- Estão todos aqui? - Perguntei, enquanto me sentava a mesa, levando meu olhar pela mesa do restaurante.
- Sim. Só falta o Arthur e o Shawn. - Lorena colocou seu cotovelo na mesa e apoiou seu rosto nas mãos.
- O Shawn não vai vir. - Diego disse. - Ele está com vergonha de olhar na sua cara e, além do mais, ele está recorrendo a decisão do juiz e trabalhando para tirar o Arthur logo. Ele vai sair hoje, pelo que eu sei.
- Isso é bom. Muita coisa de ruim tem acontecido, pelo menos uma notícia é boa. - Blanca disse.
- Então, vamos conversar. Depois eu digo tudo a eles. - Falo, já sem paciência, eu precisava agir rápido.
- Alana, qual seu plano? - Ceci abriu a boca pela primeira vez.
- Eu preciso descobrir quem é a esposa do meu irmão. Tenho certeza que isso vai nos ajudar.
- Se ela se casou com ele, acha que vai nos ajudar? - Alex questiona, encostando suas costas a cadeira.
- Acho que... Meu irmão faria de tudo para ter vantagem, principalmente, fingir-se de apaixonado. E além do mais, eu vou conversar com a Liliane novamente sobre o incêndio. Eu quero saber exatamente o que houve, apesar de não me lembrar, eu tenho certeza que aquele "acidente" foi planejado. - Olhei para cada pessoa na mesa e, pareciam pensativos, mas concordaram por fim.
- E como podemos ajudar? - Ceci perguntou.
- Eu também não entendi essa parte. - Lorena proferiu.
- Eu sei que isso vai soar no mínimo estranho ou desesperado, porém, eu vou fazer qualquer coisa para ter provas que minha filha precisa ficar comigo. - Falei, quase com lágrimas nos olhos. - Preciso que vocês se revezem para seguir meu irmão e o advogado ele, enquanto eu vou tentando descobrir quem é a tão misteriosa esposa. - Alguns se entreolharam.
Talvez estejam me achando realmente louca, mas sou só uma mãe que está lutando.
- Eu estou dentro. - Viramos com a voz que chegava e quando vi Arthur, meus olhos se encheram de água e meu coração de alivio. - Como eu não posso mais ficar perto dele, eu pelo menos posso tentar acabar com essa falsidade toda.
- Tem razão. - Lorena concordou. - Desculpa Lana, mas eu odeio seu irmão, sério. Ele já disse coisas horríveis sobre mim aos meus pais e teve uma época que tentou nos mandar para longe. Eu não esqueci e agora eu quero mandar ele para longe. - Falou, cheia de atitude.
- Tudo bem. Eu quero ajudar vocês, mas eu tenho o Noah e preciso cuidar dele, eu posso fazer pesquisas na internet e tudo mais, mas ficar andando atrás dele, não vai rolar - Blanca tinha um tom triste, como se quisesse fazer isso, mas não pudesse.
- Isso vai ser muito importante também. - Olho para ela com um sorriso. - Obrigada.
- Tudo bem. - Suspirou Diego. - Eu ajudar Alana na busca pela noiva misteriosa.
- Eu faço questão de seguir aquele cretino hoje - Cecilia olhou para frente com olhar mortal. - Vou levar George comigo.
- Por que ele não veio? - Lorena perguntou.
- Sei não - Deu de ombros.
- Ele não seu irmão? - Alex questionou.
- Um que eu odeio - Riu.
- Tudo bem. - Digo. - Arthur, senta aí para comer - Arthur concorda com a cabeça e puxa uma cadeira de uma das mesas vazia.
- Eu pensei em algo. - Olhamos para Arthur. - Se o seu irmão se casou a muito tempo, tem que estar registrado em algum lugar. Ele deve ter planejado isso minuciosamente, mas com certeza, algum erro foi deixado.
- Além disso, como ele sabia sobre sua internação Alana? - Alex inquiriu.
- É muito estranho como ele sabia de coisas da nossa vida - Lorena acrescentou. - Aquele dia no estacionamento. Ele falou coisas sobre nós.... E-Eu nunca tinha contado a ninguém além do Diego.
- Ele nos seguiu. - Foi a primeira coisa que me veio a cabeça. - Ai meu Deus. - Encostei na cadeira, tremula. - Esse tempo todo... Como eu não pensei nisso? Meu irmão é um louco.
- Concordo. - Blanca disse.
- O que me leva a perguntar, ele não podia nos seguir, já temos certeza que ele ficou realmente preso, então... Ele tinha alguém atrás de você, Alana, com certeza. Ele tem pessoas que trabalham para ele. - Diego sobrepôs.
- O Carlos... - Uma lembrança veio a minha mente naquele mesmo instante.
