Além do Inevitável

By katyauthor

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Ao ser sequestrada e torturada, Holly finalmente é resgatada por Jack - como já era de ser esperado. O que el... More

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By katyauthor

            Nunca vi tanta neve como antes, e era cruel acordar todo dia e enfrentar aqueles blocos de gelo por toda cidade. Mas, aqui estou eu, caminhando com um copo quente cheio de café até o escritório com botas confortáveis e quentinhas, junto com meu suéter e um sobretudo pra ajudar a me esquentar.

Seria um longo dia de trabalho e eu precisaria de toda paciência para finalizar tudo antes do recesso da empresa. Oh, sim. Teríamos um recesso e Greg estava muito animado.

Owen informou que o recesso é feito pela maioria das empresas pois há os feriados e festas de fim de ano, por isso não compensava vir, em plena chuva de neve. Eu não iria discordar, eu precisava de uma folga depois desses longos seis meses.

Jack e eu nos falamos durantes esses dias por mensagens e breves telefonemas, já que não nos vimos desde o seu aniversário. Aparentemente ele precisou viajar para correr a tempo, pois sua empresa também teria recesso. Ele parecia exausto, porém, Jack nunca deixava o trabalho pra depois. Ele poderia morrer de cansaço, mas ele continuaria trabalhando. Era apenas como ele funcionava.

Chegando no escritório, encontro Greg mexendo no controle do aquecedor.

— Bom dia!

— Bom dia, chefe — responde, distraído. — Que diabos, esse aquecedor está com defeito!

Sorrio de leve e aproximo, vendo que ele estava apertando pra aumentar a temperatura.

— É o botão debaixo, querido. Ou você está querendo fazer um cover de pinguins da Antártida?

Greg solta um risada debochada e começa a apertar o botão correto.

— Tudo bem, sabe-tudo — brinca, revirando o olho.

Caminho em direção à minha sala e coloco minha bolsa na poltrona do canto e jogo fora o copo de café vazio. Greg vem até minha sala com a agenda profissional e começa a falar:

— Você tem uma conferência com o pessoal de Londres agora nove horas. Owen pediu pra avisar que chegará uns quinze minutos atrasado pois ele estará indo em uma reunião logo cedo e... que letra é essa? — ele estreita os olhos para as anotações da agenda. — Ah, é a minha! Escrevi correndo... mas aqui diz alguma coisa de fotos, contrato e mídia.

Sorrio.

— Quer dizer que eu preciso avaliar as fotos de algum cliente que resta, fazer o contrato e solucionar os problemas de mídia. Falei ontem pra você — lembro-o, colocando o sobretudo no encosto da minha cadeira e ligando o aquecedor da minha sala.

— Certo — diz ele, fingindo lembrar. — Você precisa da pessoal?

— Por favor!

Greg anda a passos largos até sua mesa, retornando com uma agenda diferente. Ou como denominamos: a pessoal.

— Hoje não tem nada, mas semana que vem você tem a prova de vestido de madrinha e daqui duas semanas... nasce o bebê da Tibby, está escrito bem grande — disse Greg, mostrando a página toda rabiscada.

— Eu estou muito animada — bato palmas, sorrindo de orelha a orelha.

— Já tem ideia do sexo? — pergunta Greg, também ansioso.

— Não — suspiro. — Ela e Dan combinaram de saber na hora.

— Eu acho que é uma menina — ele diz, sentando-se na cadeira de frente pra minha.

— Urgh, ela será uma mini Tibby. Imagina como vai ser difícil aguentar uma cópia nova?

Greg ri.

— Você continuará sendo a titia favorita — disse, dando uma piscadela e saindo da sala.

Meu celular apita e recebo mensagem de Jack.

JACK: Retornei para Nova York ou meu jatinho foi pro Polo Norte por engano?

Eu gargalho e recebo outra.

JACK: Falando nisso... já pensou na minha proposta? Ainda aguardo sua resposta.

No aniversário de Jack, semana passada, ele havia sugerido de fazermos uma viagem a sós para um lugar praiano. Depois da surpresa que fiz para ele, Jack frisou em todos os momentos essa tal viagem.

Lembro que liguei para Tibby e conversei com ela – enquanto ela comia uma barra de chocolate – sobre a viagem e tudo o que ela dizia era:

Você precisa parar de perguntar pra uma mulher grávida o que fazer. Meu estado emocional vacila a todo instante. Acho que você deveria ir pra refrescar essa mente, transar muito naquelas ilhas chiques e, Deus, aquelas massagens. Holly, eu daria tudo pra ter uma massagem agora ou de dormir de bruços!

