O Filho do Barão [COMPLETO]

By CupcakeeyV

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❕ LIVRO COMPLETO O FILHO DO BARÃO • DULOGIA SUBMUNDO Da Autora da Trilogia Bratva Copy... More

Sinopse
Prólogo
1
2
Reconfortante-3
Ultimato-4
Estrangeira-5-I
Estrangeira-5-II
Sentimental?-6
Fúria-7
GRUPO NO WHATSAPP
Kalahari-8
Herdeiros-9
O Amor-10
Tradições-11
Fúria 2 & TOC -12
Junto à Ele-13
Traição-14
Conflitos-15
Ameaça-16
Tatuagens e Cicatrizes-17
Entregue-18
Mudanças?-19
Kalahari Bonatero-20
Possessivo-21
A Baronesa-22
O Início-23
Perda-24
Dor da Perda-25
Minhas dores-27
Traidores-28
Tatuagens-29
Cupcake & Manteiga-30
Medo & Culpa-31
Baronesa-32
Bicolores-33
Território Inimigo-34
Desabafo-35
Amizade e Lealdade-36
Kazama-37
Mamma mia-38
Bonnateros-39
Finale-40
Bónus: Com amor, Light Bonnatero
Agradecimentos
Novidades: Livros Novos
Faça parte do meu mundo

Verdades Ocultas-26

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By CupcakeeyV

Hey Cakies... Mais um capítulo e espero que gostem.

Boa Leitura.

KALAHARI

Já se havia passado uma semana desde o enterro de Giordana. Teoricamente o caos se espalhara pelas famílias, após a morte de uma das herdeiras mais queridas não apenas no submundo, como também na sociedade Italiana —o Barão não participara da última reunião semanal, algo que era de extrema importância.
Tudo que eu queria era que passassem mais três semanas, para que eu pudesse trazer a minha filha para casa —ela não estava segura e eu estava em dubiedade em relação a lealdade de alguns membros da família. O meu cepticismo era resultado das incontáveis vezes, que eu vira homens atraírem seus aliados e irmãos por uma dúzia de libras.

Eu passava a maior parte do tempo no berçário com Mariah, ela era uma bebé linda e encantadora e a cada dia que se passava, eu a amava ainda mais e pude perceber que Light —mesmo no seu estado Batman, também estava encantado e feliz por tê-la, era um pai coruja e um marido ciumento.

No dia do enterro, ele proibiu-me de chegar perto demais do meu irmão, e isso deixava-me emanando odio e transpordando raiva. Ele praticamente controlava os meus passos. Mais do que ele já fazia. Entretanto, o que eu também pude notar era o clima tenso entre ele e Enzo, algo que eu não consegui perceber, uma vez que ele havia discutido com Vincenzo e o mesmo chegou a desculpar-se pela actitude explosiva, mas Light claro deu-lhe costas pelo simples facto  de sentir-se culpado pela morte de sua irmã. Mas sabiamos todos que ele não fora o culpado.

—Ela é tão linda. —murmurou Tafadzua, olhando-a ternamente. A afeição na sua face era visível e claro eu não ficava atrás. Faltavam alguns poucos quilos para a minha pequena ir para casa, e os dias passavam de forma lenta fazendo-me praguejar sempre pela manhã. Meu humor nos últimos dias estava horrível, as dores de cabeça constantes e a fadiga que não deixava-me em paz.

—Ela é um pequeno anjo. —sorri, olhando minha irmã com brandura. —Você precisa ver o Light com ela. Ele fica tão sereno e limpo.

Uma careta e expressão engraçada emoldurara a face da minha irmã, na sua tentativa de imaginar meu marido segurando a pequena Mariah. Mas era algo lindo de se ver, e qual foi a minha surpresa ao descobrir que o meu marido mal humorado, frio e rabugento na maior parte do tempo gostava de crianças? —Eu não pude conter minha felicidade ao descobrir que ele realmente as adora.

—Limpo? Não consigo imaginá-lo com uma criança. —sua expressão facial era ainda mais engraçada. Ela não me estava a levar à sério.

