- Você saberia me dizer se ele é.. hm, gay?
- Ki é alguém que nunca se relacionaria com você! - exclamou bravo e saiu andando depressa para longe do outro rapaz, deixando Daniel com uma expressão confusa e sem a mínima ideia de porque o outro mudara de humor tão rapidamente.
Para piorar, o menino não tinha ânimo algum para aula, e aquilo além de incomum, deixava-o com vontade de gritar e chorar, e estar em qualquer lugar menos na escola, e fora por isso que ele se espreitara, longe dos olhares dos professores e fiscais, em direção à piscina coberta. Ninguém teria aula ali hoje, ele estaria salvo pelo resto do dia.
Thomas era tão horrível assim? Era tão horrível a ponto de o garoto que ele gostava dar-se ao trabalho de conversar com ele apenas para que pudesse conseguir informações sobre seus amigos?
A sensação era a pior do mundo! Ele sabia que aquilo passaria, mas as vezes, ele só queria ser como Ki, ou Will, ou até mesmo Dylan, porque eles eram adolescentes normais, e as pessoas falavam com eles apenas pelo prazer da companhia, mas com Thomas não! Claro que não, Sangster era apenas um pombo correio que ao olhar de todo o resto da escola servia apenas para repassar informações sobre seus amigos.
A situação era ridícula, mas ele oficialmente tornara-se o típico adolescente que mata aula por consequência de seus problemas sociais, mas ele nem conseguia se importar com aquilo!
Estava tão irritado, triste e com a auto-estima machucada de formas que nunca estivera antes.
Thomas estava tão confuso, mas recusava-se a chorar! Não! Não ia chorar só porque o cara por quem tinha uma queda estava interessado em seu amigo.
Ele não ia chorar, mas também não voltaria para a aula, nem iria para a casa antes do horário normal, sua mãe suspeitaria que havia algo errado.
No final, Thomas apenas colocou seus fones de ouvido e deitou-se no quinto degrau da única arquibancada que tinha ali.
Suas músicas preferidas soavam baixinho, e por isso ele podia ouvir ao fundo o barulho das mini ondas da piscina, e aquilo era estranhamente reconfortante para alguém tão confuso como ele.
O garoto não sabe dizer quando adormeceu, mas lembra-se exatamente de quando foi acordando aos pouquinhos depois de perceber que seu fone direito fora arrancado de seu ouvido, e que quando abriu os olhos tudo o que pode ver foi Daniel encarando-o como se o rapaz fosse de outro mundo.
- Você fica fofo quando dorme. - o outro sorriu, e depois riu divertido ao que assistia Thomas levantar-se apressado e sentar-se de qualquer jeito no degrau onde antes estava deitado. Ele estava corado, e tomou uns segundos para enrolar seus fones em volta do celular e pausar a música que tocava.
- O que? - perguntou confuso. Aquilo era um sonho, certo? Só podia ser! O rapaz de quem ele gostava, o mesmo garoto que demonstrara claramente estar interessado em Ki, estava ali, chamando-o de fofo? Impossível. E que merda Daniel estava fazendo ali? - O que você tá fazendo aqui?
- Uma prova. - contou, e apressou-se em completar ao que viu a expressão ainda confusa do outro. - Para o time de natação, estou tentando entrar desde que cheguei, e consegui agendar um teste para hoje. - ele deu de ombros.
Thomas sorriu e acenou a cabeça concordando, não tinha o que dizer, a situação era desconfortável demais para ele, e porque diabos Sherman estava sendo tão legal?
Ele nunca admitiria que estava errado no que fez, mas sabia que havia sido um babaca, e geralmente quando você é babaca com alguém, as pessoas não tendem a retribuí-lo com gentileza.
- Vai ter uma comemoração, - Daniel puxou assunto outra vez. - Mais tarde, na casa de um dos caras, seria legal se você fosse.
- Comemoração do que? - quis saber. Thomas estava confuso, confuso para caralho, mas se Sherman estava convidando-o para uma comemoração ele deveria aproveitar, não deveria?
- Pra todo mundo que passar no teste e entrar no time, e para quem não entrar também, - riu divertido. - Eu posso ir te buscar, se não tiver problema para você.
- Não, problema nenhum. - sorriu tímido. - Quando vai ser?
- Hoje, assim que acabarem os testes. - e mesmo que a consciência de Sangster gritasse, "Hoje!? Mas hoje é segunda-feira!", a sua consciência não tão consciente gritava de volta "Só hoje!" e "É a porra do crush", ele cedeu.
- Que horas? - perguntou.
- Entre as cinco e seis da tarde, - deu de ombros. - Apenas me dê seu número que eu te mando uma mensagem quando estiver indo. - sorriu, estendendo seu celular desbloqueado na direção do menor, que prontamente pegou o aparelho e digitou seu número ali. - Obrigado, - ele agradeceu, pegando seu celular de volta. - Agora se não for ser grosseiro demais, o treinador pediu para que alguém viesse tirar o "vagabundo que está dormindo na arquibancada " da arquibancada, - sorriu tímido e Thomas quis esconder-se em um buraco, com toda a situação que acontecera ali, ele esquecera-se de como aquilo começara de fato.
