Por Você - (Degustação)

By Elly_fernandes

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Matthew Baker é um grande empresário em New York que está sempre em busca de expandir seus investimentos, s... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
AVISO

Capítulo 1

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By Elly_fernandes




O sol adentrava aos poucos no pequeno ambiente do quarto, era início de primavera e a brisa balançava suavemente a cortina sobre a janela entreaberta. Tinha tudo para começar um dia perfeito, até abrir os olhos lentamente olhando em direção ao relógio percebendo que mais uma vez o despertador velho havia me deixado na mão.

Contrariada pelo fato de ter perdido à hora outra vez naquela mesma semana, soube então, que o dia que tinha de tudo para ser perfeito seria apenas mais um dia comum exatamente igual aos outros, ou seja, atrasada e cheia de reclamações do meu chefe.  O relógio marcava seis horas e quarenta e cinco minutos, nesse horário já deveria estar a caminho do trabalho.

- Preciso de um despertador novo urgente. Resmungo ainda sonolenta.

Levanto-me às pressas e começo a me arrumar, chamo a minha irmã Julie que ainda dormia serenamente. Assim que a mesma abre os olhinhos entende que está na hora de se levantar e ir à escola começo a ajudá-la a se arrumar após está pronta a deixo brincando com seus brinquedos para que eu terminasse de me vestir.

- Julie! Vamos? Depois você brinca mais. A chamei enquanto pegava minha bolsa e chaves para sairmos de casa.

- Já estou indo.

Olho em meu relógio de pulso que já marcava sete horas apesar de me apressar chegaria atrasada. Julie estava demorando mais que o esperado. Sigo em direção ao seu quarto pedindo a Deus para que ela não estivesse brincando com tintas, batons ou minhas maquiagens como fazia às vezes de manhã me atrasando ainda mais. Entretanto, quando adentro ao seu quarto me sinto aliviada percebendo que ela só estava com dificuldades de fazer um penteado simples em seu cabelo longo dourado que eu havia deixado solto. Em poucos segundos prendi seu cabelo como ela desejava, e em seguida seguimos em direção aos nossos destinos.

Sua escola ficava no caminho do meu trabalho o que facilitava minha vida já que quase sempre estava correndo contra o tempo para conseguir realizar todas minhas tarefas diárias. Gastava normalmente em média trinta minutos para chegar ao café enquanto andava pelas ruas movimentadas da cidade, porem quando pegava o ônibus o que não acontecia muito já que nem sempre o dinheiro era suficiente para esse luxo o tempo reduzia pela metade. Entretanto, mesmo que cogitasse usar essa opção de locomoção com o pouco de dinheiro que ainda me restava do último pagamento ainda assim chegaria atrasada já que o próximo ônibus passaria novamente dentro de quarenta minutos.

Ao descartar essa possibilidade seguro a mão de Julie e apresso os passos de forma que minha irmã conseguiria acompanhar o meu ritmo e durante algumas vezes quando percebia o seu cansaço a pegava em meu colo e andava o mais rápido que conseguia. Dentro de poucos minutos já tínhamos chegado à escola onde ela estudava.

- Tem um bilhete para sua professora ela irá te ajudar a comprar algo que goste na hora do lanche.  Beijo sua testa e a observo andando em direção a professora que já estava a sua espera.

Há um ano perdemos nossos pais em um acidente de carro, desde então, como irmã mais velha recebi a responsabilidade de cuidar de Julie o que tem se tornado um tanto difícil após perdermos nossa fonte de renda fixa que tínhamos que provinha uma fábrica de tecidos e alguns outros bens deixados pelos nossos pais. Logo após o acidente o lucro da fábrica principalmente nos ajudou financeiramente por alguns meses e apesar do luto conseguíamos ter uma vida tranquila e estável financeiramente exatamente como antes do ocorrido, mas nossos familiares por serem muito gananciosos entraram com um processo judicial contestando o testamento ao receberem a notícia que não herdariam absolutamente nada. Eles nunca foram a favor da minha adoção e após a leitura do testamento demostraram ainda mais o que pensavam do assunto, nunca me aceitaram como da família e isso afastou meus pais de seus familiares sem exceção por não respeitarem essa decisão que ele e minha mãe haviam tomado. Eles usavam todos os argumentos para invalidar o testamento alegando que por eu ser uma adotada e não fazer parte da família deles não poderia ter direito à maior parte herança, pois seria uma injustiça com toda a família, questionavam o fato de Julie ser apenas uma criança que não entendia de negócios e muito menos tinha responsabilidade e capacidade para administrar a sua parte dos bens sendo assim buscavam conseguir a guarda e o direito a tudo que nos foi deixado.

