Dois homens, um coração (Roma...

By Strange-Boy

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(COMPLETO E REVISADO) A vida não está lá aquelas coisas para Arthur Cavill. Com 24 anos de idade, ele acaba d... More

Prólogo
1 - O pior dia do ano?
2 - Sozinho
4 - Não ouse
5 - Basta
6 - Um recomeço na vida
7 - Presos
8 - A Salvo?
9 - Tarde Demais
10 - O Impossível
11 - Sou uma boa pessoa quando você está perto
12 - Coisas inesperadas
13 - Boas ações
14 - Feliz ano novo?
15 - Nova vida, novas fases
Epílogo
Outras obras

3 - Arthur volta a trabalhar

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By Strange-Boy

No dia seguinte, pela manhã, já estava no prédio da ViennaLife. Andrea veio me receber com um grande sorriso.

— Bom dia, senhor Cavill. Venha por aqui, por favor, vou mostrar o seu escritório.

— Bom dia. Vamos sim, claro. — respondi.

Pela primeira vez eu estava ganhando um escritório só pra mim. Nossa! Não sei se eu estava acostumado com tanto luxo. Ao entrar no elevador com a moça, ela apertou o andar 10. Me lembrei que era o mesmo andar do escritório do nosso chefe, Christopher Mason. 

— Está preparado? — Andrea não pode evitar mais um sorriso após perguntar.

— Então... acho que sim. 

— Vai dar tudo certo, menino. Boa sorte no primeiro dia!

Chegamos no décimo andar. Saí do elevador e olhei pra trás, fazendo um gesto sutil com a cabeça para agradecer Andrea. 

— Sua sala é a 16. — ela apontou para a porta que estava próxima. — Arrasa. — piscou pra mim e as portas do elevador fecharam.

Respirei fundo e me virei de volta ao corredor, me preparando para esse dia tão promissor. Minha sala era ao lado do escritório do Christopher. Já não bastava ser no mesmo andar... Espero que ele não pegue muito no meu pé. 

Não parava de pensar no Mark. Ele nem me ligou ou mandou mensagem depois que foi embora ontem de noite. Estava tentando esquecer isso. Estava tentando não me importar muito, pelo menos não mais.

Caminhei até a porta e entrei no meu escritório. O lugar era de tamanho médio, muito bem organizado, limpo e estiloso. As paredes eram de cor branca e os pisos eram de mármore em grandes losangos. A janela era tão enorme quanto ao do escritório de Christopher, dava pra ver grande parte da cidade e isso me encantava. A essa hora do dia, o sol estava atrapalhando um pouco, mas foi só abaixar um pouco da persiana.

Finalmente sentei na cadeira e comecei a trabalhar. Ao longo do dia, tive que traduzir vários anúncios e propagandas, sendo interrompido duas vezes para mostrar alguns imóveis para um casal mexicano e uma jovem russa.

O dia foi tranquilo, nem sequer esbarrei com o meu chefe. Por outro lado, ouvi ele gritando e dando ordens ao telefone o tempo todo, praticamente. Aquilo era tão irritante que eu estava prestes a pedir para mudar de sala, mas obviamente eles não teriam nem motivos para fazer isso. É... parece que eu ia ter que aguentar tudo isso. Afinal, nenhum emprego é perfeito, não é mesmo?

Ao fim da tarde, na hora de sair do local, parei pra falar com Andrea. 

— Obrigado por tudo, tá bom? — disse a ela.

— Ah, que isso! — riu. — Como foi hoje?

— Foi bem tranquilo, na verdade. Acho que vou me dar bem aqui.

— Vai sim, apesar dos perrengues que passamos nesse lugar, o salário é bom e o que fazemos não é tão estressante. Na verdade...

— O que? — perguntei, curioso.

— Na verdade o que nos estressa é uma certa pessoa. — Andrea olhou de uma forma nada discreta para Christoper, que tinha acabado de descer para o piso térreo. Olhei.

