Only God can judge you

By rakeool

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Um romance de faculdade. Nenhuma novidade. Acontece toda hora. Mas não com Lorena, cristã fervorosa que nunca... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Especial: They call you monster
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 13

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By rakeool

No resto de meu dia, eu apenas fui para as aulas que me restavam, e li meu livro durante os pequenos intervalos. Aquele tinha sido um dia intenso, bem mais do que eu esperava. Caminhei até o prédio dos dormitórios e senti meu celular vibrar, peguei-o e olhei as mensagens.

[5:38 PM] Jade: Cara, o que foi aquilo?

Eu nem notei que a Sam tava lá :v

Tenso.

Ei, você tem alguma coisa pra fazer pelo resto do dia? Tô com vontade dar uma saída.

Todas as minhas aulas já tinham acabado, tecnicamente eu estava livre, mas eu tinha que estudar.

"Mas... eu poderia tirar esse tempo de descanso, e estudar amanhã" pensei. Minhas provas começavam daqui a pouco mais que uma semana, seria bom aproveitar um pouco do meu tempo livre antes de começar a estudar. Só que, olhando por outro lado, eu não deveria sair com a Jade. Ela tem claro interesse em mim e compromete meu cristianismo, isso não seria certo.

Ah, e eu tenho namorado.

Só que... Eu não preciso ver as coisas desse jeito, certo? eu poderia sair com ela só como amiga. Por que afinal, não é isso que ela é? Não sei, eu acho que sim.

Refleti por mais alguns segundos olhando pra tela do meu celular, e por fim pensei "É, acho que não tem problema". Então mandei uma mensagem:

[5:43 PM]: Não tenho não

Geralmente, eu tomaria um chá nesse horário lá na Inglaterra

Que tal se a gente for numa lanchonete?

Ela me respondeu quase que na mesma hora.

[5:43 PM] Jade: ótimo! Me encontre no portão da Brown.

• • •

Fomos até a lanchonete e sentamos numa mesa. Eu pedi um brownie e um chá, e Jade uma torta de chocolate com morango e uma coca-cola.

"Ela não senta de perna cruzada" reparei, ela também colocava os cotovelos em cima da mesa as vezes. Minha mãe me mataria se me visse comendo assim.

Ela estava usando uma blusa curtinha de um tom de azul bonito, era meio claro, sei lá, senti vontade de perguntar qual era o nome daquele tom de azul.

Argh, porque eu tinha que reparar tanto nela?

— Cara. — Jade quebrou o silêncio, e deu uma garfada no prato. — Essa torta é muito boa.

— Deve ser. — Respondi, e dei um gole do meu chá, olhando pra ela de canto de olho. — Eu só não sei como você bebe isso. — Apontei pra latinha de coca dela. — Isso é veneno.

— É. — Ela tomou um gole. — Mas é gostoso. — Deu uma risadinha.

Era estranho sair assim com ela, aquilo parecia um encontro, e aquilo definitivamente não podia ser um encontro. Comi meu brownie e dei mais um gole do meu chá. De qualquer jeito, foi bom sair um pouco pra relaxar depois de um dia cheio que nem aquele, e a companhia dela era... Digamos que... agradável.

Observei um cara entrar na lanchonete. Ele usava uma camiseta preta, estampada com uma figura estranha. Em cima do desenho, o título "Hora do Pesadelo". Jade uma risadinha.

Ela tinha um sorriso bonito.

"Lorena, chega." Pensei.

— O que foi? — Perguntei confusa.

— É que... — Voltou a rir. — Isso me lembrou da vez que eu vi esse filme de terror com minha irmã. Ela gritou o filme inteiro. — Contou, soltando mais um risinho. — Até hoje eu zoo ela por isso.

— Ah. — Lembrei de meu irmãozinho. A gente nunca viu um filme de terror, mas ele vivia me fazendo ver os filmes que ele gostava. — Eu nunca vi um filme de terror.

— Quê?! — Jade quase pulou pra trás. — Nunca?!

— Não, nunca. — Peguei um guardanapo e limpei o canto de minha boca.

— Como assim?! Filme de terror é muito bom, cara. — Recostou na cadeira. — Por que você nunca viu?

— Sei lá, falta de interesse. — Dei de ombros.

— A gente devia ver um, tipo, agora. — Ela falou abrindo um sorriso.

— Quê?

— É! — Ela respondeu entusiasmada. — Tem um filme em cartaz, bora ver!

— Agora?! — Perguntei, confusa.

— Sim, agora! — Ela respondeu. — Ah lobinha, por favor. — Ela fez um biquinho.

— Não. Todas as sessões agora terminam tarde, é melhor não. — Constatei, firme.

