Além do Inevitável

De katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... Mais

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47 ◈ p r o v o c a t i o n
48 ◈ f a m i l y
49 ◈ b u d d y
50 ◈ the end.
thank you, folks!

44 ◈ a f r a i d

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De katyauthor

            O retorno para Nova York foi caótico.

Haviam emissoras de rádio e programas de televisões querendo entrevistas sobre o julgamento. Os paparazzi apareciam do nada e precisei de um cuidado maior ao andar nas ruas. Jack e eu combinamos de não nos encontrarmos por uns dias por causa desses motivos e faltava pouco para nos vermos, já que tinha o casamento de Ruby bem próximo.

Os três primeiros dias foram agitados e não tive o tempo de sentir saudades. Meus irmãos fizeram uma reunião familiar para conversar sobre o julgamento e recebi carinho e apoio de todos. Esse foi o ponto mais alto que tive ao retornar. Saber que minha família estava ali pra mim a qualquer momento e para qualquer coisa.

Mas após uns quatro dias, a saudade de Jack e as conversas foram maiores. Pensei em liga-lo umas cem vezes por dia, mas eu me controlei em todas elas. Uma vez caiu caixa postal e eu percebi que precisávamos ficar longe um do outro. Às vezes a saudade pode ser saudável e decisivo pra gente.

Aparentemente toda a repercussão nacional deu efeitos positivos para a MMG pois tivemos a evolução de quase vinte porcento nas ações e novas empresas fecharam negócio conosco. Owen estava animado para fechar o contrato internacional com os ingleses e já estávamos imigrando para França, Canadá e até mesmo Chile.

Meu telefone da mesa toca pela décima vez.

— Sim?

— O senhor Brown disse que ligaria daqui trinta minutos para confirmar o fechamento do contrato — informa Greg do outro lado.

— Tudo bem. Você viu a proposta? — pergunto, pegando algumas anotações feitas por Greg para me manter na íntegra.

— Eu li cada parágrafo. Está na sua mesa, é o único grifado em marca texto verde. Achei que era a cor certa para esse contrato. Você sabe. Verde, dinheiro. Teve um complemento perfeito de cores — brinca, fazendo-me rir.

Pego o contrato de quase dez folhas com muitas partes grifadas em verde e só de passar os olhos no valor final, meus olhos arregalaram.

— Wow — eu suspiro.

Singin' dollar dollar bill y'all — Greg cantarola.

— Não sabia que gostava de Wyclef Jean.

— Rick adora essa música. Sempre canta essa parte quando o dinheiro cai na conta — ele parece resmungar.

Sorrio.

— Eu vou dar uma lida. Obrigada pelas anotações — digo antes de desligar.

A proposta inicial havia sido de unir as duas empresas para uma campanha. Eu faria o editorial da empresa de Elias Brown da Brown Company. A campanha gastaria um bom recurso por ser uma empresa bastante reconhecida no mundo dos negócios, talvez se eu pedisse ajuda a Jack para a criação seria perfeito para ter uma noção de como começar.

Pelo o que o contrato diz, eu poderia apresentar uma proposta e mesmo se fosse recusada, eu ganharia um milhão por ela. Era muito dinheiro para apenas uma tentativa, imagine a efetivação do trabalho?

Seja como for...

Uma batida na porta me desperta, então a pessoa que adentra faz meu coração acelerar.

— Hey, o que faz aqui? — pergunto ao me levantar e ver Jack respirando fundo e colocando uma mão na calça escura, parando alguns passos de distância da minha mesa. Ele usava um terno preto hoje, a blusa branca dava o contraste perfeito da combinação de cores. Controlo a vontade de franzir a testa. — Aconteceu alguma coisa?

— Não exatamente — ele diz e dá apenas um passo pra frente. — Eu estava na minha sala, vendo contratos atolados. Trabalhos a serem vistos, propostas a serem assinadas. Mas, — Jack se interrompe ao olhar para o outro lado e suspira ao me ver — eu não conseguiria te tirar da cabeça.

