Charter Of Our Love (Calzona)

By Calzonaheart

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"Existe uma pergunta que sempre paira sobre nós, por que nos apegamos tanto as nossas esperanças? A resposta... More

Prólogo
Perdição
Relicário
Armadura
Imperecivel
Eu nunca te disse
Melancolia
Outra vida ao amor
Outra vida ao amor (2)
Um amor prescrito
Recomeçar (2)
Cicatrizes doem mais que feridas
Escolhas
Continua voltando
Canto das fadas
Eclipse do coração
Eclipse do coração (2)
Não há como dizer adeus
Tudo que eu quero
Pontas soltas
Pontas soltas (2)
Um dia após o outro
Happy Easter
Happy Easter (2)
Happy Easter (3)
Poço de desejos
Poço de desejos (2)
Poço de desejos (3)
Poetizar de um laço
Poetizar de um laço (2)
Our family!
Our family! (2)
O amor é propósito
Não quero perder nada
Não quero perder nada (2)
Entrelaçar de almas
Entrelaçar de almas (2)
Reencontros e família
Reencontros e família (2)
Todo amor do mundo
Todo amor do mundo (2)
Somos cinco
Brigas e afirmações
Momentos e surpresa
Momentos e surpresa (2)
Momentos e surpresa (3)
Momentos e surpresa (4)
Disse sim
Enfim sua
Página virada

Recomeçar

968 59 56
By Calzonaheart

"Poxa, como ela estava linda, o tempo não passou mesmo pra ela. Mudou o corte do cabelo, mas as covinhas do sorriso continua o charme dela"

Setembro, 2012.

Arizona Robbins.

Quando a vida começa a andar para frente é claro que tem algo muito errado quando absolutamente nada sai dos trilhos. Depois do meu pedido de casamento, Eliza relutou um pouco mesmo aceitando de imediato, mas foi difícil explicar que poderíamos e deveríamos dar continuidade ao que estávamos construindo e vivendo juntas.

As meninas se encontravam em completo êxtase com todas as noticias. Inclusive com uma possível troca de moradia, pois havia conversado com as minhas filhas que talvez nos mudássemos para perto dos avós logo após explicar que iriamos nos casar.

Tudo era novidade para as crianças e como uma boa novidade elas estavam maravilhadas, porém eu estava enganada em relação a uma pessoa. Eliza Minnick. A minha noiva não estava feliz e a confirmação veio quando voltei de uma apresentação de um projeto na empresa em que trabalhava e encontrei Sofia aos prantos no colo da irmã.

A princípio não entendi o que estava acontecendo, minha primeira ação foi pegar a menor no colo e tentar acalmá-la. Letícia olhava-me assustada, quando perguntei o que tinha acontecido e onde estava a sua tia a vi sair correndo para seu quarto deixando-me sem respostas.

--- Tia Mimi.. - Sofia repetia sem parar em completo desespero nos meus braços e eu a ninava tentando tranquilizá-la. --- Foi bora, mamãe. Tia Mimi.

--- Oh, meu amor.. a mamãe está aqui, filha. - Apertava-a contra meu corpo para sentir-se segura. --- Para de chorar, por favor. - Pedia segurando minhas lágrimas, estava completamente perdida. --- A mamãe está aqui, eu estou aqui anjinho.

--- Tia Mimi, mamãe. - Falou escondendo o rosto em meu pescoço. --- Quero ela. - Soluçava.

Fui de dar amor a Eliza, não nego. Nem precisaria negar. Então a princípio entendi que ela havia saído e deixado minhas filhas, uma criança com três anos e de dez, em uma casa sem a orientação de nenhum adulto. Naquele momento me doeu um pouco o vácuo que existiu entre o tanto que me doei e o pouco que recebi, pois não esperava nada da Minick em relação a mim e sim apenas um cuidado com as crianças em consideração a tudo que fiz e tentei fazer por nós.

Eu estava lá a frente na corrida de quem se entregava mais ao que chamávamos de família e ela estava no começo da linha de partida, se é que tinha se despertado para ir atrás de mim. Não consigo nem explicar o turbilhão que havia dentro de meu ser com aquela situação. Só sei que me doeu enquanto eu descascava uma fruta para dar a Sofia e pensava que talvez ela tivesse sido só mais uma, que o desejo de uma construção familiar ao seu lado era uma utópia.

Não que eu achasse ser sua obrigação ter os mesmos sonhos que existiam dentro de mim, mas ela foi a selecionada para algo muito especial e simplesmente no fim deixou-me sem dizer um adeus digno. É só que eu estava ali, tão entregue, e ela tão longe, com medo. Naquele momento senti - mais ou menos - na pele o que Calliope passou com minha ida para Nova York.

--- Venha, bebê. - Peguei Sofia do cadeirão e fui em direção ao quarto de Letícia.

Minha intenção era tentar conversar com ela para entender o que aconteceu, sabia que provavelmente a encontraria chorando e me preparava mentalmente para consolá-la independente do que fosse dito. Quando parei em frente a sua porta bati antes de entrar, Let estava deitada na cama agarrada a um sapo tamanho médio do qual não se separava.