Contudo mesmo que eu não tivesse o sangue da família Collins e recebesse todo o desprezo deles sabia que meus pais haviam me amado incondicionalmente e isso era mais que o suficiente, eu não me importava com o dinheiro ou bens materiais que haviam me deixado apenas queria manter a guarda de minha irmã. Tinha recebido o direito administrar todas as contas bancaria e as empresariais, a fábrica, e direito a guarda de Julie, pois confiavam que eu cuidaria bem dela melhor que seus próprios familiares. Sabia que seria uma grande responsabilidade no início, mas faria de tudo para conseguir criar minha irmã mantendo a vontade de nossos pais e faria o possível para lhe dar uma vida confortável e feliz exatamente como eles me deram.

Com o processo em aberto todos os nossos bens foram confiscados pela justiça até que o processo fosse finalizado inclusive a minha conta bancaria pessoal que não possuía nenhum vínculo com o testamento ou com meus pais, era apenas minhas economias guardadas durantes anos para ajudar na faculdade e agora estava completamente bloqueada para uso e sabia que a família Collins era bastante influente na cidade e faria o possível para me desestabilizar para ganhar a causa. Até que uma audiência seja marcada e tudo tenha se resolvido nenhum dos lados poderiam usufruir daqueles bens o que não era problema para eles, mas com isso tivemos que sair da nossa própria casa largando praticamente tudo que tínhamos e desde então nunca buscaram saber uma notícia sobre Julie o que provava que seus interesses eram apenas os financeiros e ela era apenas uma forma de que conseguissem isso. Após não ter mais uma renda fixa a minha única solução foi procurar um emprego já que também fui afastada do meu cargo e não poderia continuar trabalhando em uma das lojas que meus pais possuíam, sabia que precisaria de dinheiro para manter as despesas em dia e a educação da minha irmã.

Sabia que uma criança demanda de tempo e atenção e não estava sendo conciliar a minha rotina de trabalho, estudos e ainda se dedicar a Julie, mas sempre fazia o possível para esta mais próxima mesmo que estivesse exausta tirava tempo para ela. Sentia que apesar das dificuldades que estava enfrentando nos últimos meses estava retribuindo aos meus pais todo o cuidado e amor que eles me deram durante o tempo que passamos juntos e lutaria por Julie assim como eles lutaram um dia para me tirar daquele orfanato onde passei longos anos a espera de uma família. Ela era minha única família e por mais difícil que fosse nunca desistiria dela, pois é exatamente isso que família fazem enfrentam até o impossível para permanecerem juntos e eu enfrentaria tudo isso por ela, por amor a ela.

Estava andando apressada pela calçada tentando ganhar o tempo que eu não tinha mais, faria o possível para chegar o quanto antes pois não podia perder esse emprego dependia daquele salário e seria difícil encontrar outro em pouco tempo ainda mais na minha situação. Richard não era um tipo de patrão que se importava com seus funcionários muito menos ignorava os atrasos, ele só pensava nos lucros que ganhava enquanto seus funcionários trabalhavam com longos turnos durante dia e noite e recebiam pequenos salários. O café fica localizado no centro da cidade em uma esquina bastante movimentada e desde o início Richard só tem um objetivo, ser melhor que o concorrente Starbucks o café mais famoso da cidade e para isso nos fazia trabalhar duro.

