Anna Karenina - Liev Tostoi

By TamyeSantos

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É um romance do escritor russo Liev Tolstói. A história começou a ser publicada por meio da revista Ruskii Vé... More

Nota Biográfica
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
CapítuloXVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Segunda Parte / Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Terceira Parte/Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
CapítuloXXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Quarta Parte/Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Quinta Parte/Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Sexta Parte/Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo v
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Sétima parte/Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV

Capítulo X

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By TamyeSantos

   O pintor Mikailov estava a trabalhar, como sempre, quando lhe entregaram os cartões de visita do conde Vronski e de Golenistchev. Pela manhã trabalhara no atelier num quadro grande. Ao voltar para casa, zangara-se com a mulher, porque esta não respondera como devia à dona da casa, que lhe exigia o dinheiro da renda. 

   — Já te disse vinte vezes que não tens que dar-lhe explicações! És uma estúpida e quando te pões a explicar em italiano, então ficas estúpida de todo — dissera-lhe depois de uma grande discussão. 

   — Mas também por que te atrasas tu tanto no pagamento? Eu não tenho a culpa. Se tivesse dinheiro... 

   — Deixa-me em paz, por amor de Deus! — exclamou Mikailov, com a voz embargada de soluços. 

   E tapando os ouvidos enfiou para o gabinete de trabalho e fechou a porta. "Que estúpida!", exclamou para consigo mesmo. Abriu uma pasta e pôs-se a trabalhar com afinco num apontamento principiado. Nunca trabalhava com maior entusiasmo e acerto como quando as coisas lhe corriam mal e sobretudo quando discutia com a mulher. 

   "Oh, diabos me levem!", pensava enquanto prosseguia no seu trabalho. Desenhava a figura de um homem num acesso de cólera. Já tentara antes esse mesmo desenho, mas não ficara contente. "Não, o outro era melhor. Onde estará?" Foi ao quarto da mulher e, carrancudo, sem olhar para ela, perguntou à filha mais velha onde estava o papel que lhes dera. Acabaram por encontrar o papel com o desenho, mas sujo e cheio de pingos de estearina. Mesmo assim Mikailov pegou nele e pô-lo em cima da mesa. Depois, afastando-se e piscando os olhos, principiou a olhar para ele. De súbito, sorriu e bateu palmas alegremente. 

   — É assim! É assim! — exclamou. Pegando num lápis pôs-se a desenhar célere. Uma nódoa de estearina dava à figura nova atitude. Enquanto desenhava, Mikailov lembrou-se do rosto enérgico e proeminente do comerciante a quem comprava os cigarros e aproveitou-o para modelo do homem que desenhava. Desatou a rir, muito contente. 

   Subitamente, a figura, até aí morta e artificial ganhou vida e uma vida tão intensa que já nada a podia modificar. A figura vivia; clara e indiscutivelmente, podia dizer-se terminada. Era possível corrigir o apontamento segundo as exigências dessa figura, até podia, devia mesmo colocar-se-lhe as pernas de maneira diferente, mudar a posição da mão esquerda e repuxar os cabelos para trás. No entanto, ao proceder a tais correções, Mikailov não modificaria a figura, desprezando tão somente o que a ocultava. Era como se afastasse véus que a não deixavam ver. Cada novo traço lhe dava mais relevo, mostrando-a em todo o seu vigor, tal como se lhe aparecesse, a ele, Mikailov , a forma humana que a nódoa de estearina lhe fizera conceber. Ria de satisfação.

   Acabava ele, cuidadosamente, este desenho quando lhe trouxeram os dois cartões de visita. 

   — Já vou! Já vou! — respondeu. Depois passou pelo quarto da mulher. 

   — Bom, basta, Sacha, não estejas zangada — disse-lhe, com um sorriso terno e tímido. — Ambos tivemos culpa. Eu arranjarei tudo. 

   Reconciliado com a mulher, enfiou um paletó cor de azeitona, de gola de veludo, pegou no chapéu e dirigiu-se ao atelier. Esquecera-se do desenho. Já não pensava noutra coisa senão na visita daquelas grandes personalidades russas, que de carruagem vinham admirar-lhe o quadro, esse quadro que ele, no seu foro íntimo, considerava único no gênero. Não que o julgasse superior aos de Rafael, mas a. impressão que ele produzia afigurava-se-lhe completamente nova. No entanto, apesar dessa convicção em que estava, convicção que datava do dia em que principiara o quadro, atribuía grande importância à opinião do público e a expectativa desses ruídos perturbava-o até ao fundo da alma. A mais insignificante observação em apoio do seu ponto de vista causava-lhe raptos de entusiasmo. Atribuía aos críticos uma profundeza de vistas que ele próprio não tinha e esperava vê-los descobrir no quadro aspectos que ele próprio ainda não reparara. 

   Avançava em passo largo e logo se sentiu surpreendido, apesar da emoção, com a presença de Ana, a qual, de pé à sombra do portal, conversava com Golenistchev e observava o artista. Este, sem mesmo ter disso consciência, imediatamente aferrolhava algures no cérebro a impressão que acabava de ter e de lá viria a exumá-la um dia como o mento do homem que lhe vendia charutos.

   As descrições de Golenistchev predispuseram mal os visitantes para com o pintor, e o certo é que o aspecto exterior deste logo veio reforçar a prevenção em que estavam. Com o seu andar agitado e a sua gorda cara vulgar, onde a arrogância lutava com a timidez, esse rapagão atarracado, de chapéu castanho, paletó cor de azeitona e calça apertada, desagradou-lhes sobremaneira. 

   — Dêem-me a honra de entrar — disse ele, fingindo um ar indiferente, enquanto abria para os visitantes a porta do atelier.

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