Letters&Love (AU!Ziam)

By Roselle_Rose

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Zayn ficou viúvo muito jovem. Boyce não resistiu à um acidente, deixando Zayn sozinho e grávido. Sem opções... More

Notas iniciais.
Capítulo Um - Boyce.
Capítulo Três - Londres.
Capítulo Quatro - Almoço.
Capítulo Cinco - O livreiro.
Capítulo Seis - Notting Hill.
Capítulo Sete - Amor.
Capítulo Oito - Rotina.
Capítulo Nove - Esquecimento.
Capítulo Dez - Mudanças.
Capítulo Onze - Paixão.
Capítulo Doze - Erro.
Capítulo Treze - Nascimento.
Capítulo Quatorze - Nahan.
Capítulo Quinze- Jardim.
Capítulo Dezesseis - Despedida.
Capítulo Dezessete - Tempo.
Capítulo Dezoito -Passado.
Capítulo Dezenove - Atual.
Capítulo Vinte - Reencontro.
Capítulo Vinte e Um - Recuperação.
Capítulo Vinte e Dois -Louis.
Capítulo Vinte e Três - Conhecimento
Capítulo Vinte e Quatro - Reestruturação
Capítulo Vinte e Cinco - Surpresa.
Capítulo Vinte e seis - Cuidado.
Capítulo Vinte e Sete - Nós.
Capítulo Vinte e Oito - Cantorias.
Capítulo Vinte e nove - Meu.
Capítulo Trinta - Consertos.
Capítulo Trinta e Um - Acidente.
Capítulo Trinta e Dois - Paraíso.
Capítulo Trinta e Três- Guardião.
Capítulo Trinta e Quatro - Juntos.
Capítulo Trinta e Cinco - Casa.
Epílogo.

Capítulo Dois - Mudança.

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By Roselle_Rose

A rua fedia a maconha velha e a mofo.

Aquele apartamento quebrado havia muita história para contar.

A prostituta voltava a se vestir em seu vestido tubinho, com o casaco.

Ele estava sentado na poltrona, olhando a vista da janela. Era janeiro de algum ano. Era inverno ainda, pois as ruas estavam geladas.

Tão geladas quanto sua própria alma.

A prostituta olhou o apartamento. Só havia uma cama, um notebook, jornais velhos empilhados na mesa de centro, livros em excesso em um canto. Na cozinha, apenas Bourbon e algumas embalagens de comidas pedidas pelo telefone.

A sala era provida de um sofá de couro, com algumas roupas vazias. No chão, duas camisinhas usadas da noite anterior.

Ele não usava droga alguma, o que era inesperado. Os homens com quem ela dormia sempre gostavam de cheirar algo antes de fodê-la.

Ele só fumou um cigarro depois do sexo e se virou. A deixou dormir com ele, sem toques a mais.

Ela adormeceu naquela cama macia e confortável. Ele não a tocou de forma indevida, não tirou sua calcinha e a esbofetou, a chamando de cadela maldita a forçando a ceder para ele.

Talvez era um homem carente, ela pensou. Não era como os outros. Quando abotoou o sutiã e puxou o vestido, ela se virou para ele.

- São 300 dólares.

Sem se virar, ele estendeu cinco notas de cem. Ela aceitou.

- Porque os 200 a mais?

- Compre um casaco de inverno - A voz dele saiu um pouco rude - Está congelando lá fora.

- Não preciso de cuidados.

O homem deu de ombros.

- Você que sabe. Mas acho que não gosta dessa vida de prostituta. Escutei-a chorando durante o sono.

A mulher ficou um tanto vermelha.

- Isso não é da sua conta.

- Tem uma delegacia, no centro de Caldwell - Ele falou, sem tirar os olhos da janela - Tem uma mulher que trabalha lá dentro, o nome dela é Hazel. Ela é uma mulher que lidera um grupo de apoio para prostitutas e viciados. Ela te coloca na tutela de proteção do Estado e dá assistência. Deveria tentar.

- Porque se importa? - A mulher pegou o casaco - Sou só a puta que fodeu ontem a noite.

- Antes de ser puta, você é humana - Ele não se virou - E humanos não cedem seu corpo por comida ou teto. É desumano e degradante para mim.

- Então porque o fez?

Ele não respondeu. Apenas acendeu o cigarro.

- Hazel Mitchell - Ele afirmou - Caldwell.

A dama saiu, bufando. Quando desceu até o térreo, parou de frente ao ponto de táxi. Estava serenando, as nuvens carregadas. Olhou para as colegas de rua: Uma delas estava viciada em crack e a outra injetava heroína todas as noites.

Era isso que ela queria?

Não, a dama pensou. O táxi parou e ela entrou.

- Para onde senhoria?

Ela olhou para a janela do último andar do apartamento. Era como se ele a olhasse lá de cima.

- Delegacia de Caldwell, por favor.

Ele a viu pegar o táxi e então se ergueu.

Sentia fome, mas não queria comer. Sentia sede. Sua boca estava seca de bebidas quentes.

Arrastou até a cozinha. Tudo fedia a comida velha, e já imaginava que na geladeira, havia baratas e ratos, compartilhando uma pizza que ele deixara na geladeira há quase dois meses.

