Força e Razão - Degustação (...

Da TayDuque7

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Força e Razão é o segundo livro de Orgulho e Ambição ________________________________________ A prepotência... Altro

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Retirada do livro Força e Razão no dia 10 de Janeiro

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Da TayDuque7


Miami, 2016

Gregory Mazza

Termino de abotoar os três últimos botões da minha camisa branca. Perpasso as mãos no meu cabelo para arrumar o desalinho ao qual se encontrou. O cofre ainda está aberto. Escancarado, na verdade. É como se um ladrão houvesse arrombado a minha casa e levado tudo. Mas fora apenas a Tess descobrindo a minha alma.

A tapeçaria ao chão está completamente em desordem, como se um furacão tivesse arrastado tudo — reflexo do que acabou de acontecer na minha vida. O cheiro da minha mulher ainda está no meu corpo. Suas lágrimas ainda molhadas na minha roupa, só para deixar registrado o quanto as consequências são inevitáveis.

Não há mais sol no horizonte, já começa a anoitecer. Não sei como será a noite até amanhecer de novo, provavelmente longa. Me sinto anestesiado, é como se meu corpo não respondesse às minhas reações. Meus estímulos estão travados como um motor enferrujado. Voltei à estaca zero novamente, como sempre tem acontecido na minha vida.

É hora de reagir!

Subo às pressas ao segundo andar, afim de buscar as minhas roupas no closet. O quarto intacto. Ali não houve dano algum, embora saiba que o significado daquele espaço mudou. Não seria mais a mesma coisa, não sou nenhum idiota para mentir para mim mesmo, dizendo que tudo parece normal, porque não é verdade. Coloco as minhas roupas dentro de malas, desarrumando completamente o lugar. Apenas pego o necessário, o bastante para poder me manter afastado por uns tempos. Vou até o escritório, terminando de esvaziar o cofre, pegando dois pacotes de euros.

Quando o barco está à deriva, você tem duas opções: Ou você morre naufragado, ou abandona o barco, em busca de sobrevivência. Uma segunda chance. É tudo que preciso. Um momento solitário para que eu possa pensar direito como devo reagir a mais este golpe. Minhas ideias estão confusas, preciso me restabelecer.

A ida até a Mazza Undertaking é tão rápida e mecânica que nem me dou conta direito que já estou subindo até o andar da presidência depois de sair do elevador, caminhando em direção à minha sala.

Ao passar pelo o hall da segunda recepção, sou bloqueado por Karen preocupada, pedindo por explicações que não lhe diz respeito.

"Não se preocupe, Karen. Está tudo bem." Forço um sorriso, mas não a convence.

"Eu vi o jeito que saíram daqui. Sua esposa estava chorando e o senhor, completamente abalado. Do jeito que está agora. Se tiver alguma coisa, qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar, Sr. Mazza, não hesite em me pedir."

Karen é uma secretária maravilhosa, sempre atenta aos meus compromissos. Cuida da minha agenda como ninguém. É dedicada e claro, tem uma queda avassaladora por mim. Todas têm, não é novidade nenhuma. Adoro este tipo de atenção. A admiração me contagia, me sinto capaz de ser quem eu quiser. Porém neste momento me irrita de uma forma absurda. Tudo que quero é que suma da minha frente para que eu possa resolver o que preciso.

"Quero que mande Miguel para a minha sala agora. É só o que eu quero, Karen." A secretária se treme com o meu tom pausadamente autoritário.

Gosto de deixar as pessoas sem saber como agir diante de mim. Mulheres com sentimentos platônicos são todas iguais. Quando você abre um sorriso, se derretem toda, mas quando você mostra seriedade, ficam mil vezes mais loucas por você.

Não é o meu propósito. Estou concentrado demais para perder o meu tempo mexendo com a cabeça das mulheres.

Quando entro em minha sala, sentando-me no meu trono, ainda posso sentir a alma pulsante do desejo do homem que teve fibra para construir tudo isso. É tudo meu! Reafirmo o fato todas às vezes que adentro o prédio, e mais ainda sentado aqui na minha sala. Sou o rei de Miami, e não há nada que possa mudar isso. Mesmo o mundo sabendo o que fiz, mesmo assim, ainda sou a porra do homem que colocou comida na mesa de todos eles.