Sentei-me na ponta de seu colchão com Sof no colo comendo a frutinha, passei a mão na perna da maior dando uma profunda respirada antes de fazer qualquer indagação e a vi me olhar com os olhos vermelhos e inchados. Meu coração partiu em mil pedaços em vê-la daquela forma.

--- Mama, a tia Eliza foi embora. - Informou-me antes mesmo de eu questionar. --- Uma amiga dela veio aqui, encheu uma mala de roupa e a levou. - Escondeu o rosto na pelúcia. --- Ela falou que ia fazer doações, mas não voltou e fiquei sozinha com a Sofia. - Passou a soluçar tornando quase impossível de conseguir entender o que dizia. --- A minha tia falou que ama eu e a Sofia, disse que um dia iria nos visitar quando você se resolvesse. - Secou o rosto que foi novamente molhado logo em seguida. --- Mama se resolve logo para a tia Eliza voltar, por favor.

O que dizer diante daquela situação? Não conseguia pensar em nada, a raiva me consumia a ponto de querer quebrar a casa inteira pelo sofrimento que minhas filhas estavam passando. Sempre soube que qualquer lapso de superficialidade no meu relacionamento com Eliza acendia uma fagulha. Em meio ao acontecido brilhava diante dos meus olhos uma relação vazia, oca e rasa. Era o mundo pós-moderno, talvez? Sei lá, uma outra hora penso sobre. Minnick tinha nos deixado. E eu chorei agarrada nas minhas meninas, porque eu entreguei até o que não tinha e a morena não fez nada em troca, apenas fugiu.

•••

--- Addison? - Sussurrei tentando não acordar Leticia e Sofia que dormiam em minha cama.

--- Ari? Aconteceu alguma coisa? - Sua voz era preocupada já que eu quase nunca ligava.

--- Addie, ela sumiu. - Minha voz de choro a deixou em alerta e me senti na obrigação de prosseguir. --- Eu tinha uma apresentação importante para fazer e deixei a Eliza cuidando das crianças. - Tentava não deixar meu choro embolar a explicação. --- Quando cheguei a Let estava cuidando de Sofia e me contou que uma amiga da Eliza veio aqui e a ajudou a pegar algumas coisas para doação.

--- Doação? - Indagou curiosa e confusa.

--- Sim, ai eu fui correndo até o quarto e todas as roupas dela tinham sumido. - Passei a soluçar. --- Absolutamente todas e havia um bilhete. Um maldito bilhete escrito "Não me procure mais, estarei feliz e você deveria ir atras da sua felicidade. Eu te amo." - Um soluço alto escapou pela minha boca.

--- Arizona, mantenha a calma e as meninas? Let falou alguma coisa? - Suas perguntas sairam uma atrás da outra sem me dar tempo de pensar direito.

--- Segundo ela, a Eliza disse que amava muito as duas e voltaria a procura-las quando eu me resolvesse. - Olhei para o teto como se caísse na minha cabeça. --- Minhas filhas não pararam de chorar quando eu cheguei, porque são apegadas demais a Eliza. - Lagrimas escorrem livres pelo meu rosto, a dor que eu sentia era mais pelas crianças que iriam sofrer muito mais com a separação do que eu.

--- Ari você acha que consegue segurar as pontas até eu chegar? - Perguntou preocupada com meu desespero. --- Ligue para alguma amiga sua e peça ajuda, resolva as questões escolares das minhas sobrinhas e peça transferência no trabalho, se não for possível opte pela demissão e depois vemos como tudo ficará. - Não respirava entre uma palavra e outra. --- Estou indo buscar vocês.

--- Não addie. Não precisa. Ficarei bem. - Disse tentando manter a tranquilidade e respirei pensando nas crianças.

--- Eu não perguntei se precisa! - Rebateu com certa revolta. --- Vou deixar a confecção sobre o comando da minha sócia e no máximo em dois dias estou chegando em Londres para resolver tudo que precisa. Você volta para Los Angeles e passará a morar junto a mim com as meninas e não se atreva a discutir comigo. - Era impossivel debater com Addison, por vezes ela agia como mãe de todos quando era mais nova, agora mais velha ela não iria mudar. --- Quero socar essa Eliza, como ela faz isso com minhas sobrinhas? Se algo acontecesse eu iria caçá-la nem que fosse no inferno.

--- Addison, a minha vida é aqui agora e a vida das meninas também. -Tentei argumentar, mas sei que não terei saida.

--- Arizona Robbins, eu não vou discutir sobre sua volta para casa. - Falou firmemente. --- Você está sozinha em outro país com duas crianças pequenas, se pudesse contar com alguém não teria me ligado, então sua vida está em Los Angeles e suas filhas serão bem cuidadas com a gente. - Sua fala me fez estremecer, voltar era algo que não estava nos meus planos naquele momento. --- Você tem a mim e não aceito que vá contra minha ordem.

