Crisântemo Kell (Livro 2 - Sa...

By Cla_Coral

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---LIVRO EM DEGUSTAÇÃO--- DISPONÍVEL NA AMAZON EM VERSÃO REVISADA 1° Lugar no Concurso Sakura 1° Lugar no Con... More

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PARTE I - O NADA
Prólogo
1 - Não para você
2 - 32 peças sobre o tabuleiro
3 - Barcos navegantes
4 - Um caminho desagradável
5 - Uma velha melodia (Parte I)
5 - Uma velha melodia (Parte II)
Notas & Agradecimentos
LIVRO 3 - Informações, capa, sinopse e data de lançamento
-x- Algumas curiosidades -x-
LIVRO 3 ACABOU DE SER LANÇADO!!!
Capa completa + Novidades
ATENÇÃO! Retirada oficial será em 12/03
CRISÂNTEMO KELL NA AMAZON!!!

6 - Acerto de contas

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By Cla_Coral


Havia algo culposo na forma como o anoitecer se derramava pela pista enquanto ele ponderava irrequieto se valia a pena mesmo manter aquilo escondido de Katerine. Lutava contra sua impaciência, batendo no volante na mesma cadência em que o carro chacoalhava enquanto adentrava na estrada de terra. Não que ele considerasse estar mentindo para ela. Apenas queria resolver aquilo de uma vez por todas, por sua própria conta, sem que ela precisasse se arriscar também.

Se ele tivesse certeza de que ela ficaria de boca fechada e não faria nenhum movimento impensado, até poderia dar uma chance. Mas ela não jogava como ele, e isso elevava os níveis da sua preocupação, porque Katerine acabava agindo conforme seus instintos e sentimentos de justiça.

Daniel bufou. Era por isso que preferia trabalhar sozinho. Ele só se deu bem com Eduardo, mas porque eram irmãos e se entendiam demais. O resto da ASIP era uma dor de cabeça atrás da outra. Tudo bem, Katerine se diferenciava ali, e ele precisava reconhecer — ela era boa no que fazia. Contudo, eles pensavam de forma divergente.

Naqueles dois últimos meses, havia puxado todas as informações que conseguira sobre ela. Procedimento padrão. Sempre fazia isso com quem era colocado para trabalhar com ele, embora houvesse se sentido desconfortável pela primeira vez. Katerine havia estudado em colégios particulares, o pai morrera quando ela tinha uns três anos, possuía um currículo interessante para pouco tempo de serviço. Sem segredos obscuros no passado. Só havia uma lacuna. Dos nove aos quinze anos dela, ela e os irmãos ficaram sob a guarda dos avós maternos. Não encontrou em nenhum documento judicial o motivo, tudo estava bloqueado — bloqueado bem demais até — e ele preferiu não se aprofundar naquilo, e destruiu todo o material que reuniu sobre ela.

Ainda assim, Katerine continuava sendo um mar de imprevisibilidade; ele nunca conseguia calcular qual seria o próximo passo dela.

O celular no bolso vibrou, rompendo com o silêncio do veículo, onde apenas o sibilar agudo do vento gritava em seus ouvidos através das frestas da janela. Ele teria se sobressaltado se não tivesse a consciência de que estava só. Apanhou o aparelho; uma mensagem de sua irmã Gabriela.

"Daniel, eu e uns amigos vamos comprar convites para o jantar da Festa das Nações. Barraca árabe. Quer que eu compre um para você?".

Volveu o celular para o bolso, desligando-o. Não queria interrupções. Seus lábios haviam ressecado durante o percurso, e Daniel sentia as extremidades dos dedos gelarem conforme a noite avançava.

Seus lábios haviam ressecado durante o percurso, e Daniel sentia as extremidades dos dedos gelarem conforme a noite avançava.

Estava há horas na pista, seguindo uma coordenada que havia interceptado da Corporação, e dirigia vagarosamente por conta da irregularidade da estrada. Era um trecho curto de terra, mas perigoso pela falta de acostamento e luminosidade. O matagal se erguia dos dois lados da estrada, que agora tomava um sentido mais íngreme, fazendo Daniel reduzir a marcha do Golf GTI para que o motor não morresse.

Quando o trecho de terra terminou, enxergou uma espécie de depósito. Não havia nomes na propriedade nem alguma outra forma de identificação. O GPS apitou, avisando que havia chegado ao seu destino. Não sabia o que poderia encontrar ali, se havia relação com Júlio; por isso mesmo fora sozinho. Era desta forma que gostava de operar. Em silêncio, com cautela e prudência. Tudo o que fazia falta em Katerine.