Andando apressadamente com os pensamentos nas reclamações que receberia não observei as pessoas andando ao meu redor só queria chegar ao meu destino o quanto antes, distraída sem diminuir os passos sinto um baque que em segundo me leva ao chão. Fiquei atordoada com o tombo e tentava a voltar a realidade até que levanto o olhar me deparando com um homem de terno preto, alto e com a semblante fechado me encarando sério como se eu tivesse cometido um grande erro em estar no seu caminho.

- Era só o que faltava! Ele diz ríspido.

-Você se machucou? Avisto outro homem que me pergunta e estende sua mão para me ajudar a se levantar.

- Estou bem, obrigada!  Disse aceitando a sua ajuda. Quando me levanto e tento apoiar o pé esquerdo no chão sinto uma dor forte irradiar no meu tornozelo, minha reação não foi uma das melhores já que no mesmo instante o homem gentil direciona seu olhar para o tornozelo buscando a fonte daquela reação.

-Você se machucou, provavelmente deve ter sido uma contusão! Venha irei te levar ao hospital mais próximo para que possam confirmar! Ele disse enquanto o outro homem nos encarava com a face ainda mais séria.

- Realmente não precisa, eu estou bem! Desculpe-me estava com tanta pressa e distraída que não observei você se aproximar, não tive a intenção de esbarrar em você. Disse me desculpando, mas acabei ficando ainda mais envergonhada ao perceber que o moreno na minha frente não parava de me olhar provavelmente com ódio.

- Ele é sem educação mesmo não se preocupe, apenas o ignore! Eu sou o Dylan prazer!

- Anne. Me desculpe a intromissão, mas vocês se conhecem? 'Pergunto confusa com a resposta anterior do homem gentil.

- Ele é meu irmão. Dylan disse e não pude evitar olhar para os dois os comparando o quanto eram diferentes na aparência e no jeito, o que se mantinha serio tinha cabelos pretos, olhos azuis esverdeados era mais alto muito sério e não podia negar sua beleza, enquanto o outro era gentil, loiro de olhos castanhos claros, mais baixo e mantinha um sorriso nos lábios, não deixava a desejar na beleza também. Enquanto um se demostrava arrogante e mal-humorado o outro parecia feliz e educado, com certeza eram totalmente diferentes.

- São tão diferentes.

- Devo concordar!  Você deve ter algo bem importante para estar andando tão apressada há essa hora. Ele diz sorrindo em seguida, mas estava tão constrangida que só queria sair dali o mais rápido possível.

- Meu trabalho, muito obrigado pela ajuda e mais uma vez me desculpe. Precisava voltar a seguir meu caminho para não me atrasar ainda mais.

-Você trabalha aqui perto? Dylan perguntou e o outro homem o olha como se não acreditasse no que estava vendo.

-No Coffee Mabel.

- Estava indo para lá, venha te dou uma carona já que você não vai conseguir chegar rápido como deseja com o tornozelo machucado. Ele diz

- Estava? Seu irmão pergunta e só então percebo o quanto sua voz é grave 

- Sim Matthew, estava. Dylan responde evitando olhar para o irmão

- Não precisa se incomodar, eu vou andando mesmo já está perto.

- Melhor olhar por onde anda antes que machuque o outro tornozelo! Matthew se pronunciou com ironia e fiquei ainda mais envergonhada.

- Matthew não seja tão rude! Vai querer nós acompanhar? Dylan pergunta

- Não! Tenho que trabalhar já que você sempre tem algo para fazer em horário de trabalho, mas já que vai sair passa no Starbucks e me traz o de sempre. Sem permitir que Dylan o respondesse ele segue em direção a entrada do enorme prédio a nossa frente.

Sem graça com toda a situação só pensava em sair o mais rápido dali, após muita insistência de Dylan acabei aceitando a carona, se quisesse chegar mais rápido no trabalho não teria outra alternativa, não com meu tornozelo machucado. Entro em seu carro que estava estacionado a poucos metros de onde estávamos e quando entro me sinto mais envergonhada ainda, ele não devia ser qualquer pessoa não com aquele carro.

