Sai do quarto de Cristopher muito corada e corri pra o meu quarto, onde tentei lembrar da noite anterior.
Então as memórias da noite anterior vieram a tona, lembrei da festa e do facto de eu ter ficado estranha depois de beber aqueles sucos... Droga com certeza a Alicia, ela disse - me que eram sucos, ela me enganou, é isso que da ser muito ingênua também lembrei do beijo que Cristopher me deu
E também lembrei da conversa daqueles dois, meu Deus eles pensam em roubar o Cristopher.
Na noite da festa quando fui correndo ao banheiro enquanto procurava um cheguei até uma porta e ouvi Alicia e Luciano falarem de um roubo que pretendiam fazer a construtora
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Entrei no escritório assim que Cristopher sussurrou um entra , olhei pra ele e disse que queria lhe contar algo , Cristopher meio preocupado perguntou do que se tratava
Eu fiquei um tempo fitando ele sem conseguir dizer nada até porque se tratava do seu amigo
— fale esposa - me incentivou a continuar,respirei fundo e comecei
— ... O... Han... Luciano e Alicia estão planejando um golpe contra a construtora - falei rápido e ele levantou - se irritado
— o que?
— Luciano e a esposa querem arrancar muito dinheiro da construtora eu os ouvi falar ontem na festa.
— não pode, como pode ter tanta certeza? você ontem estava bêbada - acrescentou
— eu sei muito bem o que ouvi Cristopher, e se não quiser acreditar o problema é seu mas pelo menos eu alertei você - rebati
— Não pode - falou incrédulo
— Cristopher investigue com calma e me dara razão - falei saindo do escritório
Ele está pensando que eu sou uma mentirosa? Ele não me conhece mesmo, só espero que ele descubra cedo ou vai acabar perdendo tudo.
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— amiga obrigada por vir - falou Mari me abraçando assim que entrei
— Não tem de que amiga, estas sozinha em casa? - perguntei
— sim - falou sentando - se no sofá com uma empolgação grande — tenho algo pra te contar.
— fale logo antes que eu apanhe um infarte - falei me sentando e ela riu
— é que sabe aquela bolsa de estudo pela qual tenho concorrido desde o ano passado? - eu fiz que sim com a cabeça já imaginando o que estava por vir
— eu consegui entrar - gritou e eu a abraçei
— que bom amiga... Pena que é em Londres, você sabe que eu não vivo sem você - tentei segurar as lágrimas e ela me abraçou e também chorou junto comigo.
— a distância não poderá mudar nosso amor, e sempre que poder eu estarei aqui até porque aqui é onde têm a minha família - falou forçando um sorriso.
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Era manhã de quarta feira acordei esfomeada então fui pra cozinha comer alguma coisa antes de ir pra faculdade
— bom dia Paula - cumprimento — que cheiro é esse?
— estou fritando ovos senhora, está tudo bem?
— Não, fiquei enjoada com esse cheiro - falei tomando água
— enjoada? Será que a senhora está grávida? - falou Paula e eu praticamente vómitei a água
— o que ?
— sim, eu sei que você é o senhor Cristopher não estão no melhor momento mas eu vi alguns dias atrás o senhor Cristopher a sair do quarto da senhora de noite - nesse momento as imagens daquela noite vieram a minha cabeça
— me desculpe se fui inconveniente - ela disse e eu fiz uma careta pelo enjôo que só aumentava, e ela disse mais — a quanto tempo está enjoada?
— faz alguns dias , eu não posso estar grávida , têm que ser um erro.
— e a sua menstruação senhora? Está atrasada?
— minha menstruação sempre foi de atrasar - falei pensando que talvez este mês o atraso estivesse demasiado.
— senhora faça um teste pra ter certeza e veja pelo lado positivo um bebé traria felicidade para a casa - eu fiz que sim com a cabeça e não mas tomei o Pequeno almoço pelo enjôo,e por parte Paula tinha razão talvez um bebé descongelassse o gelo que está no lugar do coração de Cristopher
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Eu estava no meu quarto ajoelhada frente a cama olhando para aqueles aparelhos, talvez eu diria que era um erro se os cinco testes feitos não dessem todos positivos.
Depois das aulas fui logo para farmácia comprar e corri pra casa pra fazer o teste e aconteceu o que aconteceu, com toda certeza eu fiquei gravida naquela noite quando aquele homem me estuprou porque foi o único dia que não usou proteção.
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— Cristopher precisamos conversar - falei assim que ele entrou no quarto , eu estava o esperando
— o que faz aqui? - falou tirando o casaco — o que quer?
— eu estou grávida - falei antes que perdesse coragem e ele riu sem vontade
— o que? Como assim, que merda é essa? Que tipo de mulher é você?... Você não usa medicamentos? - gritou
— que tipo de mulher sou eu? Cristopher você me estuprou...
Por uns segundos ele não disse nada e vi sua face se suavizar. Só mesmo por uns segundos.
— vai dizer que não quis - falou com desdém e eu perdi todas as minhas forças. Literalmente.
— você é um monstro - cuspi as palavras
— Eu não quero seu filho, faça com ele o que quiser mas eu não o quero, eu não quero uma criança que tenha o sangue do assassino do meu pai – eu só o fitava incrédula — já chega pegue suas coisas e desaparece da minha vida , eu vou mandar os papéis do divórcio e mas também vou te dar uma boa quantia em dinheiro.
— não preciso de nada seu, fique com o seu dinheiro sujo que nem você. - falei e sai dali
....❤
— senhora o que foi ?- perguntou Paula assim que eu a abraçei chorando
— Paula ele é um monstro, não quer o filho dele.
— então está mesmo grávida? - falou ainda me abraçando
— sim , mas vou - me embora amanhã cedo, ele me expulsou da vida dele - falei desfazendo o abraço.
Cristopher me expulsou de sua vida e eu não podia fazer nada.
— Lamento muito, senhora - falou triste — esse homem vai acabar ficando sozinho - falou Paula amargurada.
....❤
Já era manhã e quando eu me despedi dos empregados não vi Cristopher ele não saiu do quarto, mas se calhar foi melhor assim, que Deus tenha misericórdia dele.
....❤
— Pai? - o chamei assim que eu entrei em nossa casa. Achei estranho porque a porta não estava trancada por dentro — papai - tornei a chamar colocando minhas malas ao chão
Então caminhei até ao quarto de meu pai, e não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo.
— PAPAI... Não! - gritei.
....
Continua....
É muito fácil fechar os olhos quando não se gosta do que se vê. Mas ainda assim não a certeza de que aquilo não é real.