Além do Inevitável

By katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... More

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By katyauthor

            Ruby estava uma pilha de nervos.

Eu sabia porque ontem à noite ela ficou até uma hora da manhã checando se tudo estava em ordem, se os convidados confirmados iriam vir e eu ficava lembrando que sua maquiadora pediu especificamente que ela dormisse muito bem ou acordaria com olheiras.

Seu grande dia havia chegado e eu percebi o local tomar forma enquanto uma equipe a preparava. Haviam decorações dos tons mais simples e bonitos do rosê. Ruby já se apaixonou uma vez, ela já planejou todo o seu casamento e tinha ideias anotadas desde que tinha quinze anos... mas nada se comparava ao que ela havia planejado anos atrás.

A decoração possuía tons rosas, preto e até mesmo um pouco de transparência. Na entrada dos convidados havia o foyer do espaço que se deparavam com uma mesa redonda de espelho veneziano de cada lado demarcando a entrada. Os arranjos eram gigantes na cor forte de rosa, que emolduravam a mesa. E possuía também um enorme e elegante candelabro de cristal acima da mesa.

Haviam coisas que eu não sabia nem mesmo o nome, do que se tratava, do que era necessário... mas quando ousei perguntar para alguém, disseram que a "senhora Ruby" pediu pra não interrompê-los.

Enquanto eu observava, dando toques específicos sobre o gosto de Ruby e o que ela havia gritado no meu ouvido na noite passada, eu escutei alguém gritar que eu precisava correr pra terminar o cabelo e a maquiagem.

Foram distribuídos champanhes, mas tenho certeza que era apenas pra acalmar os nervos da noiva. E eu jurava que Ruby era a noiva mais linda que eu já havia visto. Seu cabelo negro estava em ondas, pendurados em enfeites prateados e uma grinalda logo atrás. Ela estava... perfeita. Sua maquiagem eram tons igualmente do casamento, o batom era tom de boca e ela possuía o sorriso enorme. Minha irmã era linda e ficava ainda mais quando sorria daquele jeito.

Paige usava um vestido na mesma cor que a minha, seu cabelo estava preso em um coque e ela havia reajustado a maquiagem três vezes pois chorava toda vez que via Ruby, eu observava as duas com muito amor e felicidade de poder estar fazendo parte do dia especial de uma delas. Ou talvez de todos nós.

Ethan aparece batendo levemente na porta com o rosto virado para o outro lado e apenas diz:

— Estou entrando, não quero ver nenhuma calcinha por aí.

Reviro os olhos quando ele entra e seu rosto é de surpresa ao ver Ruby.

— Você vê calcinha na sua casa — franzo a testa. — Onde está Sara e Thomas?

— Estão ótimos, estão com Amy. Ela está treinando Sara pra entrar com as alianças — disse, sem tirar os olhos de Ruby e aproxima dela. — Você está... uau. Deus, nem acredito que vai se casar.

Ruby gargalha e eu sei que ela está controlando pra não chorar, mas quando ela abraça o meu irmão... lágrimas saem de seus olhos. Paige começa a chorar pela milésima vez pois eu perdi a conta e eu sinto que estava ficando emocionada também.

— Vamos tirar uma selfie? — pergunto, vendo os olhares surpresos.

— Claro, vamos — sorri Ruby, ajeitando seu vestido.

Ethan foi tirar a foto, afinal, era o mais alto e com o braço maior, eu e minhas irmãs nos abraçamos e tiramos muitas fotos. Algumas de caretas diversas e outras sorrindo.

Deve ter passado uma hora e meia quando a cerimonialista havia dito que todos os convidados estavam em suas posições. Ruby começou a tremer e mesmo quando Paige e eu tentamos acalmá-la, ela parecia mais nervosa.

Ethan logo interveio, pegando nas mãos de Ruby.