"Chamou, chefinho?" Miguel adentra a sala como se o mundo não estivesse caindo por cima de nossas cabeças. Não, ele não faz ideia do que está acontecendo.

"Eu quero que você encerre a conta do resort fantasma de Bahamas. Todas as transações com quem estiver investindo, e os documentos que comprovam essas transações, quero que cancele e dê um fim a absolutamente em tudo que envolva o nome dela." A cara de espanto de Miguel é algo que já esperava, porém é como uma concretização real de tudo que está acontecendo.

"Como é que é? Por que isso agora?" Miguel caminha nervoso até a minha mesa. Seu olhar é incrédulo, cheio de julgamentos precipitados. "Demos duro pra esse projeto dar certo, Greg! Arriscamos tudo! Há mais de bilhões depositados, livres de qualquer imposto. Estou falando de uma fortuna que nos sustentará por anos! Anos! Não precisaremos nos preocupar com o futuro. Pagamentos dos clientes mais ricos de Miami. As porcentagens máximas da grana de todos eles vão limpos para esta conta, esperando que novos panacas invistam para que o esquema continue operando e você quer simplesmente cancelar?"

Meu advogado me lembra sem o menor remorso as falcatruas que fiz em nome da minha trapaça para obter mais soberania, como se eu tivesse o traindo. Claro, Miguel se beneficia de boa parte desse dinheiro sujo, cada milhão é transferido para a sua conta mensalmente. Ele só precisa provar para os novos sócios que o resort é um negócio seguro e legal. Manter os velhos e novos sócios a par do retorno do capital. Tudo para que não descubram que o dinheiro investido vai única e exclusivamente para mim. Quem não acreditaria na palavra de advogado, conhecedor da lei? Me parecia ter sido uma boa ideia no início. Assim eu não precisaria mais acumular centavos até tornarem-se em milhões. Disfarçar este golpe no nome de Tess era só mais uma forma de manter tudo por baixo dos panos. Me enganei!

"Sim, Miguel, sim. Eu quero! Cancele tudo, apaga tudo. Dê o seu jeito. Não quero mais o nome da Tess nessa encrenca." Até porque, o nome da minha mulher envolvido em tudo isso faz um peso enorme recair sobre mim, algo que nunca senti em toda a minha vida. Aquele olhar de Tess... foi massacrante.

O riso revoltoso de Miguel, me dá nos nervos. Não é uma boa hora para me tirar do sério esfregando na minha cara o que está em jogo, como se eu não soubesse.

"Agora você está pensando na esposinha? Quando você começou essa merda, não pensou nela. Eu te sugeri pôr a conta do Resort em meu nome, já que você precisava de um laranja. Mas você me escuta? Simplesmente abriu a conta em Bahamas, fez Tess assinar e providenciou que o Rainha do Caribe desse certo. Bastou acumular uma maravilhosa grana, para dar pra trás? Vejo que não está mais em suas prioridades. O que aconteceu, Greg? Vai dar uma de bonzinho agora? O moralista tentando fazer a coisa certa há essa altura do campeonato?"

Nem morto confiaria em pôr parte do que conquistei no nome dele. A vida me ensinou a não confiar em boas intensões ofertadas de graça, pois tudo não passa de ciladas para te derrubar e te deixar na miséria. Apenas minha Tess é digna de confiança, ninguém mais.

Bato com a mão na mesa, fazendo aquele infeliz calar a merda da boca.

"A Tess descobriu tudo, seu miserável!" Miguel paralisa, depois arregala os olhos. "Ela sabe sobre o Rainha do Caribe, sabe sobre o projeto Roleta Russa. Sabe tudo sobre mim! Tudo que eu fiz, Miguel, a Tess está extremamente a par. Tess me odeia, o mínimo que eu posso fazer agora é cancelar. Livrar o nome dela. Podemos dar um jeito dessa grana sumir, até cancelarmos a conta do resort. Transferir tudo para conta de outra pessoa, não sei."

"Transferir?" Ele me encara pasmo, como se eu estivesse perdido o juízo. "Greg, ninguém transfere bilhões em menos de cinco meses, duas vezes seguidas esperando que não dê na vista. Você passou oito anos roubando com o Roleta Russa, por causa de uma paranoia com o seu irmão, resolveu parar com o esquema de pirâmide de uma hora para outra e esconder toda a grana roubada, o que já foi um sufoco. Você quer ser pego ao fazer isso de novo? A receita federal pode ficar alerta com o tanto de dinheiro que você está movimentando e o tanto de contas que você está cancelando em um curto espaço de tempo. Você ficou louco a ponto de não perceber os riscos que uma nova transferência acarretará?"

