A chuva fina e demorada caia sobre a cidade molhando a carruagem que seguia seu caminho em um ritmo constante na estrada.
"Vossa alteza nada pode fazer para estancar a situação." o idoso de cabelos brancos e grisalhos replicou com a cabeça baixa ao lado de seu senhor.
"Não poderei sorrir e, assim, perderei minha liberdade, careço de atuar de alguma maneira contra isto." O capuz cobria seu rosto, de onde estavam já se podia ver o grande castelo escuro, coberto de prata e ródio negro, iluminado internamente.
"Eu o suplico para que fique, vossa alteza, pois sigo as ordens de seu pai há anos sendo extremamente fiel."
"Não peço para que o traia, apenas deixe-me ir à um lugar." explicou com a visão fixa no anel de diamantes enviado como o símbolo de compromisso, como havia mantido a viagem inteira.
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O barulho da porta de madeira não se comparou ao do sino pendurado rente a esta, que anunciou mais um dos vários clientes.
As botas exploravam a madeira surpreendentemente limpa para uma taberna, enquanto os olhos de Kim Taehyung, o local. Indo até a bancada, onde um pequeno garoto ruivo servia drinques, sentou-se.
"O que deseja?"
"Liberdade," exclamou, ironicamente, mais para si do que para o outro, "contudo, como isto não conseguirá me oferecer, um Death Shot de uva, por gentileza." pediu suave, com a cabeça apoiada nas duas mãos.
"Que melancolia... se tomar um Death piorará." Sorriu o garoto desconhecido, apoiando seu corpo com as mãos no balcão.
O moreno, ainda coberto pelo capuz, mostrou um sorriso com a única parte exposta de sua face.
"Possui algo melhor?"
"Com toda a certeza."
"Dá-me então." Reparou o outro começar a preparar a bebida e Taehyung suspirou pela sua vida: necessitava de alguma distração.
"Qual o seu nome?"
"Park Jimin e o seu?"
"Preferirá não saber."
"Isso é algo que acontece muitas vezes aqui: escuto coisas as quais não desejo ouvir e, tempo depois, arrependo-me."
"Imagino, pessoas de vários lugares podem passar por aqui."
Jimin aproximou-se do visitante e sussurrou: "Mas nunca havia recebido nenhum príncipe, vossa alteza."
Kim Taehyung encheu-se de pânico e tentou pensar positivo quando observou a expressão calma do Park.
"Peço-lhe para que guarde o anel." Articulou cortando algo. "Lembro-me do dia em que conheci o Príncipe." Não poderia ser o Kim que pisava pela primeira vez naquele reino.
"Conheceu meu noi... quer dizer, o príncipe?" Disfarçou para que ninguém da taberna pudesse se situar na conversa de ambos.
"Eu obtinha uma grande admiração pelo futuro rei já aos nove, meu pai, antigo dono desse estabelecimento, contratado, na época, pelo palácio para fazer as bebidas da festa, me levou."
"Uma criança para o palácio... como?"
"Ele era um grande barista, acredite, prometeu um bom comportamento vindo de mim."
"E você..."
"Era uma peste." Ambos riram um pouco. "Fugi com a intenção de chegar à festa e cheguei aos quartos. Tentei caminhar de volta e esbarrei no rosto mais lindo que vi na vida."
"Jeon."
"Sim, ele tinha dezesseis." Sorriu e suspirou, depositando uma bebida colorida sobre a mesa.
"O que me serviu?"
"Uma bebida que meu pai aprendera quando ainda vivo em uma de suas viagens, chama-se caipirinha."
"Seria isso fruta dentro da bebida?"
"Prometo-lhe que não fará mal nenhum mal a ti."
Taehyung assentiu depois de provar, mostrando, assim, que gostou da bebida.
"Continue, por favor."
"Ele me estranhou muito, minhas roupas, meu cabelo e a forma como falava."
"Falas muito bem, apesar do ambiente em que vive, Jimin."
"Agradeço, porém, isto foi resultado de anos me esforçando após esse episódio."
"Este episódio? Por que faria tudo isso após esse este episódio?" Destacou o "após".