Assim que encontrou um lugar onde o carro pudesse ficar camuflado diante de olhos espiões, Daniel desligou o motor e desceu, surpreendendo-se em como o avançar do anoitecer havia feito as temperaturas despencarem. Percorreu o perímetro coma arma em punho; estava só. Não havia sinais de câmeras de vigilância também.

Apanhou sua lanterna e avançou para a construção, um espaço erguido no concreto em formato retangular, fechado por uma pesada porta de enrolar de aço. Um palmo de folhas murchas, misturadas com lixo e pedras, havia se acumulado de encontro à parte inferior do depósito. Iluminando o amontoado de sujeira, considerou que ninguém ia até ali havia um certo tempo.

Respirou fundo, sentindo o ar regelado ferir seus pulmões. Com a lanterna, iluminou os grandes cadeados que trancavam cada um dos lados da porta de enrolar. Tocou-os com as pontas dos dedos; estavam bem enferrujados e emperrados.

Bufou; qualquer chance de encontrar algo contra Júlio ou contra a Corporação valia o risco. Júlio era um assunto exclusivamente seu, um acerto de contas pessoal. Empenhara-se muito, desde o fechamento da Rosa dos Ventos, para rastrear qualquer sinal deles, sombras de comunicação.

Analisou os cadeados novamente, percebendo que não havia nenhum mistério neles. Tremendo por debaixo da camiseta, Daniel voltou para o carro e abriu o porta-malas. De lá, tirou uma chave de fenda e um martelo. Já havia previsto que poderia precisar de algumas ferramentas.

Com o martelo e a chave de fenda em mãos, rumou para os cadeados novamente.

O céu havia sido encoberto por grossas nuvens, e sem a luz da lanterna, tudo o que seus olhos enxergavam era aquilo que pouco a pouco a vista se acostumava em meio ao breu.

Detido de habilidade, com a chave de fenda posicionada e batendo o martelo com força, abriu o primeiro cadeado. O segundo foi mais fácil ainda.

Largou as ferramentas de lado e tentou abrir a porta. Nada. Daniel fez força, segurando a alça da porta em meio à sujeira que se acumulara ali, tentando puxá-la, contudo, além do peso absurdo, ela estava emperrada por falta de uso. Conseguiu levantar um pouco, mas ele precisaria de outra pessoa se quisesse erguê-la por completo.

Isso apenas aguçou sua curiosidade para saber oque havia lá dentro

Ele esfregou as mãos, sentindo o sangue correr quente pelo rosto.

— Pense. Pense. Pense.

Daniel bufou de novo. Droga. Tomou uma longa direção, o olhar correndo na direção do carro. Hm... Franziu o cenho, pensativo. Talvez desse certo.

Foi até o veículo, abrindo o porta-malas e procurando pelo macaco que ele mantinha ali. Achou a ferramenta ao lado do triângulo vermelho e, satisfeito com a ideia, voltou para a porta do depósito. Escorando o macaco debaixo da alça da porta, usou seu peso e sua força sobre a alavanca da ferramenta. A porta rangeu a princípio, e começou a subir conforme Daniel fazia mais força. O suor quente escorria do alto de sua testa pelo seu rosto gelado. Quando a porta subiu um pouco mais de meio metro, emperrou definitivamente, e não importava o quanto Daniel insistisse, ela não subia mais do que aquilo. Teria que ser daquele jeito mesmo.

Ele se agachou, apanhando a lanterna que havia deixado próxima aos pés, e iluminou dentro do depósito. O feixe de luz não o deixava ver muito do que havia ali dentro; seria necessário entrar para encontrar o que estava procurando. Contornou mais uma vez o perímetro com a arma em punho, apenas para se certificar de que não estava sendo vigiado.

Segurando a lanterna com a boca, Daniel deitou-se sobre o chão e a sujeira e a terra e se arrastou por baixo da porta do depósito, torcendo para que o macaco não cedesse. Se ficasse preso ali, dificilmente o encontrariam.

Ele teria engolido em seco e ficado nervoso coma possibilidade de algo acontecer, se a raiva que sentia por Júlio e pela Corporação não estivesse se sobressaindo, dominando todos os seus sentidos e sua razão. Assim, mantendo os sentimentos sob controle, passou todo o corpo por debaixo da porta. Quando estava dentro do depósito, soltou a lanterna da boca,a segurou em sua mão e se pôs em pé, iluminando o local.

A respiração pesou, e os tendões nos tornozelos vibravam.

Nada. Não havia absolutamente nada.

Iluminou o local com a lanterna, demorando-se no passo analítico.

