RYAN BARTH
— Está pronto? — Dave perguntou entrando no quarto. Eu ainda estava jogado na cama com o travesseiro no rosto.
— O que você acha? — resmunguei.
— Por favor, Ryan! Vai ser bom para você respirar novos ares, ver seus pais, descansar... — ele falou ao sentar à meu lado na cama. — São quase sete da noite já.
— Eu não sei por que quer tanto ir para SaltLake. Aquela cidade não tem nada e nem ninguém de interessante. — falei assim que levantei da cama. Entrei no banheiro e tirei a roupa para tomar uma ducha.
— Talvez seja por que seus pais me mandaram mensagens a semana inteira para te convencer a ir por que você não foi capaz de respondê-los. — Dave disse ao entrar no banheiro.
— É sério que vamos discutir sobre isso de novo? Eu tenho meus motivos. — falei já sem paciência. Dave estava me forçando a fazer algo e eu odeio ser forçado a fazer o que não quero.
— Exatamente, já está resolvido. Vou esperar no carro com as malas. — ele disse ao sair do banheiro e fechar a porta.
Voltar para SaltLake definitivamente não estava nos meus planos para o final de semana. Eu estava sim com saudade dos meus pais mas, entre voltar para a cidade e ter todas as lembranças ruins e ficar aqui no campus, eu preferia o campus. Já havia se passado quase um ano desde os assassinatos na cidade e desde a morte de Shawn e a ideia de reviver tudo isso era assustadora. Eu lutei tanto pra esquecer... Ou pelo menos, tentar esquecer.
Terminei de me arrumar e sai do quarto. O campus estava aos poucos ficando vazio. Todos queriam viajar no feriado de 4 de Julho.
— Tudo pronto então? — Dave perguntou no momento em que entrei no carro.
— Sim. — respondi no automático enquanto colocava o cinto de segurança.
— Então, lá vamos nós. — ele disse sorrindo. Dave estava muito animado, em parte por que ia conhecer meus pais e acho que para ele isso é um bom sinal em relação à seriedade de nosso namoro.
— É... Vamos lá. — dei um sorriso torto.
HILLARY DUFF
— Amiga, eu tenho certeza que ele é afim de você. — disse Camilla na linha.
— Quando uma pessoa é afim de outra ela ao menos dá um sinal, não acha? — ironizei. Camilla estava apenas tentando me confortar é isso era ridículo.
— Pois é mas, vai ver ele não sabe disso.
— Ah Camilla, você é péssima com essas coisas. Vou dormir e sofrer sozinha no meu quarto. Tchauzinho. — falei desligando sem dar tempo de ela protestar. Olhei no celular e já eram quase onze horas da noite.
Levantei do sofá e soltei o telefone sobre a mesa de centro. Andei até a cozinha e ao chegar, notei que a porta dos fundos estava aberta.
— Mãe? — falei ao andar até a porta. Olhei para fora e não havia ninguém. — Que estranho...
Tranquei a porta e fui até a geladeira. Peguei alguns pasteis congelados e larguei sobre a bancada da pia. Em uma panela coloquei bastante óleo e liguei o fogão para esquentar. Enquanto esperava o óleo esquentar, meu telefone começou a tocar.
— Alô? — falei ao pegar o telefone na mesa de centro da sala.
— Srta Duff?
— Sim, quem gostaria?
— Um velho amigo. — respondeu a pessoa do outro lado da linha.
— Amigo de onde? — perguntei voltando para a cozinha. Peguei um pedacinho de massa de pastel e joguei no óleo, ainda não estava o suficientemente quente para fritar.
— Da escola. O que você está fazendo agora?
— Eu não lembro. Qual seu nome?
— Eu te fiz uma pergunta primeiro.
— Vou fritar uns pasteis e ver um filme de terror. Por que? — aposto que deve ser o Justin querendo me dar um trote. Bem típico dele.
— Gosto de filmes de terror. Qual você vai ver?
— Vou assistir Jogos Mortais. — falei já meio sem paciência. — Olha só, você quer alguma coisa? Por que eu estou bem ocupada aqui...
— Mas o óleo nem está no ponto ainda, você tem tempo... — disse ele e, imediatamente olhei para a panela e o pequeno pedaço de massa que joguei dentro não estava fritando ainda.
— Como assim? — falei um pouco assustada.
— Não estou ouvindo barulho de fritura... — respondeu a pessoa. Fiquei aliviada por que, pensando por esse lado, realmente daria para ouvir quando eu começasse a fritar algo.
— Ficou assustada?
— Não tenho motivos para isso. — respondi rapidamente.
— Tem certeza? — a pessoa perguntou. Aquela voz rouca estava me dando arrepios já.
— Escuta, o que você quer e quem é você?
— Eu quero mandar um recadinho para uma pessoa...
— Que recado?
— Você!