--- Addison.... - Murmurei pensando numa argumentação.

--- Logo estou aí, amiga. Vai ficar tudo bem, eu prometo. - Sua voz soou preocupada. --- Vou sair para resolver tudo sobre minha ida agora mesmo.

--- Estou com medo. - Confessei tentando conter meu choro. --- Ninguém vai me aceitar de volta, Addie.. acho que irei para Nova York, meus pais e meu irmão moram lá.

--- Se depois você quiser se mudar para perto de sua família compreenderei, mas a primeiro momento ficará morando junto a mim. - Era uma protetora irredutível. --- Faça as malas de vocês, por favor. - Pediu. --- Quanto a nossos amigos, eles irão te receber bem por mais que estejam chateados, sempre fomos uma família apesar dos pesares.

--- Tudo bem. - Por fim concordei. --- Venha logo, por favor..

--- Me espera, Ok? Mantenha a calma por conta das meninas. - Pediu. --- Até logo, amiga.

--- Até mais. - Respirei fundo desligando o telefone e voltando para cama.

Let me sentiu deitando atrás de si e se virou me abraçando apertado, tentei evitar minhas lágrimas em virtude do quão assustada ela já estava. A aproximei fazendo do meu braço seu travesseiro e passei a acariciar seu rosto. Passei a pensar em como seria daquele ponto em diante, porém tudo girava a minha volta e apenas queria que aquele dia terminasse.

--- Mamãe, a Tia Eliza não vai voltar? - Escutei seu questionamento baixinho e seus olhos encontraram os meus pedindo por sinceridade.

--- Eu não sei, filha. - Falei com a voz embargada. --- Eu acho que não.

--- Como vai ser agora, mamãe?

--- Vai ser eu, você e Sofia cuidando uma da outra, juntinhas, sem separação. - Beijei sua resta e abri um sorriso fraco. --- O que você acha?

--- Acho bom, mas vou sentir falta da tia Eliza.

•••

° Três dias depois...

O nervosismo tomava conta do meu corpo enquanto estava sentada na varanda da casa vendo o entardecer, e com o crepúsculo senti as lembranças transbordarem de mim e vazarem por meus olhos. Passei a lembrar daquela garota de cabelos vermelhos que por vezes foi mais do que uma amiga, foi uma irmã sempre tão calma, sorridente e sonhadora, mesmo que fosse capaz de enxergar o mundo em toda sua verdadeira natureza.

As lembranças começaram a se tornar imagens e em menos de segundos braços são entrelaçados em minha cintura e seu perfume amadeirado tomou conta dos meus sentidos, enquanto recebi um abraço caloroso.

--- Addison! - Minha voz continha o alivio na medida certa, era estranhamente incrível como ela era capaz de ainda me amar mesmo depois da minha partida. --- Você realmente veio!

--- Oi, minha pequena. - Sua voz era acolhedora e seu carinho era protetor. --- Claro que sim, eu disse que você iria embora comigo, Arizona.

--- Eu estou... - Não consegui terminar de dizer por entrar em um estágio de choro libertador.

--- Chore, meu bem. - Afagava meu cabelo. --- Se sentira melhor.

Era engraçado como a vida seguia seu percurso e como de uma hora para outra tudo poderia mudar. Eu estava sentindo uma sensação de abandono a nunca ser experimentado antes e mesmo que o meu amor por Eliza não chegasse a ser tão poderoso, quanto ao que vivi e sentia por Calliope, ainda sim, foram anos de minha vida sendo depositados naquela relação que eu sabia desde o começo que estava fadada ao fracasso, mas me auto-enganava. Meu choro era fraco e contido, meu medo de transparecer para as meninas o que de fato havia acontecido era maior que a dor que dilacerava meu peito.

--- Cadê minhas sobrinhas? Posso vê-las, eu mal consegui pregar os olhos de tanta vontade de conhecê-las, Arizona. - Seus olhos brilhavam, eu sabia do seu amor por crianças, mais ainda de quem elas eram filhas a dominava.

--- Vamos entrar. - Limpei minhas lágrimas com as costas da mão e respirei fundo, tentando me controlar ao máximo. --- Leticia, Sofia?

Chamei pelas meninas que correram em minha direção parando de forma bruta ao ver a figura da ruiva atrás de mim segurando uma mala. Os olhos de Sofia estavam arregalados e olhavam de forma curiosa para a mala vermelha que a mulher possuía nas mãos, já no rosto da mais velha brotava um sorriso singelo, ela reconhecia Addie das fotografias tantas vezes mostrada por mim.

--- Mamãe, ela é a tia Addie? - Perguntou de forma doce. --- Você é a minha tia Addie?

--- Que coisa mais adorável, Arizona!!! Ela me chama de tia!! - A felicidade da ruiva era tanta que suas pernas correram de encontro a pequena menina que agraciada devolveu o abraço na mesma intensidade. --- Você é tão linda, Leticia!

Sofia no mesmo momento que viu a tia correndo para abraçar sua irmã, correu em minha direção e se escondeu no meio das minhas pernas agarrando uma delas com força.

