Ninguém pode reescrever as estrelas
Como podemos dizer que você será meu?
Tudo nos mantém separados
E eu não sou o única que você deveria encontrar
Não depende de você
Não cabe a mim
Quando todos nos dizem o que podemos ser
Como podemos reescrever as estrelas?
Diga que o mundo não pode ser nosso
Esta noite
Rewrite the stars - Zac Efrom e Zendaya
O tempo passava rapidamente em Hoth. Com a base Echo razoavelmente reparada, eles começaram a fazer viagens para colocar sentinelas na esperança de estarem atentos aos intrusos.
Rey saiu em uma dessas viagens, mas sendo mais acostumado com as areias quentes de Jakku, ela não se deu bem no frio. Então ela estava confinada na base até que houvesse motivos para enviá-la para o mundo, continuando os reparos e ajudando a tornar a base viável.
Ela e Ben, não conseguiam mais se ver. E aquilo a entristecia, por mais que aquele vínculo entre eles fosse confuso e inconveniente, vê-lo era reconfortante ao seu coração.
A rotina permaneceu a mesma durante as primeiras semanas que estavam lá, até que Leia puxou Rey de lado e levou-a para um dos salões congelados que integravam a base.
- Eu estava procurando esse lugar desde que chegamos aqui. Ela explicou, um brilho muito excitado em seus olhos. - Você sabe que encontramos inúmeros hangares aqui com naves que nós esperamos reparar, mas eu jurei que me lembrava de um hangar vazio no momento do ataque. Você precisa de algum lugar para treinar, Rey. Pratique seu controle sobre o Força. Claro que você ainda não tem sabre atualmente para usar, mas você ainda pode praticar o combate. - Ela parou por uma porta grande e sorriu para Rey, que pela primeira vez em um tempo, estava compartilhando a emoção. Ela precisava praticar. Leia tinha dito a ela que precisaria se ensinar, mas quase não havia tempo nem espaço para esse assunto.
A porta se abriu e o Rey viu que o lugar era enorme. Havia grandes estruturas de ferro e as paredes eram recobertas por feita gelo como o resto da base. Ao contrário da maioria dos hangares, o local estava relativamente intacta. Alguns pedaços de gelo arrasaram o chão e pareceu terem movido alguns objetos para ela usar. Poe e Finn estavam dentro das barras de balanço em um outro na tentativa de bater uns aos outros.
Leia entrou e fez um gesto para que Rey seguisse. - Poe e Finn concordaram em ajudá-la a treinar.
Os meninos pararam ao som de seus nomes e, como de costume, Poe estava sorrindo para ela. - Nós seremos seus oponentes no treinamento! - Falou animado.
- Eu concordei? Estou sendo forçado. - Finn sorriu e deu um passo à frente. - Eu não queria fazer parte disso.
- Finn... - Poe falou seu nome num tom de repreensão.
- Poe, eu não espero que você entenda. Rey é muito forte. Acabará com a gente!
Rey sorriu ameaçadoramente para ele e o abraçou. - Obrigada Meninos!
- Este será seu refúgio, Rey. Os únicos permitidos aqui são quem você decidir. - Leia deu um sorriso divertido. - Você pode expulsá-los se eles se comportarem mal.
- Eu acho que o castigo físico pode ajudá-los a aprender melhor. - Rey riu. Seu refúgio. Isso pareceu bom para Rey. Um lugar privado onde ela poderia se concentrar e treinar. E uma desculpa para bater em Finn e Poe.
Naquela noite, depois do jantar, Rey se banhou. Soltou os cabelos desfazendo o coque soltando os fios enquanto relaxava. Minutos depois retornou ao quarto, vestiu uma roupa e se preparou para ir para ir dormir. Assim que se assentou sobre a cama elevou o travesseiro. Rey ainda mantinha com sigo o cristal Kyber do sabre de luz quebrado de Luke. Seus olhos se estreitaram pelo Cristal. Antes de jogar as peças do antigo sabre fora, pensava em uma forma de repará-lo, mas agora seu desejo era fazê-lo do zero. Manteve o cristal para que ele seja a fonte de energia de seu próprio Sabre.
Uma nova presença interrompeu seu pensamento e Rey virou-se, quase gemendo à vista de Ben Solo mais uma vez.
- Ben! - Rey saltou da cama e caminhou quase que invadindo o espaço dele. Tinha uma enorme vontade de abraçá-lo, mas se conteve. Podia sentir uma grande alegria ao vê-lo de novo.- Pensei que não nos veríamos mais...
- Já falei para não me chamar de Ben... - Disse ele sério. - Apesar de achar que não devemos mais nos ver, fico satisfeito por estar bem.