Eu rio sozinha só de lembrar.

Toda vez que eu me convencia de que não era a melhor coisa a se fazer no momento, havia uma vozinha dizendo "para de pensar, vá". No fundo... eu ouvia mais essa vozinha do que a razão que dizia pra ficar.

✕✕✕

Depois da conferência das nove, Owen e eu caminhamos até minha sala... onde repassei tudo com ele. Como Owen fazia as viagens internacionais, fazendo as propostas com as empresas da Grã Bretanha, eu tomei ciência dos fatos e concordamos em fazer ano que vem um maior rendimento e maior porcentagem. Estávamos decididos em crescer mais e imigrar pra Europa.

Pego meu celular para verificar alguma mensagem de Jack, mas o que me assusta são as trinte e duas ligações de Dan para o meu celular. Meu coração congela.

— Owen, aconteceu alguma coisa — digo, tremendo ao procurar retornar para Dan.

— O que houve?

O telefone toca algumas vezes e eu aperto o ramal de Greg.

— Greg, liga para Tibby. Se ela atender, passa imediatamente pra mim. Escutou?

— S-Sim, o que aconteceu?

— Eu não sei — digo, desligando o telefone.

— Não deve ser nada preocupante, Holly... — Owen tenta me acalmar.

— Trinta e duas chamadas é preocupante, Owen — digo, soando grossa.

Insisto em ligar para Dan pela incontável vez. Meu telefone de mesa toca e eu me sinto apreensiva:

— Tibby?

— Ela não está atendendo — Greg gagueja um pouco.

— Obrigada — e desligo de novo.

Não é nada demais.

É apenas Tibby reclamando de dores nas costas ou pela falta de chocolate.

Não é nada demais.

Mal percebo quando começo a andar pra lá e pra cá pois eu insisto em ligar para Danny e Owen parece nervoso. Quando, finalmente, Dan parece atender, eu grito no telefone:

— Dan, que diabos aconteceu?

— Holly... — sua voz é fraca, quase inaudível. Parecia que ele estava chorando.

— Dan, por favor, não me assuste... o que aconteceu? Onde está a Tibby? — pergunto, minha voz trêmula.

— Ela começou a sentir dores pela manhã e quando fui buscar o café da manhã, eu vi água por toda a casa. Ela estava andando pra lá e pra cá nervosa... quando vi, a perna dela escorria sangue — ele conta, tentando ficar calmo. — Corremos até o hospital, estamos aqui...

— Qual hospital? — pergunto, pegando minhas chaves e bolsa.

Mount Sinai Hospital — disse, informando o quarto.

— Chego daqui dez minutos — digo, desligando. Viro-me para Owen. — Owen...

— Vá, agora.

Eu o agradeço em algum momento, eu sei que digo algo para Greg porém não me recordo. Eu só penso em Tibby e no bebê. Eu só penso no sangue que Dan disse que viu. Eu só penso em dirigir até o hospital e dizer para Tibby que tudo ficaria bem.

Os quinze minutos seguintes foram um completo borrão. Eu sei que dirigi, eu lembro de entrar e sair do carro. Eu lembro de estacioná-lo em algum local perto do hospital. E lembro de falar com a recepcionista. Quando avisto Dan andando pra lá e pra cá, mexendo no cabelo como um louco, é quando percebo tudo à minha volta.

— Dan, onde ela está?

Ele se assusta, mas apenas me abraça chorando e gagueja:

— Ela está lá dentro, disseram pra mim que ela precisaria relaxar. A pressão dela estava muito alta, eu não sei... eu não compreendi mais nada...

— Tudo bem, tudo bem — tento acalmá-lo e ao mesmo tempo, me acalmar. — Vai dar tudo certo.

Dan e eu nos assustamos quando escutamos o grito de Tibby.

No mesmo instante, Dan entrou na sala e eu fui atrás.

A sala estava toda equipada com uma cama grande em que Tibby se encontrava gemendo e se debatendo. Uma médica estava sentada em um banco de frente para as pernas abertas de Tibby. Havia uma enfermeira verificando a pressão de Tibby e eu apenas olhava Dan correr até Tibby e colocar um cubo de gelo em sua testa suada.

— Senhora, por favor, volte para a sala de espera — disse uma outra enfermeira.

— Holly — Tibby grita. — AHHHH!

— Senhora...

— Vai pro inferno, que diabos está acontecendo? — eu grito com ela.