— Você não me pediu isso, mas eu sei o quanto isso significa pra você e eu sei que o nosso pai desejaria que eu fizesse — disse, beijando-lhe a testa e oferecendo o braço para ela. — Prometo não te deixar cair.

Ruby sorri, mas eu sinto que uma lágrima escorre pela minha bochecha quando sinto meu coração bater rápido, sentindo que nossos pais estariam orgulhosos de todos nós.

— Eu amo vocês — digo de imediato.

Os pares de olhos veio em surpresa novamente e quando eles sorriem, eu aproximo de Ruby.

— Essa é a sua hora de ser feliz — digo, beijando seu rosto. — Não tenha medo pois aquele cara no altar está louco por você.

Ruby chora e aperta minha mão.

— Eu agradeço por toda paciência que teve comigo, mas pegue esse conselho pra você — ela sorri. — Porque o cara que está lá fora, em uma das cadeiras, está perdidamente apaixonado por você. E só um idiota não perceberia isso.

Eu pisco depressa, ciente que minha irmã estava certa.

— Está na hora — aparece a cerimonialista, segurando sua pauta.

Ruby ajeita a maquiagem e busca pelo braço de Ethan, segurando o buquê de rosas na outra mão. Paige e eu nos posicionamos e entramos minutos depois, segurando nossos buquês.

Nas primeiras cadeiras eu vi um homem lindo, de cabelos negros, alto e que me olhava como se fosse a mulher mais bonita do salão. Ele havia piscado pra mim e eu sorri de volta, sabendo bem o que aquele homem estava fazendo comigo.

A cerimônia ocorreu perfeitamente. Ruby havia chorado ao falar seu discurso, mas quem havia chorado mais foi o próprio noivo. Jack e eu trocamos olhares por muito tempo, talvez eu tenha perdido um pouco dos votos pois eu só tinha olhos para ele. Houve momentos engraçados e a troca de alianças. Até que enfim, eles eram – oficialmente – marido e mulher.

Depois da cerimônia, todos fomos para a área da pista de dança. Paige havia dito sobre sua futura viagem a Cancun – pela segunda vez – e encontrei parentes da nossa mãe que conseguiram vir.

Um garçom apareceu com uma taça de champanhe e eu a bebi, procurando por Jack a cada lugar. Pude vê-lo numa mesa, conversando com uma senhora que devia ser mãe de Trenton.

— Me concede uma dança? — pergunta uma voz atrás de mim.

Ao virar, encontro Trenton com a gravata borboleta arrancada e o colarinho aberto. Sorrio para ele e termino o champanhe, entregando em uma bandeja vazia.

— Claro — digo, juntando-me a ele.

Estranhamente ele estava quieto, mesmo que estivesse sorrindo.

— Parabéns pelo casamento. Eu espero que você faça minha irmã feliz ou eu corto suas bolas — brinco, fazendo-o rir.

— Na verdade, eu não tive a oportunidade de agradecer você — disse, afastando o suficiente para ver meu rosto.

— Sobre o que?

— Você era a dona do Eyes Behind a Camera — ele diz baixinho e dá de ombros. — Jack me contou.

Meu coração dá um salto.

— Ruby...

— Ela não sabe — ele me corta, dando um sorriso compreensível. — Acredite, eu não quero que a mulher da minha vida descubra que eu estava pedindo para vigiá-la. É meio psicótico — ele franze a testa, rindo.

Eu compartilho de sua risada.

— É, tem razão.

Dançamos juntos mais um pouco até que Trenton diz:

— Ele está feliz, você sabe. De finalmente ter você de volta.

— Não sabia que eram tão íntimos — indago, soando surpresa.

— Aparências — Trenton revira os olhos. — Não somos de ficar fazendo campanhas, saídas ou negócios juntos. Gostamos da companhia um do outro e o ajudei no início, ele me ajudou quando precisei...

— É, posso imaginar.