O seu notebook era a única coisa que prestava naquele local.

Serviu-se de uma dose de uísque. Andou pelo apartamento, até parar no telefone fixo.

Era seu único contato com o mundo, já que seu celular virou pedaços quebrados há quase um ano atrás.

A luz vermelha alertava que ele tinha uma mensagem. Alguém ainda se lembrava dele? Nem seus pais sabiam se eles estavam vivos ou não.

Ele fez uma dança com o dedo, antes de apertar para escutar a mensagem.

"Eu sei que você ainda está vivo, Liam... Aqui é o Niall. (Pausa). Sei que está vivo porque a conta de luz ainda tá em débito automático no banco e eu recebi uma reclamação do seu síndico, dizendo que você voltou a gritar bêbado nos corredores. Os americanos não são empáticos. Eles sinceramente, nos detestam. Como qualquer imigrante... "

Ele se encostou no sofá, sentindo a poeira bater em seu nariz.

"Faz um ano que eu não te vejo. Mas eu ando te observando, tenho olhos por toda Nova York. Eu estou cansado de mandar dinheiro para você e nem um obrigado, escutar. Eu sei que você não come direito, só bebe e fuma quase o dia todo e pega uma puta na esquina, e tenta... Trazer esperança para elas. É um ato bonito, Liam. Mas não anula o seu sofrimento de anos atrás".

Isso fez Liam engolir a dose vazia e encarar o telefone, com vontade de jogá-lo na parede e voltar a dormir.

"Eu estou te ligando para lhe pedir algo. Gostaria de contar que eu estou sendo o diretor geral do London Times. O antigo chefe se aposentou. Ele me viu como a chance de expandir as fronteiras do jornal"

Foda-se, Liam cuspiu no copo e jogou ele longe, fazendo com que ele quebrasse do outro lado da sala. A ressaca o matava lentamente.

"Acho que não imagina que eu, estou te ligando para tentar mudar sua vida, Payne. Eu te ofereço uma proposta. Espero que não se assuste..."

Liam fechou os olhos. Fale de uma vez então.

"Você não sabe, mas aqui no London Time, tínhamos um cronista. Ele se chamava Ray Parker. O Ray viajava, era feliz e muito inteligente. Acho que deve o conhecer, ele escreveu um livro que parou na lista do New York Times, há alguns anos... Enfim. Ray Parker morreu, Liam".

Não sei se sinto pena ou inveja, Liam pensou enquanto procurava o cigarro.

"Ele foi mordido por uma Mamba negra, na África. Durante uma expedição em busca de segredos. Faz algumas semanas e desde então, colocamos anúncios no lugar das crônicas, porque não achamos um escritor competente. Me deram um prazo, Liam. E eu escolhi você. Eu escolhi você para sair da fossa que é sua vida. Eu escolhi você para te dar uma chance de parar de ser um merda. Você já foi um nome conhecido, Liam. Você teve fãs, teve glória. Não estou te dando a glória total, mas um caminho para ela. Preciso que esteja na Inglaterra até quarta feira. Você ainda tem meu número, então me liga se quiser recomeçar. Senão, me dê seu endereço e eu mando uma arma para você atirar na sua própria cabeça, porque eu prefiro um amigo morto do que um amigo que chafurda no fracasso que ele mesmo construiu".

A mensagem chegou ao fim, assim como a carteira de cigarros de Liam. Ele ficou alguns minutos, encarando a cama bagunçada, as roupas no chão e o frio lá fora. Merda, era isso que o aguardava?

Putas, redenção, bebidas e sexo?

Bem, o Niall poderia enviar a arma... Ou eu poderia ir para Londres.

Voltar para a terra natal, seria uma boa ideia.

Mas não quando sua alma estava suja e seu corpo corrompido.

Recomeçar.

Uma palavra bonita.

Liam andou até o quarto. Puxou as duas malas empoeiradas para fora e colocou as roupas que queria, roupas boas. Pegou o que era necessário, alguns livros. Foi até a cozinha e abriu o armário da pia. Antes das baratas subirem nele, puxou a caixa de papelão que guardava por algum motivo.

Talvez porque ele tinha esperanças de mudar dali.

Pegou os livros, encaixotou. Jogou o notebook na mala aberta, algumas lembranças.

Foi até a gaveta do banheiro e de lá, abriu a caixinha de suprimento. Dois comprimidos de Citalopram, antidepressivo. Ajudariam ele a encarar a realidade lá fora.

Andou até fora do apartamento, deixando tudo o que era desnecessário. O síndico pode ficar com tudo, não ligo.

Chamou um táxi e deu cinco dólares para o mendigo da rua para ajudá-lo com as malas.

- Aeroporto - Liam pediu ao motorista - E por favor, poderia me emprestar seu celular?

O motorista, um senhor simpático, entregou o aparelho. Liam abriu a carteira e tirou o cartão amassado e velho, com o número de Niall riscado de caneta roxa.

"Aqui é o Niall. Deixe seu recado".

- Prepare o brunch, Niall. Estou indo.

-x-

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