Se um dia você voltar

By remoonyy

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Tomas era um menino espontâneo, sempre com uma resposta na ponta da língua. Era muito inteligente, mas um ma... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5

Prólogo

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By remoonyy

-Tomas na mídia-

POV Tomas

2 anos atrás...

– Eu sou a mulher da relação, eu é quem deveria demorar mais – falava Elisa, esparramada no sofá da sala esperando eu me arrumar.

Era dia 12 de janeiro, estávamos indo comerar seu aniversário que seria no dia seguinte. O plano era nos encontrarmos com Luana e Cadu no rodízio, e ficar lá até depois da meia noite, para podermos brindar os 23 anos da minha namorada.

– Preciso estar apresentável, para todos me olharem e falarem "Uau, o que um bombom desse anda fazendo fora da caixa?" – passei os braços ao redor de sua cintura, mas logo fui repreendido.

– Acontece, "bombom", que é bom você ficar bem quietinho na caixa, se não só deus sabe quando você vai sair dela de novo – ela arqueava as sobrancelhas a medida que falava.

Eu conheci Elisa nos últimos anos da faculdade, e posso dizer com todas as palavras, que desde o primeiro momento que eu a vi, eu a odiei.

Fui acostumado a ter o que eu queria quando eu queria, era mimado até o extremo, e quando eu conheci essa menina, não foi diferente. Eu queria ela, mas ela insistia em me dar foras. Achei que um dia iria acabar cedendo, afinal, ninguém resiste para sempre. No dia que isso acontecesse, eu poderia dizer que cumpri o mais difícil dos desafios.

Mas é claro, que sempre tem um momento que a vida olha pra nossa cara e pensa "hum, acho que ele ta feliz demais... Vou mandar o cupido dar um jeito nisso".

Eu parei de pegar qualquer menina nas festas, e não conseguia tirar Elisa da minha cabeça. Os olhos castanhos meio claros dela me deixavam maluco, o cabelo ruivo preso em um coque bagunçado me fazia ter vontade de bagunçar ainda mais. Ela simplesmente passou a ser bem mais que um desafio.

Depois do nosso primeiro beijo, a situação piorou. Minha intenção no início era apenas roubar um selinho, mas intensifiquei o beijo e, por Deus, que boca. Porém, por mais que ela houvesse correspondido, a menina insistia em negar qualquer coisa que pudesse haver entre nós.

As outras garotas começaram a perder a graça, nenhuma tinha o cheiro dela, os olhos dela, o cabelo dela. O beijo dela. Foi quando, por maior fosse minha indignação, eu percebi que estava apaixonado.

Eu mudei muito meu jeito de pensar, de tratar os outros e de me relacionar com o mundo. Meus amigos nunca perdiam uma oportunidade de me zuar e de fazer eu me sentir o maior idiota.

Depois de muito tentar, eu acabei dando um tempo pra ela. Decidi que não adiantava mais correr atrás de algo que nunca iria dar certo, afinal, nem amigos nós eramos. Na vida dela, eu era indiferente.

Até o dia em que ela mesma escolheu me chamar para sair. Confesso que na hora, eu travei. Em todos esses anos dessa indústria vital, essa era a primeira vez que isso me acontecia.

Eu não sabia se ficava confuso, alegre ou extremamente desconfiado com essa atitude repentina. Mas quem sou eu pra negar um convite desses?

Simplesmente aceitei, e foi a melhor decisão da minha vida.

Ela percebeu, finalmente, que eu havia mudado, e decidiu sair comigo mais vezes. De uma hora para outra, era ela quem me roubava beijos e fazia piadas descontraídas quando estávamos juntos. Eu pedi ela em namoro não muito tempo depois.

Depois de terminar a faculdade, e completarmos um ano de namoro eu decidi pedi-la em casamento. Eu sabia que era uma decisão importante, que eu não poderia voltar atrás, e que havia o risco dela rejeitar e por um fim em tudo que tivemos tanto trabalho para construir. Mas eu também sabia que era ela quem eu queria para minha vida, mãe dos meus filhos, acordando ao meu lado todos os dias. E, quem é que não gosta de um desafio?

Eu me lembro exatamente da cara que ela fez ao ver o anel em minhas mãos. Seus olhos brilharam de uma maneira diferente, mais amorosa. Ela travou uma batalha com as lágrimas que insistiam em cair contra sua vontade.

"Si-sim" tentava pronunciar com a voz embargada pelo choro "Sim! Eu caso com você!".

Aquela foi a noite mais feliz da minha vida.

E hoje, faltando dois meses para o casamento, estamos indo comemorar seu aniversário na melhor companhia possível.

Com meu espírito Don Juan, abri a porta para que ela entrasse, então voltei-me ao banco do motorista. Fomos cantando alguma música do Paramore, em uma língua que provavelmente só a gente entende.