--- Filha, você não vai falar com a tia Addie? -Perguntei abaixando para ficar na sua altura, ela abraçou meu pescoço com seus bracinhos gordos e se escondeu em mim negando querer. --- Meu amor, ela veio de longe para te conhecer e você não vai falar com ela?

Por baixo dos seus longos cílios a pequena observava a minha amiga que ainda estava agarrada com Leticia e falava alguma coisa realmente interessante que fazia os olhos da minha filha brilharem em resposta. Eu sabia que seria assim quando elas se conhecessem, ao contrario de Sofia, mesmo sendo tímida Let fazia questão de falar e abraçar todas as pessoas que eram importantes para mim e para sua Tia Eliza.

Mas aquela não era uma estranha, era a Tia Addie, era a ruiva encantadora de pessoas, era a mulher que por vezes vi minha filha olhar as fotos que continham em meu celular, procurando pela imagem que a estilista estava dando seu sorriso mais sincero e ao lado de Calliope.

Apesar de Letícia ser extremamente apaixonada pela morena, que para sua concepção tinha o sorriso mais lindo que já havia visto e só perdia para o meu, ela também era apaixonada por Addison e todo dia perguntava quando iriam se conhecer. Eu podia ve-la treinar por horas o sobrenome Montgomery para pronunciar de forma correta e encher de orgulho sua tia que nunca havia visto pessoalmente.

--- Mama. - Sofia chamou minha atenção apontando para a ruiva que agora estava de pé e sorria de forma amorosa para ela. --- É memelho.

--- Sim, meu amor, o cabelo da titia é vermelho, você quer ver mais de perto? - Perguntei sabendo que ela iria gostar, vermelho e roxo eram as únicas cores que existiam dentro daquela casa para a pequena.

Aproximei-me lentamente de Addison com ela no colo e Sofia se esticou toda para tocar de forma leve e contida no cabelo da minha amiga. Uma gargalhada foi solta pela pequena quando de forma doce seus dedos gordinhos escorregaram pelo cabelo da tia e tocaram sua bochecha deixando um carinho singelo ali. Addie ofereceu o colo para ela que prontamente foi aceito e minha filha se jogou nos seus braços agarrando-a com força.

--- Pronto, já conquistou minhas filhas. - Falei rindo e fiz um sinal para ela me acompanhar até a sala.

Era bom ver que pelo menos alguém seria capaz de aceitar e amar minhas filhas da forma como elas realmente mereciam. Como mãe meu medo era a rejeição que ambas poderiam sofrer dos meus amigos por minha causa, afinal eu tinha plena consciência de que havia os abandonado, então, voltar com uma bagagem completa como aquela deveria ser difícil de engolir.

--- Elas sabem? - Perguntou de forma simples.

--- Em partes. - Eu não fazia ideia de como contar as pequenas que iríamos nos mudar e que Eliza não iria conosco.

--- Eu tenho uma proposta para fazer. - Ela começa me vendo acenar para que prosseguisse. --- Eu moro em outro país, vocês sabem onde os avós de vocês moram? - Elas confirmam e a ruiva continuou. --- Eu moro pertinho deles, vocês gostariam de morar pertinho de mim e dos avós de vocês?

--- Eu quero! - Leticia foi a primeira a concordar e vi Sofia entretida o suficiente com os cabelos ruivos para ter prestado atenção em algo. --- Podemos ir, mama?

--- A mamãe não tem outra escolha, filha. -Sorri para ela que se animou com a possibilidade, mas menos de um segundo depois se entristeceu. --- O que foi, amor?

--- Mama e a tia Eliza? Ela não vai com a gente? - Lágrimas se formaram em seus olhos e a simples menção do nome da morena fez Sofia ficar atenta.

--- Tia Mimi cadê, mamãe? - A menor falou achando que a Minnick tinha voltado. --- Tia Mimi, Let! - Disse olhando tudo ao seu redor. --- Tia Mimi.. - Foi ficando cabisbaixa.

--- Pequenas, a tia Eliza precisou viajar, mas assim que ela puder irá ver vocês. - Addison respondeu de forma doce acariciando os cachos de Leticia.

--- Titia Mimi... - Sofia balbuciou e me olhou com tristeza.

Eu amaldiçoava Eliza Minnick com todas as minhas forças pelo que ela estava fazendo as meninas sentirem, minhas filhas não precisavam passar por isso. Eu não precisava passar por isso. Presenciava o sofrimento das criancas sem muito poder fazer e sentia meu coração apertar diante de tamanha saudade que elas demonstravam sentir pela minha ex noiva.

--- Addison, você quer tomar um banho enquanto coloco as meninas na cama? Elas dormem durante a tarde. - Informei pegando Sofia em meus braços que lutava contra o sono perdida nos cabelos ruivos.

--- Agora não, mais tarde. Assim já deito para descansar. - Respondeu recebendo um beijo de Let na bochecha que sabia que sua hora de dormir chegava junto com a da sua irmã. --- Vejo vocês amanhã, pequenas.