Meu coração erra uma batida e eu tremo involuntariamente.

— Sério? — minha voz sai rouca e fraca enquanto ele aproxima de forma lenta até a mim.

— Sério — ele sussurra ao parar na minha frente. — Estive assim desde que você foi embora uma semana atrás e tentei parar de pensar em você, mas acho que está na hora de eu parar de ir contra o que eu quero.

Eu engulo seco.

Deus, estava tão quente assim? Não foi hoje no noticiário que disseram que iria nevar em Nova York?

— E exatamente o que você quer? — eu pergunto, soando baixa.

Jack lentamente dá um sorriso de lado e umedece os lábios.

— Eu quero te beijar de novo — ele aproxima as mãos em minha cintura e vai baixando até a barra da minha saia lápis azul marinho. Ele vê meu corpo estremecer e parece estar segurando a risada. — Talvez você também esteja interessada.

— N-Não — gaguejo e coço a garganta. — Quer dizer, não sei.

— Não sabe? — ele franze a testa, aproximando o rosto do meu. — Então fique à vontade em me parar quando quiser.

Jack aproxima os lábios nos meus em um beijo lento, quando os abro para recebe-lo, ele solta um gemido gutural. Seu corpo pressiona o meu contra a minha mesa e rapidamente sinto suas mãos abrindo minha blusa branca de botões, revelando minha nova lingerie da La Perla. Possuía rendas de cílios e na mistura de cetim com seda verde profundo. Ele era meramente transparente e quando Jack abaixa os olhos para vê-los, solta um assobio baixinho.

— Eu vim num bom dia — ele sussurra. Eu sorrio e volto a beijá-lo.

Não havia nada de lento nesse beijo. Jack afastou todos os pertences da minha mesa e me colocou sentada nela, trilhando beijos quentes por toda a extensão do meu corpo. Retiro minha blusa e a jogo para trás, ajudo Jack a retirar seu paletó e deito em minha mesa enquanto ele faz o caminho até minha calcinha já encharcada.

Jack ergue minha saia até a minha cintura e quando ele vê minha calcinha combinando com o sutiã, ele solta um gemido.

— Deus, você está de sacanagem comigo...

Eu solto um risinho enquanto ele se diverte com o pedaço de seda. Havia algo muito sensual ao ver o seu homem te venerar por usar algo sexy. Era algo que eu sempre fazia questão de fazer para Jack. Ele me venerava até se não as usassem, mas ver seu olhar de luxúria provocava uma onda de sensualidade muito grande na mulher que existia em mim.

— Essa peça é única? — ele sussurra ao me beijar por cima da calcinha.

— Não — eu gemo quando ele continua.

— Ótimo — ele diz antes de rasga-la. Ao ouvir meu gemido de surpresa, ele ergue o rosto pra encontrar meus olhos irritados e minha boca escancarada. — Compre outra. Porra, eu compro todas que você quiser. Mas essa vai ficar comigo.

— Deus, você... — eu paro quando ele se ajoelha e desce a boca pra me chupar no ponto sensível. — Oh, porra.

Eu posso sentir seu sorriso de convencido quando ele continua. Desta vez ele enfia dois dedos de uma vez em mim, provocando uma série de arquejos que preciso controlar.

— Jack...

— O que, baby?

— Mais rápido — sussurro.

— Sim, senhora — Jack grunhe ao chupar meu clitóris com destreza. — Porra, como senti falta dos seus gemidos.

Eu precisava controla-los de alguma forma. Greg estava lá fora, alguém poderia bater na porta a qualquer instante. Mas isso... a forma como ele comanda e me mantem dominada em seu toque, faz o perigo de sermos pegos ainda mais excitante.

Jack mete mais um dedo em mim em um ritmo constante e vicioso. Eu precisei morder os lábios para controlar meus gritos. Eu gemi tão baixinho que estava genuinamente surpresa por conseguir.

E então, eu congelo ao ouvir o telefone tocar.