"Ele brincou comigo, me deu comida, e me levou até meu pai."
"E você se apaixonou." Taehyung mais concluiu do que perguntou.
"Sim, eu me apaixonei. Sei que pode achar algo tolo, entretanto, nunca esquecerei o quão capaz nosso rei será conosco, governando onde moro e nasci, correto?"
"Creio que sim." Tomou mais um gole.
"E porque procurou melhorar sabendo que não iria ter mais nenhum contato com Jung... digo, o príncipe."
"Eu não sei, apenas sempre sonhei em ficar trancado em castelos, lotado de livros para ler e ajudar o príncipe. Ter deveres importantes e de responsabilidade mesmo sabendo o peso que eles carregam."
"Enquanto eu quero o contrário."
"O que o traz aqui?"
"Park Jimin, posso ser sincero?"
"Claro."
"Eu amo alguém, esse alguém não é o Jungkook." Sussurrou olhando para seu copo e tomando mais um gole. "Ele é extremamente pálido e doce," proferiu apaixonado "tem um sorriso gengival, um abraço suave e a voz mais linda que se pode ouvir." enxugou a lágrima que caiu do olho esquerdo e retirou um cordão de seu pescoço cujo havia um anel de prata simples e muito bem polido..
Levantou o rosto e Jimin finalmente pode ver seu rosto com olheiras escuras e olhos vermelhos em choro.
"Não me fale sobre isso aqui, vossa alteza, eu o suplico."
O mais baixo puxou o encapuzado para dentro de uma porta atrás do balcão e ambos seguiram juntos até chegar em um cômodo pequeno.
O local era minúsculo, um quarto com paredes de madeira e alguns livros sobre uma escrivaninha minúscula.
Um colchão posto no chão abrigava uma menina que ajeitava as madeixas cacheadas e ruivas que caiam sobre seus olhos durante a leitura de um exemplar que parecia ter no mínimo oitocentas páginas.
"Chim, precisa de ajuda?" Ela marcou e fechou o, aparente, conto.
"Vigie o bar para mim, não abra a boca lá fora, lembre-se, você nunca escuta nada." Ela assentiu e, saindo, os dois garotos puderam ser trancados dentro do quarto numa privacidade favorável.
"Por que estou falando isso para um desconhecido?" Pensou em voz alta.
"Vossa alteza" foi chamado e nem notou que em todo o tempo Jimin punha água em um copo para servi-lo, então, com as duas mãos. "Muitos vêm aqui para beber e derramar suas mágoas, eu sei escutar, provavelmente, vossa alteza se sentiu à vontade, peço perdão."
"Está tudo bem, Jimin."
"Gostaria de alivia-lo, nada posso fazer. O amor é algo com que se lida, não é esquecido facilmente."
"Esta noite madruga estranhamente mal. Sempre fui feliz e disposto, o dia sempre pareceu amanhecer cintilante, todavia, não cobiço estar preso em um castelo escuro."
Jimin não queria explicar sobre as responsabilidades de ser noivo do rei e a pressão com a qual Taehyung teria de lidar, Kim já sabia.
"O ser humano deseja o que não tem, quase sempre. Eu estou livre para ir aonde quiser, não tenho ninguém. Vossa alteza possui uma prisão particular em seu íntimo. Não sou capaz de eliminar teu martírio e peço perdão."
Mas, em menos de um segundo o olhar de Taehyung reluziu em chamas de esperança.
"Park Jimin, como seu amigo, o questiono" O ruivo se sentiu honrado "o quanto está disposto a ajudar o príncipe Jeon a governar e ser feliz?"
"Estou disposto a dar minha vida apenas por tentar, vossa alteza, disso lhe asseguro, mas como sua dor seria cortada? Qual a ligação feita entre estas duas ideias?"
Jimin queria completar a quebra cabeça.
"Se torne o príncipe Kim Taehyung."
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Olá! Meu nome é Carol e espero que tenham gostado do primeiro capítulo da minha mais nova obra "Exchange"! Me desculpem por qualquer erro gramatical, inclusive.
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Um beijo no kokoro e nos vemos dia 04/07!
Tchau!