Cartas, Cafés e Cicatrizes [D...

By heysuperheroine

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Luna e Matheus podem contar nos dedos o que tem em comum: a preferência por café com leite, o gosto pela músi... More

PRÓLOGO: a primeira carta
Carta #1 - Ela
Capítulo 1: No mundo da Lu(n)a
Carta #2 - Ele
Capítulo 2: (Quase) primeiros encontros
Carta #3 - Ela
Capítulo 3: Jackie
Carta #4 - Ele
Capítulo 4: Aluada
Carta #5 - Ela
Capítulo 5: Primeiros amores
Carta #6 - Ele
Capítulo 6: Infernos particulares, parte I
Capítulo 6: Infernos particulares, parte II
Carta #7 - Ela
Capítulo 7: Olhos castanhos-gelados
Carta #8 - Ele
Capítulo 8: Você precisa falar
Carta #9 - Ela
Capítulo 9: Primavera e pedras preciosas
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Capítulo 10: Finalmente

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By heysuperheroine


 Luna revirou os olhos para o pedido das garotas, mas sabia que não negaria. Ainda mais quando Ágata e Jade olhavam-na com aqueles olhos azuis gigantes e suplicantes.

— Tudo bem, vamos no pub.

— Obrigada!

— Você é a melhor. Pessoal, todos para o Runaways Midnight em dez minutos. – anunciou Jade, ainda com o braço ao redor da cintura de Luna.

— Ei, esse é o lugar que o Matheus trabalha. Tudo bem por você ir para lá na folga, cara? – soltou Rafael. O garoto deu de ombros.

— Mabi vai adorar vocês.

— Ótimo. – exclamou Ágata, animada.

Luna suspirou, pensando que aquela seria uma longa noite.

Ela estava certa.

Uma hora e meia depois de terem chegado ao pub, Luna só desejava voltar para casa e ter continuado a noite como antes. Mas as aniversariantes estavam felizes, então valia a pena. Olhou para o balcão, onde Matheus conversava animado com a chefe, Mabi, e com outra mulher que parecia familiar. Desviou os olhos desistindo de identificar, porque não queria ver aquela interação. Não porque houvesse algo de errado com Maria Beatriz – ou Matheus –, mas porque estava tudo certo. A loira era linda, confiante, carismática e segura de si. Ao serem apresentadas, ficou consciente de duas coisas: Matt não a chamava de gatinha há tempos e ela era uma secundarista adiantada (ou em outras palavras: só uma menina).

Balançou a cabeça para os próprios pensamentos auto-depreciativos, tentando lembrar do que Amanda sempre dizia: para de focar nas coisas que parecem negativas, Luna Caterina.

Levantou-se, com a intenção de se despedir dos amigos e ir embora, mas foi interceptada por um sorriso conhecido.

— Quanto tempo, gatinha. Não te vi mais nas festas da minha irmã.

Luna sorriu nervosa, mas satisfeita com a surpresa.

— Digamos que não preciso mais em ir em festas desde que minha amiga começou a namorar o motivo da ida em festas.

Alícia riu alto, apoiando a mão livre em um dos braços desnudos de Luna, que estava muito consciente do toque.

— É uma boa justificativa, mas me diz aí: você só vai aos lugares que sua amiga vai?

Era uma pergunta inofensiva, mas Luna sentiu como se estivesse sendo provocada. Não gostou da sensação. Deu de ombros.

— Você quer dançar?

— Pode ser.

Alícia puxou a adolescente para a pista, com o cuidado de não deixá-la desconfortável de maneira alguma. Notou que Luna estava estranha.

— Algo está incomodando você. Tem a ver comigo?

— Não, não! Comigo.

De forma inconsciente, desviou o olhar para o balcão, o que não passou despercebido por Ali.

— Ele ou ela?

Luna pareceu confusa.

— Desculpe?

— Você é a fim dele ou dela?

— Hum, eu...

— Porque se for dela, sinto muito e é compreensível a sua angústia: Mabi é intimidante e hétero. Mas se os seus suspiros tristes forem direcionados ao cara... Não vejo o porquê.

Luna sentiu-se exposta de forma absurda, com os batimentos cardíacos descontrolados e as bochechas vermelhas, sem saber como responder. Olhou em volta, mas ninguém prestava atenção no diálogo das garotas.

Alícia pareceu entender algo, e sua expressão se moldou totalmente em culpa.