— Oh, agora não — eu tremo, sentindo o orgasmo próximo. — Jack, o telefone. Eu preciso atender, pode ser importante...

— Você quer que eu pare? — ele pergunta, parecendo ofendido. Quando o afasto para controlar a respiração, ele geme. — Porra, Holly.

Atendo o telefone com uma falsa despreocupação:

— Olá?

— Senhorita McAdams, Elias Brown falando. Como a senhorita está? — pergunta o senhor Brown do outro lado.

— Ótima! Ótima... e o senhor? — eu pergunto, mas meus olhos arregalam quando vejo Jack ajoelhar novamente e dá um sorriso maroto.

— Estou ótimo. Acredito que tenha lido minha proposta...

Ele não vai...

— SIM — eu solto um grito ao sentir a língua de Jack novamente em mim e eu tento controlar minha respiração. — Desculpe, senhor Brown... hm... eu... fiquei muito animada pela proposta.

— Fico feliz, criança — ele solta uma risada curta. — Há alguma alteração que deseja fazer?

Eu tampo minha boca e acabo mordendo a palma da minha mão com força ao sentir o orgasmo mais próximo do que nunca.

— Não — eu consigo dizer. — A proposta está... perfeita — eu sinto que gemi ao dizer a última parte. Espero que ele não tenha sentido a malícia em minha voz. — Quero dizer, é uma honra tê-lo como nosso cliente.

Jack solta um gemido quando ele sente que eu estava mais próxima. Meu quadril voluntariamente se esfregava contra seu rosto e eu sentia a bolha quente subir pela espinha.

— Fico feliz. Bom, então eu acho que já tenhamos um acordo — ele diz, soando alegre. — Tenho certeza que seu pai estaria orgulhoso de você!

— Sim — eu suspiro. — Eu agradeço pelas palavras... carinhosas.

Deus, Jack estava me matando...

Então, em algum momento, Jack havia canalizado o ponto sensível e eu sentia que se eu não desligasse aquela ligação agora mesmo, eu iria gritar. Quando Jack se afasta de mim, abro meus olhos – que eu nem havia percebido que estavam fechados – e o vejo abrir a calça escura pra soltar a forte e grande evidência de que sua calça estava quase explodindo.

— Não há de quê, querida. Você está bem?

— Estou — eu digo de imediato e meus olhos se movem para o que Jack estava prestes a fazer. — Eu...

— Posso ligar outra hora para combinar...

— Não! Não será necessário, senhor Brown, eu... — eu gaguejo e logo pego com a outra mão livre o suporte do telefone e quase grito ao sentir Jack provocar meu clitóris com seu pau: — Só um instante, senhor!

Coloco-o no mudo tão rapidamente que Jack geme alto:

— Graças a Deus — diz antes de entrar em mim com força.

Agarro-me a borda da minha mesa, sentindo-o se movimentar dentro de mim e eu agarro a blusa de Jack com força.

— Sim — eu sussurro, tremendo abaixo dele. — Porra, sim!

Percebo que deixei no mudo por quase dois minutos e eu suspiro.

— Atende, eu vou tentar me controlar — geme Jack, movimentando devagar.

Controlo minha respiração ao retornar a ligação.

— Senhor Brown, desculpe pela demora... um imprevisto de última hora — digo, soando mais normal. — Então fechamos um acordo?

— Sim, querida. Seria ótimo. Meus amigos contrataram os seus serviços e admito que há muitas vantagens para ambas empresas — ele continua a falar. Vejo os olhos ao sentir que Jack estava querendo me provocar um outro orgasmo e eu suspiro baixinho.

— Sim, é claro, senhor...

— Ótimo, então recebo a cópia de sua via por e-mail se possível. A tecnologia é mesmo uma surpresa — ele brinca, rindo do outro lado. Eu finjo uma risada breve.

— Tem razão, senhor. Irei pedir para o meu assistente enviá-lo ainda hoje. Aguardo a sua via igualmente — digo, mordendo a palma da minha mão novamente.