Christopher parou de andar e notou o chão, então se virou para a faxineira que eu tinha encontrado ontem e gritou:

— Esse chão tá imundo e você tá aí parada!

A senhora abaixou a cabeça e rapidamente pegou o esfregão, limpando o piso com tanta força que quase senti os meus braços doerem só de olhar.

— Limpe direito! — o senhor Mason gritou mais uma vez e voltou a andar.

Olhei para Andrea.

— Credo, que homem arrogante.

— Ele é estúpido demais. Nunca vai mudar. — fez uma cara triste.

— Será que alguém suporta esse cara? — perguntei.

— Dizem que ele é sozinho, não tem família, não tem ninguém.

Soltei um breve riso sarcástico. 

— Sabia. — me preparei para sair do prédio. — Vou indo, Andrea. Até amanhã.

— Até!— ela me jogou um beijo.

Não fiquei surpreso ao saber desses boatos do senhor Mason ser sozinho na vida. Afinal, quem poderia amar alguém assim?  

∞  

Chegando em casa, não me surpreendi ao ver que não tinha notícias de Mark. Suspirei e só quis ir me jogar na minha cama. Não quis responder as mensagens de Selena, estava muito triste com o meu namorado, pela milésima vez. O que estava acontecendo entre nós? Comecei a chorar quando me dei conta que estava pensando em terminar com ele. 

Depois de alguns chochilos inevitáveis por tamanha tristeza na minha cama, eu senti como se tivesse me afogado nas minhas próprias lágrimas. Peguei o celular mais uma vez, se passaram mais duas horas e nada. Decidi ligar pra Kenny, amigo de Mark.

— E aí, Artiezinho! 

— Kenny, você tá com o Mark?

— Não, não, eu...

— Pode vir aqui em casa? Preciso falar com você. 

 Kenny ficou em silêncio por algum tempo.

— Tá, eu vou sim. Já chego. — disse.

Lavei meu rosto e minutos depois ouvi a campainha tocar.

— Oi. — falei ao abrir a porta. 

Kenny entrou e fez uma cara estranha pra mim.

— Tudo bem? — me perguntou.

— Não. Parece que você se importa mais comigo do que o meu próprio namorado. Na verdade, todo mundo parece se importar mais. — ri levemente, mas a risada logo se transformou em choro novamente.

— Ei, Artie, o que tá havendo?

Kenny apoiou sua mão em meu ombro. Ele era mais ou menos da mesma altura que eu, pele morena e um porte físico bem atlético por jogar basquete. O cabelo e os olhos eram da mesma cor: preto.

— O seu amigo não está agindo como um namorado pra mim. Ele não me dá o amor que preciso. — olhei pra ele. — Não me dá carinho, atenção, nada disso. Parece que a cada dia que passa, nossa relação só vai indo cada vez mais por água abaixo e eu tenho pensado em terminar.

— Não, Arthur. — Kenny arregalou os olhos. — O Mark te ama. Te ama muito mesmo!

— Não é o que parece.

— Ele só tem muita coisa pra fazer, acho. Muita coisa pra resolver e...

— Não, não é nada disso. Ele nem me mandou mensagem hoje e parece nem ter se importado.

— Você acha que ele tá te traindo, Arthur?

— Não sei. Você não sabe de nada?

— Não, acho que ele nunca te trairia. 

— Como sabe?

— Ele é o meu melhor amigo, né. — Kenny disse com toda a certeza do mundo.

— Só queria saber o que tem de errado com ele. Você é amigo dele, tá perto dele todo dia e não sabe de nada? Tem algo de errado. 

— Eu acho que é o jeito dele mesmo, Arthur...

— Kenny, eu não posso namorar alguém assim! — falei estressado. — Não dá. Não tem condições, quero que alguém esteja comigo por amor, e amor não é isso.

Ele respirou fundo após ouvir minhas reclamações mais recentes.

— Escuta, Arthur, você que sabe. — levantou e foi em direção a porta.

