Quando tudo acontece

By Jessie2812

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Aline e Clara são duas amigas que, aparentemente, têm uma boa vida. Aline tem o emprego perfeito, o apartamen... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70

Capítulo 1

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By Jessie2812

Capítulo 01

A caixinha do teste estava em cima da pia do banheiro. Aline estava de olhos fechados, decidindo em silêncio o que fazer.
- Faz logo! – Clara pegou a caixa do teste de gravidez e entregou para a amiga – Acaba com essa agonia de uma vez. - Clara saiu do banheiro e jogou-se em sua cama. Agora foi a vez dela fechar os olhos.
No banheiro, as mãos de Aline tremiam apenas por pensar no resultado do teste. Ela respirou fundo e se obrigou a olhar: positivo. Aline estava grávida. Ela abriu a porta do banheiro e Clara levantou-se num pulo.
Aline não precisou falar nada. Os olhos marejados já foram resposta o suficiente. Clara pegou o resultado do teste e abraçou a amiga.
- O que eu vou fazer? – Aline perguntou entre lágrimas.
- Calma, vai dar tudo certo – Clara tentava consolá-la, secando suas lágrimas. – Mas você precisa contar para o Márcio.
- Ele vai surtar! – Aline soluçou e apertou o abraço.
Assim que ela se acalmou, Clara lhe deu uma carona até a casa de seu namorado.
Durante todo o caminho, Aline foi pensando em como contar para Márcio que estava grávida. Eles namoravam há oito meses e estava tudo ótimo. Pensando bem, a vida de Aline parecia perfeita. Ela tinha o emprego dos sonhos: era editora chefe da Palavra Escrita, a maior editora do país, morava em um apartamento moderno e, para completar, estava com o homem mais romântico do mundo. Então por que se sentia tão insegura para dar a notícia a ele? Márcio era o homem de sua vida, ela sabia disso. A gravidez a pegara de surpresa por ser um descuido e não algo planejado, mas não havia ninguém com quem Aline desejasse ter uma família além de Márcio.
Clara estacionou o carro em frente à casa de Márcio e Aline respirou fundo. Ela olhou para a casa que estava toda iluminada, porém, não fez menção de se levantar.
- Vamos. – Mais uma vez Clara a incentivou. As duas saíram do carro e foram até a porta, onde Aline tocou a campainha.
Instantes depois, Márcio abriu a porta. Ele usava uma calça de moletom preta e surrada e uma camisa branca. Sorriu quando viu as garotas na porta.
- Oi, meu amor – Ele deu um selinho em Aline e deu passagem para que elas entrassem. – Por que não avisaram que vinham?
Aline olhou para ele, mas não respondeu. Percebendo o desconforto da amiga, Clara resolveu intervir.
- Na verdade, não sabíamos...
- Aconteceu alguma coisa? – Márcio aproximou-se de Aline e observou seu rosto – O que foi?
- To esperando no carro – Clara disse e apressou-se em sair da soleira da porta. Por mas que quisesse ajudar a amiga sabia que, naquele momento, ela precisava fazer aquilo sozinha.
- Aline, o que aconteceu? – Márcio perguntou. Ela sabia que ele já estava começando a ficar nervoso.
- Eu to grávida.
Por um momento, Márcio ficou em silêncio. Depois jogou a cabeça pra trás e soltou uma gargalhada alta.
- Hilário! De quem foi a ideia? Da Clara, né? Aposto!
- Márcio, eu to falando sério. – Aline o encarou e as lágrimas voltaram aos seus olhos – Eu acabei de fazer o teste...
- Teste? – Márcio perguntou. Agora ele parecia entender. Olhava na direção de Aline, mas sua visão parecia desfocada.
- Sim, um teste de farmácia.
- Teste de farmácia pode falhar.
- Eu sei que sim. Mas a minha menstruação ta muito atrasada. De qualquer forma, eu vou ao médico.
- Você ta louca. Você não podia ter feito isso! - Ele passou as mãos pelos cabelos, bagunçando os fios escuros. - Nós não tínhamos planejado nada! – Márcio gritou a última parte e Aline se assustou, deixando as lágrimas rolarem livremente por seu rosto.
- Eu não fiz isso sozinha... – Ela disse num tom baixo, quase um sussurro.
- Você não pode fazer isso. Não pode! – Márcio andava de um lado para o outro em sua sala – Você não pode entrar na minha casa e dizer que ta grávida! – Ele a encarou por alguns instantes – Eu nem sei se é meu.
Aline sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Ela mordeu o lábio e franziu as sobrancelhas, mas as lágrimas não paravam de rolar por suas bochechas.
- O que você ta insinuando?
- Eu não sei com quem você dormiu!
- Eu não acredito que você ta falando isso! Como você pode pensar uma coisa dessas?! – Ela gritou. Queria por pra fora toda aquela humilhação e vergonha que sentiu. – Eu te amo, Márcio... Você sabe disso. – A voz de Aline falhou.
Márcio balançava a cabeça negativamente. Ele abriu a porta.
- Eu não sei de mais nada – Ele disse, segurando a porta aberta.
- Você ta me expulsando? – A visão de Aline ficou turva pelas lágrimas.
- Eu preciso pensar.
Aline sentia-se tonta. Não acreditava que estava passando por tal situação. Ela saiu da casa de Márcio e correu até o carro de Clara, que a esperava na porta.
- Eu posso quebrar a cara desse babaca se você quiser – Clara disse e Aline presumiu que a amiga ouvira a discussão. Óbvio, a vizinhança inteira devia ter ouvido a gritaria.
- Não, não. Eu só quero ir pra casa.