Carlos havia falado que sua mãe era de Portugal. Ele era português, com certeza. Ele estava atrás de mim o tempo inteiro. Ele ter ficado na minha casa também foi um plano armado. Apenas isso podia ser a explicação.
- Quem é Carlos? - Alex questionou.
- Você bateu nele, lembra? Na frente daquele bar. - Falei e ele pareceu lembrar-se.
- Ele trabalhou comigo um tempo, depois disso, eu o demiti e meu irmão o readmitiu quando voltou para casa. Ele não gosta de mim, de jeito nenhum. Ele mesmo disse. - Expliquei.
Quando uma coisa faz sentido, todas as outras vem à tona.
- Eu vou ir atrás dele então. Talvez eu encontre alguma ligação com seu irmão. - Alex disse e eu o olhei desconfiada - Não vou bater nele. Juro.
- Tudo bem então. Eu tenho que ir trabalhar, já tirei dias de folga demais. Quando for a minha vez de perseguir um dos ratos, é só me ligar. - Lorena me olhou, enquanto se levantava da cadeira.
- Eu vou também. Preciso falar com meu irmão. - Cecilia se levanta, ao passo que todos fazem o mesmo.
- Muito obrigada por me ajudarem. Sério, é muito importante para mim. - Digo a eles, antes que saiam.
- Meu bem, acho que é importante para todo mundo que seu irmão saia fora da sociedade. Ele é louco! - Cecilia comenta, nos fazendo rir.
Todos se dispersaram. Todos determinados a encontrar o mínimo que fosse.
Agora que tenho quase certeza de que Carlos me seguiu e meu irmão casou-se, pois, já estava armando tudo.
Eu precisava descobrir a identidade dessa mulher. Assim que saímos do restaurante, vi que Shawn estava bem amarrotado e com olheiras, parado em frente ao seu carro, quando me viu, respirou fundo.
- Vou te esperar no carro. - Diego me deu um beijo na bochecha.
Me aproximei de Shawn, com um sorriso amistoso. Não queria que ele se sentisse mal por mim, pois, a culpa não era dele.
Ele me ajudou muito, mas eu não soube aproveitar isso porque estava imersa na minha dor. Eu perdi por achar que era uma perdedora.
- Você sumiu. - Me encostei ao seu lado no carro.
- Desculpa. - Disse, sem por mais nada.
- Não foi culpa sua, Shawn. - Olhei-o. - Você entende isso, não é? - Ele balançou a cabeça afirmando.
- Não é sobre isso... - Ele estendeu a mão para dentro do seu carro e pegou um envelope pardo e deu na minha mão. - É uma notificação. Não consegui evitar, sinto muito.
Eu nem precisava abrir para saber o que era. Depois de toda confusão e de ter um "surto" bem na sala de audiência.
Eu sabia que isso também me traria consequências, cedo ou tarde. E o laudo da psicóloga não ia parar apenas ali, tenho certeza que ela dizia algo sobre administrar meus bens, também.
- Eu perdi minha herança, não é? - Apenas passei os dedos pelo envelope, olhei para Shawn e ele assentiu. - Tudo bem. - Ele me olhou - Shawn, eu já esperava por isso. Eu não sou idiota.
- O que você vai fazer? - Perguntou-me.
- Orar. - Confuso, ele não me disse mais nada. - Tenho que encontrar uma casa e trancar a faculdade, os custos são altos. Além disso, preciso de um emprego novo. Eu também não vou mais estagiar na empresa do Diego.
- Pensei que fosse seu sonho.
- Nunca foi. Eu queria fazer pelos meus avós, que precisavam de mim, mas agora, eu tenho uma filha que vai precisar de mim.
- Eu ainda estou buscando jeitos de fazer o juiz repensar a decisão e sobre seu dinheiro, também é provisório. Assim que eles perceberem que você é capaz, vão te dar permissão de usá-lo novamente e se seu irmão mexer nele antes da decisão se tornar permanente, ele vai ter que pagar cada centavo depois.
- Obrigada. De verdade. Você tem sido maravilhoso. - Seguro a mão dele por um instante.
- Eu vou indo. Qualquer coisa, me ligue, por favor.
Ele balança a cabeça, afirmando e entra no seu carro.
Vou ao carro da frente - De Diego - E entro.
- Está tudo bem? - Me pergunta enquanto vira a chave para dar partida no carro.
- Preciso de um emprego novo. - Falei a ele.
- Está se demitindo, senhorita Sanchez? - Arqueou a sobrancelha, com um sorriso.
- Sinto muito. Eu vou trancar a faculdade de administração e acho que não vou voltar mais. Para mim, já deu. - Suspiro.
- Eu entendo. Eu não esperava outra coisa de você. Quando você chegou na empresa, não estava exatamente feliz. - Me disse.