— Acho que você é igual a ele. — eu disse em tom baixo. — Por isso se dão tão bem como amigos. 

Ele olhou pra mim e revirou os olhos.

— Só não fala nada pra ele. Não quero que ele saiba. — pedi.

— Tá bem. 

Kenny foi embora, fechando a porta principal da minha casa. Tudo o que me restou fazer foi deitar e dormir.

No dia seguinte, mesmo que tivesse alguma mensagem de Mark, eu não queria ver. Então, deixei o celular com a internet desligada o tempo todo. Ao chegar no prédio, Andrea me deu bom dia e subi para o meu andar. O elevador parou no quarto e então o senhor Mason me lançou um olhar sério, entrando e se posicionando do meu lado.

Só estávamos nós dois.

— Bom dia. — eu disse.

Infelizmente, não obtive resposta. De rabo de olho, apenas pude observá-lo ajeitando sua gravata.

Foram segundos torturantes de silêncio até o décimo andar. Foi o suficiente pro seu perfume me empregnar todo. Era cheiroso, mas ainda assim, não queria ficar com nada que me recordasse desse homem tão grosseiro.

Ele saiu com pressa na minha frente, se dirigindo para sua sala rapidamente. Parece que ele sempre tinha muitas coisas para resolver o dia todo, então perambulava pra lá e pra cá.

Christopher passou direto pela faxineira, que de novo, estava ao meu encontro. Por mais que nosso chefe fosse um cara ridículo, ela ainda não perdeu a sua dignidade e desejou um bom dia que também não foi respondido.

Para tentar alegrar o dia dela, me aproximei sorridente.

— Bom dia.

— Oh, bom dia!— ela sorriu imensamente e curvou levemente seu corpo para mim. 

— Não liga pra ele. — falei baixo ao olhar discretamente para a direção dele.

— Não ligo, meu jovem. Eu tenho a paz e o amor no meu coração.

— Isso é o que importa. — disse, continuando a sorrir. — Ei, eu não sei o seu nome.

— Meu nome é Sun. E o seu é Arthur, não é? 

— Sim, isso mesmo.

— É um prazer te conhecer e estar aqui trabalhando com você, Arthur.

— O prazer é todo meu, Sun. Agora preciso que me dê licença, tenho muita coisa pra fazer. — ri de leve. 

— É claro, é claro! — ela também ria. — Eu também preciso, meu jovem.

No meu escritório, traduzi mais artigos durante um bom tempo até uma hora que levei um grande susto.

— Arthur! — o senhor Mason gritou ao abrir a porta da minha sala.

— Sim? — respondi depois de me recuperar.

— Você traduziu duas palavras erradas e uma delas estava com erro de gramática segundo o cliente! — ele gritava enquanto andava até minha mesa.

— Bom... me desculpe, eu vou corrigir.

— É ÓBVIO que vai! — gritou e bateu com os papéis na minha mesa. — Faça isso o mais rápido possível e entregue eles na minha sala. 

Olhei para os papéis na minha mesa e então ele saiu, ainda furioso, de volta pra sala dele.

Respirei fundo e corrigi tudo o que tinha pra corrigir. Imprimi os papéis mais uma vez e fui até a sua sala. Bati na porta uma vez, duas, três, e quando ia fazer pela quarta vez, ouvi ele gritar:

— Entra!

Abri a porta lentamente. 

— Com licença.— caminhei até a sua mesa e coloquei os papéis sobre ela. — Aqui estão. Me desculpe pelo erro.

Christopher mal olhou pra mim, apenas fez um gesto com a mão para que eu saísse da sala. Quis bufar, mas segurei. Voltei à minha sala e ao trabalho.

Na hora da saída, me despedi de Andrea e o sorriso saiu do meu rosto quando me deparei com algo inesperado. Mark estava na frente do prédio, do lado de fora, segurando um buquê de flores. Andei lentamente até ele, passando pelas portas automáticas.