Já em sua casa, Aline contou em detalhes a conversa com Márcio. Reviver tudo aquilo fez com que sua tontura se transformasse em dor de cabeça.
- Eu não acredito! Ele não pode ter sido tão babaca a ponto de desconfiar de você. – Clara estava inconformada. Aline sabia que a amiga queria mesmo quebrar a cara de Márcio. Ela engoliu o comprimido para dor de cabeça com dificuldade e suspirou. Sentia-a exausta.
- Tudo bem. A gente pensa melhor amanhã. – Clara pegou a bolsa – Me liga se precisa de qualquer coisa. A qualquer hora, ta bem?
- Ta bem. Obrigada, Clarinha. – Aline agradeceu a amiga, que sorriu.
Sozinha em seu apartamento, seus pensamentos pareciam gritar. Aline realmente achou que sua cabeça iria explodir. Ela se arrastou para o quarto e vestiu a camisola mais confortável que encontrou. Na maciez de sua cama, Aline sentiu-se um pouco mais segura. Talvez Márcio realmente precisasse apenas um tempo para pensar. Ele a amava, certo? Os dois tinham 25 anos, namoravam há 8 meses e não se sentiam prontos para serem pais. Era normal uma reação exagerada da parte dele. Mas ela sabia que iriam enfrentar aquela situação juntos. Tinha certeza. Precisava ser positiva. E foi pensando nisso que ela adormeceu.

Na manhã seguinte quando o despertador tocou, Aline sentia-se ainda mais exausta do que na noite anterior. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, ela pulou da cama e correu para o banheiro e vomitou apenas bile, já que não tinha nada em seu estômago. Os enjoos estavam cada vez mais frequentes. Ela acionou a descarga e então entrou no chuveiro, deixando a água gelada escorrer por seu corpo. Fazendo as contas, Aline começou a lembrar-se da noite em que, provavelmente, havia engravidado.
Eles estavam em mais uma das festas organizadas por Clara, dessa vez na casa de Márcio. Aline era fraca pra bebida, e sabia que já estava bêbada. Márcio e ela estavam em um canto, a passagem que ligava a sala com a escada do segundo andar. Os amassos estavam cada vez mais quentes e, quando percebeu, ela já estava na cama do namorado. Márcio falou algo sobre não ter camisinha naquele momento. Mas eles ignoraram e transaram mesmo assim, já que ela tomava pílulas anticoncepcionais. Foi só no dia seguinte, quando acordou com o namorado dormindo ao seu lado, que sua consciência gritou: Aline não tinha tomado as pílulas por uma semana, porque o remédio acabara e ela não tivera tempo de comprar outra cartela. Ela respirou fundo e acalmou-se. Estava tomando as pílulas corretamente há um ano. Uma semana sem tomar não faria mal. Ela não seria a exceção da regra. Um mês depois, ali estava ela: a perfeita exceção da regra.