— Eu achei que tinha o perdido por um momento. Sabe, ele foi sempre focado no emprego. Nada era mais importante pra ele do que isso. Claro, ele havia mulheres ao redor... mas nenhuma que o fisgasse o suficiente.

Trenton me gira e muito de relance vejo uma cabelereira negra em uma das mesas próximas.

— Você o mudou, Holly — diz ele, aproximando o rosto. — E eu sei tudo o que aconteceu. Ruby não sabe de tudo pois, como você sabe, não é muito bom compartilhar segredos dos outros. Mas, se você sente o mesmo por ele, não perca tempo.

A música estava finalizando quando alguém esbarrou e um cara alto de mais de um e noventa, um pouco alterado, grita:

— Cara, você não disse que a sua cunhada era gata! Aceita dançar comigo, gata?

Um caham foi saído da garganta de outra pessoa atrás de mim e ao virar pra visualizar de quem havia saído o som, encontro Jack. Ele sorria sem mostrar os dentes, como se estivesse controlando pra não dar um soco na cara do sujeito.

— Ela está acompanhada — ele diz em voz baixa.

Posso ver um sorriso se formando nos lábios de Trenton e ele bate nas costas do sujeito na camaradagem.

— Vamos, Brody. Ela não é pro seu bico — diz, puxando-o para o outro lado do salão.

— Caralho, Trent, você viu aquela mulher? Não, mas a loira também...

Eu rio, mas o sorriso de Jack não chega até os olhos.

— Dança comigo? — pergunto, vendo seus olhos brilharem com a minha atitude.

— Eu deveria ter perguntado.

— Você não precisa fazer tudo sozinho — digo, alinhando nossos corpos.

Eu tentei manter uma distância aceitável, mas Jack havia me aproximado. Meus peitos esfregavam contra os seus e ele abaixava o rosto para cheirar meu pescoço.

— Você cheira tão bem — ele murmura, dando um beijo em meu pescoço.

Eu solto um gemido baixinho, mas ele o escuta e quando ergue o rosto pra me encarar, ele está sorrindo.

— Você está linda.

— E você é um convencido — brinco, fazendo-o rir.

— Só um pouco, querida.

Sorrio, colocando minha mão livre mais perto de sua nuca e tocando alguns fios negros.

— Você está nada mal neste terno — o provoco. — Talvez sem seria melhor, mas não queremos ser processados por atentado ao pudor.

Os cantos dos lábios de Jack se erguem lentamente em um sorriso de divertimento.

— Podemos cometê-los juntos.

Eu gargalho e acabo abraçando-o, dançando lentamente com ele. Na visão onde eu estava, pude ver Ruby beijando Trenton. Ela estava mais feliz do que já imaginei vê-la um dia.

De repente, meu coração pesa em meu peito e eu sinto que precisava de ar.

— Com licença — desculpo-me, indo em direção ao cômodo das trocas de roupa que ficava no final do local da festa.

Durante o caminho, eu aproveitei pra pegar um champanhe e o tomei de uma só vez, entregando a taça vazia em seguida. Chegando ao cômodo, estava muito quente e – surpreendentemente – haviam poucas roupas. Vi uma janela branca e grande e a abri, permitindo que o frio de Nova York adentrasse por alguns minutos até minha pele quente esfriar.

Quando vejo que um pouco de neve estava adentrando e molhando o carpete, eu a fecho com um suspiro de resignação. Viro-me pra voltar pra festa, mas eu sou impedida ao ver Jack apoiado no batente da porta. Suas mãos estavam enfiadas nos bolsos da calça e ele tinha o sorriso de canto, meu preferido.

— Eu sempre me pergunto o porquê de você fugir de mim — ele comenta brandamente, fazendo minha pele queimar.

— Eu te acho intimidante.

Jack bufa.

Certo.

— Estou falando sério — consigo dar dois passos pra frente. — Você é bem sucedido, é bonito, é um bom homem e faz o melhor sexo que alguém poderia ter.