— Mark? — perguntei com um olhar de estranheza.

— Artie, me desculpe por ter sido esse namorado que... que não te merece.

Fechei os olhos e suspirei.

— Mark, por que você tá dizendo isso e por que está aqui com um buquê pedindo desculpas? 

— Eu vou melhorar, prometo.

Já ouvi isso de tantos ex e os relacionamentos tiveram o mesmo fim: ninguém muda e não há outro caminho diferente da separação. 

Parece que Kenny não cumpriu o que me disse e contou tudo para Mark.

  — Você some durante alguns dias, não vem me ver, não quer saber como está meu dia, ou como eu estou...— falei.

— Artie, por favor, eu te amo.

— Não parece, Mark.

— Eu vou provar. Vou consertar tudo, você vai ver. 

— Eu não posso mais te dar várias chances. — expliquei. — Tem a sua última chance, então. — Decidi, pois meu amor por ele falava mais alto. 

Mark sorriu e me abraçou fortemente, beijando a minha bochecha. 

— Aqui.— me entregou o buquê e eu segurei. — Isso é seu, queria te surpreender. 

Dei um sorriso forçado. Não sei se daríamos certo, mas no fundo ainda tinha alguma esperança. 

— Mark... — comecei a frase com uma voz trêmula, sem saber direito como perguntar.

— Oi? pode falar. — ele me assegurou.

— Você por acaso... Por acaso se envolveu com outra pessoa enquanto estava comigo? — já estava tremendo só de pensar.

— O quê? — Mark arregalou os olhos. — Claro que não! Eu nunca faria nada pra te machucar, nunca seria capaz disso, Arthur.

Fiquei em silêncio e abaixei a cabeça. Acho que acredito nele.

— Por favor, não pense nisso, tá bom? — Ele segurou o meu rosto com as duas mãos. — Eu te amo muito, nunca pense algo assim de mim. 

De repente, fomos interrompidos por um som de pigarro. Era Christopher, do nosso lado, querendo chamar atenção. Mark olhou pra ele e depois pra mim, sem entender nada. O fato é que eu também não estava entendendo.

— Aqui é lugar de trabalho, Arthur.

— Senhor, eu... — tentei dizer algo.

— Não quero saber. Não sei se é seu amigo, namorado, pouco me importa. Só não se esqueça que aqui você vem pra trabalhar e mais nada além disso. — me dizia com uma voz e olhar de sermão.

Mark tentou dizer alguma coisa, mas não estava prestando atenção em mais nada.

— Vem, Mark, vamos embora. — segurei o seu braço e saímos dali.

Naquela noite, Mark foi pra minha casa. 

Ele fez um jantar romântico pra mim. Tomamos até vinho. Rimos, ficamos juntos e abraçados vendo algum filme. Eu estava sentindo que ele era o meu namorado novamente e isso alegrava o meu coração. Eu realmente queria acreditar que essa mudança era verdadeira e que ia persistir no futuro. 

Nosso amor voltou tão intenso que finalmente transamos depois de muitos dias sem ter esse momento que era tão importante pra mim e pra nós.

Dormi nos braços dele. Lembrava disso porque acordei de manhã e ainda estávamos assim. Sorri e deixei um bilhete pra ele.

"Amor

A noite foi maravilhosa.
Quero mais momentos assim. 
Preciso ir trabalhar, mas vou deixar você dormir mais um pouco.
Quando precisar ir embora, a chave está na porta. 
Pode tomar café da manhã se quiser. 

Te amo"

Enquanto eu estava no ônibus indo para o trabalho, minha felicidade tão grande até o momento se transformou em um pouco de preocupação ao imaginar o que eu deveria esperar do senhor Mason no dia de hoje.

FIM DO CAPÍTULO

Próximo em breve.

Gente, não deixem de comentar, por favor! Isso sempre me ajuda muito, principalmente os comentários onde vocês falam suas opiniões  ♥



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