— Você é parente dela?

— Ela é a minha irmã, você quer fazer o favor de sair da minha frente? — digo, quase empurrando-a com minhas próprias mãos.

Tibby suava e gritava enquanto Dan segurava sua mão. Uma médica estava analisando alguma coisa... lá, e essa enfermeira ainda insistia em me expulsar pra fora.

— Senhora, ela está tendo contrações e está quase tendo o parto...

— Contrações? Parto? — Franzo a testa. — O parto está marcado pra daqui duas semanas! Como...

Tibby solta mais um grito e quando avanço, novamente a enfermeira me bloqueia.

— Sei que está apreensiva, mas é normal. As dores são gigantescas, mas precisamos fazer nosso trabalho para que sua irmã e o bebê saiam bem — disse ela.

— O que quer dizer com isso? — franzo a testa para ela.

— A pressão dela está muito elevada, isso... — ela para de falar. — É melhor você ficar na sala de espera.

— Eu não posso ficar lá, ela precisa de mim!

— E nós precisamos fazer nosso serviço — disse ela, duramente. — Eu prometo que ela está em boas mãos. E deixarei você ser a primeira a falar com ela quando o bebê nascer...

Meus olhos transbordam e eu vejo Tibby gritar de dor. A médica disse algum termo técnico que eu não entendi e uma outra enfermeira ajudou-a com algo. Olho para a enfermeira da minha frente.

— É melhor mesmo que vocês cuidarem deles — digo, a voz trêmula do choro e aponto pra enfermeira. — Ou eu levo vocês pro inferno junto comigo.

A enfermeira dá um pequeno sorriso.

— Pode deixar.

Eu limpo algumas lágrimas e grito para eles, caminhando para fora:

— Dan, cuida deles! Tibby, vai ficar tudo bem... ouviu? Vai dar tudo bem, querida. Não tenha medo, vai dar tudo certo...

Tibby olha pra mim com lágrimas, ela arquejava e suava. Ela não conseguia falar, ela só gritava.

A enfermeira fecha a porta na minha cara e eu encosto na porta – chorando e com medo.

— Holly — escuto uma voz profunda vinda do corredor e ao avistar Jack, eu corro até seus braços. Ele me abraça apertado, ouvindo meu choro. — Greg me ligou, disse que você pediu pra me ligar. Ela vai ficar bem, Holly. Ela é forte.

Eu pedi pra ligar?

Se era ou não verdade, eu não conseguia falar. Jack me apertou em seus braços e deixou-me chorar.

— Você está gelada, não trouxe um casaco? — perguntou, quando neguei com a cabeça, ele suspirou. — Vamos pegar um café pra aquecer.

— Eu não posso sair daqui — afasto devagar, minha voz falhando.

Jack me observa e concorda com a cabeça, acariciando minha nuca.

— Então eu vou buscar o café pra você, tudo bem?

Concordo com a cabeça novamente e ele sorri de leve, beijando minha testa antes de sair em direção ao andar debaixo.

Começo a andar de um lado para o outro, fazendo uma oração baixinha para Deus tivesse misericórdia com minha amiga e o bebê. Orei baixinho para que sua dor sessasse. Orei baixinho para que Jack retornasse com o café pois eu precisava dele.

Enviei mensagem para Greg, perguntando se realmente eu havia dito para ligar para Jack. Minutos depois, ele me responde.

GREG: Você gritou comigo dizendo pra avisá-lo e ainda disse que estava pensando onde iria estacionar, depois gritou 'foda-se' e saiu do prédio. A recepcionista me ligou informando que você atropelou um homem e quando ele te xingou, você levantou o dedo e saiu andando até o carro. Você não lembra?

Que diabos?

HOLLY: Não. Vou ver isso com a Dra. Doty... mas obrigada.

GREG: Rick já teve esses blackout. Ele disse que quando ficava pilhado com algum trabalho, ele acordava de madrugada pra fazer e quando acordava, o trabalho tinha vários erros ortográficos, mas era coerente ao que era exigido.

GREG: Tibby é forte, Holly. Vai dar tudo certo. Qualquer coisa pode me chamar, eu resolvo tudo por aqui. Xoxo

✕✕✕

Seis copos de cafés, um donut e um paletó de Jack depois, eu continuava nervosa. Dan vinha de meia em meia hora pra informar. Aparentemente parto normal demorava de oito à doze horas e haviam passado seis horas desde que eles chegaram e faziam quatro desde que eu cheguei. Meus olhos estavam vidrados e Jack parecia ansioso.