Ele gargalha.

— Que bom, acho que me sinto um pouco melhor — brinca, sorrindo.

Sorrio de volta, olhando brevemente para as minhas mãos que tremiam e eu suspiro. Ao erguer o olhar, Jack parecia curioso.

— Eu nunca pude me desculpar por ter ido embora daquela ilha...

— Holly...

— Por favor, me deixe falar — eu o interrompo, sentindo meu coração sair pela boca. Dou mais um passo à frente e suspiro. — Quando James e eu éramos amigos, eu sabia que seríamos algo a mais. Nos apaixonamos porque é normal se apaixonar pelo seu melhor amigo. Era fácil, simples e bonito. Deu certo por um tempo. Eu sofri quando acabou, mas também foi fácil superar e eu sempre achei que isso fosse normal.

Jack tinha a testa franzida, como se não estivesse entendendo onde eu queria chegar. Ele dá alguns passos, e quando chega a faltar pouco mais de um metro, ele para. Calmamente ele coloca as mãos nos bolsos da calça preta, não dizendo nada.

— Mas... com você? Deus, só de olhar pra você já fico sem ar — murmuro, soltando uma lufada. Vejo os olhos de Jack arregalarem levemente e aquilo me pareceu um alívio. — Você é um homem de bom coração, Jack Backer. E são poucos os que tem o privilégio de saber disso. E quando eu penso nisso... eu só imagino como meus pais teriam te amado e te defenderia até nas burradas.

Ele dá um pequeno sorriso de lado.

— Não se apaixonar por você foi... uma das coisas mais difíceis de se fazer pois eu sabia que aquele e-mail mudaria tudo — digo, vendo seu lindo rosto franzido, como se estivesse controlando o máximo pra não dizer algo. — Foi no momento em que você me carregou pra casa, cuidou de mim e quis saber se eu estava bem que eu percebi o bom homem que era. Que a sua riqueza são consequências de seus esforços e que você não precisa usá-lo como forma de conquistar alguém.

Aproximo dele lentamente, tomando cuidado para minhas pernas – que já estavam em formato de gelatina – e tentando não cair do salto. Estávamos dois passos de distância um do outro e eu precisei tomar coragem pra continuar.

— Você errou, mas eu também errei. Eu comecei errando por ter te vigiado esse tempo todo, procurando saber da sua vida pessoal...

— Não há comparação uma coisa com a outra, Holly — sua voz é baixa e rouca.

— Eu sei. Eu sei — respiro. Aperto minhas mãos em punho e as solto, tomando coragem em aproximar. — Mas voltamos. Nós sempre voltamos um para o outro, Jack... — eu sorrio, dando mais um passo em sua direção. Seu rosto estava franzido novamente. — O que eu quero dizer é que... eu estou cansada de viver com medo. Cansada de dizer não quando tudo o que eu quero te dizer é o meu sim. Eu quero continuar errando. E eu quero continuar acertando com você. Porque é isso que somos. Somos reais. — Ergo os ombros e os solto em um suspiro. — Eu amo você.

Jack pisca algumas vezes e seus lábios se separam por um momento e logo ele os pressiona um contra o outro.

— E eu quero continuar amando você como se eu dependesse disso porque eu sei que sou sua desde o exato momento que me chamou de 'minha'. Eu sabia que te amava no exato momento em que você me amou quando errei. E eu pretendo amá-lo mais, todas as vezes que errarmos e amá-lo quantas vezes forem necessários porque eu te amo.

O brilho dos olhos de Jack são o que me aquecem pois eu sabia que eles estavam levemente mareados, sua mandíbula estava travada como se ele estivesse tendo um controle absurdo...

— Eu acho que te amei no primeiro momento que o conheci. Eu só tive medo de admitir pra mim mesma — sussurro, quebrando o espaço entre nós e tocando em seu rosto. — Eu quero isso. Eu quero você. Eu quero nós...