— Ahh... Agora eu entendi. —Jade se inclinou para frente e colocou os dois cotovelos na mesa.—
 Você não quer ir porque você tá com medinho.

— O quê?! Claro que não! — Rebati, rapidamente.

— Tá sim! Mas não precisa ter medo não, lobinha, eu te protejo.— Ela deu um sorrisinho malicioso, eu revirei os olhos.

— Eu já disse que eu não tô com medo. — Neguei, convicta.

— Ah é? Eu não acredito em você. — Provocou.

— Ah então é assim? — Cruzei os braços, determinada.— Tudo bem, bora ver esse filme aí, e eu vou te provar que eu não tô com medo.

Ela deu um sorriso vitorioso.

— Beleza.

• • •

Fomos pra um shopping meio pequeno, quase que não tinha muita fila pro cinema.

— Qual é o nome desse filme mesmo? — Perguntei, olhando os cartazes.

— It, a coisa. — Ela respondeu. Já estávamos na fila, era quase nossa vez.

Argh.

Eu não acredito que eu, Lorena Leslie, estava num encontro com Jade Chermont.

Não, isso não pode ser, isso é só um cinema entre amigas, e nada mais.

Chegou nossa vez, então Jade se adiantou e foi comprar os ingressos, fui atrás.

— ... Sim, a de 6:50. — Respondeu ao atendente, selecionando as cadeiras. — Ok, eu vou querer o combo com a pipoca também.

O rapaz assentiu.

— São U$22,50. —Ele falou.

Achei minha carteira e peguei uma nota de 10 dólares e uma de 5. Tentei entregar, mas Jade me impediu.

— Não, deixa que eu pago.— Ela explicou.

E isso parecia cada vez mais um encontro.

— Não precisa, eu tô com dinheiro aqui. — Insisti. Eu definitivamente não queria que ela pagasse.

— Preciso sim. — Ela se apressou e entregou o dinheiro pro atendente, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa a respeito.— Pronto, já era.— Abriu um sorriso vitorioso.

Argh, isso era uma encontro.

Não, isso não podia ser um encontro, eu nem gosto dela. Não.

— Você é impossível, Chermont. — Neguei com a cabeça. — Eu te pago depois então.

— Com certeza. — Concordou, pouco convencida. — Agora Vamos, já tá na hora da sessão.

• • •

Nossas cadeiras eram no fundo da sala, fomos até lá e nos sentamos. Poucas pessoas entraram depois, mas a sessão ficou pelo menos metade cheia.

Os trailers começaram, peguei um pouco da pipoca, no colo da Jade, e prestei atenção nos trailers.

— É nessa hora que os casais se pegam, sabia? — Jade se inclinou pra mim e falou.

— Menos, Chermont. — Falei, irritada.

Ela deu uma risadinha.

Continuamos assistindo. Tinha um que me chamou atenção, de um filme novo de Star Wars. JayJay teria adorado, Diana também, aparentemente.

— Cara, eu quero muito ver esse. — Jade falou, olhei pra ela, ela nem tirava os olhos da tela durante o trailer.

— É, claro. — Murmurei, tentando disfarçar a falta de animação.

Passaram mais dois trailers, dois de animações, e um de um filme com o ator do velozes e furiosos e o Jack Black, esse parecia bom.

E enfim começou o filme.

Logo no início apareceu uma criança, "Ele vai morrer" pensei. Quer dizer, eu não sabia como filmes de terror funcionavam exatamente, mas eu acho que ele ia morrer. O menino tinha um irmão pequeno que saiu na rua sozinho, isso ia dar merda, com certeza.

E do nada, APARECEU UM PALHAÇO NO BUEIRO.

— De onde veio esse palhaço!? — Perguntei, baixinho.

— Sei lá. — Jade pegou uma mão de pipoca. — Tô assistindo ao mesmo tempo que você.

Ok, continuei vendo. A cena era meio tensa, mas era suportável, nada que desse pra morrer de medo.

E o garoto meteu a mão no bueiro.

Ah, não é possível.

E com um gesto completamente brusco e inesperado, o palhaço arrancou o braço dele.

— AHHH! — Gritei, e notei que Jade também fez o mesmo.

Gente, meu deus do céu tá repreendido o que é isso.

Tá, continuamos com o filme. Passou-se mais uns 30 minutos. Apesar da descrição tosca que eu dei, o filme era bem interessante na verdade, e até engraçado as vezes. Confesso que fiquei um pouco assustada e tensa em algumas cenas, mas nada de mais.

Fui pegar um pouco de pipoca do balde, notei o braço dela no apoio de braço.

Coloquei meu braço no apoio ao lado do dela. E senti uma vontade súbita de pegar na mão dela.

"Não, para"

Voltei a atenção ao filme, para não pensar nisso. Mas a verdade é que por algum motivo, eu queria muito pegar na mão dela. Argh, essa sensação é horrível.