—Não tente —soprei divertida. —Esses tipos de coisas são reais quando tu ás vês por ti mesma e não pela visão de outrem. E sim, limpo. —Inalei o ar em minha volta, fitando os dedos do meu pé. —Normalmente é tão distante, sua aura esbanja morte, ódio e vingança, que quando segura a nossa Baby Bear, ele fica todo tranquilo e com uma feição que remete a paz interior.

Baby Bear?

—Sim, Baby Bear. —sorrio. —É como o Light gosta de chamá-la.

Own... Se eu não o conhecesse, diria que ele é fofo. —Tafadzua murmurou, olhando a pequena Baby Bear pelo vidro do berçário, que nos distanciava dela.

Era sufocante ver Mariah pela camada grossa do vidro, —que percebi algum tempo depois ser a prova de balas. Ela estava sozinha e frágil, eu passava a maior parte do dia com ela, eu era a mãe dela e ninguém poderia afastar-me dela.

Estava tudo complicado, entretanto eu sabia que as coisas se complicariam mais ainda, com a morte de Giordana, a familia Boannatero praticamente desistabilizou-se, Light passava a maior parte do tempo longe de casa e quando está em casa —trancado na sala de treinos. Mal falava comigo ou se quer olha para mim, quando o assunto não fosse Mariah. No fundo eu sabia que ele estava muito abalado —mesmo que não quizesse demonstrar, e de alguma forma sentia-se a sol que se punha, mais culpa pela morte de sua irmã, porém todos nós estávamos abalados e sentiamo-nos da mesma maneira, afinal Giordana era uma mulher incrível e muito admirada, pelas suas boa causas. Eu estava com medo que tirassem a liderança de Light, não que eu me importasse com isso, até porque fui criada para ser a baronesa, porém o facto de acharem que Light havia colocado sentimentos antes da Famiglia e homens como ele deveriam deixar as partes sentimentais para sua esposa, nesse caso eu.

Eles viam-no como um ser apático, insensível e frio. Alguém cuja única obrigação era continuar mantendo as famílias no topo da cadeia alimentar do submundo. O que eles não viam, era que ele era humano apensar do seu olhar frio, feições e expressão impassível. Ele era meu marido e eu o amava.

Era raro ver meu marido sorrir e desde que passei a conviver com ele e partilhar das mesmas coisas. Foram poucas ás vezes que eu o vi sem aquela expressão impassível, a mandíbula dura e o olhar gélido, mas mesmo com toda a situação ele sorria sempre que segurava a nossa Baby Bear no colo com delicadeza, contava histórias para ela —mesmo que ela fosse um pequeno botão de Rosa e não entendesse cada uma das palavras que ele dizia com tanto carinho.

—O pai está preocupado. —Tafadzua disse, num suspiro cansado. —É difícil para ele ficar longe e ás vezes sem poder falar direito contigo, meu estágio tem ocupado boa parte do meu tempo e você sabe... Ele não consegue ficar longe das suas meninas.

Revirei os olhos, o pai poderia até ser super protector e controlador, mas eu era uma mulher casada e a síndrome do ninho vazio que ele sentia era apenas coisa da cabeça dele —ele ainda tinha Lindiwe e Usain.

Mesmo que Lindiwe fosse uma vaca egoísta.

—Não sejas dramática por ele Tafa. —murmurei, revirando ainda mais os olhos. —Vamos, estou com fome.

—Tudo que eu não sou é dramática. —rebateu,  colocando uma mão no peito numa pose dramática. —Estou apenas dizendo a verdade.

—Sei.

O caminho de volta para casa foi rápido, estava preocupada por deixar Mariah no hospital, no entanto eu precisava ver Light, além do mais, deixei meus abutres de olho nela. Eu a amava como se tivesse saido de mim, era um amor que eu mal conseguia explicar sem emocionar-me e desatar em lágrimas —eu andava emotiva nas últimas semanas e definitivamente precisava do meu marido, dele perto de mim e do seu cheiro inefável.

Assim que os portões abriram-se, notei que haviam três Audis pretos estacionados em frente da casa. Os Audis eram os carros usados normalmente pelos membros das famiglias, principalmente por terem passado por muitas mudanças, tornar-os à prova de balas —o único detalhe surpreendente era que o meu marido detestava Audis. Muitas das vezes ele preferia dirigir o meu carro quando faziamos nossas visitas constantes a nossa Piccola ou usava sua Ferrari.