Alguns minutos mais tarde quando finalmente voltei para sala e vi segurando um porta retrato onde tinha uma foto da família sorrindo, momentos felizes de quem nunca, jamais, foi verdadeiramente feliz. Parei com os bracos cruzados encostando minha cabeça na parede, ela olhou-me vendo o quão mal eu me encontrava diante de tal situação.

--- Quer me contar o que aconteceu de verdade aqui? - Suas palavras eram acolhedoras e não questionadoras o que fez meu coração se aquecer.

--- Eu a pedi em casamento. - Sussurrei sabendo que isso a assustaria. --- Ela aceitou, estávamos programando tudo para que o casamento ocorresse em Los Angeles. Conheço poucas pessoas aqui e algumas se afastaram de nós após o acidente, então Eliza também concordava que deveria ser lá, perto da minha família.

--- Você pretendia me contar isso em algum momento? - O sorriso sarcástico em seus lábios me fez ter uma noção do que viria a seguir. --- Qual momento da sua vida você acreditou que poderia casar com alguém que não é seu amor verdadeiro?

--- Addison, eu a amo. - Me defendi da melhor maneira possível.

--- Não duvido disso, você acha que deve sua vida a ela desde o acidente. - Seus olhos tornaram-se doces e gentis de quem compreende o que eu queria dizer com aquilo. --- Mas ela não é a sua Calliope.

--- A Callie não é minha e acho que ela nunca chegou a ser e nem será. - Falei indo em direção ao sofá para sentar-me. --- Que desgraça, senhor. - A vi parar em minha frente. --- Não sei como vai ser a partir de agora e isso me apavora muito.

--- Você voltará comigo, Arizona e não quero desculpas. - Era um ultimato. --- Não cansou de ser infeliz? Não cansou de viver uma vida que não é sua? - Suas perguntas não eram acusatórias, são perguntas que uma mãe faria, uma mãe que é capaz de enxergar seu filho vivendo uma vida além da sua. --- Chega de se anular e deixar para trás quem você ama. Resolveremos o que tiver para resolver e voltaremos juntas.

--- Addison... - Eu não sabia se estava pronta para voltar e enfrentar todos os meus demônios. --- Eu não posso voltar, suportar tudo longe de Calliope é mais fácil do que perto. - Lembrei do ilustre noivado da latina. --- Mark é um cara bacana que sempre a amou e agora pelo pouco que sei a faz feliz, ela está para casar. - Sentou-se ao meu lado. --- Suporto tudo de longe, não aguentarei de perto.

--- Arizona, não pode fazer isso com você! Ela está feliz, mas não o ama como te ama. - Suas mãos fizeram um carinho na minha que estava depositada em seu colo. --- Volte e lute, pois arrependida você já está, só não evidencia tanto porque vir para Londres te deu duas filhas adoráveis.

--- Eu jamais a esqueci. - Respirei fundo e sem medo de deixa-la ver minha fraqueza e choro sem pudor. --- Tenho vivido um inferno desde minha partida e se não fossem minhas filhas eu teria enlouquecido, Eliza por vezes me manteve sã, mas ela no fundo sabia e sempre soube que eu jamais a amaria de forma completa.

--- Então, meu bem, é hora de dar adeus a vida pela metade aqui e ir atrás de sua plenitude.

Já me relacionei com uma pessoa que não acreditava em plenitude, e após um tempo percebi que estávamos falando de um estado onde cada um se completa de uma forma. Já fui muito feliz em relações que foram boas para mim e vivi momentos que vieram a se tornar únicos - sim, no plural - e que me derão certeza de que plenitude existe, por mais que algumas expectativas criadas não tenham sido correspondidas. Quando escutei a palavra soar dentre os lábios de Addison vi que precisava correr atrás da minha, precisava correr atrás da latina.

--- Você está certa. - Opinei depois de uns dois minutos. --- Vou lutar pela Callie e não quero saber o que vão pensar disso, ela vai voltar a ser minha.

--- Ou... - Esperou que eu completasse olhando-me com um sorriso no rosto.

--- Ou não me chamo Arizona Robbins. - Falei sentindo-se seu abraço de lado e acabei gargalhando quando a escutei gritar "Calzona". --- Estou preparada para a guerra.

Era cômico quando parava para pensar que talvez o amor seja um acidente que acontece quando a gente menos espera, mas como para mim, ele gostava de ser algo indescritível e confuso, eu lembro que tem vezes que amor também floresce de campos devastados. Eu sabia que tinha passado com um trator pela minha plantação de flores que também pertencia a Callie, mas ainda queria poder fazer um reflorestamento e ver o girassol mais lindo dentre todos crescer novamente.