"Não importa os riscos." Esbravejo, sendo tomado por uma fúria voraz. "Ninguém pode mais provar que o Roleta Russa era um esquema de pirâmide. Demos um fim em todas as provas. É possível provar que o Rainha do Caribe é um resort com movimentação de capital legal, graças ao investimento dos Watter e o dinheiro que investi do desgraçado do Berenson. Não extorqui aquele mafioso filho da puta à toa. Foi tudo para mascarar meus planos com a conta do falso resort. Podemos realmente abrir um resort em Bahamas e fazer que dê certo. Não posso permitir que minha mulher me odeie pra sempre." Minha mente fica a mil, fazendo meu raciocínio trabalhar depressa. O medo de nunca ser perdoado por Tess me consome.

O suspiro de Miguel é audível, não sabe o que dizer. Não há como usar as argumentações anteriores diante do problema revelado.

"Nossa! Quem diria?" Enfia uma mão no bolso da calça preta, e a outra coloca na nuca. Finalmente entende a gravidade da situação. "Tá bem. Eu vou ver o que posso fazer. Mas já vou adiantar que vai ser bem difícil. Não dá simplesmente para abrir um resort da noite para o dia ou cancelar tudo que fizemos e sair ilesos disso." Sei que não será tão fácil, mas preciso tentar. É a única forma de fazer Tess confiar em mim de novo.

Talvez se eu tornar o resort real, ela poderá entender que eu posso mudar. Conversaremos e resolveremos tudo. Ainda preciso ter um fio de esperança, e, pela primeira vez na vida, não ser um filho da mãe com ela.

"Se puder fazer essa sujeira ficar abafada por enquanto, pra mim está tudo certo." Me sento na cadeira, contemplando os porta-retratos em cima da mesa. A foto da Tess em um momento feliz não serve para me acalmar, muito pelo contrário, me perturba de uma forma quase desesperadora. "Não acredito que Tess irá expor tudo que descobriu, mas não quero que levantem suspeitas. Perguntas a respeito do motivo da nossa briga, pode levar ao Roleta Russa e ao que andei fazendo durante esses anos. Não quero que aconteça nada que seja prejudicial a Mazza Undertaking..." Imaginar minha empresa falir, é o mesmo que ver uma parte do meu corpo esmorecendo. Mas não há jeito. Será difícil evitar que isso aconteça, mas farei o que estiver ao meu alcance para evitar. "Tess me ver como um canalha e com toda razão. Stephen contou a ela. Só pode ter sido. E se foi cara de pau ao ponto de revelar isso a ela, não manterá em segredo por muito tempo. Será uma parte da vingança, por eu ter me beneficiado com o projeto criado por ele." Miguel me olha confuso.

"Stephen contou sobre o Rainha do Caribe? Mas como?" Fico impaciente por sua falta de perspicácia. Ele só está visando o que irá perder e deixando de se atentar à lógica.

"Não, Miguel, não seja estúpido. Stephen deve ter contado pra Tess que o projeto original do Roleta Russa não foi criado por mim. O Rainha do Caribe foi de outro jeito." Engulo em seco, ao recordar de como foi.

Minha mulher em meus braços, me repudiando, enquanto tentei lutar de todas as formas para que ficasse bem longe do cofre. Eu deveria ter lutado mais, deveria ter implorado para que conversemos longe dali. Fiquei entre o medo e o pavor, não havia como escolher um lado. Era a mulher da minha vida entre a minha alma suja.

"Essa empresa é sua, Greg. Você pode ter roubado o projeto do Stephen, pode ter levado o crédito todo pra você, mas esse lugar ainda é seu. E por que não levaria? Foi você quem construiu, você fez dessa cidade tudo que é hoje. Beneficiou todos de uma forma única. Não há ninguém que possa negar isso. Stephen não o fez, você sim."

"Se essa merda vazar, ninguém vai confiar de novo em mim. Vou fazer negócios com quem?" Sorrio sem humor. "Stephen conseguiu o que queria. Ele cumpriu o que me prometeu assim que voltou. Vai me deixar na miséria e ainda destruiu o meu casamento. Igualzinho aconteceu com ele." Miguel senta-se na cadeira, nivela a voz tentando acalmar os ânimos.

