Acordo na manhã seguinte torcendo para isso tudo ter sido apenas um daqueles pesadelos horríveis, mas não, entre suspiros e suspiros sinto o cheirinho de bacon invadir meu cérebro pelas minhas narinas.
Alex: Ava? acordou? - ele bate na porta.
Ava: Sim, entra.
Alex: Nossa, você é ainda mais linda de manha cedo, assim que acorda - ele senta na cama e pega na minha mão.
Ava: Alex, não me faça me arrepender de ter aceitado ficar aqui.
Alex: Garanto que não ira se arrepender. - ele põe a mão na minha coxa.
Ava: Alex para! - eu grito me afastando.
Alex: Ava... me desculpa, eu...
Ava: Me deixa sozinha, preciso tomar um banho - levanto e me viro de costas pra ele.
Alex: Ava... - ele vem em minha direção - eu não sou igual seu pai, eu NUNCA faria algo se você não quisesse - ele poe a mão nas minhas costas.
Ava: Ta bom - me afasto de novo - entendi, agora da licença por favor.
Me tranco no banheiro e choro, choro muito, mas choro tanto que meus olhos ficaram muito inchados e vermelhos, eu não estava nada bem.
Desço as escadas atrás de um café e me deparo com uma mesa linda.
Beth: Oi Ava, tudo bem? Seja bem vinda - sou recepcionada por uma senhora muito gentil e bonita.
Ava: Oi, tudo bem, muito obrigada, desde já agradeço muito a hospitalidade.
Beth: Que nada, fique a vontade ok? Vou trabalhar crianças, até mais tarde.
Ficamos ali tomando café até dar a hora de ir pra escola, Graças a Deus é nosso ultimo ano.
Vamos pra escola e encontro Stacy pelo corredor.
Stacy: Manaaaa - ela corre pra me abraçar - como você tá?
Ava: Sis! Oi, tô bem - digo tentando disfarçar.
Stacy: Bem nada, dá pra ver na sua cara que não dormiu direito, onde você tá ? Qual hotel?
Ava: Então, eu tô na casa do Alex, ele me ofereceu abrigo até eu arrumar um emprego.
Stacy: Ava, sério isso? Tem certeza disso?
Ava: Certeza certeza eu não tenho, mas eu preciso - digo tentando parecer confiante, mas não estava nem um pouco.
Ao fim da aula espero Alex na saída, afinal nós sempre teremos que ir juntos pra casa agora.
Alex: Oi, como foi a aula?
Ava: Ruim, como sempre são as aulas.
Alex: Calma que tá acabando... Calma...
Ava: Tem razão.
Alex: Ava, eu pensei numa coisa - nós paramos de andar enquanto ele fala - você tem 17 né?
Ava: Sim ué, porque?
Alex: Você é de menor então, isso é abandono de incapaz, seus pais não podem fazer isso.
Ava: Ah Alex... Você acha que eu não sei disso?
Alex: Mas então, você pode ir até a polícia.
Ava: Eu sei
Alex: Então porque não vai?
Ava: Eles estão errados, eles devem correr atrás de mim.
Depois da conversa irritante e chata que tivemos chegamos em casa.
Alex: Ah, lembrei de uma coisa, tenho uma surpresa pra você.
Alex corre pro quarto dele que agora é meu e pega uma coisa, esconde atrás de si mesmo e me pede pra fechar os olhos.
Ava: Oque é? Pode abrir?
Alex: Pode.
Quando abro os olhos, vejo uma chave nas mãos dele.
Ava: Oque é isso?
Alex: Uma chave lerda, não tá vendo - ele ri.
Ava: Eu sei idiota, mas de onde?
Alex: Aqui de casa, afinal você não precisa me esperar todo dia pra vim pra casa - ele põe a chave em minha mão.
Ava: Alex, isso é demais né. - devolvo a chave pra ele - eu só estarei em sua casa quando você estiver.
Alex: Ava, isso não é necessário, você mora aqui agora.
Ava: Para para para! Para de lidar como se eu realmente morasse aqui, sou uma convidada, uma convidada muito abusada se aceitar uma chave de sua casa, SUA - aponto para ele - casa - vou dormir um pouco, tô cansada.
Entro no quarto e me tranco. Percebo que nem isso posso fazer afinal esse quarto é dele, as roupas dele ainda estão aqui, tudo dele está aqui, Meu Deus oque eu faço?
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