- Seu carro é muito bonito! Disse observando o interior do veiculo

- Na verdade esse é do meu irmão, tive alguns probleminhas com o meu e tive que pegar esse emprestado.

- Ele parecia bastante zangado, não vai se importar de que eu esteja aqui no carro dele?

- Ele está sempre zangado e ele nem usa mais esse carro então não irá se importar, caso se importasse nem mesmo eu poderia dirigir considerando os acontecimentos de anos atrás, mas não se preocupe garanto que hoje sou um bom motorista bem melhor do que naquela época.

- Você estragou algum carro dele? Perguntei curiosa e ansiosa para que o tempo passasse mais rápido e chegássemos ao meu trabalho.

- Posso dizer alguns, três exatamente e um deles deu perda total tenho sorte em está vivo. Desde então passei a dirigir com cuidado.

Ele parecia ser uma pessoa legal, mas eu não confiava em nenhum desconhecido apesar de ele ser muito gentil e parecer não ter segundas intenções ainda me sentia receosa e estupida por ter aceitado uma carona de um completo desconhecido, ele fez de tudo para deixar o clima agradável durante o restante do caminho e parecia perceber o meu nervosismo. Em poucos minutos chegamos ao café que ficava a quatro quarteirões de onde havíamos nos encontrado.

- Obrigada pela carona. Agradeço pronta para descer do carro.

- Não foi nada, ainda acho melhor procurar um hospital, mas como se recusa aconselho a colocar muito gelo nesse tornozelo para ajudar um pouco o inchaço. Ele diz

- Irei fazer isso, mais uma vez obrigada!

- Esse é o meu número caso mude de ideia sobre o hospital é só me ligar que te acompanho. Apenas para me certificar que vai ficar bem!

- Ok, mas acredito que não será necessário.

Desci do carro e andei em direção a entrada do estabelecimento a minha frente tentei disfarçar que estava mancando para não receber reclamações sobre isso também, mas não adiantou assim que adentrei no local Richard me encarou sério e direcionou o olhar para a minha perna esquerda. Segui em direção a área reservada aos funcionários e pude sentir Richard me acompanhando logo atrás.

- Novamente atrasada Anne. Só essa semana já é a 3 vez e ainda me aparece manca! Ele diz ríspido como esperado.

- Me desculpe tive alguns imprevistos que me atrasaram, mas garanto que não irão se repetir e quanto ao meu machucado não irá atrapalhar no meu desempenho durante o trabalho.

- É o que sempre diz, sempre com suas desculpinhas. Dessa vez espero que cumpra com sua palavra e não deixe se repetir novamente, pois na próxima não terá mais um emprego por mais que insista e implore, não tenho tempo a desperdiçar com funcionário incompetente. Agora vai trabalhar e fazer o que você é paga para fazer, tem muitos clientes esperando e não serão atendidos sozinhos. Espero que saiba que descontarei do seu salário cada segundo desses seus atrasos. Richard diz me encarando sério.

- Sim senhor. Disse em um sussurro e cabisbaixa, sabendo que ele dizia a verdade.

- Ande rápido, como eu disse tem muitos clientes esperando. Ele diz com a maior frieza me assustando, coloco o meu avental o mais rápido que consigo e começo a fazer meu trabalho. Atendo cada cliente que estava esperando para fazer os pedidos.

Trabalhando sem parar ignoro o meu horário de almoço afim de compensar os minutos atrasada naquela manhã com a esperança que Richard não descontasse do meu salário, mas o conhecendo sabia que mesmo que trabalhasse o dia todo e a noite ele descontaria. O café estava bem movimentado naquele dia o que não me ajudou muito ainda mais com a dor no tornozelo que a cada minuto se tornava mais insuportável, andava de um lado para o outro entre as mesas anotando e servindo os pedidos. As vezes contava com a ajuda da minha melhor amiga de infância que trabalhava também no café, Melanie era um anjo na minha vida agradecia sempre por ter ela por perto em todos os momentos, sempre fazia o possível para me ajudar até mesmo aceitar trabalhar aqui e suportar Richard.

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