— Claro, claro, querida! Aguardo notícias, até breve.

— Até breve, senhor — digo quando ele já havia desligado.

Jogo o telefone de lado e puxo Jack para cima de mim, beijando-o com ferocidade. Jack metia em mim com brutalidade, acionando aquele ponto que eu sabia que estava próximo.

Eu o odiava por ter quase me feito passar vergonha com um cliente.

Mas isso não ficaria assim.

Jack apoia o rosto contra o meu pescoço enquanto grunhe seu orgasmo e eu venho em seguida, tremendo contra seu corpo e o beijando em seguida.

Naquele beijo eu havia selado minha vingança.

✕✕✕

Voltar para a terapia havia sido importante para minha saúde mental. Mas, hoje, em específico, eu estava nervosa pois Jack havia pedido para me acompanhar na sessão e quando pedi orientações a Dra. Doty, ela rapidamente concordou. Porém, eu estava com mais medo do que ansiosa. Eu não sabia o que eles estavam dispostos a conversar.

E não fazia ideia do que Doty estava disposta a dizê-lo.

Antes de Jack sair da minha sala ontem – após aquela provocação e o sexo em cima da mesa –, ele havia perguntado de repente quando haveria a próxima sessão. E quando ousei tentar despistá-lo, Jack me provou estar realmente disposto a ir pois ele sabia até a hora.

Por mais que o consultório seja próximo dali, precisávamos ser cuidadosos. Ainda era muito recente nossa volta e o julgamento havia parado em vários tabloides.

E quando chegamos, a Dra. Doty se apresentou para Jack, sugerindo o chá de gengibre... ele disse que preferia café. O que fez a Dra. Doty sorrir.

— Bem, estou acostumada a ouvir isso de Holly, então não me surpreende. Mas tomei algumas mudanças e arranjei café expresso pra vocês... se sentirem a vontade — disse ela, sugerindo um bule ao lado.

Franzo a testa.

Era a primeira vez em quase um ano de terapia que havia café. E ela sabia disso.

— Sei o que está pensando, Holly — ela ergue o queixo para mim e sorri de canto. — Não foi proposital.

— Imagine se fosse — eu resmungo, sabendo que houve um pouco de irritação em minha voz.

— Do que está falando? — perguntou Jack ao meu lado, bem baixinho.

— Eu venho aqui há quase um ano e era sempre chá — digo. — E hoje que você decide vir, tem café!

Jack solta uma risada.

— É isso que está irritada?

Suspiro, passando a mão na testa.

— Não, não é...

— Mas vai ficar — alerta Dra. Doty.

— O que quer dizer? — franzo a testa.

— Quero dizer que você irá esperar lá fora, pois essa consulta será apenas com o Jack.

Eu solto uma risada nervosa.

— Está zoando comigo...

— Não — ela disse séria. — Mas fique à vontade de tomar um pouco de café.

Eu inspiro fundo, sentindo-me traída pela minha própria terapeuta e ela sabia que havia atingindo um nervo pois ela parecia estar sorrindo. Irritada, pego o bule de café e uma xícara limpa para fora.

— Boa conversa pra vocês — resmungo ao fechar a porta.

J A C K

Talvez não seja válido dizer que a terapeuta de Holly me assusta. Ela tinha presença.

Sally Doty, ou como Holly a chamava – Dra. Doty –, era bem conservada para tantos anos na função. Morena, cabelos em corte Chanel e negros, os olhos da mesma cor e os tons pastéis de sua roupa combinavam bem com ela. Elegante, robusta e profissional. Mas ela ainda me assustava um pouco.

Ela possuía algo em mãos, parecia alguns papéis e uma caneta na outra. Estava sentado em um divã branco com alguma coisa peluda que eu não sabia o que era. Doty estava sentada em sua cadeira de frente para mim, observando-me atentamente.