Girassol, esse é o significado do meu amor pela latina pois a planta sempre contemplará o sol e o astro aquece, além de iluminar e dar chance de vida na terra. Como são metaforas talvez seja seguro explicar, girassol é o meu amor pela latina e vice versa, o sol é quem o sentimento é destinado e a terra é a pessoa que nutre o amor pela outra, o que faz ter vida dentro dela pois se o sol vai embora tudo vira trevas. Essa é a metáfora do amor calzona e sempre será a metáfora de nossas vidas. Daí nós cuidamos dele como um peixe beta em um pequeno aquário, onde diariamente vamos alimentando apenas um pouquinho para que ele não morra.

Demorei dez anos para ver com exatidão o certo, havia chegado o momento de cuidar do que sempre foi meu e reneguei, estava na hora de voltar e segurar o meu sol na mão.

Calliope Torres.

A entrega vale o sacrifício de entrar no metrô mais lotado da cidade só para chegar a tempo da reunião promovida por meus amigos ao final do dia. Bem, não tinha muita experiência em pegar o transporte público e isso rendeu boas risadas do meu amigo na hora de passar na catacra.

--- Callie, você tem que soltar o cartão para liberar sua passagem. - Alex disse vendo minha falta de entendimento.

--- Mais como que vou pegar o cartão depois? - Questionei fazendo o que me foi recomendado.

--- Você não irá pegar, terá que comprar outro. - Ele riu enquanto íamos em direção a escada rolante. --- Nunca andou de metrô, Cal?

--- Não, sempre foi de carro e ônibus só quando a Arizona me obrigava. - Descemos para a plataforma. --- Estou animada.

--- Pobre menina rica. - Karev brincou fazendo-me rir. --- Falta dois anos para a abertura das cartas, será que a Robbins virá?

--- Não faço a mínima ideia.. se eu pudesse evitar a leitura da minha..

--- Falei de você na carta que fiz. - Confessou. --- Sobre aquele assunto.

--- Que assunto? - Levantei uma das sombrancelhas e recebi um sorriso malicioso. --- Ah, Karev..

--- O metrô está vindo. - Ele me puxou aproximando-me da faixa amarela. --- Cuidado com o vão. - Apontou para o chão. --- Segure-se na barra de ferro para não cair quando o metrô correr, principalmente por causa desse salto aí.

--- Ele para em todas as estações automaticamente? - Perguntei vendo pessoas se aproximaram para entrar no meio de transporte.

--- Temos que puxar a cordinha igual ao ônibus. - Brincou vendo eu fazer uma careta. --- O metrô anuncia e para em todas as estações, fique tranquila.

--- A Izzie irá te encontrar já na casa da Mer? - Indaguei vendo a porta de metal se abrir. --- Mark já me ligou três vezes.

--- Sim, ela sairá do trabalho e irá direto para lá. - Entramos e o vagão estava relativamente cheio. --- Nunca imaginei você e Mark juntos.

--- Sinceramente nem eu!

E entre uma estação e outra me lembrei que estava vivendo a experiência mais insana que é viver sem medo ou resquício do que deixaram em cima dos meus ombros. Sempre acostumada a andar no quatro rodas, usar o metrô para chegar em algum lugar era no mínimo inovador.

Sloan era um cara que tinha uma força de bater no peito e assumir medos, fugas e relacionamentos e eu que sempre fui prematura sentia-me segura ao seu lado. Sempre arrisquei-me e nosso relacionamento era conforto, diferente do que eu teria com Arizona que consistia em um tudo ou nada. Ela eu amava violentamente e ele eu ficava à mercê das coisas que são rasas e mesmo assim me tocavam. Escolhi ficar com esse cara.

--- Oi, baby. - Atendi a ligação de Mark.

--- Hey, amor.. onde você está? - Questionou e ao fundo escutei risadas escandalosas.

--- No metrô, em menos de vinte minutos chegaremos. - Olhei para o painel de estações. --- Por que?

--- Ia pedir para trazer o violão, todos já estão aqui menos a Addison.

--- Não teria como, estou vindo da sede da Iphi's e não de casa. - Informei. --- O Alex está comigo.

--- Tudo bem, Cal.. vou no meu apartamento pegar o meu violão rapidinho.

--- Ok, meu bem.

Não demorou muito para chegarmos no nosso destino, Alex apesar de estar vindo do trabalho havia trocado de roupa na Iphi's trocando o terno e gravata por uma blusa pólo verde e calça jeans. Eu o segui escada acima, Karev estava devagar, ficando para trás. Degraus não são o forte dos seus pulmões debilitados pelas seções de quimioterapia. O esperei ajudando-o assim que me alcançou, logo que saímos do subterrâneo o frescor da brisa da primavera era medida certa, a luz do fim de tarde era divina em sua nocividade. Sentia-me maravilhosamente bem.

Tudo começou com uma simples verruga que por vezes sangrava, Alex não deu muita importância para aquele simples incomodo, mas ao comentar com Yang recebeu o conselho de ir ao médico para verificar o que poderia ser, no fundo ela suspeitava. Não que Karev tomasse muito sol, talvez se isso fosse fato todos entendessem. Mas a verruga surgiu nas costas e ele sempre usara blusa pólo ou terno e gravata, até mesmo nos dias mais quentes. Meu amigo quase nunca usava shorts, mesmo na praia, e sempre enchia todo mundo para passar protetor solar. Então por algum motivo desconhecido teve um melanoma.