"Como tem tanta certeza que foi o Stephen? " Esfrego minha mão na cabeça impaciente. "Tess vive com você há anos. Ela deve ter descoberto alguma coisa. Ou você acha que podia esconder isso por mais tempo?"

A ameaça de Stephen em que eu espernearia quando percebesse que perdi o que mais amo está se concretizando. Suas provocações naquele hospital por estar se aproximando de Tess, bem em baixo do meu nariz. Eu seria um tolo em acreditar que mesmo com todo aquele sarcasmo, havia sinal de blefe. Aquele corvo miserável não deixou dúvidas a respeito do que estava armando para me destruir.

"Eu sei que foi ele. Tess nunca desconfiou de mim até aquele filho da puta voltar. É bem óbvio que tenha dedo dele no meio disso. Ele prometeu que iria revidar. Aquele olhar sutil para a minha mulher quando ousou a me ameaçar não restou dúvidas."

"Stephen é esperto, Greg. Pelo que ouvi e ouço até hoje, ele conseguiu cumprir a sua promessa. Mas você ainda pode reverter." Meu advogado fica pensativo. Por um instante me sinto mais calmo. Sei que nessa análise há algum tipo de solução que pudesse nos tirar do meio disso. "Qual é a frase mais dita quando entramos em uma conversa sobre poder, dinheiro e fortuna mesmo?" Penso a respeito com bastante cuidado para não errar. Nesta pergunta certamente tem as respostas que eu preciso. "Anda, Greg, vamos. Pensa." Ergo os ombros, não há nada em mente.

"Sei lá, falamos tantas coisas. Uma dessas conversas digo que sou poderoso e nada nessa cidade pode me deter." Miguel meneia a cabeça, como se eu tivesse chegado no ponto certo.

"Exatamente! 'o dinheiro move montanhas, Miguel. As pessoas fazem o que for preciso por dinheiro.'" Ele declama uma das tantas frases que dito sobre a soberania suprema de alguns papeis tão valiosos. Começo a entender onde ele quer chegar. "Duvido muito que alguns dos empresários irão querer perder a mordomia ao qual vivem graças a sua falta de ética. Seus negócios não sobreviverão nenhum dia sem o seu apoio. Olha como esse lugar era, e o que ele se tornou? Stephen pode te arruinar publicamente, Greg, até colocá-lo na cadeia. Mas as pessoas desse lugar não darão nenhum só passo sem o Roleta Russa de Gregory Mazza." Eu já havia pensando nesta hipótese.

Miguel tem razão. Mesmo difamado, o que fica em questão é o poderio do dinheiro que administro. Sem mim, não há esquema de capital de giro. Grande parte dos empresários de Miami poderão ir à falência sem ele. O povo sem suporte é como um império sem um rei. Os súditos se apavoram, correm de um lado para o outro sem rumo algum, feito uma barata tonta. Eles não irão querer perder o que possuem. Claro que alguns se revoltarão, mas a grande maioria sairia muito mais prejudicados. As empresas da Flórida se uniram graças a mim. Foi eu quem tornou o projeto real. Eu tinha grana para levar em prática tudo que estava escrito naqueles slides. Página por página. Cada gráfico, cada demanda prevista, fui eu quem fiz dar certo e Stephen não tem absolutamente nada a ver com isso.

"Sim, acredito. As pessoas são capazes de se aliar ao pior tipo por dinheiro, mas há um problema: Eu cometi um crime. Se for investigado, chegarão a Tess. Posso ir pra cadeia quando esse assunto vier à tona, pois não vou deixar que Tess assuma a responsabilidade por mim. Stephen está jogando, ele conhece o jogo, conhece as minhas fraquezas. Está tocando no meu ponto fraco. Ele não vai parar até me destruir. Primeiro a Tess e agora Deus sabe o que mais ele fará. Quando ele voltou eu tive uma ligeira impressão que minha vida havia acabado a partir daquele momento. É, eu estava certo." Miguel se arruma na cadeira puxando-a mais para frente. Meu amigo sabe que estou certo. A humilhação seria pior do que eu pudesse suportar. Está estampado em seu rosto o meu total fracasso. Eu nunca imaginei que este dia chegaria.