Italianos e suas manias.

—O pai está aqui. —eu reconheceria a placa daquele Audi em qualquer lugar, porém não reconheci a placa dos outros dois, eram placas italianas, no entanto eu nunca as tinha visto, —uma vez que antes de adquirirmos tanto carros, quanto armas ou novas raparigas assim como pedras, eu verificava minuciosamente  cada detalhe nas fotos que nos eram reencaminhadas, para certificar-me depois que eram as mercadorias não haviam sido trocadas.

Bufei frustrada e um pouco nervosa. O que raios meu pai fazia na minha casa? Não que fosse um problema, mas eu sabia que meu pai não sairia sem a companhia do meu irmão e tudo que eu não precisava era do olhar de desaprovação vindo do meu irmão e a nuvem negra que Light carregava sempre que o via. Eu sei que ele sabia, mas de alguma forma nunca tocara no assunto.

A nossa trás mais dois carros entraram, Seatle e Japão. Algo não estava certo.

—O que foi?

—Não sei. —disse-lhe, saindo do carro sem esperar que o motorista se desse o trabalho de abrir a porta para mim. —Preciso ver Light. Estamos com problemas.

Tafadzua acenou positivamente. Seguimos as duas para dentro da casa e assim que abrimos a porta principal, tudo que pude contemplar fora o clima tenso e que todos pareciam muito nervosos. Haviam pelo menos 15 pessoas na minha sala de estar, contando com os meus cunhados —no entanto, meu marido não estava ali com eles. Meu irmão parecia tenso e meu pai preocupado, Lindiwe estava sentada o mais longe que podia. O mais estranho foi perceber que Zander, conversava com Enzo a uma distância considerável todos, a impaciência que se fazia presente no olhar do meu cunhado era de alguma forma preocupante.

—Ainda bem que você chegou. —pronunciou-se Stephanie, caminhando até mim. Ela parecia preocupada.

Todos pareciam preocupados. E os olhares sobre mim deixavam-me ainda mais tensa e igualmente preocupada. Que Light estivesse bem, murmurei para mim mesma.

—Está tudo bem? Aconteceu algo? —Tafadzua percebera o quão nervosa eu estava e não demorou a pronunciar-se.

—Não. —disse Stephanie. —Mas estamos com problemas.

Engoli em seco. Meus olhos estavam marejados e meu coração batia freneticamente, o sangue em minhas veias pareceu gelado por alguns segundos. Que meu marido estivesse bem.

—Onde está Light? —Indaguei, num fio de voz.

—Ele está na sala de treino. —Stephanie murmurou, respirando fundo logo em seguida. —A Cosa Nostra... Eles sabem sobre a morte de Giordana e...

Só um tolo não perceberia. Arregalei os olhos.

—Mariah.

—Enviaram até buquês de Narcisos e Lírios-Aranha. Kazama ligou e disse que quer sua primogénita. —Stephanie disse com ódio. —Light está descontrolado Kala, ele quase bateu no Zander e no Vicenzo. Estou preocupada.

A mulher sussurou a última parte. Minha filha.

Mentira e morte eram um dos diversos significados das flores que estavam no grande buquê. Engoli em seco, respirando calmamente para que ás tonturas que me atigiam nas últimas semanas não me alcançassem naquele momento.

—Eles estão vindo rápido demais. —disse Tafadzua. —Eles sabem de algo que não sabemos Kala.

Sim, eles sabiam e eu também sabia.

—Beatrice ainda está a base de medicamentos e Pietro... Pietro recusa-se a sair de perto de sua mulher, segundo ele: você e Light devem cuidar disso e a famglias estão sob vossa responsabilidade e protecção.

—Me deem licença. —murmurei, ainda sem acreditar.

As duas mulheres sentadas no grande sofá olharam-me com curiosidade, eu as conhecia de alguns eventos. Giovanna e Melissa, tias de Light. Passei por elas, eu sabia que havia sido rude da minha parte não aproximar-me e cumprimentá-las, na verdade eu mal olhei para meu pai —eu estava incomodada com a presença de tantos desconhecidos sentados na minha sala de estar —precisava falar com aqueles dois urgentemente.