Como tratamento os médicos cortaram a área em volta do ferimento e, por causa do tamanho, retiraram vinte gânglios linfáticos. De todos, dois deram positivos para melanoma. Karev começou o tratamento padrão e durou um ano inteiro, todos tentamos ficar otimistas. Mas depois as coisas começaram a dar errado. Primeiro com o tratamento, depois ele teve celulite na incisão junto à virilha algumas semanas após uma cirurgia.

Foi desesperador ver o quanto meu amigo estava ficando debilitado, Alex ficava deitado na cama com um cateter ligado a seu braço. Parecia cansado, e sua pele estava translúcida de tão pálida, lembrava-me Nana nos seus últimos dias. Ele havia emagrecido ainda mais do que ela, e quando o via, meu único pensamento era que estava morrendo.

Celulite é uma infecção da pele e a de Karev foi muito grave, esse tipo de problema que é constumeiro em qualquer um, o fez passar quinze dias na unidade de terapia intensiva. Pensamos que iríamos perdê-lo, o pior e melhor de tudo que nessa época Izzie descobriu que estava grávida, Alex ficou desesperado em morrer deixando a esposa e um bebê sozinhos nesse mundo, então ele lutou! Meu amigo se sarou e continuou o tratamento.

Porém, a três meses atrás ele encontrou lesões cancerígenas perto do local do melanoma original. Isso, claro, significava outra rodada de cirurgia, e pior ainda, significava que o tratamento provavelmente não estava funcionando tão bem quanto devia. Então Karev fez uma tomografia PET e uma ressonância magnética, e os médicos encontraram algumas células cancerígenas no pulmão. Daí iniciou-se as rodadas de quimioterapia intensas e desgastantes.

--- Você está atrapalhando a minha vibe aqui, Calliope Iphigenia Torres. - Brincou apoiando-se em mim. --- Estou tentando sentir a esplendorosa estranheza de não ter mais ar nos pulmões.

--- Deixe de ser bobo, se passar mal não conseguirei te pegar no colo para te carregar para um taxi e não sei se a ambulância chegará a tempo de te salvar.

--- Obrigado por me lembrar que estou morrendo. - Disse iniciando uma crise de risos. --- Meus pulmões estão como bolas de ar, a qualquer momento vão explodir. - Zombou de si próprio.

--- Acho melhor irmos para um hospital. - Falei preocupada.

--- Eu estou bem, Cal. - Ele deu um sorriso largo, meio bobo e sincero. --- Amo os privilégios do câncer, eu reclamo de uma falta de ar e o outro já quer pegar o desfribilador para me reanimar.

--- Você está igual um panda com essa cara pálida e olheiras pretas. - Reparei fazendo uma metáfora. --- Mas acho que não devo me preocupar, é a sua cara de sempre.

--- Está vendo? Você não precisa acionar a funerária. - O humor negro de Karev por vezes me fazia rir. --- Espero que pandas sejam igual a gatos, tenham sete vidas.

--- Você é um tremendo desmancha-prazeres quando começa a falar de morte. - Dei uns tapinhas no seu ombro. --- Ainda viverá muito.

Não demorou para chegarmos a casa de Meredith, assim que encontramos nossos amigos todos já estavam presentes, exceto Addison e Amélia. A ruiva havia garantido que marcaria presença e simplesmente não apareceu, acabamos por ficar preocupados e ao tentar entrar em contato dava caixa postal. Decidimos tentar falar com ela depois, talvez a Addie estivesse resolvendo algum problema na confecção de sua grife e logo chegaria.

Amélia ainda estava no fórum, mas garantiu que chegaria para juntar-se a todos e a prova é que deixou Felicity sobre responsabilidade de Grey, a criança ficaria brincando com Zola, menina de sete anos que a loira havia adotado com Derek. Cumprimentei cada um, havia algum tempo que não nos encontravamos estando felizes, sempre era por conta de algum problema que tinha assolado um de nós.

Aproximei-me de Sloan, ele estava encostado na parede e envolvi meus braços em seu pescoço o beijando em seguida. Virei-me ficando encostada nele e suas mãos estavam me agarrando pela barriga, seu queixo fazia pouso no meu ombro. Mark depois de muito esforço passou a ser motivo dos meus sorrisos bobos, acho que estava começando a amá-lo e isso me deixava extremamente feliz.

Sabe, muita gente enlouquece por não entender que o amor é uma projeção de quando tudo fica muito colorido, quente, muito manso e confortável. Naquele meu ponto de conforto que era o Sloan, o mundo passou a cresce e foi fazendo um ninho. Até que na conformidade do que estávamos regando decidimos dar um passo a mais, eu e ele havíamos nos tornado noivos. Naquele momento por mais que não houvesse uma data prevista para nos casar, sentia-me ansiosa para tal acontecimento, pois queria logo ter frutos do que passou a ser construído entre nós.