"Stephen voltou por um único propósito, Greg. Seria ser ingênuo demais acreditar que ele não se vingaria. Ele não vai somente acabar com a sua carreira e nem com o seu casamento. Pelo jeito, ele quer muito mais. Não é exagero dizer que o cara é perigoso." Olho para Miguel por cima dos cílios. Ele tem toda a razão. Foi bom imaginar por um instante que sou importante para a cidade e para todas àquelas pessoas. Mas, estou nas mãos do desgraçado. Vejo minha vida se definhando aos poucos, até virar pó.

"Não, Miguel. Se Stephen pensa que vou facilitar pra ele está muito enganado. Ele mexeu com algo precioso demais pra que eu possa me manter no chão e pedir arrego. Eu vou revidar. E pode ter a certeza absoluta que o tombo dele vai ser ainda pior do que o meu. Eu vou acabar com Stephen do jeito que ele nunca mais vai esquecer. Será um marco e não vão em hipótese alguma ligar os fatos com a minha pessoa. Ficarei completamente ileso. Aplaudindo enquanto vejo sua queda de camarote." Miguel está pensativo, tem uma expressão contemplativa enquanto meneia a cabeça. Ele sabe que sou capaz de qualquer coisa, mas também sabe que meu inimigo e eu somos um páreo duro. Não o vejo como um desafio impossível, vejo como um jogo interessante. Não há graça se sabemos que iremos vencer em um jogo contra um adversário fraco. O gosto de uma luta é exatamente assumir os riscos, enfrentar as consequências. Assim será um jogo limpo de duas pessoas de alto nível, batalhando entre si.

"E eu estarei aqui, para o que der e vier." Ele se levanta da cadeira. Miguel costumava levar fé em mim, talvez quando o adversário é o Stephen, causa dúvidas nas pessoas. E o detesto por isso. "Vou fazer o que pediu agora mesmo. Há mais alguma coisa que eu possa fazer?"

"Sim. Quero que arrume um loft para que eu possa me hospedar por uns dias. Pode ser aqui perto, não pretendo sair da cidade." Ele olha para a pequena mala que preparei em cima do sofá.

"A coisa foi realmente séria, hein?" Deixo escapar um riso mal-humorado. Sempre que me lembrar daquela briga vou me sentir exatamente como Tess deixou bem claro o que pensa de mim: Um bandido mau-caráter.

"Não posso voltar pra casa. Preciso me manter longe por alguns dias até saber como resolver tudo. Acho pouco provável que ela também volte, então vou me retirar. Tess precisa ficar sozinha agora e eu vou respeitar. Não quero pressioná-la, além do mais não tenho esse direito." Sorrio com ironia. "Não mesmo!"

"Eu posso arrumar um loft, mas quem cuida dessas coisas não é sua secretária? Quer me fazer de seu empregado também?" Reviro os olhos. Ele foi mal treinado, eu dei muito privilégios a ele.

"Não quero que Karen saiba do que está acontecendo. Para os olhos de todos, Tess e eu estamos bem. Pelo menos por enquanto. Não quero que isso vaze tão cedo. Tenho certeza que Tess pensa a mesma coisa, já que detesta escândalos. Então manteremos as aparências até o momento que eu puder reverter, pelo menos publicamente."

"Entendo. Posso fazer isso até o final da tarde. Resolvo também a questão do banco em Bahamas. Tentarei abafar as provas. Isso se o Stephen já não tenha. Sabendo você que Jenson e seu pai também parecem desconfiar deste projeto." Sinto um baque no meu peito. Estão todos contra mim e eu mal sei como deixei as coisas fugirem de controle. Meu próprio pai e meu irmão.

"Eu disse que o cerco estava se fechando. Que todos estão me empresando na parede, mas agora já passou disso. Estou empalhado feito um animal morto. Exposto para que todos os meus inimigos possam aplaudir a grande obra de arte que fizeram da minha vida."

Miguel me olha com pesar. Talvez deva ser medo que tem de ser descoberto também, ou medo de que eu seja destronado e ele perca a mamata. Fosse qual fosse, eu ainda tenho o meu amigo ao qual posso contar.

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Mais um capítulo aí pra vocês.

Gente, como os capítulos deles são gigantes, para não cansar ninguém, estou postando dividindo. Então vão ver mais alguns capítulos do Greg, mas é um só. O livro não tem só o Greg, amém? Amém. 

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