—Vocês... Para o escritório agora. —enunciei entre dentes, fazendo os dois homens arregalarem os olhos e entreolharam-se.

—Kala...

—Não! Agora não Usain.

Passei por meu irmão, sendo seguida pelos dois homens que pareciam assutados com a minha reacção. Cazzo! Eu precisava fazer alguma coisa e trazer meu marido de volta, depois da morte de Giordana, Light se tornara alguém que eu desconhecia e temia —que todos temiam. Ele não falava, mal se alimentava e se falava era apenas com Mariah ou com aquele homem ao telemóvel.

—Entrem e fechem a porta.

Segui até o cofre que ficava atrás da prateleira de bebidas, digitei a senha eu fazia questão de trocar constantemente. Tirei de lá toda a informação que eu havia juntado sobre a Mafia Nera, Cosa Nostra, Kazama, Zander e claro Light.

—Sentem-se. —ordenei.

—Aconteceu algo? —Enzo indagou sério. Seus olhos azuis estavam mais escuros que o normal e sua voz transmitia raiva.

—É isso que eu quero que vocês dois digam-me. —passei o meu anjo entre ele e Zander. —Preciso tirar meu marido daquele poço que ele se encontra e vocês vão ajudar-me a fazer isso.

—Precisamos focar-nos na organização dos homens e das famílias Kalahari. —disse Enzo, com a expressão fechada.

—Uma merda que precisamos.

—Com todo o respeito Baronesa...

—Não estou a falar com você agora Zander, portanto cala-te.

Zander bufou, passando a mão pelos cabelos negros. Focarmo-nos numa guerra seria inútil agora. Ou até fatal.

—Não vamos colocar as nossas bundas no meio de uma guerra de máfias agora Vicenzo. —avisei-lhe. — Vocês sabem de algo que eu sei, entretanto me faltam mais informações.

—Deem uma vista de olhos. —lancei-lhes a pasta que continha todas as informações, esperando para ver qual seriam suas reacções.

Numa guerra os mais afectados sempre eram as mulheres e as crianças. Aqueles que não se conseguiam defender. Eu não permitiria que minha filha recém-nascida, corresse ainda mais perigo. Eu precisava do meu marido para que juntos podessemos acabar com essas desavenças que já durava a mais de um século. Cosa Nostra versus Costa Nera, mais conhecida como Máfia Negra. Meu sogro havia errado em esconder informações importantes, assim como o seus ancestrais e tudo assentou-se sobre Light.

Os dois homens pareciam mais assutados que raparigas frágeis em filme de terror. A cor já não fazia parte das suas faces e das suas bocas entreabertas não saia uma palavra se quer.

—Eu sei... Eu sei de tudo. —Confirmei sem rodeios. —Light sabe que eu sei, mas ele não sabe o quanto eu sei, por isso vocês estão aqui.

—Isso não é bom... Isso não é nada bom. —exprimiu Zander.

Cazzo! —Foi a vez do cunhado praguejar. —E você acha que eu não sei?

—Light vai chutar nossas bundas se ele souber que abrimos a boca.

—E o que vocês acham que eu farei com o traseiro de vocês se não começarem a cantar como papagaios obedientes que são? —meu tom de e voz estava controlado, mas o ódio em meus olhos deixava claro que eu não estava com paciência. —Eu estou com fome, com dor de cabeça, com sono e muito irritada, então quem vai começar?

—Kalahari.

—Foram 8 anos Enzo. —gritei. —A merda de 8 anos e você acha que o quê?

—Eu sei...

—Não. —cortei-o. —Você sabe a merda que ele quer que você saiba. Nada mais que isso.

—Você não pode salvá-lo Kala. —exprimiu Enzo, entredentes. Assim como eu, ele tentava segurar a raiva.