- Eu sinto muito! - desculpou-se agitado, - Você poderia me dizer quanto tempo falta para acabarem as aulas? - quis saber. Estava perdido, sem noção nenhuma de quanto dormira, e a ficha caíra só agora de toda a situação pré-Daniel.
- Já acabaram, há uns vinte minutos. - o rapaz contou e Thomas deu um pulo assustado, pondo-se de pé e se apressando em juntar todas as suas coisas antes de sair correndo dali, sem dizer mais nada. - Te vejo mais tarde! - Daniel gritou, e Thomas torcia para que o rapaz tivesse-o visto acenar em concordância porque estava ocupado demais correndo para fora dali para dar-se ao trabalho de responder.
Por sorte, o rapaz chegara a tempo de pegar o ônibus e não perdera seu único meio de ir embora dali.
Quando chegou em casa, estava feliz, e durante o almoço sorria igual um bobo, o que consequentemente deixara sua mãe feliz também, tornando ainda mais fácil a conversa sobre sua saída mais tarde.
Depois de almoçar, o garoto deitou-se em sua cama e jogou video-game até quase três e meia, sem incomodar-se quando Dylan chegou e colocou o som do seu rádio no último, ou quando Ki e Will mandaram mensagens e ligaram para ele seguidas vezes, e só desviando a atenção de seu jogo quando seu celular apitou.
Era uma mensagem de Daniel.
"Eu passei :), estarei ai dentro de duas ou três horas."
Thomas sorriu satisfeito e respondeu um breve "Nos vemos mais tarde :)", ele não fazia ideia do que estava acontecendo ali, mas não podia ser algo horrível, podia?
Claro que não!
O adolescente jogara um pouco mais antes de finalmente tomar um banho e ir se arrumar, e agora, quatro e quarenta e cinco da tarde, num silêncio absurdo ja que O'Brien desligara a música quase uma hora atrás, ele estava parado em frente ao seu guarda-roupas com absolutamente nada que fosse bom o suficiente para vestir em uma festa a qual ele ia com Daniel.
Merda, droga, cacete!
O rapaz bufou irritado.
- Mas que merda. - exclamou antes de jogar-se na cama.
- Tá tudo bem ai? - Dylan gritou da outra janela.
Ótimo, era só o que lhe faltava, ótimo dia para que Dylan resolvesse se importar com os dilemas da vida do vizinho.
Ele o ignorou, mesmo sabendo que aquilo não teria efeito algum.
- Eu vi você andar de um lado pro outro nessa merda de quarto por quase meia hora, eu estava ouvindo seus passos! - reclamou, desta vez, a voz estava mais perto e Thomas tinha certeza que o outro estava agora debruçado sobre a janela.
- Não foram nem dez, você tá exagerando! - ele gritou de volta.
- O que está acontecendo com o meu vizinho preferido? - perguntou, e Sangster desistiu de ignora-lo, levantou-se da cama e debruçou-se sobre sua janela também, assim como Dylan fazia com a dele.
- Eu não faço ideia do que vestir para uma festa. - resmungou e o outro riu alto.
- Uma festa, você? - perguntou debochado. - Em uma segunda-feira?
- Você é um idiota, Dylan. - esbravejou, - Nunca se esqueça disso. - declarou irritado antes de fechar as cortinas de seu quarto.
- Ei, Thomas! - o outro chamou. - Me desculpa! Vamos resolver isso, eu posso te ajudar! - gritou, e depois grunhiu frustrado ao perceber que continuaria a ser ignorado.
Dylan demorou dois minutos para ficar quieto, mas ficou, Thomas ouviu-o sair do quarto, e depois voltar, e fuçar em todas as suas coisas, mas Sangster não ousou abrir as cortinas. E nem precisou! Cerca de quinze minutos depois de toda a agitação algo foi atirado para dentro de seu quarto através da janela e tirou a atenção de Thomas que acabara por voltar-se mais uma vez para seu guarda-roupa depois da quase briga.
Era uma sacola plástica, e tinha algumas peças de roupa dentro, e antes que Thomas pudesse pega-la, outra atingiu-lhe o peito, e outra foi jogada, mas desta ele desviara as pressas.
- Que merda é essa? - ele gritou, abrindo as cortinas e observando Dylan prestes a jogar uma quarta sacola pra dentro de seu quarto.
- Roupas! Eu disse que podia ajudá-lo. - declarou como se fosse óbvio. - A fechada com o durex preto é perfeita se você for para a festa na casa do Jonas, o que eu duvido, porque você nem o conhece. A com a fita verde se for para a casa de um dos jogadores de futebol, mas lá começa só depois das dez da noite, então acredito que também não seja. - começou a explicar. - A sem fita é uma roupa mais Thomas, é simples, mas é bonita e tá cheirosa, essa aqui, - mostrou a sacola em suas mãos. - É o que eu ia usar na comemoração do time de natação, mas fico feliz em cedê-las para você!
