Natan
Continuei _ À propósito, os meus pais te acharam muito bonita e interessante. Querem que eu te leve em casa para te conhecer melhor.
Olhou em meus olhos incrédula por um instante e gargalhou com a mão sobre o rosto _ Eles aceitaram.
_ Você é bem paranóica e brava como uma onça.
_ Desculpa, eu não costumo ser assim.
_ É sério? _ tirei as chaves novinhas e reluzentes do bolso _ Você trocou todas as fechaduras da casa e jogou as coisas do seu ex no lixo. Eu já sabia que você era difícil.
Corou envergonhada, mas não justificou _ Parece que eu sou mesmo bem difícil.
_ Relaxa. Você vale a pena Nora Swan. Vou ser o seu último marido _ vi ela achar graça de mim _ Você dúvida?
_ Não posso duvidar. Você deixou bem claro o que quer. Vai chegar lá se não desistir.
_ Acho que já cheguei _ me referi a sua crise de insegurança, e peguei a sua mão entrelaçando os nossos dedos, como ela fez durante o nosso primeiro ápice de prazer juntos.
Percebeu o que eu disse ficando séria, e assentiu. Sorri feliz.
Era noite, e a fogueira já estava acesa. Os meus pais nos chamaram para a sua mesa, e nós fomos. O meu pai pegou quentão para todos e mais guloseimas típicas.
_ Nora, você é modelo? _ a minha mãe perguntou.
_ Não _ sorriu _ Eu tenho uma lojinha virtual, onde vendo artigos femininos.
_ Você cursou faculdade?
_ Tambem não, eu casei cedo. Decepcionante, eu sei.
_ Para alguém tão linda, é sim. Mas você se saiu bem, mesmo assim.
_ Tenho uma boa vida. Não tenho do que me queixar.
_ O Natan vai cursar medicina no exterior _ o meu pai falou.
O olhar da Nora veio para mim e segurei a sua mão sobre a mesa _ Não vou mais.
_ Por quê?
_ Porquê medicina não é a profissão certa para um homem apaixonado. Não posso estar sempre ausente de casa, tendo uma esposa tão bonita. Vou escolher outra faculdade.
_ Administração é uma boa idéia, Natan _ a minha mãe sugeriu _ Você poderia cuidar dos seus negócios e aumentar as suas finanças, assim.
_ É uma boa idéia.
A conversa ficou mais fácil daí em diante.
A Yasmin e o Chris se aproximaram de nós.
_ Viemos avisar que estamos indo _ a Yasmin explicou antes deles se despedir.
A conversa ficou meio constrangedora, quando começaram a falar da minha infância.
_ Nós o adotamos com sete anos _ o meu pai falava _ Ele era tão educado e responsável. Sempre me orgulhei do meu filho.
A Nora sorriu _ É um rapaz muito obstinado também _ reparou.
_ Sim, mas isso é mais um defeito que uma qualidade _ Lia começou _ Pense em um garoto que sempre faz o que quer quando decide algo.
_ Já percebi _ a Nora reforçou com ar neutro.
Depois mais alguns copos de quentão, nos despedimos. A casa da Nora ficava muito perto da praça. Caminhamos de volta. O silêncio da Nora me incomodou um pouco.
_ Está tudo bem? Perguntei ao abrir o portão.
_ Sim.
Notei o seu rosto corado e entramos em casa. Nora subiu direto para o quarto, e a segui depois. Estava no banho, a porta entreaberta. Entrei.
Estava só tomando banho e me viu. Lançou-me um olhar lascivo e sorriu como um convite. Aceitei, tirando a roupa rapidamente e entrando no box com ela.
Passou o sabonete pelo meu peito, quando a abracei. Peguei dela e terminei de me ensaboar, guardei e me enxaguei. Voltei a abraça-la.
_ O que achou deles?
_ Seus pais são ótimos.
_ E...?
_ O que?
_ Por quê você está tão calada?
_ Estou meio alta. Fico triste quando bebo demais.
Achei graça disso _ As pessoas bebem para ficar alegres, sabia?
_ Não funciona comigo.
Beijei os seus lábios e toquei a sua pele nua sobre a água quente. Depois beijei o seu pescoço e os seios. Sugando a água que estava sobre eles.
Levantei ela em meu colo para penetrar o seu corpo. Nora ofegou ao me sentir. Falou o meu nome. Beijei a sua boca.
Depois do banho, deitamos na cama sem roupa. Puxei o cobertor sobre nós.
_ Por quê você escolheu Medicina? _ falou do nada.
_ Porquê _ parei e enfiei os dedos em meu cabelo respirando fundo, buscando um jeito de explicar.
Ficou sobre mim esperando o resto da frase. So os abajures nos iluminavam.
_ Você não é como a Yasmin. É mais alegre. Já se sentiu entediada?