—Quem você pensa que é para dizer que eu não posso salvar meu marido? —Bati a mão na mesa de mogno. —Quem você acha que eu sou? Uma rapariga frágil? Eu sou a porra da mulher que preparou-se a vida toda para ser a esposa de alguém que mal olhava para mim, alguém que desapareceu por 8 anos e assim que voltou era outra pessoa.

Se eu desisti. Claro que não.

—Baronesa, melhor a senhor acalmar-se.

Gargalhei. Eu queria furá-los por horas, até que eles percebessem que eu faria qualquer coisa para tirar meu marido daquela merda de buraco que se encontrava.

Não há pior coisa que sentir-se culpado por algo que na verdade não é sua culpa. Carregar tudo nas costas, era o que Light fazia desde que voltara. Ele carregava a maldita dor, cicatrizes segredos e toda a merda nas costas. Ele achava que era seu fardo.

—Eu quero que você Zander, triplique a segurança da minha filha e avise a médica que eu estarei trazendo-a para casa mais cedo. Quero as enfermeiras aqui. —ordenei fitado-o. —Tafadzua já esta ciente de alertar ao meu pai sobre ás rotas.

—Eles não nos atacariam por elas. —disse Enzo.
—Eles não nos atacariam Enzo. —meu olhar passou de Zander para o meu cunhado.

Enzo percebera que de nada adiantava ficar retrucando. Eu era sua baronesa e assim como ele tinha um lado obscuro —principalmente tratando-se do meu marido.

—Eles não nos podem atacar sem o comando directo do Don. —Sorri de lado. —Mas isso não quer dizer que Kazama, ficará sentado esperando que o ataquemos.

—Vittorini. —murmurou Zander.

—Eu quero o Consigliere da Cosa Nostra morto. —disse-lhes. —Será menos um Vittorini para encher-me a paciência. Quanto ao outro Vittorini, ninguém melhor que Light para lidar com ele.

—Isso nunca acontecerá. —exprimiu Zander.

—Eles sabem que Light, nunca estará indo lá para chutar suas bundas.

—Vocês que pensam assim. —murmurei. —Fiquem atentos a tudo, eu terei os meus homens em breve e preciso dos dois ao meu lado e ao lado do Barão de vocês. Chega de mortes.

—Sim Senhora. —Disse Zander.

—Agora vá certificar-te que estamos seguros e proteja minha filha. —disse-lhe. —Light confia em vocês dois, não o desapontem, não me desapontem. —Fitei-os transmitindo a confiança que eu sentia. —Quero o relatório sobre tudo o que vocês dois sabem.

Acenando positivamente, Zander retirou-se do cómodo, deixando-me frente á frente ao meu cunhado um tanto cético quando tratava-se de ter Light melhor. Eu precisava do meu marido e eu mostraria isso à ele.

—Você sabe que não podemos evitar a guerra. —comentou Enzo.

—Não iremos evitá-la fratello. —retruquei. —Iremos adiá-la. E não haverá guerra sem confrontos entre os dois Dons —Sorri de lado. —, não é mesmo? E pelo que sabemos, os dois Dons estão indisponíveis no momentos. À não ser que Kazama, deixe de ser Sub-chefe para tornar-se o Don.

—Vittorini não permitiria.

—Vittorini é um maldito egoísta que está obcecado por algo que não o pertenceu. Ele é um maldito obcessivo compulsivo que acha que pode ser dono de alguém.

Todos eles achavam.

—A morte de seu sobrinho pode enfurecê-lo.

—Eu sei. —murmurei. — Mas sabemos que ele não precisa de Casimiro. —Nós temos o que ele precisa.

—Eu sinto muito por ter duvidado Kalah...

Bufei, estalando a língua. O que serão de nós as malditas dúvidas?

—Consiga isso para mim Okay? —Entreguei-lhe um pedaço de papel com tudo que eu precisava. —Verifique os armamentos e estudem as estratégias, você e Vicenzo concentrem-se nisso. Eu levarei Light para falar com os chefes das Famiglias.

—Está certo. —murmurou, levantando-se em seguida. —Você precisa descansar e comer.

Sorri de lado. Estou realmente com fome.

—Eu sei. —sibilei.