Existem amores que coexistem em lugares incomuns, incertos e inexatos.. basicamente o meu em relação ao Mark era um desses, estava nascendo em um campo que imaginei já haver dona, mas a vontade dele existir fazia ter forças para lutar por espaço. De tudo o que posso dizer é que eu estava me despedindo daquela pessoa desesperada por amor que um dia fui. Pois ficava esmolando qualquer coisa similar a amor e isso com Arizona. Só que aprendi, no tempo sozinha, que amor é um sentimento que se desperta e Sloan estava me ajudando a entender isso.

--- Você tá bem? Na madrugada sonhei que você ia embora e pensei em te ligar. - A voz estalando e a apreensão entre as palavras no meu ouvido me fez virar-me para olha-lo. --- Fiquei com medo que quando já me vi estava desesperadamente discando seu número para perguntar.

--- Estou bem, Mark. - Sorri escondendo meu rosto no vão de seu pescoço. --- Você não precisa ter receio sou sua noiva e isso diz muito sobre eu querer ficar ao seu lado.

--- As vezes acho que estou vivendo um sonho. - Escorria a mão pelo meu cabelo. --- Eu sou muito feliz estando com você. - O cuidado pautou que existia muito amor ali.

--- Eu te adoro, baby. - Deixei resquício de um desejo em estar/continuar. --- Não se esqueça, é eu e você e você e eu.

Quando decidimos ficar juntos para valer eu olhei-o e disse que a partir do momento que começasse a doer, ele tinha que falar e eu tentaria ir embora, isso também era vice-versa. Entre nós no inicio só existia um espaço entre sua entrega desmedida e a ausência de peito da minha parte, por ainda na época querer mais que tudo a Arizona e no meu inconsciente esperar por ela. Não a culpo por ter ido, não mais. Robbins estava seguindo seu caminho, abraçando outros espaços, quem sabe corpos, vidas, tentando seu melhor para não se perceber sozinha e desamparada no universo.

Mas todos nós estamos, né? Sozinhos e desamparados no meio do universo. Há pessoas que se jogam sem medo de encontrar o chão e pessoas que ficam paradas, esperando. Pessoas que estão prontas sempre que possível e pessoas que não nasceram prontas para nada. Quando parei para pensar que estava me tornando essa pessoa que fica paralizada com Mark, fiz de tudo para mudar, pois não nasci para esperar alguem me atingir e sim me jogar no outro. Eu gosto de sentir, caso contrário não respiro. As pessoas fogem em direção contrária a muitas coisas e eu corro para elas.

--- Tem como vocês deixarem de ficar de agarramento. - Yang resmungou ao passar por mim e Sloan nos fazendo rir. --- Callie, vem cantar e tocar pois você é a única afinada aqui.

--- Gente, estou preocupada com a Addison. - Meredith disse sentando no sofá comendo alguns petiscos, ela finalmente conseguiu engravidar e fazer a gestação vingar, estava com um barrigão imenso prestes a ter.

--- Vou tentar ligar para ela mais tarde. - Falei pegando o violão de Derek. --- Você conseguiu desafinar as cordas! - Brinquei dando umas pinceladas.

--- Tenho uma ótima audição para saber que ele está perfeitamente bem afinado. - Retrucou com um sorriso. --- Felicity me ajudou, não é minha linda? - Indagou a sobrinha e ela confirmou.

--- Aprendeu com a madrinha aqui. - Informei com ar superior e senti ela abraçar-me pela cintura, deu um beijo em sua testa. --- Vou cantar... - Antes que eu pudesse dizer o nome da música escutamos a campainha tocar.

Imaginamos ser Amélia e Yang foi atender a porta enquanto aguardávamos para ver quem era, assim que abriu a figura de Addison fez se presente na frente dela. A ruiva estava com uma criança linda no colo que usava um vestidinho vermelho com bordas brancas, com sapatos e meias no mesmo tom claro, seus olhos eram escuros e arregalados, seu cabelo diferente dos cachos da irmã eram lisos e pretos, as maças de seu rosto estavam vermelhas e ela possuía no sorriso a mesma covinha que sua mãe, ela estava envergonhada, pois assim que reparou a casa cheia escondeu o rosto no pescoço da minha amiga.

Até que vi outras duas presenças se formarem atrás dela, era a da Arizona que dava a mão a outra menina que vestia uma jardineira com blusa florida por baixo e um all star branco. Eram filhas da Robbins e senti meu coração saltar pela boca por não saber como reagir a situação.

Eu queria largar tudo e correr dali, o que ela estava fazendo? Por que havia voltado? Tudo que a minutos atras estava perfeito transformou-se em uma confusão sem tamanho dentro de mim. Apenas tive forças para levantar-me escondendo-me atrás de todos. Meus amigos não esboçavam reação, escutei um "não vão falar nada?" vindo da Addison e todos entreolharam-se vendo quem seria o primeiro a tacar pedra em Judas, se é que alguém tinha coragem para tal feito com ela estando com suas filhas.

To be continued...

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