Aline estacionou o carro na garagem do prédio da editora. Respirou fundo três vezes, um hábito que estava tornando-se frequente. Ela dirigiu-se para o elevador e, um segundo antes de as portas fecharem, uma ruiva alta e esguia entrou.
- Bom dia – A ruiva disse com um sorriso e Aline retribuiu.
As duas desceram no 18º andar, Aline foi para sua sala e a ruiva foi para a recepção. Assim que sentou-se, o telefone tocou.
- Bom dia, Rosa.
- Bom dia, Aline. O Sr. Vasconcelos está te aguardando em sua sala.
- Tudo bem, já to indo. Obrigada.
Aquilo era estranho. Edmundo Vasconcelos, o dono, presidente e diretor da editora não costumava fazer reuniões tão cedo. Por um lado seria bom, ela não teria tempo para pensar em seus problemas.
- Com licença... – Aline bateu na porta que estava entreaberta e entrou – Bom dia, Sr. Vasconcelos.
- Bom dia, Aline. Senta, por favor.
Ela sentou-se e percebeu que a ruiva do elevador estava sentada ao lado de seu chefe.
- Aline, eu te chamei aqui porque tenho uma notícia. Quero que você conheça Graziella Montouro.
- Muito prazer – Mais uma vez a ruiva sorriu, estendendo a mão para ela.
- Aline Loretto – Aline aceitou a mão de Graziela e as duas voltaram a sentar.
- A Graziella fará parte da equipe da Palavra Escrita – O Sr. Vasconcelos continuou – Ela é a nossa nova editora-chefe.
Até então, Aline estava com um sorriso estampado no rosto e assentindo para as palavras que ouvia.
- Editora chefe? – Ela repetiu e seu sorriso desfez-se.
- Quero que você entenda que nós e principalmente eu, adoramos seu trabalho. Você é uma excelente profissional, Aline. Mas eu estou com novas ideias para a editora e a Srta. Montouro tem esse perfil.
Aline mordeu o lábio. Aquilo estava mesmo acontecendo?
- Eu sei que você conseguiria executar este novo projeto perfeitamente. Mas, como eu disse, você é uma ótima profissional e não quero mudar sua visão. Por isso ficarei imensamente honrado em te indicar para outras editoras.
Sim, aquilo estava mesmo acontecendo. Aline pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhou de seu chefe para a ruiva, que ainda sorria.
- Si-sim, Sr. Vasconcelos – Ela gaguejou – Eu entendo sua escolha, temos que pensar no bem da editora. – Aline forçou um sorriso e levantou-se – Com licença, eu vou arrumar minhas coisas.
Estava prestes a entrar em sua sala, quando sentiu uma mão em seu ombro.
- Aline, será que podemos conversar? – Graziella perguntou. Ela mantinha o sorriso no rosto e Aline já estava ficando com vontade de lhe dar um soco na boca. Ninguém sorria tanto assim!
- Claro.
- Olha, eu sei que não nos conhecemos. Mas não queria que você tivesse uma impressão errada de mim. Sei que deve ser péssimo ser demitida de surpresa, mas você tem razão quando diz que temos que pensar no bem da editora. Eu conheço seu trabalho, apesar de não ter trabalhado no Brasil nos últimos anos. Sei que você é boa, mas o Vasconcelos quer renovar a editora. E eu estou trazendo as tendências literárias da Europa. É apenas isso: eu tive sorte com o mercado lá fora.
Aline não conseguia mais ouvir a voz daquela mulher. Não naquele momento, com tanta coisa em sua cabeça.
- É isso, Graziella. – Aline a interrompeu – Você ta certa. Você teve sorte e eu não.
Aline entrou em sua sala e bateu a porta com força. O que estava acontecendo em sua vida?! Ela queria gritar. Queria pegar a cabeça de Graziella e bater com a cabeça do seu, agora, ex chefe. Queria dar uns bons tapas em Márcio, por ser tão insensível.
Márcio.
Ela pegou o celular e não havia nenhuma ligação perdida ou mensagem dele. Aquilo só a deixou com mais raiva ainda. E mais preocupada, já que agora estava grávida e desempregada.
Lentamente esvaziou suas gavetas, guardando suas coisas em uma caixa que Rosa, sua secretária, havia levado para ela. Foram três anos naquele escritório. Aline sabia que era incrivelmente jovem para ser editora-chefe, mas estava ali desde sempre. Começou por baixo, era estagiária e então foi crescendo. Quando tornou-se editora-chefe, fora muito antes do que planejava. Adora seu trabalho, adorava aquela empresa. Três anos fazendo seu melhor para que a Palavra Escrita fosse a melhor editora do país, e agora pareciam anos em vão. Simplesmente para que uma ruiva magrela aparecesse e roubasse todo o eu esforço.
Aline rapidamente despediu-se de seus colegas de trabalho, odiava despedidas. Só conseguiu respirar fundo quando estava sozinha em seu carro.