Como o lugar poderia estar vazio? Seu rastreador de sinal possuía margens mínimas de erro. Mantendo a lanterna ligada, Daniel avançou pelo depósito, estudando as paredes. Tocou as superfícies, os cantos; esperou ouvir algum rangido, alguma coisa. Nada. Ao dar alguns passos aleatórios, um som diferente alcançou seus ouvidos. Um som oco. Pisou repetidas vezes sobre o local. Havia alguma coisa ali.

Abaixou-se, estudando o chão. Ele era formado por placas de cimento quadriculares. Somente a placa sobre a qual estava produzia aquele ruído oco. Daniel se afastou, apoiando as mãos em cima dela. O coração batia nos ouvidos. Alavancas inexistiam. Empurrou a placa, arfando baixo quando ela deslizou para o lado, revelando uma escada que descia para um pavimento inferior.

— Puta que pariu.

Iluminou os degraus de metal. Se Katerine estivesse ali, ela já o teria atropelado e descido aquela escada de qualquer jeito.

Daniel esfregou o rosto. Só percebeu naquela hora o suor de nervoso. Não fazia ideia do que encontraria lá embaixo. A chance de ser emboscado era alta. Mas era melhor arriscar. Se o dono daquele local suspeitasse da invasão, destruiria tudo antes que ele pudesse voltar com reforços.

Sacando a arma do coldre, e fazendo da luz da lanterna sua companheira, Daniel iniciou a descida. O metal rangia aos seus pés. O ar tinha um gosto carregado, asfixiante. Sentiu os olhos arderem e tossiu algumas vezes. Com uma lentidão terrível, chiada, feito um vulto em ruínas escuras, ele continuou descendo.

Bastavam apenas mais dois degraus para alcançar o chão.


******************


A primeira coisa que a vereadora Carmem Mondrago fez assim que entrou em seu requintado apartamento localizado na Vila Independência foi tirar os sapatos de verniz, deixando-os jogado ao lado da porta. As persianas de todas as janelas estavam abaixadas, o que não permitia que as cores noturnas da cidade invadissem a sala, imersa na penumbra que sempre a aguardava.

Esfregou o nariz, incomodada; havia um aroma de sândalo rodeando o ar. Já havia dito à Márcia para não usar nenhum produto que cheirasse a sândalo. Ela odiava aquele cheiro!

Batendo a mão na parede, procurou pelo interruptor; estava cansada devido à última reunião na Câmara, realizada até tarde da noite naquele dia. Como relatora da Comissão de Finanças e Orçamento, ficara até o fim do encontro. Assim que seus dedos encontraram o interruptor, ela pressionou o botão, esperando que a luz do lustre preenchesse toda a sala, o que não aconteceu.

Franziu o cenho, sem entender.

Clicou nos botões mais algumas vezes.

Nada.

— O pagamento da conta de luz não está em dia?

Carmem se sobressaltou diante da voz grave; girou nos calcanhares, procurando pela origem do som.

Em meio à penumbra, enxergou duas silhuetas masculinas andando em sua direção. Sua respiração estava descompassada. Conforme os dois homens se aproximaram, ela retesou os ombros, reconhecendo-os.

Um calafrio escalou por sua espinha.

— Luciano. Alexandre. — A vereadora tentou manter o tom neutro, fingindo que eles não a intimidavam.

— Não é apenas para a CPFL que você tem que prestar contas, não é verdade, senhora vereadora?

Carmem deu um passo para trás, encarando-os. Não precisava escorregar o olhar para seus braços musculosos para enxergar em ambos os homens a tatuagem de uma letra B atravessada por uma espada.

— Saiam da minha casa!

— E quanto ao que você nos deve, vereadora? Não se esqueça de como você chegou onde está agora.

Carmem sentia todo o corpo tremer; olhou de soslaio para a porta de entrada. Será que conseguiria sair correndo e gritar por socorro?

O homem careca, Luciano, balançou a cabeça, fazendo um som de desaprovação.

— Nem pense nisso, querida Carmem. Precisamos fazer nosso acerto de contas.

— Eu... Eu ainda não posso dar o que vocês pedem. — Sua voz engrolou, os tremores a fazendo parecer cordas esticadas que vibravam. — Há muita burocracia. E na Câmara...

— Estamos cansados de suas desculpas. Toda a família. Esta é sua última palavra para nós?

Carmem recuou, mortificada de terror.

— É uma pena. — A língua de Alexandre Bartelochi estalou enquanto ele puxava a espada da bainha, a lâmina cintilando mortalmente na penumbra. — Acredito que este é o fim da nossa sociedade.

E avançou para cima da vereadora.


******************


Quando Daniel alcançou o chão do pavimento inferior, girou nos calcanhares, analisando o espaço.

Suor frio manchava suas roupas.