— Você precisa comer, Holly. Tem um restaurante...

— Eu não penso em comer, Jack — me irrito. — Eu queria estar lá! Ela precisa de mim! — Grito, levantando-me do banco e voltando a caminhar pelo corredor.

Outra mulher entrou no quarto ao lado tendo contrações fortíssimas e, naquele momento, parecia uma competição de gritos.

Dan apareceu, suando:

— Oito centímetros... a médica disse que não corre mais perigo, a pressão dela está normalizando.

Eu suspiro em alívio, sentindo a mão de Jack massagear meu ombro tenso.

— Dan, escuta... eu não vou poder ver o parto. Eu sei que ela queria, mas, eu sei que ela gostaria que você estivesse. Então, eu espero que você esteja lá com ela, mesmo que ela quebre seus dedos — digo, fazendo-nos rir. Meus olhos se enchem novamente. — Cuide deles, por favor...

— Dou a minha vida por isso — ele diz, tranquilizando-me.

A enfermeira que me bloqueou de entrar, aparece na porta apreensiva.

— Senhor Reed, dez centímetros. Estamos prontos.

Dan arregala os olhos e parece trêmulo.

— Está na hora. Achei que estava preparado — ele diz, provocando um sorriso de mim.

— Você vai ser um pai incrível. Entre e esteja com a mulher incrível que está naquela sala — digo, controlando minha emoção.

— Boa sorte, Daniel — disse Jack, dando batidinhas nas suas costas de incentivo.

Ele agradece, entrando no quarto com determinação.

Eu suspiro, sentando no banco e Jack apoia uma mão na minha perna. Ele parecia tentar me acalmar de alguma forma, mas tudo o que eu escutava eram os gritos de Tibby e alguns sons vinha das orientações da médica, algo como "empurra" ou "vamos, Tibby", mas isso vinha de Dan também.

Minutos depois – ou horas, eu perdi a noção de tempo – um choro prematuro rompe o quarto e o corredor, alguns são gritos de felicidade. Jack e eu erguemos no mesmo segundo, aflitos e ansiosos, e assim que a porta se abre, a enfermeira nos deixa entrar.

Meu coração batia com tanta intensidade que eu acreditei na possibilidade de cuspi-lo pela boca. Meus olhos focavam na coisinha pequena nos braços de Tibby – que estava chorando e parecia feliz, ao mesmo tempo – e já não sei mais se eu estava chorando.

Ela estava exausta, porém tinha a felicidade mais linda nos olhos. Dan beijou sua testa e sorriu para nós. Quando Tibby ergueu o olhar, abriu um sorriso ainda mais largo ao me ver.

— Venham, aproximem. Eu quero que vocês conheçam uma pessoa — ela diz, sorrindo de orelha a orelha. Quando eu aproximo, Jack permanece alguns passos afastado para que eu possa ser a primeira a ver. — Conheçam Nathan Williams Reed.

Eu vejo a cabeleira negra e sorrio largo. Nathan estava adormecido e quando peguei em seus dedos, ele envolve a mão em meu dedo mindinho e eu rio – sentindo algumas lágrimas querendo descer. Tibby sorri e eu a olho.

— Estou muito orgulhosa de você, Tibby — digo, beijando sua testa.

✕✕✕

Jack estava no restaurante com Dan enquanto eu e Tibby observávamos Nathan mamar.

— Ele é mais bonito do que eu imaginava — comenta Tibby, fazendo-me rir.

— Ele é perfeito.

Sorrio para ele, sua mãozinha não deixava de envolver meu dedo enquanto mamava.

— Jack estava aqui hoje... quer dizer que voltaram? — pergunta, sendo nenhum pouco direta.

— Não — suspiro.

— Decidiu se vai viajar com ele?

— Ainda não — digo, acariciando a mãozinha de Nathan.

— Vá — Tibby sussurra. Quando olho para ela, ela repete: — Vá.

— Tibby...

Holly, me escuta. Você não parou em nenhum momento nesses seis meses trabalhando. Você começa o recesso, não precisa tirar férias até o ano que vem. Fica cinco dias ou uma semana. Mas vá.

— Eu preciso ficar, ajudar vocês...

— Não me venha com essa desculpa. Dan e eu fizemos aulas, sabemos nos virar. Você quer ir, o que te impede?

Suspiro.

— Não quero apressar as coisas...

— Vocês vão pra curtir. Beber, transar... Meu Deus, falei transar na frente do meu bebê recém-nascido — ela se xinga. — Droga, falei de novo!