Pela primeira vez em três anos, estava em casa às 9 horas da manhã em um dia de semana. Aline colocou a caixa com seus pertences do escritório em cima do balcão da cozinha jogou-se no sofá. Pegou o celular e estava decidida a ligar para Márcio. Por quanto tempo ele iria ignorá-la?
Porém, sua decisão foi interrompida pelo toque do interfone.
- Fala, Jerônimo... – Aline atendeu o porteiro.
- Dona Aline, tem um moço aqui querendo falar com a senhora.
- Um moço? – O coração de Aline disparou com a simples ideia de ser Márcio querendo conversar com ela. Não fazia sentido pedir para Jerônimo interfonar e fazer toda aquela cena, já que ele tinha acesso livre ao seu apartamento. Mas mesmo assim, ela já estava eufórica.
- Isso, ele ta dizendo que é proprietário do apartamento.
- Ah... Ah. – Toda sua euforia se esvaiu em questão de segundos. – Tudo bem, diz que eu to descendo.
O proprietário do apartamento? Como era mesmo o nome dele? Elton? Evandro? Elias! Mas o que ele queria? Não podia simplesmente ter telefonado, ou mandado um e-mail?
Aline desceu os 12 andares olhando fixamente pra tela do celular, esperando que ele fosse tocar a qualquer segundo.
- Aline! – O proprietário do apartamento praticamente gritou, assim que a garota saiu do elevador.
- Elias? – Ela o cumprimentou, mas soou como uma pergunta. Os dois foram até as pequenas poltronas que ficavam no hall da portaria.
- Tudo bem com você? – Elias perguntou, apertando a mão de Aline freneticamente.
- Bem, bem... – Ela puxou a mão – E você? O que o traz aqui?
- Eu to ótimo! E o que ma traz aqui é uma notícia maravilhosa.
Notícia maravilhosa. Aline estava precisando de algumas.
- O Jonas, o meu filho mais velho, vai se casar.
- Que bom – Aline conseguiu sorrir - Parabéns para ele.
- E é aqui que você se encaixa. Ele e a mulher virão morar no apartamento.
Aline piscou uma, duas, três vezes.
- Eles vão morar comigo? – Ela arriscou, já com medo da resposta.
- É claro que não! – Elias abanou o ar – Eu vim aqui pedir pra que você saia do apartamento.
Aline estava roendo a unha do dedão e então teve uma crise de riso. Era muita falta de sorte pra uma pessoa só! Aquilo só podia ser carma.
- Você tem uma semana pra tirar suas coisas daqui, tudo bem?
- UMA SEMANA?! – Aline gritou – Não! Você não pode fazer isso, Elias! Eu preciso de mais tempo.
- Na verdade, eu posso sim. Está no contrato, e você assinou. – Elias tirou do bolso uma cópia dobrada do contrato e entregou para Aline. A garota leu as letras miúdas e se estapeou mentalmente por não ter feito isso um ano antes.
- Te vejo em uma semana – Elias sorriu e deixou Aline afundada na poltrona amarelo mostarda.