Ironicamente, Jack fica em silêncio. Olhando nos meus olhos, vendo minhas emoções neles... sua mandíbula estava cerrada e ele toma uma longa respiração, segurando meu rosto como se eu fosse feita de porcelana.

— Por que demorou tanto? — ele diz baixinho.

Eu sorrio timidamente.

— Eu precisava me encontrar pra reencontrar você — sussurro, olhando nos seus olhos. — Desculpa fazê-lo esperar.

Jack dá um sorriso jovial, um sorriso novo que eu acabo de guardar nas paredes do meu coração.

— Esperarei pelo tempo que for necessário, McAdams, só pra ter você. Só por você.

Mordo o lábio pra segurar a risada, mas Jack ri e me beija.

Um beijo casto e pequeno... mas quando abro a boca pra recebe-lo, eu sei que estamos perdidos.

Empurro Jack até a parede próxima e eu acho que ele estende a mão pra fechar a porta pois ele ergue a saia do vestido até minha cintura e quando Jack me pega no colo, solto um gemido ao sentir sua ereção contra meu arco.

— Eu vou amá-la todos os dias, queira ou não — ele sussurra, separando nossos lábios.

— Ótimo, não me deixe de novo — eu o beijo.

— Não desista de mim — ele sussurra baixinho e eu consigo escutar.

Interrompo nossos beijos pra segurar seu rosto e fazê-lo olhar nos meus olhos. Posso ver seus olhos acesos, iluminados e... talvez com medo. Eu também tenho, mas eu precisava ser forte por nós dois. Jack me coloca no chão, tentando controlar a si mesmo.

— Mesmo que você desista de si mesmo, eu nunca vou desistir de você — digo a ele, observando seus olhos azuis escurecerem, e vê-lo vulnerável me fez perceber que não era só eu que estava com medo.

Jack havia jogado todas as suas cartas. Seu coração e todo o seu tempo todos esses meses pra me fazer acreditar na sua mudança. E quando ele finalmente conseguiu me ter, aquilo estava sendo assustador. Para nós dois.

— Eu só... — ele inspira. — Eu só tenho medo de estragar tudo e desta vez ser o fim...

— Jack, talvez um dia eu pise na bola e você fique bravo comigo. Mas vamos decidir se vamos superar isso e seguir em frente. Se não, talvez não pertencemos um ao outro após tudo isso.

— Eu amo você — diz, beijando-me com força e ele encosta nossas testas. Sussurrando: — Venha pra casa comigo.

— Eu achei que não perguntaria — sorrio e quando ouço sua risada, chacoalhando o meu coração frágil... eu soube que havia feito a decisão certa.

Porque eu amo esse homem. E quando voltamos pra festa como um casal, segurando as mãos e ouvindo uma salva de palmas – vindo de todos do casamento – eu sabia que não só eu torcia por nós. Mas a minha família também.

✕✕✕

Eu não me lembro de muita coisa.

Talvez eu lembre que Jack e eu bebemos demais. Dançamos demais. Beijamos demais e... ergo os lençóis brancos e quando me encontro nua, eu gemo. Ok, isso eu lembro perfeitamente. Ele nunca poderia me deixar esquecer.

Ao ver seu lado vazio da cama, encontro um bilhete no criado mudo ao meu lado e sorrio ao ver sua caligrafia escrito: "Eu não quis acordá-la. Bom dia, meu amor."

Deus, esse homem.

Levanto da cama, procurando por uma de suas camisas brancas. Coloco apenas o sutiã que usei no casamento, a calcinha jogava do outro lado do quarto e coloco sua camisa, sentindo-a chegar até o meio das coxas.

Caminho até os cômodos, procurando por Jack. Quando ouço uma voz lá embaixo, corro para descer as escadas. Meu sorriso era notável e eu percebi dar alguns pulinhos enquanto descia degrau por degrau.

— Jack, baby, está aqui?