No mesmo momento em que ouvi essa palavra, a porta da dispensa foi arrombada com um forte chute é uma figura com roupa preta é uma máscara branca saiu correndo em minha direção com uma faca em mãos. Meu primeiro instinto foi de arremessar o prato de pastéis que estava sobre a bancada da pia e correr em direção a sala. Passei pelo sofá e fiquei em frente à televisão enquanto ele me encarava do outro lado do sofá.
— SE VOCÊ NÃO SAIR DAQUI EM DOIS MINUTOS EU VOU CHAMAR A POLÍCIA — gritei erguendo o telefone com a mão direita.
Em um golpe rápido ele correu para a mesinha de centro e deu um chute nela, fazendo com que ela acertasse com a ponta em minha canela. O telefone caiu no chão e meu primeiro instinto foi de voltar para a cozinha. Enquanto passava pela porta da frente senti uma forte dor penetrar minhas costas e cai com tudo no chão. Havia uma faca em minhas costas. Lágrimas começaram a cair automaticamente de meus olhos e eu já sentia um desespero horrível tomar conta de todo meu corpo. Não conseguia gritar e nem levantar do chão.
— POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO??? POR FAVOR... — pedi desesperadamente enquanto sentia o sangue em minha boca.
Comecei a me arrastar em direção a cozinha. Conseguia ouvir os passos dele vindo atras de mim e logo senti o momento em que ele retirou a faca e desta vez cravou em minha perna. A dor foi tao grande que minha vista estava começando a ficar embaçada. Mal conseguia respirar direito de tanta dor.
Continuei tentando me arrastar mas, era inútil. Ele me pegou pelos cabelos e me arrastou até a bancada da pia me virando de barriga para cima. Não tive tempo de gritar pois assim que ele me virou senti meu rosto todo queimar e tudo escureceu...
RYAN BARTH
— Finalmente!!! — falei no momento em que Dave parou o carro em frente à casa de meus pais.
— Ah, foram apenas três horinhas de viagem. Ainda são dez e meia. — Dave falou me dando um beijo rápido e saindo do carro. Desci logo depois.
— Achei que iam chegar só amanhã! — minha mãe falou ao sair da casa e vir em nossa direção. Dei um longo abraço nela. — Senti sua falta filho.
— Eu também mãe. — respondi saindo dos braços dela.
— Senhora Barth, muito prazer! — disse Dave abrando-a.
— O prazer é meu. — ela respondeu sorrindo.
— Onde está Thomaz? — perguntei ao notar que ele não estava ali.
— Seu pai saiu para resolver uns problemas e volta mais tarde. — ela respondeu rapidamente.
— Normal. — falei sorrindo ironicamente e pegando minhas duas malas.
Entramos e logo minha mãe foi para a cozinha colocar a mesa parando jantar.
— Seu quarto está arrumado, Ryan. Já larguem suas coisas lá. — ela disse enquanto distribuía alguns pratos na mesa.
— Sim capitã. — ironizei mais uma vez e subi as escadas rapidamente.
— Você podia ser um pouquinho mais legal com sua mãe, Ryan. — Dave falou assim que fechou a porta do quarto.
— E você podia tentar entender um pouco o meu lado, não acha?
— Olha, eu sei o quanto é difícil pra você voltar pra ca mas já faz um ano... Tá na hora de superar, não acha? — Dave falou enquanto abria sua mala sobre a cama.
— É uma muito fácil falar quando não foram os seus amigos que morreram né, Dave? — cuspi as palavras e fui para a varanda. Sentei na pequena poltrona que havia ali.
— Amor, eu sinto muito. De verdade. Só quero te ver bem e quero que você curta esse feriado com seus pais. Eu sei que essa data mexe com você mas, vamos passar por isso juntos. Vou te ajudar a superar isso. Ok?
— Tudo bem. Desculpa por estar sendo tão babaca. — falei abraçando ele. Dave aproximou seu rosto e me deu um beijo.
— Eu te amo.
— Eu também te amo. — respondi dando mais um abraço em Dave.
— Vamos lá para baixo fazer companhia para sua mãe... — ele disse ao levantar-se.
— Vai na frente. Vou tomar um banho e já desço.
— Ok. — disse ele saindo do quarto.
Levantei e parei na borda da varanda. Fiquei admirando o céu, a lua cheia. Estava tudo tão calmo, tão bonito. Shawn gostaria dessa calmaria toda. A verdade era que, o problema não era SaltLake e nem meus pais, o problema era ter que vir para uma SaltLake sem o Shawn. O problema era ter que vir e lembrar a todo o momento que ele morreu nos meus braços e não pude fazer nada. Ele se foi e até hoje não consigo aceitar. Eu amo o Dave mas, eu sempre vou amar o Shawn...
[CONTINUA...]
E aí gente!!! O que acharam desse começo da segunda temporada? O que vocês esperam dessa temporada? Quem acham que vai estar por trás da máscara dessa vez? Quem vai morrer? Quem vai viver?
Aguardem por que as coisas vão esquentar!!!
VOTEM E COMENTEM ❤️
PRÓXIMO EPISÓDIO SEMANA QUE VEM
XoXo ❤️