Dificilmente eu desviava o olhar quando era encarado e Dra. Doty parecia querer se certificar de que daria conta. Bem, veja só, Dra., eu consigo. Ela parece soltar a língua no céu da boca antes de dizer:

— Eu devo dizer, senhor Backer, eu fiquei bem surpresa ao saber de sua vontade em vir a uma consulta. Há algum motivo específico?

Dou de ombros.

— Bom, você atende a minha mulher há meses. Tenho certeza que já sabe de tudo o que tem ocorrido — digo, percebendo que suas sobrancelhas haviam sido erguidas ao ouvir o 'minha mulher'. Observe-me, Doty.

— De fato eu sei — ela estreita os olhos e cruza as pernas. — Mas o que eu quero saber é... por que?

— É o seguinte, Dra., eu a magoei meses atrás e não preciso que a senhora me lembre disso — falei, apoiando os cotovelos nos joelhos. — Eu a amo e estou disposta a conquistar isso dela. Todos os dias que forem necessários.

Ela abre um... sorriso?

— Eu sei, senhor Backer...

— Me chame de Jack. Por favor.

Ela balança a cabeça.

Jack, minha fidelidade profissional é a Holly. E unicamente a ela. Não posso fazer ou falar nada que comprometa ao que foi abordado nas sessões...

— Não se trata de quebrar essa fidelidade — pressiono uma mão uma na outra e encosto no divã. — Eu só quero uma dica. Talvez se você me fizesse... entender o porquê dela precisar continuar fazendo terapia.

Doty ergue as sobrancelhas.

— Você realmente não entende, não é?

— O que?

Ela respira fundo.

— Jack, Holly começou quebrada. Pouco a pouco ela foi se moldando. Cada sessão ela se mostrou disposta a melhorar e controlar as dores que ela havia sentido sozinha quando você a deixou — diz, fazendo-me recuar ao ouvir tal provocação. Percebendo meu incomodo, ela suspira. — Precisamos admitir que isso começou com o término de vocês.

Eu concordo com a cabeça.

— Está dizendo que é a minha culpa?

— Não. Não estou — ela diz, firme. — Mas foi um dos fatores que a levou a vir até aqui. E talvez isso tenha a ajudado de alguma forma. Ela está confiante, está se sentindo bem e está vivendo mesmo após toda a parte caótica que é a sua vida.

— Você vai me dizer o mesmo que meu irmão e o irmão dela disseram? — eu engulo seco, sentindo um caroço na garganta.

— E o que eles disseram? — ela franze a testa, soando realmente curiosa.

— Que era minha culpa ela ter sido sequestrada. Ou que eu não a protegi o suficiente. Como se eu não soubesse disso — digo entre dentes, olhando para a estante de livros atrás dela.

— Bem, você fez o que pôde — ela soa branda. — Então não tente se culpar por isso. Já passou.

— Ela... — eu começo, mas paro pois minha voz falha. — Ela é tudo pra mim. E eu não consigo me perdoar por ter feito aquilo.

Dra. Doty apoia os cotovelos nos braços da cadeira e me encara.

— Você quer uma dica? Então pare de se culpar pelas atitudes do passado. Você errou, mas agora está tentando consertar as coisas — ela diz. — Se não estivesse dando certo, tenho certeza que você não estaria aqui agora.

— Como pode ter certeza? Ela não quer casar comigo.

— Hmm... talvez não agora — ela solta uma risada. — Você sabe que seu irmão é o ex dela, certo?

— Deus, você é péssima em mudar de assunto — bufo, irritado por citá-lo.

Ela ri.

— Você não me deixou explicar. Você sabe o que aconteceu. E ele tentou reconquistá-la como você — ela relembra.

— Qual é o ponto?

Dra. Doty dá um sorriso maroto.

Meu ponto é... ela amou seu irmão em algum momento. Mas não foi o suficiente pra apagar os erros dele. Talvez porque não era pra dar certo — ela dá de ombros. — Amor, Jack, é questão de perdoar, seguir em frente e continuar amando. É construir um futuro. É ter aquele fogo, aquela paixão que floresce a cada dia. É aquilo que sempre volta pra você, não importa o tempo que levar. Amor também se trata de aceitar os erros e acertos pois sabemos que ninguém pode ser perfeito.

