é bem do tipo que nega que gosta, mas que da trela pra caramba. — expliquei — e ela fica tão envergonhada quando eu dou em cima dela... — sorri de novo, que saudade dela pensei.

Aquilo não fazia nem sentido, eu não via ela a sei lá, dois dias? Nem dava tempo pra eu ficar com saudade, eu sinceramente não sei o que 'ta acontecendo comigo.

— Então ela gosta, ué.

— Pois é. — concordei

— Mostra uma foto dela ai — Victoria pediu.

— Beleza! Pera ai...

Mexi no meu celular, notei que não tínhamos nenhuma foto juntas. (Um absurdo que precisa ser resolvido depois) Então pesquisei pelo numero dela e mandei uma mensagem.

[4:36 PM]: Ei, lobinha

Ei

Ei

— Cade a foto?! — questionou Victoria, impaciente.

— Espera ai! — respondi — ela ainda não me respondeu.

Não muito tempo depois daquilo, recebi uma mensagem.

[4:38 PM] Lobinha: Oi

O que foi?

[4:38 PM]: Manda uma ft sua ai

nmrl

[4:38 PM] Lobinha: Pra que?!

[4:39 PM]: Nd n

heheh

[4:39 PM] Lobinha: Sem você me falar, eu não mando não.

Sabe-se lá o que você vai fazer com essa foto.

[4:40 PM]: KKKKKKKKKKKKK

— 'Ce ta falando com ela ai, é?? — Victoria perguntou

— 'To sim — afirmei — por que?

— Porque você não para de sorrir um segundo — comentou — Você não era assim não — ela riu — não sei o que deu em você,

— Acredite, eu também não. — respondi. — Eu nunca me senti assim tão... sei lá, besta. Um pouco dependente, mas feliz também? — respondi — É estranho.

— Imagino — declarou — Mas sim, e essa foto? é pra hoje??

— Calma, vou procurar em outro lugar aqui. — peguei meu celular e voltei a mexer.

— Ela não tem instagram não?! — Victoria questionou

— Sei lá — dei de ombros — eu não uso muito, então não faz muita diferença.

— Eu hein...

Procurei por uma foto dela em algum lugar, sinceramente, eu não fazia ideia de onde eu poderia achar. Até que, tive uma idéia.

[4:43 PM]: Heyy Zoey

Preciso de um favor

[4:43 PM] Raposinha: OI JADE

Q favor

???

[4:43 PM]: Me arranja uma ft da Lorena ai

Pfvr

[4:44 PM] Raposinha: Espera ai

Pouco tempo depois, ela me respondeu com uma imagem.

*foto*

Tirei agr

[4:45 PM]: Vlww

Abri a foto, ela estava distraída, sentada na cama, estudando. Tão lindinha pensei.

— Aqui — virei o celular mostrei a foto

Ela encarou a tela do celular por um segundo.

— ...Essa foto é da época de colegial dela, né? — indagou ela — não tem uma foto mais recente não?

— Tecnicamente impossível ser mais recente — falei, ainda sorrindo olhando pra foto. — minha amiga tirou agora.

— Então por que ela 'ta de uniforme?!

— Ah — dei uma risadinha — longa historia. No geral, ela usa uniforme todo dia lá na Brown.

— Mas por que isso?! — indagou, confusa.

— É complicado... — respondi — Mas até que combina com a personalidade dela.

— Ah — Victoria limpou a boca com um guardanapo — Ela é essa nerdona toda que vai de uniforme todo dia, ou é só pra chamar atenção?!

— Pior que ela é mesmo — sorri — ela é toda certinha, vive estudando — expliquei, meu maxilar doía de tanto sorrir. — da um trabalho tirar ela de frente dos livros... Você nem imagina.

— Não sabia que seu tipo era ensino médio agora. — debochou

— Cala boca ai, vai. — falei, ofendida — Mas é, as pessoas falam que ela parece uma criança mesmo — dei de ombros — eu sinceramente nem acho tanto.

— 'To brincando — explicou-se — Criança é um exagero, mas ela parece mais nova sim. — declarou

Dei de ombros novamente.

— ...Meio tosca com o unifome, mas é um tosco fofinho até. — Victoria falou, olhando pro celular de novo — Ela é bonita sim, gostei do cabelo dela.

— Ela é gata mesmo — respondi, com um sorriso maroto. — Sabe, eu realmente sinto que eu gosto dela — me apoiei na cadeira — até um pouco demais... Não to acostumada com isso não.

— Ai que gracinha! — Victoria riu

— O que foi?

— Minha irmãzinha tendo a primeira paixãozinha de verdade dela! — colocou a mão no peito em um gesto dramático, revirei os olhos, e balancei a cabeça em negação, rindo. — Você realmente deve gostar dela, sabe por quê?

— Por que?

— Porque você nunca me falava desse jeito daquela Sam, sua ex — declarou, explicativa — Você falava dela normal, mas não desse jeito... Parece que tem alguém apaixonada, que fofa.

— Eu? — Dei uma risadinha engasgada — Eu não, claro que não. Eu não me apaixono.

— Claro, 'to vendo — respondeu, sarcástica — Eu sou sua irmã, Jade, eu te conheço. E eu to te dizendo: Você 'ta apaixonada.

Apaixonada pensei. Normalmente eu só iria rir e ignorar se alguém insinuasse isso de mim, mas daquela vez eu só me senti... confusa. E Lorena me deixava assim também, confusa, mas de um jeito bom.

Eu sabia que o que eu sentia por ela era algo totalmente inusitado e novo pra mim, mas eu nunca imaginaria que esse sentimento estranho fosse eu me apaixonando. Eu, Jade Chermont, apaixonada. Quem diria?

E sabe de uma coisa? Talvez ela estivesse certa mesmo.

— Ai, sei lá... — respondi envergonhada, quase sem reação.

— Mais pra frente você vera que eu 'to certa — declarou, mexendo na bolsa dela. — Só uma coisa aqui, que horas são agora?

— Ah... — destravei a tela do celular e olhei o horário — São cinco e quinze.

Ela arregalou os olhos.

— Eu to MUITO atrasada, meu deus! — Levantou, com pressa — Eu tinha que sair umas cinco pra chegar lá cinco e meia.

— Então vai logo, né.

— Só mais uma coisa — ela se aproximou de mim

— Quê que 'cê 'tá fazendo?

— Meu álibi — respondeu, desbloqueado o celular — pra provar pra mamãe q eu vim te ver.

— Ai, sai — cobri meu rosto — Não 'to afim de tirar foto não.

— Aí q desperdício de beleza! — Ela abriu na câmera — Você é uma Chermont, só dá um sorriso ai, vai.

E no instante que ela tirou a foto, revirei os olhos, contrariada.

— Argh... — resmunguei

— É... — Victoria encarou a foto — serve, enfim. — ela mexeu de novo na bolsa — O dinheiro do gelato ai, pode cobrar o meu e o seu aqui. — me entregou uma nota de vinte dólares — Já to muito atrasada, preciso ir agora, Tchau!

— Falou! — Me despedi, enquanto observava ela sair as pressas da sorveteria.

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