Eu começo a gargalhar baixinho para não acordar Nathan.

— Será o momento certo pra vocês dois saberem o que vocês querem. Pra você saber o que é importante, se vocês merecem uma segunda chance. Vocês precisam desse tempo — ela suspira.

— E se não der certo?

— Então eu te ajudo a catar os pedaços — Tibby diz calmamente, encarando-me seriamente. — E depois a gente mata o Jack.

Eu não consigo evitar minha risada.

— Eu amo sua loucura, Tibby Williams.

— Minha loucura também ama sua sanidade — ela brinca, sorrindo pra mim. — Dan tem sido... incrível, em todo o processo da gravidez. E não me arrependo de ter dado uma segunda chance pra ele. Não estou dizendo pra você dizer pro Jack que quer voltar a ser como antes. Vocês mudaram. Mas podem se reconhecerem e se conectarem novamente.

Eu não digo nada.

Seja qual for minha desculpa, Tibby saberia dizer que estava mentindo.

— Eu sei que você está com medo, sis — ela me cutuca com a mão livre. — Mas você parou de viver sua vida depois do ocorrido. Você passou a viver com medo e eu não tiro sua razão. Acho você vitoriosa em conseguir levantar pela manhã e ir trabalhar na frente de milhares de pessoas por dia ou semana. Mas você precisa parar de fingir que está tudo bem em ser "bem sucedida" e dar umas férias pra si.

Olho para Tibby e ela abre um pequeno sorriso pra mim.

— Cinco dias, Holly. Serão apenas cinco dias — ela incentiva. — Apenas vá.

✕✕✕

Procuro por Jack e Dan no restaurante que eles haviam dito que iriam e ao avistá-los, Jack me acha e de canto dos lábios o sorriso aparece aos poucos. Dan acompanha seu olhar e ele levanta rapidamente.

— Como ela está? E Nathan? Ele já mamou? Ele chorou?

Eu ri de sua ansiedade.

— Ela está bem, Nathan está ótimo e ele mamou e dormiu enquanto mamava — digo, apertando seu braço de leve. — Tibby está te esperando.

Dan sorri pra mim e começa a pegar a carteira.

— Jack — ele se vira para Jack. — Vamos rachar essa conta...

Jack ergue a mão e o impede de jogar as notas de dólares na mesa.

— Fique. Feliz Natal — ele brinca e Dan ri.

— Feliz Natal, amigo — disse, apertando sua mão antes de ir até Tibby.

Sento onde antes Dan estava sentado e Jack pega o cardápio, entregando-me.

— Você precisa comer, Holly. Café e donut não sustentam essa sua lombriga.

Eu abro a boca pra me defender, mas só consigo rir.

— Você está engraçadinho hoje, o que aconteceu? Fechou contrato ou só tomou as pílulas da felicidade? — provoco.

Jack sorri pra mim.

— Não desvia do assunto, você sabe que estou certo — disse ele e apontou para um prato específico. — Eu comi um arroz com bife e batatas fritas.

— Acho que vou querer o mesmo — digo ao olhar o cardápio.

Jack nem mesmo espera eu dizer outra coisa, já chama um garçom e faz o pedido. Eu teria reclamado se não estivesse tão cansada mentalmente depois de hoje.

— Como Tibby está?

— Mais feliz do que nunca — sorrio para ele.

— Que bom — ele sorri de lado e, sutilmente, ele pega minha mão. — Como está o processo até o recesso?

Olho para nossas mãos e sorrio internamente. Aquela atração nunca acabava?

— Jack, vai direto ao assunto. Tenho certeza que não é isso que você quer saber — eu o incentivo, provocando-lhe um sorriso maroto.

— Se você insiste — ele caçoa. — Pensou na minha proposta?

Eu estreito os olhos para ele.

— Onde você pretende me levar, senhor Backer?

— Pretendo leva-la para longe, senhorita McAdams, onde não possam reconhecer nossos nomes — ele diz, diminuindo o tom de voz em quase um sussurro. — Onde eu possa fazer amor... com todo... o seu... corpo.

Eu estremeço por completo e acabo apertando a mão de Jack durante o processo. Ele percebe, em surpresa, e ri baixinho.

Convencido.

— Dois dias — eu solto.

Ele franze a testa.

— Dois dias é muito pouco. Cinco dias — disse. — Cinco dias e podemos retornar antes. Caso ocorra algum imprevisto na minha ou na sua empresa.

Suspiro.

— Você disse um lugar praiano. Onde seria?