Tudo que eu gostava de fazer era desenhar e analisar cada detalhe de pedras preciosas, eu amava ser designer de joias e poder fazer os outros feliz com a minha arte, no entanto eu escolhi outro caminho, um caminho longo no submundo do crime organizado, máfias e tudo de ilegal que se pode imaginar. Eu havia escolhido esse caminho sem importar-me com as consequências —não me arrependia, entretanto era um peso imenso.

Haviam detalhes que eu não entendia e coisas das quais eu não concordava, mas de qualquer forma aquele era o meu mundo e eu possuía o status de uma rainha para todos aqueles que faziam parte da Máfia Nera e do submundo. Há algums anos, meu pai ofereceu-me um livro que contava a história da ascenção de cada Barão e primogénitos da Cosa Nera, um grande livro cujas páginas antigas mostravam sua sobrevivência com o passar dos anos. A Ascenção dos Bonnatero.

Apolo Bonnatero fora o primeiro Barão que chamou a Cosa Nera de Mafia Nera, ou seja, Máfia Negra e seu primogénito fora Beserker Bonnatero, filho único que fundou o Clã pouco citado no submundo pelo simples facto de todos temerem cada membro daquele Clã. Mas o que poucos sabiam era que Beserker fora fruto de um adultério por parte de Gia Marconi na época esposa de Baltazar Marconi o Don da Cosa Nostra.

Vendetta. Tudo girava em torno da maldita vingança.

Marconi possuia 7 filhos dois quais 5 eram raparigas e os outros 2 eram rapazes gémeos. Quando descobrira que sua esposa estava grávida do seu Sottocapo na época Apolo, o mais velho mandara matar sua esposa que estava com 7 meses de gravidez e por ironia do destino ou talvez milagre, o bebé sobreviveu, no entanto a fúria de Apolo fez com que cada uma das filhas de Baltazar fossem mortas de igual forma —numa forca no meio da sua sala de jantar. As 5 raparigas estavam mortas, porém os 2 rapazes foram vendidos a mando de Apolo. Nunca se soube do paradeiro dos dois rapazes.

Entretanto Light sabia exactamente quem eram e onde foram parar e até esteve com um dos descendentes daqueles rapazes. Não haviam registros concretos sobre a morte de Baltazar e muito menos de como Apolo conseguira as crianças, as poucas coisas que se sabiam eram vagamente explicadas no livro —seja lá que o escrevera, não queria que alguém soubesse da verdadeira estratégia usada por Apolo.

Mas como a verdade possuia chifres visíveis e chamativos, e eu claro sou uma mulher um pouco curiosa, acabei descobrindo que Pietro Bonnatero, também sabia do paradeiro dos únicos decedentes vivos de Marconi. Meu sogro por mais calmo que aparentasse ser, era um furacão e posso até dizer, que no seu melhor estado podia ser comparado ao meu marido ou até ser pior que Light. A forma que ele defendia Light da minha sogra, a forma que o olhava com culpa e tristeza o denunciaram e claro, eu era boa em descobrir coisas que os outros enterravam. Segundo um dos relatorios feitos  dois meses antes de Light nascer, Maurice Vittorini enviara uma carta para meu sogro. O que estava escrita nela deixara-me atordoada e com medo de ir em frente, as noites em claro no escritório do meu sogro e as minhas diversas pesquisas sobre a Cosa Nostra, fizeram-me chegar a conclusão de que Pietro Bonnatero sabia o tempo todo onde seu filho estava e nunca conseguira contar para sua esposa. Ela não o perdoaria e claro, seria o início de mais um conforto entre a Cosa Nera e a Cosa Nostra.

O facto era que a Cosa Nera era na verdade uma grande parte da Cosa Nostra. Apolo Bonnatero e Baltazar Marconi, um Subchefe e o outro Chefe da Cosa Nostra na época, eram na verdade irmãos. O que não fazia muito sentido devido aos sobrenomes diferentes.

Tudo o que eu precisva agora, era descobrir tudo o que meu marido sabia sobre essa Vendetta e os tratos feitos entre os primogénitos dos nossos ancestrais.

Olho por olho, dente por dente, sangue por sangue e primogénito por primogénito.

Hey... Chega de mistérios certo???  Mais revelações nos próximos capítulos.

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