Havia um interruptor à esquerda, mas ele optou por não acender as luzes e ficar somente com a lanterna.

Com um passo calculado seguido do outro, Daniel examinou o local. Poucas mesas, semelhantes a macas hospitalares velhas, estavam enfileiradas em um canto. Em outra direção, uma grande escrivaninha se mostrava coberta por papéis, blocos de nota e um computador.

Era uma base operante. O hackeamento da comunicação não havia sido captado. Tocou os papéis espalhados, lendo-os rapidamente. Chiou; quase teve impressão de que fumaça sairia de sua boca, devido à baixa temperatura do lugar. Eram anotações sobre o vahliru.

Olhou para as mesas de ferro, o estômago embrulhando. Contaminados haviam estado ali.

Uma reestruturação da Rosa dos Ventos? Mas... Percorreu o local com a luz da lanterna. As condições eram precárias, se comparadas ao antigo centro de pesquisa. E os corpos? O mesmo destino, no fogo dos incineradores?

Os pensamentos apreensivos se desdobravam nas mais obscuras hipóteses. Daniel se virou para o computador sobre a mesa operacional, torcendo para conseguir alguma informação. Os dedos treinados bateram em cima do teclado, e barreira atrás de barreira se desfazia. Havia um silêncio sepulcral, e ele quase ouvia o sangue correndo embaixo das veias.

Outra barreira foi quebrada no computador, abrindo em uma tela preta com um singular inscrito; a última etapa para acessar os dados. Uma única palavra centralizada, de quatro letras, ondulava em sua vista.

C.A.O.S.

— Caos?

Seus ouvidos se apuraram. Um som intruso no ambiente. Desligou a tela do computador. Eram passos descendo a escada, um clicar ritmado de saltos altos femininos.

Uma mulher?

Daniel colou as costas à parede, usando as sombras como aliadas. Já estava com a arma soerguida.

As passadas lentas dos saltos altos promoviam ecos pelo espaço.

— Meu Mestre — a voz dela soou baixa na escuridão; Daniel não a reconheceu, nunca a escutara —, terei que desligar agora. Houve um contratempo. Estou partindo.

Uma arma foi engatilhada. Daniel não esperou. Atirou algumas vezes; a sombra da mulher atirou de volta. Escutou os passos rápidos dela subindo a escada, seguido por um som esquisito, e então um cheiro ardido.

Fumaça e gasolina.

Não teve tempo de apanhar nada, e estava correndo para as escadas. Seu pé se enroscou em um degrau; ele caiu, batendo o joelho e praguejando de dor. Levantou-se, ignorando a pulsação na perna, os pulmões cheios de uma sujeira asfixiante.

Daniel chegou ao alto da escada e irrompeu pela abertura que levava ao depósito. A mulher havia saído com pressa, temendo ser atingida, queimada ou vista, e não trancara a passagem. Atrás dele, podia ouvir o ruído conforme os degraus sucumbiam e sentir o calor das chamas. O depósito estremecia, sofrendo com a instabilidade do subsolo.

Diversos xingamentos saíram de sua boca ao ver a porta de aço fechada. Por onde ela saiu? Talvez haja outra passagem por onde ela entrou e fechou a minha passagem, assim que percebeu que tinha alguém aqui, mas agora não há tempo pra checar. Reunindo tudo o que tinha das suas forças, Daniel puxou a alça para cima. O coração batia alucinadamente.

Por conta de tê-la forçado anteriormente, ela subiu com mais facilidade. Não esperou abrir um grande espaço, e assim que conseguiu travá-la, atravessou a passagem, rolando pelo gramado e pela sujeira. Mais tarde, encontraria hematomas nos braços e nos ombros; agora apenas arquejava enquanto se afastava o máximo que podia do depósito.

Puxou o ar, encarando o local uma última vez.

Através da fumaça espessa, línguas de fogo saltitantes se erguiam, espalhando-se pela estrutura com uma risada perversa, ao mesmo tempo em que enviavam um brilho escarlate ao céu noturno.


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Capítulo saiu antes do prazo de postagem, porque aqui temos ansiedade kkk

Além da trama principal (tudo que envolve o projeto Crisântemo Kell e a Corporação), há várias sub-tramas nessa história, como vocês já devem ter percebido (o plot do Caçador, a máfia Bartelochi, o passado da Katerine...). Tudo está milimetricamente ligado ao contexto deste livro, e devo dizer, se amarra muito forte aos próximos livros da saga também.

O ritmo vai acelerar nos próximos capítulos. Tem muita coisa vindo aí haha

Obrigada a todos que tem acompanhado! Deixa aquele votinho do amor e um feedback ♥

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