— Já conheceu Aruba? — Jack me observa atentamente, como se quisesse extrair qualquer reação que eu faça.

— Não, você?

— Não, nunca.

Estreito os olhos para ele novamente, em dúvida.

— Você viaja o mundo com seu negócio e nunca esteve em Aruba?

Ele nega com a cabeça.

— Nunca.

— Ok, então — suspiro, apoiando os cotovelos na mesa. — Eu viajo com você. Mas, se você se sentir acanhado... você pode levar pílula azul.

Vendo sua cara desmanchar, eu gargalho.

— Você sabe que nunca precisei — ele diz na defensiva.

— Ano que vem você faz trinta, Jack, pode ser que o amiguinho não levante como antes — eu o provoco. O garçom chega com o meu pedido, junto a uma Coca e eu agradeço.

— Você está duvidando, né?

— Oh, não, querido — eu digo em tom de ironia, cortando os pedaços do bife. — Eu não duvido de sua capacidade nem em um milhão de anos. Mas se você deu a ideia, então que você aguente os cinco dias.

Jack abre um sorrisão de lobo.

— Mal posso esperar.

— Só tem um problema. Semana que vem tenho prova de vestido de madrinha e se eu não for, Ruby irá me matar. Então você tem amanhã pra esquematizar tudo.

— Não precisamos esperar, vamos hoje.

Eu quase cuspo a comida pra fora. Bebo um gole do refrigerante pra dar uma amenizada e franzo a testa.

Hoje? Está louco?

— É, eu estou — ele ri, parecendo realmente animado.

Mastigo lentamente a comida enquanto processo aquela conversa. Ele queria que partíssemos hoje. Minha amiga acabou de ter um filho... e se Ethan precisasse de mim? E Paige? Ruby, ela me mataria se eu chegasse atrasada para a prova de vestido... Owen e Greg com os contratos...

Sinto uma mão quente envolver a minha e ao focar nos lindos olhos azuis de Jack, ele acaricia minha mão em um toque suave.

— Para de pensar um pouco, Holly. Faça isso por você.

Eu queria xingá-lo.

Urgh, eu queria!

Xingá-lo por ter razão e xingá-lo por... por ser ridiculamente bonito. Como eu havia fisgado esse homem, eu nunca entenderia.

Suspiro pesadamente e o encaro:

— Eu só preciso fazer algumas ligações antes.

— Tudo bem — ele abre um enorme sorriso.

— E precisamos fazer a mala...

— Pra quê mala se não vamos usar roupa? — ele franze a testa, ao me ver encarando, ele ri. — A gente compra tudo novo por lá!

Reviro os olhos.

— Não funciona desse jeito, Jack — repreendo-o. — Não posso simplesmente jogar tudo pro alto e ir pra Aruba com você. Preciso dos meus equipamentos para trabalhar.

— Mas...

Shh — o corto. — Não posso deixar Greg e Owen sozinhos, eles precisam de mim.

Jack solta uma longa respiração e encosta no encosto da cadeira.

— Tudo bem, mas não é pra ficar o tempo todo trabalhando — ele diz, me vendo concordar. — Droga, agora eu preciso pegar meu equipamento de trabalho.

Sorrio para ele.

— Tudo bem, mas não é pra ficar o tempo todo trabalhando — o imito, fazendo-o rir.

✕✕✕

Já era de noite quando mandei mensagem para meus irmãos dizendo que faria uma viagem e qualquer coisa poderiam telefonar. Ruby ficou nervosa, perguntou mil vezes se eu chegaria no dia da prova do vestido e quando eu informei que sim, ela mandou um "ok, boa viagem, irmãzinha".

Eu tive que rir.

Paige mandou algumas selfies perguntando pra onde iria e eu informei que iria viajar com Jack, mas que não era pra avisar a ninguém. Ela ficou toda animada e me desejou boa sorte. Além de eu pedir para que ela cuidasse de Bee. Na vez da Tibby, ela apenas disse: "leve proteção e transe até na porta do quarto!"

Eu gargalhei. Depois recebi mais uma dela.

TIBBY: Dê trabalho para Jack, não deixe ele dormir. Se ele for abatido... bem, volte e dê um pé na bunda dele. Quero ver você renovada e com um sorriso até a orelha! Me mande fotos daquele paraíso... Aruba deve ser lindo. Aproveite, gata!