Então era isso. Alineestava grávida, desempregada e praticamente sem teto. O que fazer quando tudoacontece e seu mundo todo parece desabar?
Ela não conseguia pensar. Já tinha chorado tanto que se sentia seca. Pegou achave do carro e quando percebeu já estava na casa dos pais.
- Filha! – A mãe abriu a porta e a abraçou. E foi o que bastou para elaentender que ainda tinha muitas lágrimas para chorar.
- O que aconteceu? – A mãe perguntou enquanto as duas sentavam-se à mesa dacozinha. Aline soluçou e o pai entrou pela porta, o que só fez com que a garotachorasse mais. Estava prestes a desapontar as duas pessoas mais importantes desua vida.
- Eu fui demitida – Ela começou pelo menos pior. Ser demitida era horrível, masela iria encontrar outro emprego.
Seu pai sentou-se na cadeira ao lado de sua mãe e ela lhes sobre o queacontecera no escritório aquela manhã.
- Você não precisa se preocupar com isso, minha filha. – A mãe começou aconsolá-la – Você sabe que logo terá outro emprego.
- Eu sei que você adorava aquela editora – O pai disse – Mas existe algo melhorpra você.
- E fui despejada – Aline disse em um soluço.
- Despejada?! Por que? Você não pagou o aluguel? – A mãe perguntou de uma vezsó e Aline contou a história do proprietário do apartamento.
- Filha, as coisas vão se ajeitar. Você pode ficar aqui até encontrar outracasa e outro emprego – A mãe disse, e ela já estava abraçando Aline.
- Não é só isso... – Aline levantou os olhos. Ela tinha certeza que seu pai nãoaceitaria. Para ele, gravidez era só depois do casamento. – Eutográvida. –Aline disse tudo muito rápido e sentiu os braços da mãe ficarem rijos ao seuredor.
Ela podia jurar que o ar na cozinha ficara mais densos e ela prendeu arespiração. Olhou para o pai bem a tempo de vê-lo inspecionar suas mãos.
- Cadê o anel? – Ele perguntou, já coçando a barba. Aquilo era um péssimosinal.
- Pai...
- Arthur...
Ela e a mãe disseram ao mesmo tempo. As duas já sabiam o que estava por vir.
- Pai, eu não to noiva. Eu não vou casar.
- Mas é claro que você vai casar. Se você ta grávida, você tem que casar.Aliás, onde está o menino? O Márcio? Cadê ele?
- Pai, ele não ficou nada feliz em saber disso. Na verdade, eu soube ontem.Contei pra ele e a gente brigou. Ainda não nos falamos.
- Aline, você vai casar.
- Pai, isso não é uma opção agora.
O pai bateu a mão com força no tampo da mesa, fazendo com que o pequeno vaso devioletas pulasse.
- O que não é uma opção é minha filha grávida e solteira.
- Pai, por favor. Depois a gente conversa sobre isso. – Aline levantou-se – Euvou em casa pegar algumas coisas e já volto.
- Não.
- Não? – Aline perguntou – Não o que?
- Você não vai ficar aqui.
Aline olhou para a mãe e depois para o pai.
- É claro que ela vai ficar aqui, Arthur. Ela não tem pra onde ir.
- Na minha casa ela não fica. – Aline viu seu pai levantar-se e sumir peloscorredores da casa.
- Isso não vai ficar assim. Me espera aqui. – Sua mãe saiu gritando pelo seupai e Aline ouviu quando os dois começaram a discutir.
Tudo o que ela não precisava agora era que seus pais brigassem por sua causa.Não era justo. Ela não concordava com o pensamento arcaico de seu pai. Eraridículo ele pensar que uma mulher não podia ser mãe solteira. Mesmo assim, suagravidez não deveria ser motivo de briga entre os dois.
Ela não esperou sua mãe voltar.

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