Rey sabia que por trás daquela face indiferente e impassível de Supremo Líder, havia um homem que se importava com ela, mas algo nele não parecia bem. Seu olhar estava exaurido, parecia esgotado.
- Aconteceu alguma coisa? Você está bem?
- Estou bem. - Ele proferiu apenas. Seu olhar estava endurecido.
- Não me parece, não minta pra mim Ben. - Ela se aproximou dele e deslisou as pontas dos dedos pela cicatriz rosada em seu rosto, um toque o fez estremecer. Os olhos de Rey eram determinados, brilhantes e não deixavam o seu. - Posso te sentir... - murmurou baixinho.
- Essas conexões inconvenientes, incomodas! Isso não pode voltar a acontecer.
- Ben... - Ele estremeceu com o som de seu nome como se lhe trouxesse dor física. A mão dela seguiu para cima, seus dedos ágeis afagaram algumas mechas do cabelo negro dele. Até que tocou sua testa na dele.
- Eu e você.... - Ele relutou, separou-se dela. Caminhando até próximo a sua cama. - Não percebe que vamos nos destruir ainda mais levando isso a diante? Quando nos reencontramos novamente somente um de nós sairá com vida. E não é da minha vontade machucar você.
- Não precisa ser assim Ben...
Ele a interrompeu rispidamente.
- Não precisa!? Você podia ter aceitado minha oferta e hoje podíamos estar no mesmo lado. Governando a Galáxia. Juntos.
- Não Ben. Seu lugar não é junto à Primeira Ordem. Seu lugar é junto à resistência. Junto à sua mãe. - Pausou olhando pela janela a sua frente. - Comigo.
- Tire essa ideia fraca de que eu me unirei à resistência algum dia. Desista! - Ele parecia inquieto. Andava de um lado para o outro até que ficou frente à frente com a Jedi. Ela podia sentir dele uma enorme curiosidade crescente, ao mesmo tempo ele sentia ternura provinda dela. Ficaram se encarando até que este quebrou o silêncio.
- O que quer de mim Rey?
Ela não o respondeu, ou apenas ignorou, porque em vez de se afastar dele, se aproximou e sem prévio aviso, ficou na ponta dos pés, pegou o rosto do Cavaleiro e o beijou. Kylo Ren se paralizou por completo ao sentir os tímidos lábios dela sobre os seus. Não se atreveu a mover um músculo, por temor a peder a pouca razão que tinha, mas isso não lhe serviria muito. Com a mesma rapidez com que esses lábios se possaram sobre os seus, se afastaram de novo, levando com eles seu autocontrole. Um beijo terno, doce e inocente. Apenas isso bastou, apenas um pequeno roce de seus lábios e sua mente deixou de funcionar, acabando com o pouco controle que tinha, dando passo ao seu instinto, a seus desejos e a seus sentimentos. Rey encostou a palma das mãos sobre aquele tórax musculoso, querendo assimilar o que estava acontecendo nesse momento em seu coração, ao mesmo tempo em que se perguntava se Ben estaria passando pelo mesmo. Kylo Ren a abraçou pela cintura e voltou a beija-lá só que desta vez impondo um ritmo mais intenso. Ela só pôde se pressionar contra ele para deixar que aquele calor que sentia começasse a expandir ao sentir como suas mãos varonis começavam a explorar seu corpo de maneira ansiosa, em meio a um abraço que lhe impedia de fugir, se assim desejasse. Para ele o melhor de tudo é que ela correspondia o beijo com a mesma intensidade e devoção. E ele com a respiração entrecortada, sentia a necessidade de explorar cada detalhe daqueles suaves lábios. Nunca sentiu ao beijar uma mulher que o coração fosse sair do peito, nem que a desejasse de tão forma... Não sabia, só compreendia que não desejava deixar de beijá-la. Seus pensamentos estavam uma verdadeira bagunça. Após separar seus lábios dos de Rey, contragosto, lhe acariciou o rosto com suavidade mantendo suas testas juntas até que sua respiração se regularizasse.
- O que eu sinto pode ser errado... - Sussurrou - Mas pode ter certeza, não vou desistir de você.
- Rey... - Disse ele a repreendendo. - Teimosa!
- Shiiii... - Ela pegou sua mão e caminhou com ele até a cama de casal. O fez se deitar e deitou-se ao seu lado frente à frente. Uniu sua mão a dele no leito. - Precisa descansar...
O viu fechar os olhos ainda tenso, e depois de algum tempo em silêncio ouviu a voz dele.
- Boa noite Rey.
Continua...