_ Sim.
_ O que faz quando fica entediada?
_ Me distraio com qualquer coisa.
_ E se nada te distraisse?
_ Seria um inferno, mas nunca aconteceu.
_ Comigo acontece. Eu escolhi ser neurocirurgiao, viver para o trabalho. Talvez isso tirasse o meu tédio.
_ O que mudou?
_ Você tirou o meu tédio. Minha cabeça me deu uma trégua, eu não fico mais pensando o tempo todo. Nem sei se penso, so sinto.
Beijou o meu queixo e foi descendo pelo meu corpo e tirando o cobertor. Chegou ao meu ventre e sorriu.
Fiquei em suspense, até que ela pôs a boca na ponta do meu pênis e girou a língua por toda a glande me causando um arrepio na espinha.
Deslizou pela sua garganta e começou com um vai-e-vem que me enlouquecia de prazer.
Tirei uma foto da mulher adormecida, com apenas o quadril coberto com o cobertor todo enrolado. Salvei no meu celular.
Não a veria durante a semana. Foi um acordo que eu fiz com os meus pais. A escola e o meu trabalho deveria ser o meu único foco durante a semana. Levaria sua fotografia comigo.
Foi estranho ter essa conversa de namorada so agora. Houve um tempo em minha adolescência em que eu tive amigos e garotas, mas somente agora os meus pais colocaram regras.
Algo dentro deles devia avisa-los que agora era pra valer. Que esta mulher era aquela que tinha a capacidade de me causar um grande estrago ou de curar a minha alma.
Eu tinha uma teoria. De calção e camiseta, desci para a cozinha e fiz café. Se minha teoria estava certa a Nora desceria as escadas a qualquer momento. Aguardei encostado na pia.
A sala e a cozinha eram separada por uma copa. Pude ver a loira em um mini vestido de alcinha. Suspirei quando notei, pela falta de vinco no tecido, que ela estava nua por baixo. Desviei o olhar das suas coxas para a mesa posta.
_ Bom dia, lindo _ beijou meus lábios com hálito de hortelã.
_ Bom dia, deliciosa _ abracei seu corpo pelo quadril sentindo o tecido macio ao toque.
_ Gostou do vestido?
_ Gostei muito. Até perdi a fome.
Sorriu e se afastou indo sentar a mesa. Mexeu no celular sobre a mesa e se serviu de café. A imitei, reparando nas sua reações. Me mostrou a mensagem da Yasmim. Dizia para ela pedir os meus contatos porquê eu iria embora hoje. Deixei os meus contatos salvos no seu celular e devolvi para a Nora.
Começou a olhar as minhas fotos diante de mim e me comparava com cada uma delas me deixando tímido.
_ Para _ pedi com o olhar.
Ela tirou uma foto de mim e sorriu.
_ Isso foi... _ protestei.
Me mostrou a foto que tirou _ Ficou bem parecido com você _ argumentou _ Vou olhar para ela e pensar em você _ falou de um jeitinho tão...!
Ri de mim mesmo _ Como você consegue me dexar assim tão bobo?
Sorriu e mordeu o lábio inferior, piorando mais um pouco a minha situação.
_ Quando vou te ver de novo? _ quis saber.
_ Sexta à noite.
Sorriu, bebeu do caneco me encarando _ Vou sentir saudades _ encolheu os ombros deixando as alças do vestido cair dos ombros revelando os seios na maior inocência.
Abri a boca em surpresa _ Você não fez isso!
Sorriu cobrindo de novo enquanto segui para ela que fugiu escadas acima, comigo no seu encalço.
Parou encostada a escrivaninha e deixou as alças caírem novamente, retirando dos braços. Sentei a Nora sobre a escrivaninha e passei as mãos pelas suas coxas, entrando entre elas. Apertei o seu corpo no meu, em um abraço e a beijei.
_ Vou sentir muitas saudades, Nora.
Fizemos amor e ficamos juntos até bater a fome.
Nora preparou uma senhora refeição em meia hora. Salada crua, suco natural, frango com quiabo, feijão, macarrão, arroz, salada de maionese e mandiocas fritas.
Havia me pedido para formatar o seu notebook que tinha um problema. Por isso, quando cheguei a cozinha estava tudo pronto.
_ Você fez tudo isso?
_ Lava as mãos e sente-se _ terminou de por a mesa.
Após o almoço, fomos a praia. A quermesse ainda estava cheia. Quando passamos por lá.
Não entrei em sua casa ao anoitecer. Nos despedimos no carro.
_ Obrigada por me ajudar _ agradeceu com um lindo olhar cor de mel.
_ Eu que agradeço. Disponha sempre, por favor? _ esbocei um sorriso.
_ Pode deixar _ sorriu.
Nos beijamos e ela desceu do carro. Esperei até ela entrar antes de ir embora.