— Desculpa. Estou sendo invasiva, não estou? Não sei qual a sua questão com os relacionamentos amorosos, com as pessoas e tal. Eu só... Presumi. Desculpa. Você não precisa responder nada.

A mais nova negou com a cabeça, sorrindo de forma reconfortante.

— Tudo bem. Ainda estou lidando com a questão das meninas, na verdade, mas tranquilo. Sobre a angústia... Tem a ver com o fato de Mabi ser intimidadora e hétero, mas tem a ver com o cara também.

— AH. Acho que entendi. Você está se comparando, não está?

Quando Luna não respondeu, Alícia seguiu com a fala.

— Não faz isso, garota. Maria Beatriz é tudo isso o que você está pensando, mas você é muito mais do que acredita ser. E, não costumo me meter, mas perdi a conta das vezes que ele olhou para cá para checar se estava tudo bem. O jeito que ele te olha... Bom, não esquenta a cabeça com isso. Vamos dançar essa.

Dessa vez, as duas aproveitaram a música e Luna sorria livre, sentindo-se menos insegura e preocupada. Quando a mais velha deu um giro, seus olhos repousaram na tatuagem de estrelas no quadril, e ela sorriu.

Do balcão, outro par de olhos foi desviado para o mesmo ponto: a tatuagem de estrelas no quadril. Matheus franziu o cenho, sentindo que precisava lembrar de algo, mas não tinha ideia do quê. Era um daqueles momentos em que faltava uma peça para que tivesse certeza de algo.

O quebra-cabeça não ficou incompleto por muito mais tempo.

— Vocês viram Alícia por aí? – questionou Isis, entre um gole e outro na bebida.

— Dançando com a amiga do Matt, a Luna.

Isis riu, satisfeita.

— Minha irmã adora aquela menina. Elas têm uma química interessante, não é? Fiquei muito surpresa quando ela me contou que levou a menina para o lugar preferido dela do mundo, o banco da janela que ela tem no quarto, porque sentiu pena do quão perdida ela parecia na minha festa.

Matheus começou a prestar mais atenção na conversa das duas.

— Festa? – questionou Mabi. – O que fazia a doce Luna em uma das suas festas?

— Estava com uma amiga, acho que a vi por aí, inclusive. Está com um rapaz?

— Jackie? – sugeriu Matheus.

— Isso, Jackie. Alícia comentou algo sobre que tipo de amiga deixa uma preciosidade daquelas sozinha para encontrar um crush. Eu disse para ela deixar de ser rabugenta, porque nem todas as pessoas têm 80 anos como ela. Sério, não sei como somos irmãs. Não nos parecemos em nada. A desgraçada ainda ficou os olhos azuis maravilhosos. Sério, a vida...

Ao ouvir a narrativa confusa de Isis, algo dentro de Matheus estalou, porque ele tinha ouvido aquela descrição antes. Não, não, ele tinha lido aquilo antes.

Em uma carta.

Os olhos azuis, a resistência às festas da irmã, o banco na janela, as estrelas no quadril. É claro que poderia ser coincidência, não poderia? Uma grande coincidência estranha e engraçada que nada tinha a ver com Keti.

Uma descrição perfeita que batia com a carta que havia recebido há quase dois meses e que, lembrou-se tardiamente, também tinha como cenário a pequena cidade de Santa Clara.

— Hum, Isis?

— Fala, Matt.

— Quando aconteceu essa festa?

— Julho, eu acho. Final do semestre.

Matheus fechou os olhos, se apoiando no balcão para garantir que não cairia. Sentia-se o maior idiota da face da Terra, talvez da galáxia, por nunca ter ligado os pontos que brilhavam em letras neon bem em frente ao seu rosto.

Ele podia ser a pessoa mais tapada do mundo todo, mas agora não tinha como negar as evidências postas na mesa: Keti e Luna eram a mesma pessoa, e Matheus não tinha ideia do que fazer sobre aquilo.

Eu adoro esse capítulo num TANTO. Vocês ~por acaso~lembram da Alícia (que não tinha nome antes)? 

Pontos importantes deste capitulo: será que vocês perceberam mais duas coisas sobre a Luna? Conversaremos depois.

Além disso, gostaria de agradecer não somente a Deus, mas também a Jesus por esta ****revelação**** do Matheus (será que alguém não sabia disto? se não, comenta aqui).

No geral, é isto. Com esse capítulo, finalizamos a primeira fase/parte do enredo. O que vocês esperam da próxima?

See u. 

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