Chegamos lá e fomos direto para a mesa que nos estava reservada. A única pessoa presente até o momento era Carlos Eduardo, o que não me surpreendeu, pois no dia que Luana for pontual, o mundo vai viver o apocalipse.

Luna e Cadu eram nossos melhores amigos da faculdade. No caso, era em partes, pois Cadu era meu fiel companheiro, e por mais que Luna fosse minha amiga, ela era como uma irmã para Elisa.

Eles são extremamente o oposto um do outro. Ele é todo politicamente correto quando precisa, mas quando se solta, ninguém o segura. Já ela é completamente avoada e calma até demais, acho que nunca vi essa menina irritada. Elisa já viu, e me disse que pode ser algum tipo de tortura que o diabo usa no inferno. Fiz uma nota mental para lembrar de nunca irritá-la.

Posso até arriscar dizer que se não fosse por eles, nós nunca teríamos ficado juntos.

– Enfim apareceram! Achei que ia ter que comemorar sem a aniversariante – reclamou Carlos enquanto nós dois revirávamos os olhos – Cade a Lu?

– Ainda pergunta? – Elisa dizia enquanto sentava ao meu lado – A menina não deve nem ter entrado no banho ainda.

Engatamos uma conversa animada sobre a vida, a verdade e o universo, e quando vimos, já passava das 11h. Fazia uma hora que havíamos chegado a pizzaria.

– A fada querida chegou para animar a festa! – ouvimos alguém falar as nossas costas, e lá estava Luna, saltitando até nós – Feliz aniversário meu querubim!

Elisa levantou depressa e deu um abraço longo na amiga, que ficou por quase cinco minutos pulando em seus braços.

– A madame decidiu vir então? – Cadu abraçou a loira.

– Qual é, só demorei um pouquinho, até parece que ia perder os vinte e três aninhos da minha melhor amiga

Permanecemos na pizzaria até tarde, depois de cantar parabéns a meia-noite, comentamos o quanto Luana estava diferente e bonita com o corte de cabelo, de nossos tempos de escola, e de tudo que tinha a mais para colocar em dia.

Chegamos em casa exaustos, com ela rindo de algo que eu havia acabado de falar.

– Eu vou dormir aqui essa noite, ta tarde pra voltar agora, pode ser? – perguntou ela, já tirando os sapatos.

– Mi casa, Su casa amore mio.

Fomos nos deitar e ficamos por um tempo conversando. Estava tudo perfeito.

Não percebi quando peguei no sono, mas quando acordei, ela não estava mais ao meu lado. Olhei pela janela e percebi que já estava amanhecendo, então ela provavelmente já estava de pé.

Fui até a sala na esperança de encontra-la e nada. Na cozinha e no banheiro estavam o mesmo vazio.

Será que ela foi pra casa? Na padaria? No mercado?

Peguei meu celular e tentei ligar para ela. Caixa postal.

Eu me desesperei. O que mais eu poderia fazer? Ela sumiu e não deixou nada avisando onde ia.

Olhei para o balcão da cozinha e ali jazia um papel cartão. Reconheci a letra dela imediatamente e por um milésimo de segundo eu me aliviei. Mas durou pouco tempo. Durou apenas o tempo que levei para ler o recado.

"Siga sua vida. Eu estou seguindo a minha."

Meu mundo caiu. Isso não pode ser verdade. Não mesmo.

Ela não é assim, o que está acontecendo?

Abro meu celular na esperança de conseguir uma pista dela. Vou em todas as suas redes sociais, nenhuma atualização recente.

"toc toc toc"

Quebro meus devaneios com a batida na porta. Será ela?

Corro para atender, totalmente animado pensando que era apenas uma brincadeira e que ali estava minha noiva, e quando eu abrisse a porta ela gritaria "Te peguei" e me daria um abraço daqueles que só ela sabe me dar.

Abro a porta e meu sorriso desmancha. Ela não está ali. É apenas um envelope.

Pego o papel na mão e abro desmotivado. Ao ver o conteúdo, tudo o que restou de mim se vai.

Era uma foto dela. No fundo, um relógio mostrava o horário 4:03 a.m com a data de hoje. Porém, ela está acompanhada. Beijando outro homem, enquanto eu dormia em casa.

Não era um pesadelo. Não era uma brincadeira.

Era a verdade.

Ela me deixou.

A ruiva marrenta que eu mais amava nesse mundo me deixou.

४०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०॰०४

ola sweties, curtindo a história?
enfim, só quero deixar avisado que em alguns capítulos eu vou fazer essa quebra de tempo, vou buscar alternar entre o que aconteceu a dois anos, e o que está acontecendo no período atual, não fiquem confusos kkkkkkkk

não esqueçam de deixar a estrelinha ta?  nem de comentar rs

amo vcs ♥

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