Enviei uma mensagem para Owen e Greg durante a tarde dizendo que Tibby estava bem, mas quando telefonei para Owen a respeito da viagem, ele disse não teria problema já que o recesso começaria na segunda feira. Greg, por outro lado, estava enlouquecido. Havia me repreendido diversas vezes durante o telefonema e quando Rick se meteu, ele repensou.

Para de ser chato, Greg. Eu e você tivemos uma separação e hoje estamos noivos — disse Rick no fundo. — Holly, querida, vá nessa viagem e pegue um sol maravilhoso com aquele homem lindo.

Ei — repreendeu Greg.

Eu rio.

Desculpa, amor. Você é lindo — diz, fazendo a média. — Mas aproveite, Holly. Como sua amiga disse: é uma boa chance pra vocês entenderem o que é isso. Se você está pronta ou de apenas aproveitar esse momento a sós, afastados de trabalho e mais trabalho.

Greg cedeu naquele instante e disse que concordava com Rick. Eu havia ficado mais ansiosa e enquanto conversava com eles, fiz uma pequena mala. Vinte minutos depois do fim da ligação, o interfone toca.

— Quem é? — aperto pra falar.

— É o Jack — disse ele, fazendo-me sorrir.

Aperto o botão para que o portão se abra e o espero. Eu parecia uma adolescente que iria pro primeiro encontro. Deus, eu me sinto nervosa... que diabos está acontecendo?

Há uma batida na porta e abro para ele, revelando um homem sorridente e eu não resisto em beijá-lo. Jack me puxa pra perto e entra, fechando a porta atrás de si. Ele tem habilidades insanas e consegue me levar até o balcão, onde eu possa ficar na sua altura.

Jack retira meu sobretudo e eu aproveito pra tirar seu casaco. Sorrio durante o beijo e ele me acompanha, dando selinhos no rosto todo até que me faça rir.

— Não podemos fazer isso agora...

— Oh, podemos — ele sussurra, pegando-me no colo e direcionando nós dois ao sofá.

Jack me deixa, ficando por cima de mim e aprofunda o beijo. Nossas línguas se entrelaçam em algum momento e ele passa a mão pelo meu corpo, acendendo-me totalmente.

Havia muita roupa, mas a fricção era deliciosa. Jack envolveu minhas pernas em sua cintura e ele fez movimentos incríveis que me fizeram gemer. Ele esfregava nossas partes uma na outra, fazendo com que estivéssemos transando. Mas com roupa.

Reúno minhas forças e o deixo sentado no sofá enquanto me posiciono em seu colo, encaixando a posição certa para que seu volume encoste em mim. Jack rangeu o dente e eu vi sua súplica no olhar. Abaixo a mão para acaricia-lo e ele geme no meu ouvido.

— Porra — sussurra, segurando-me pela nuca.

Provoco ainda mais e o beijo, sentindo a dureza em minhas mãos. Conforme eu tocava, mais seu quadril vinha em minha direção e eu sentei ainda mais. Jack colocou as mãos quentes por baixo da minha blusa e apertou meus seios por cima do sutiã, provocando um gemido de mim.

— Eu também sei o seu ponto fraco — ele brinca com o lóbulo da minha orelha, fazendo-me arrepiar.

— Ah, é? Me mostra o que sabe então.

— Não me provoque, Holly... temos cinco dias ainda — diz, soltando um gemido baixinho. — Porra, você está me enlouquecendo.

Eu sorrio, voltando a beijá-lo. Jack retira sua camisa e o joga no chão. Toco seu corpo e o arranho levemente. Jack se arrepia e me puxa pela nuca, beijando-me com força e eu seguro seu rosto, puxando-o pra perto. Como pode estar beijando alguém e ainda quere-lo mais perto?

Jack interrompe o beijo, erguendo-me do seu colo e nos colocando em pé. Olho para ele confusa e ele arquejava. Ao sorrir, ele suspira.

— Precisamos ir, o jatinho está esperando — disse, indo pegar sua camisa e o casaco.

— Está brincando? — eu ergo as sobrancelhas.

— Ei, não me culpe. Você me deixou de pau duro — ele aponta para a enorme marca em sua calça.

Eu sorrio, comemorando internamente.

— Não se preocupe — ele aproxima de mim, dando um selinho. — No avião a gente termina o que você começou.

Eu gargalho e o vejo retirar a mala do apartamento. Vou até Bumblebee – que estava no meu quarto – e me despeço dele. Beijo seu focinho e dou-lhe um carinho.

— Se comporte, Bee. Tia Paige vem amanhã pra cuidar de você — digo, dando outro beijo em seu focinho.