— Hm... não exatamente — a voz e a visão de James a minha frente me faz xingar internamente.

— James — sorrio, tentando soar natural e... não surpresa. — O que faz aqui?

— Conversar com Jack — ele coloca as mãos nos bolsos da calça, algo similar ao que Jack havia feito ontem. James parecia irritado ao me ver seminua. — Acho que isso significa que vocês voltaram?

Encontro seus olhos e, sem querer, dou de ombros.

— Imaginei — ele bufa, olhando para o outro lado.

— James, eu sei que isso pode parecer estranho pra você... e eu prometo que não quero criar uma situação constrangedora, mas talvez possamos conversar melhor sobre isso?

— E falar o que? "Oi, eu sou seu ex, ah, além disso, sou um dos seus cunhados."

— É um começo — digo, ouvindo um pouco de sua risada engasgada. — Já faz tanto tempo, James.

— Eu sei, é só... irritante saber que você seguiu em frente e eu pareço estagnado no mesmo lugar quando éramos adolescente — diz de maneira emburrada.

— E quanto a Ella? Vocês estão firmes?

— Terminamos quando vi que... não ia dar certo — ele dá de ombros. — Jack disse que estaria aqui às dez, estou aguardando...

— James — escuto a voz grave de Jack ao aparecer, vindo da sala de estar principal. — Eu estranhei estar ouvindo vozes. Venha, a lareira está ligada.

James anda em direção a sala principal enquanto Jack vem até a mim, passando os braços ao meu redor e dando um beijo no canto da boca.

— Bom dia, baby.

— Hmm, eu gosto disso — aconchego em seus braços. — Baby.

Jack solta uma risadinha.

— Ótimo. Vem, está quente na sala e você já está gelada.

James já estava preenchendo um copo de alguma bebida âmbar e sentou-se em uma das poltronas. Ele observava quietamente os meus movimentos e os de Jack. Poderia dizer que nós dois estávamos evitando nos tocar só por causa dele.

Timidamente, eu pego um cobertor que havia pendurado no encosto do sofá. Enrolo no meu corpo para ajudar a aquecer e eu suspiro. Jack estava ao meu lado, apoiando uma mão em minhas coxas. Os olhos de James logo vieram para ela e eu vejo suas narinas inflarem.

— Eu vou fazer café — informo ao Jack, sabendo que havia tudo preparado, mas eu só precisava de uma deixa.

— Tudo bem — sorri de canto pois ele sabia sobre o que eu me referia.

Dou um pedido de desculpas a James quando me retiro, mas fico ali próximo esperando ouvir o que eles pretendiam conversar.

— Então... vocês estão juntos, huh?

— Ainda é estranho pra você? — escuto Jack perguntar.

— Um pouco, cara — James suspira. — Não é todo dia que o seu irmão pega a primeira garota pela qual se apaixonou.

— Eu não a peguei, James. Aconteceu. Nos apaixonamos e estamos juntos. Fim da história.

Pude ouvir um escárnio vindo de James.

— Você a ama?

— Mais do que você imagina — Jack responde quase no mesmo segundo.

Passa alguns segundos em silêncio até que ele solta uma respiração.

— Eu só não entendo. Como ela pôde perdoar você e não a mim.

— Ela te perdoou, James. Há muito tempo atrás. Mas, talvez, não era pra ser.

— Mas com você sim — ele provoca. — Tudo bem, um dia eu supero.

— Sinto muito pela Daniella.

Okay.

— É sério. Você parecia gostar dela.

— Era só um caso e ela sabia disso — resmunga. — Vim pedir uma trégua.

Minhas sobrancelhas vai até o teto e eu sinto meu coração bater forte.

— Ross e eu conversamos e... não temos lembranças boas de infância. Sabe, nós quatro e tudo mais. Talvez esteja na hora de sermos homens e deixar tudo para trás, junto com Ritchie — ele menciona.