- É... Acho que a necessidade nos faz pensar que estamos felizes, sem estarmos realmente. - Coloquei a cabeça no seu ombro.
- Você sabe que eu posso te dar uma casa, não é? - Eu ri dele.
- Você sabe que eu não vou aceitar, não é? - Olhei de canto para ele que balançou a cabeça e, finalmente, o carro estava na estrada.
- E se... - Levantei minha cabeça para olhá-lo.
- E se, o que? - Dei força para ele continuar.
- Você morasse comigo? - Engasguei ao ouvir aqui. - Má ideia, não é? Desculpa. Eu só quero que você esteja bem e por perto.
- Diego, não podemos ficar debaixo do mesmo teto. Eu já errei demais na minha vida, mas isso, seria desastroso. - Me recomponho.
- Você acha que morar comigo seria tão ruim assim? - Olhou maliciosamente.
- Eu tenho certeza que você entendeu o que eu quis dizer. - Apertei meus olhos.
- A Lorena mora comigo.
- É completamente diferente. Vocês são amigos. Nós dois estamos noivos. - Balancei o dedo da aliança para ele, que riu.
- Não custa nada tentar. - Deu de ombros.
Ainda no caminho, liguei para Liliane e marquei de nos encontrarmos em uma cafeteria. Diego foi para sua empresa assim que me deixou por lá. Foi resolver alguma chamada urgente, porém voltaria logo.
Fiquei sentada fora da cafeteria, onde tinha mesa e cadeiras. Uma bela flor lilás enfeitava o centro da mesa de madeira rustica. Pedi um café para nós duas e, assim que os cafés chegaram.
Avistei Lili atravessando a rua. Ela olhava para os lados, acuada, como se tivesse medo de algo ou de alguém.
Assim que ela olhou para frente, acenei, sem um sorriso e com algumas olheiras, ela chegou perto e se sentou a minha frente.
- Senhorita Sanchez. Como você está? - Sussurrou para mim.
Logo olhou para a minha cicatriz do braço. Eu não a cobri naquele dia, então a queimadura ficou completamente exposta. Estava com um vestido de alça fina e sapatilhas, foi o que o médico recomendou, para não ficar tão dolorido.
- Aí meu Deus! - Ela levou as mãos a boca e lágrimas surgiram. - Isso é culpa minha. Totalmente minha.
- Lili? - Peguei suas mãos e juntei as minhas. - Do que você está falando? - Ela engoliu em seco. - Respira fundo. Eu sei que você sabe para que eu te chamei. Preciso de explicações sobre o dia do incêndio.
- Eu sinto muito senhorita Alana.... E-Eu não imaginei que... - Ela enxugou suas lágrimas. - Eu não posso ficar aqui por muito tempo, pois, eu sei que seu irmão está atrás de mim. - Murmurou se recompondo. -Sinto muito, mas... O que posso dizer é que ele me pediu para fazer um suco antes de chama-la para conversar e também que eu colocasse o "açúcar" que tinha em um vidrinho. Eu achei estranho, porém não contestei.
- Era um sonífero. - Balbuciei.
- Eu não sabia, eu juro. - Suas palavras desesperavas me faziam acreditar nela.
- Continua, por favor. - Pedi.
- Depois do incêndio. Ele te levou ao hospital, mas também foi atendido, mas foi muito suspeito. Ele falava baixo com o médico e deu dinheiro a ele. Eu vi porque estava saindo do banheiro. Ele estava com muito sono também, mal ficava em pé.
- Porque ele também tomou do suco, para parecer mais real. Só que ele tomou em poucas quantidades.
- É só o que eu sei. Acredita em mim. - Olhou para mim, implorando por ajuda em seus olhos.
- Fica tranquila, eu sei que meu irmão é capaz disso. Mas... Porque você não disse isso no testemunho? Teria me ajudado.
- Eu sei. Eu fiquei com medo. Seu irmão percebeu que eu vi quando sai do banheiro. Eu morri de medo. - Olhou para os lados. - Preciso ir. Me perdoe. - Ela pega sua bolsa e saí correndo, sem deixar eu perguntar mais nada.
Ela apenas fugiu de mim.
Continua...
"Busquei o Senhor, e ele me respondeu;
livrou-me de todos os meus temores. " Salmos 34:4
🌻N/A🌻
GENTEEE! Eu sei que os capítulos tem demorado, eu sei. Mas eu não tenho como fazer mais rápidos porque eu faço muita coisa durante a semana. Desculpem.
Sobre o capitulo: BOMBA, BOMBA, BOMBAAAAA haha, quais suas teorias agora? Fiquei vendo algumas e vocês chegaram bem perto até aqui... contem-me aqui nos comentarios ❤
Deus abençoe e...Até a próxima ❤
🌻🌻🌻🌻🌻🌻