Saio do apartamento em passos largos e ajeito meu cabelo bagunçado. Ao trancar a porta, eu vou em direção do elevador e encontro com Jack no térreo. Despeço-me do porteiro e Jack caminha com a minha mala até o carro estacionado na frente do prédio.

Walter sai do carro, ajudando-nos a colocar a mala no porta-malas.

— Olá, Walter — cumprimento-o.

— Olá, senhorita McAdams.

Sorrio para ele e Jack abre a porta pra mim. Entramos todos em silêncio e Jack procura pela minha mão, acariciando levemente. Com a outra mão, ele massageia minha nuca e de vez em quando, ele me puxava pra beijá-lo.

A viagem até o aeroporto foi lenta, mas finalmente havíamos chego. Jack iria pegar seu jatinho, isso significava que iríamos para a outra parte do aeroporto. Eu não podia acreditar que estava fazendo isso.

Ao estacionar, Jack é abordado por um dos ajudantes e ele dá ordens explícitas para todos. Saímos do carro e vejo nossas malas sendo transportada para o enorme jatinho a nossa frente.

Jack deve ter percebido minha cara de surpresa pois ele sorria pra mim.

— Vamos, estão prontos pra decolar — diz, pegando minha mão.

Eu podia jurar que aquele jatinho era um avião de verdade, era muito grande... mas quando Jack afirma que era um jatinho, eu preciso ceder a ideia de que ele realmente poderia comprar um jatinho enorme.

Eu não consigo imaginar quantos zeros há na conta desse homem.

Jack faz todos os procedimentos e me ajuda a subir as escadas.

— Uau — eu suspiro ao ver o interior do avião.

Haviam poltronas, uma mini geladeira, janelas... tudo de couro.

— É couro ecológico — informa Jack. — Um dos meus clientes me deu de presente o revestimento e em troca, sugeri para todos os outros clientes. Ele faturou horrores.

— É lindo — digo, sentindo a boca seca.

Jack aparece na minha frente com duas taças de champanhe e me entrega uma, batendo levemente na minha taça. Bebemos o líquido espumante e sentamos nas poltronas. Acabo sentando na de frente para Jack.

— Há quantas poltronas?

— Umas dez, mas eu deixo duas e quando preciso viajar com mais pessoas... eu coloco as restantes — disse, naturalmente. — E há uma cama nos fundos.

Arregalo os olhos e procuro pela cama, mas só vejo uma porta fechada.

— Relaxa, Holly. Temos cinco horas até chegar em Aruba.

— E como você pretende gastar essas horas? — pergunto, bebendo o restante do espumante.

Jack dá um sorriso malicioso e encosta na poltrona.

— Oh, eu tenho muitas ideias...

▪ o b s ▪

Hello, terráqueos! Como estão? Bom, eu postei o último capítulo e não teve a repercussão que eu esperava, mas acho que foi por causa de um bug que o Wattpad deu e não deve ter chego capítulo pra todo mundo OU simplesmente não quiseram votar/comentar kakakak *no judgement*

Quem aí apostou que seria uma menina o bebê da Tibby? Quem apostou que seria um menino, vocês arrasaram kakakaka seja muito bem vindo Nathan Reed! 

Eu sei que vocês devem estar se perguntando "quais dias você vai postar?" "por que essa demora?" calmem, eu entro de férias amanhã - pela glória de Deus, amém - e aí eu vou me organizar certinho, ok, amores? Então turo bem. (Pra quem já tá de férias: invejei vocês.)

Outro recadinho é que dia 20/12 acaba as indicações de leituras, então se você ainda não colocou sua história no formulário, corra que dá tempo. Já temos mais de quarenta indicações <3 Ah, e se você quiser mandar pelo meu e-mail, no link tem lá certinho. É o primeiro link da minha descrição! 

Se você ainda não participa do meu grupo fechado, participe pois amanha ou quarta feira, eu irei bater um papo com vocês sobre futuros projetos - talvez soltar um spoiler do trailer da futura obra, talvez - e conversar com vocês sobre esse ano de 2017 que foi tiro, porrada e bomba. Além de soltar uns spoilerzinhos leves sobre 'ADI' pois darei passe livre pra perguntarem o que quiserem. Ok? Então espero vocês <3

Não deixem de votar e comentar pra titia saber se gostaram do capítulo, morecos! 

(ps.: não esqueçam que haverá hiatus do dia 23/12 ao dia 04/01, então já deixando avisado - como avisei capítulo anterior)

É isso, fuix e bjx!

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