— Eu adoraria isso — posso sentir a emoção na voz de Jack. Isso estava sendo uma surpresa pra nós dois.

— Ross pretende fazer um churrasco daqui uns dias e pediu pra chama-lo — disse James, soando tímido. — Leve Holly se quiser. Ela sabe de alguns podres nossos. Vai ser divertido.

Escuto a risada de Jack e James e eu sinto meu coração aquecer.

— Eu estarei lá.

— Ótimo, então está marcado — diz, parecendo que estava se levantando. — Eu preciso ir, há muito trabalho pendente.

Vou pra cozinha, coloco uma xícara de café rapidamente e volto como se nada tivesse acontecido. Mas é quando vejo na porta Jack e James dando o primeiro abraço dos dois depois de anos que eu preciso apoiar a xícara no aparador ao lado.

— Holly, eu já estou indo — James sorri pra mim e vem me abraçar. — Não precisamos falar sobre isso. Eu só espero que ele tome conta de você.

Eu sorrio e beijo seu rosto.

— Se ele não fizer, eu mesma corto ele em pedaços — digo, ouvindo sua risada.

— Vocês já estão tramando a minha morte?

— Não, claro que não — brinca James.

James dá um último aceno e vai embora. Jack fecha a porta e eu o vejo estagnado.

— O que acabou de acontecer?

Eu rio e aproximo dele, rodeando os braços em seu pescoço.

— Seu irmão querendo fazer as pazes — beijo-lhe rapidamente. — É o que você sempre esperava.

Jack pisca algumas vezes e logo me puxa pra perto, abraçando-me pela cintura.

— Será que se eu acordar tudo isso vai ser apenas um sonho? — ele pergunta, soando genuinamente surpreso.

Dou um beijo casto em seus lábios e sorrio.

— Isso parece um sonho pra você?

— Hmm, eu não sei... acho que preciso de mais beijos pra saber — ele resmunga, puxando-me pra me beijar. Solto uma risada entre o beijo e posso sentir seu sorriso contra minha boca. — Deus, acho que estou num sonho muito bom...

— Ah, é?

— É... acho que é nesse sonho que eu dispo a minha namorada — diz, abrindo botão por botão sua camisa branca que eu usava. — Afinal, ela está usando a minha camisa. E ela fica muito sexy com ela.

Sinto que mordo os lábios quando sinto seus dedos escovarem minha pele nua.

— E o que mais acontece nesse sonho? — sussurro quando ele joga a camisa no chão.

— Eu a beijo — e ele me deu um simples beijo que me fez arrepiar. — E eu digo que a amo.

Sorrio para ele. Jack segura meu rosto pra olhar em seus olhos e sussurra:

— Eu te amo.

Meu coração derrete no meio do hall de entrada e eu não sei como eu consigo respirar quando ele me ergue no colo, sobe comigo pela enorme escada e me leva até o quarto.

Lá, despimos um e o outro de forma suave. Jack aproveitou todas as minhas curvas e eu gravei todos os sons que ele transmitia toda vez que ele me beijava em lugares diferentes. Tracei todos os seus músculos e apertei sua pele contra a minha pois ele fez questão de lembrar que era assim que nos amávamos.

Ele me fez guardar cada 'eu te amo'. E eu gemi seu nome todas as vezes que chegamos ao ápice. Só não me recordo de quantas vezes foram.

▪ o b s ▪

Hello, folks! Estou de volta e já com tiros pra todos os lados 💥🔫 

Fiquei duas semanas afastada por questão de provas, a minha última foi ontem (sim, domingo) e não consegui postar antes. MAS, porém, todavia... cá estamos com nossos pombinhos juntos oficialmente!!! O que vocês acharam da atitude dos irmãos Backer reunidos novamente? 

Não esqueçam de votar e comentar o que achou do capítulo, amores! Eu gosto muito de saber a opinião de todos e levo em consideração cada um deles <3

muaw!

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