- Hm, - Thomas considerou suas opções, já estava quase atrasado, e saindo às segundas-feiras, basicamente já estava no inferno, e não faria mal algum abraçar o capeta e aceitar ajuda de seu vizinho. - Me deixe ver essa então. - estendeu as mãos para que Dylan pudesse jogar a sacola em suas mãos, e assim o moreno o fez.
- Vai para a comemoração? - ele quis saber. - Me consegue uma carona?
- Não. - retrucou antes de fechar as cortinas outra vez.
- Mal agradecido! - Dylan gritou.
- Obrigado pelas roupas! - gritou de volta e riu sozinho, sim, ele fora um pouco mal agradecido, mas era Dylan, não havia problema algum. Não eram melhores amigos, mas tinham intimidade o suficiente para que aquela situação não ficasse estranha e destruísse a pouca relação que tinham.
Sangster se vestiu e, meu deus, ele estava bonito! Bonito de verdade, com a calça jeans clara e justa, bom, quase justa, já que as coxas de Dylan eram consideravelmente mais grossas que as dele, a camiseta preta lisa e o moletom vermelho vinho que cobria a camiseta e trazia o perfume marcante de Dylan. Até sapatos O'Brien tinha mandado para ele! Eram uns adidas surrados, inteiramente vermelhos.
Talvez ele devesse se vestir assim mais vezes, mas não teve muito tempo para pensar naquilo porque uma buzina soou lá fora, e ele correu na direção do seu celular, desconfiado de que pudesse ser sua carona.
Merda! Era Daniel, ele havia mandado mensagem cerca de dez minutos atrás.
O adolescente enfiou o celular dentro do bolso do moletom e saiu às pressas, parando no final da escada rapidamente para que pudesse gritar um "Até logo, mãe!" e ir embora dali.
Lá fora, a carranca que formou-se em seu rosto era culpa inteiramente de seu vizinho, que estava debruçado sobre a janela do carro de Daniel, mas pior ainda de ter Dylan ali, foi quando Thomas chegara ao lado do moreno e pudera ver Ki sentado no banco da frente, ao lado de Sherman, e Will no de trás.
Ambos sorrindo para ele como se fosse a coisa mais legal do mundo ele ir para aquela comemoração.
Thomas não sabia como ninguém além de O'Brien havia notado sua decepção e um tanto de angústia também, ou se haviam até notado e só preferido ignorar, mas o seu vizinho fora o único a tomar uma atitude na tentativa de acordá-lo de seu transe e deixá-lo minimamente confortável.
- Ei, Tommy, parece que arrumamos a mesma carona! - riu divertido, abrindo a porta traseira do carro e entrando no mesmo, enquanto puxava Thomas por uma das mãos para que o outro não cometesse nenhum ato de qual se arrependeria depois, tipo fugir sem falar nada.
Dylan sabia que o outro fazia muito isso, e mesmo que não admitisse, costumava se arrepender depois.
No meio tempo em que Sangster sentou-se no carro e fechou a porta muita coisa aconteceu.
Muita mesmo.
Ki virou-se para trás e sorriu feliz para o amigo, cumprimentou-o com um "Oi, Thomas! Estou feliz que esteja indo com a gente." e voltou-se para frente outra vez. Daniel murmurou apenas um "Oi, Sangster.", o que fez com que o adolescente quisesse matá-lo, não gratuitamente, mas por ele ter sido o responsável por enfiar-lhe naquela situação. Will quis abraça-lo, mas Dylan estava sentado entre eles, e Poulter odiava Dylan O'Brien muito, muito mesmo, então tudo o que ele fez foi acenar com uma das mãos e sorrir para Thomas.
E assim que a porta se fechou, aconteceu a coisa mais estranha de todas, a qual fez o estômago de Sangster revirar sem entender nada do que acontecia ali.
Seu vizinho passou o braço direito por cima de seus ombros e deu um beijinho em sua bochecha, antes de parar os lábios bem próximos ao ouvido do outro.
- Vai ficar tudo bem, Tommy. - Dylan sussurrou. - Eu não entendi a cara de morte que você 'tava, mas vai ser legal, eu juro.
AAAA TEVE ATT DE THE DUFF SIMMMM!!!!
vocês podem agradecer muito a pessoinha que foi nas minhas conversas e pediu toda fofa para ter att sendo que ela poderia ter simplismente dito "a mds aline sua embuste atualiza logo porque faz um ano essa merda", e como ela não fez isso eu percebi que eu era um monstro e que vocês merecem muito mais do que eu que não atualizo as fic parece que nunca, MAS DE QUALQUER FORMA EU AMO VOCÊS NÃO ME TROQUEM ❤️️
espero que tenham gostado do capítulo!!