Eu observo Dra. Doty me observar e abrir um lento sorriso.

— Já parou pra pensar que... mesmo com você cometendo um erro semelhante ao do seu irmão, Holly escolheu continuar com você? Que talvez ela só esteja com medo?

Eu franzo a testa.

— Medo do que? Eu vou estar aqui pra ela...

— Ela sabe disso, no fundo — ela concorda com a cabeça. — Mas tente mostra-la toda vez. Talvez suas atitudes a dê um pouco de coragem.

Dez minutos depois, estávamos saindo do consultório e indo em direção ao meu carro. Ficamos em silêncio por um longo tempo e dirigi em segurança por causa da neve. Mas ao parar no terceiro sinal vermelho, eu suspiro.

— Eu sinto muito.

Holly me olha de lado, confusa.

— Pelo o que?

— Por ter te deixado ir embora. Por ter sido um babaca. Por não te dizer que te amo todos os dias — digo, irritado. — Você me pediu tempo e eu não estou sabendo respeitá-lo.

Vendo que seu rosto estava franzido, eu continuo.

— Você é minha, Holly McAdams — admito, olhando para os carros a minha frente. — E eu esperarei por você. Nos veremos no casamento de Ruby na próxima semana e eu... eu quero saber se consigo me manter longe. Se nós conseguimos ter um tempo e assimilar o que somos.

— Não estou entendendo...

— Eu não quero que você tenha medo de nós — a olho, parando em outro sinal vermelho. — Não quero ter a dúvidas e, principalmente, estou cansado de achar que estou fazendo algo errado.

— Você não está fazendo nada errado, Jack — ela solta uma risada nervosa. — O que diabos vocês conversaram?

Eu agarro o volante com força e chego próximo ao seu prédio.

— Dra. Doty me fez enxergar algumas coisas. O que foi bom. Então não há o que se preocupar — tranquilizo-a ao estacionar em frente ao seu prédio.

Holly parece pensativa enquanto saía do carro.

— Holly — eu a chamo, quando a vejo virar para me encarar, vejo preocupação em seus olhos. — Eu sei que você me ama e eu sei que está com medo — seu rosto parecia ter ficado igual a cor de uma folha. — Mas, baby, nós vamos resolver isso. E eu vou estar aqui toda vez que precisar de mim. Até mesmo se não for pra voltarmos, eu ainda sim quero você na minha vida. Mesmo que a palavra... amigos não seja convidativa para mim.

Quando ela abre a boca, eu sorrio.

— Te vejo na cerimônia?

— S-Sim — gagueja. — Serei uma das madrinhas. Eu te vejo lá.

— Tudo bem então.

Holly me surpreende ao abrir a porta do carro, agarra meu rosto e me beija. Um beijo lento, calmo e... esperançoso. Deus, essa mulher está me matando.

E ela me mata mais um pouco quando sorri antes de sair do carro e quando acena ao entrar no prédio. E eu dirijo até a mansão, cansado de ter que ir pra casa sem ela. 

▪ o b s ▪

OLÁ, FOLKS!!! feliz páscoa a todos, espero que vocês tenham ganhando ovos de páscoa e aproveitado muitos chocolates. Ou se você for que nem eu - que infelizmente cresceu - que não recebeu nem mesmo uma barra de chocolate, seja bem vindo(a) ao clube!

Seguinte, durante essas duas semanas vai ser meio corrido pra mim pois terei semana de provas e trabalhos a serem entregues (vocês que estudam entendem a minha neura). Por isso não sei que horas e quando irei postar, então se do nada eu postar capítulo foi porque era o único tempo livre que eu tive e se eu não postar é porque eu não tive tempo ou não consegui finalizar o capítulo, ok? 

beijokas, boa semana a todos e não esqueçam de votar e comentar o que acharam do capítulo, tudo o que vocês já sabem <3

muaw!

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