E veio outra cena de susto.

— AHH! — Soltei um grito.

Notei Jade rindo ao meu lado.

Ah, não, de jeito nenhum. Não iria mais gritar, eu não ia dar esse gostinho a ela. Mas um pouco do filme se passou, e veio outra cena assim, e eu quebrei minha promessa. Só que dessa vez, ela gritou também, e quase que se jogou em mim.

E acabou agarrando minha mão por impulso do susto.

E ela continuou assim, isso não estava certo, mas não reclamei, afinal, era só um amiga ajudando a outra, não é? Era o que o minha consciência me dizia. Mas meu corpo, sentia uma coisa completamente diferente.

Ai, merda.

O filme se passou, ele era bem legal, tipo, mesmo. Eu tomei mais alguns sustos, alguns a mais que ela, admito, mas não muda o fato de que ela também se assustou.

E o filme acabou. Cara, o filme era bom mesmo! Eu realmente não esperava isso, mas valeu a pena, o filme era muito bom.

Saímos da sala juntas.

— Esse filme foi muito irado! — Jade exclamou, rindo. — Além de que, agora que a gente viu, posso chegar a conclusão. — Abriu um sorriso convencido. — Você tava com medinho sim!

— Eu?! — Soltei uma risada. — E você gritando lá era o quê? Euforia? Alegria? Você tava era com medo também! — Provoquei de volta.

— Eu não tava com medo.— Negou, rindo.

—Tava sim!— Rebati. — Não adianta negar, eu vi você gritando lá, mocinha.

— É ok, talvez um pouquinho sim.— Deu de ombros. — Mas você tava com MUITO mais.

— Não tava não! — Eu sabia que era verdade, mas ok.

—Ah, bom. Só faltou você se jogar em mim de tanto medo, tadinha! — Disse, dramaticamente.

— Ah, e fui eu que me joguei em cima de você?! — Cruzei os braços.

Ela deu um risada.

— É, ok, não. — Virou pra mim com um sorriso malicioso. —Mas eu teria gostado.

— Idiota.— Dei um tapinha no braço dela.

Saímos do shopping, e fomos pela rua conversando sobre o filme, o shopping não era muito distante da Brown, era uns 10 minutos andando, chegamos bem rápido.

— Chegamos. —Jade falou, por fim. — Quer que eu te acompanhe até seu dormitório?

—Ah, tanto faz.— Dei de ombros.

Ela foi comigo. Já era de noite, a gente tinha ficado um bom tempo na rua. Andamos com calma até o dormitório, e sinceramente, eu não queria que a gente chegasse. Passar esse tempo com ela era muito bom, de um jeito que nunca tinha sido com o André, a Débora, ou com ninguém antes. Jade era legal, divertida, engraçada, é como se cada segundo que eu passasse com ela, eu tivesse mais certeza de que era isso que eu queria. E eu nunca tinha conhecido alguém que me fizesse me sentir assim.

— E... Aqui estamos! Dormitório 407! —Jade fez um gesto dramático, na frente da porta do dormitório. — Está entregue.— Disse, com um sorriso de canto de boca.

Dei um risadinha também, destranquei a porta e entrei devagar, eu realmente não queria que aquilo acabasse.

— Tchau, Jade. — Me despedi, antes de fechar a porta.

— Ei! Espera! — Ela interrompeu a porta de bater, assim que ela ia se fechar.

— O que foi? —Perguntei, confusa.

— É que... — Jade passou a mão pela cabeça, parecendo nervosa. — Hoje... Foi muito dahora. De verdade.

— É, não foi nada mal. — Concordei, me controlando pra não falar tudo que eu realmente achava.

— Sério... E-eu... Gostei muito. — Abriu um sorriso envergonhado.

— E-eu também. —Respondi, sentindo meu rosto corar com o sorriso. Merda.

Ela sorriu.

— Então até a próxima, lobinha. — Se despediu.

—Até.— Respondi, batendo a porta rapidamente antes que ela notasse meu rosto vermelho. Fechei os olhos. Merda. Merda, merda, merda.

Ok, eu definitivamente gostava dela, mas... Era só como amiga? Não podia ser de outro jeito, eu sabia que não, mesmo se fosse a coisa que eu mais quisesse no mundo. Vai contra os meus princípios.

Suspirei, tentando não pensar naquilo, e notei que estavam lá, Diana e Zoey, me encarando em silêncio absoluto.

— Você... E a Jade... Saíram juntas? —Diana quebrou o silêncio. Sem resposta.

— Ai meu Deus! — Zoey gritou, eufórica. Torci para que ela não tivesse ouvido do lado de fora. — Eu quero que você me conte T-U-D-O!

Ai meu Deus.

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