― Eu não vou te chamar de Noona ― Revira os olhos ― Temos a mesma idade.
― Não tem como você saber se temos a mesma idade, já que eu nunca te contei ― Abri um sorriso divertido.
― Eu sou maior que você! ― Desencosta da parede.
― A sua idade não justifica a sua altura ― Cantarolo, em busca de irritar Jaebum.
― Por que não vai se perder por aí, hein? E me deixa em paz?
― Seria meu sonho? ― Solto um ar imaginador ― Eu até gostaria de ir, mas sou oficialmente a sua babá, então, como obrigação dessa profissão, eu não posso deixar o bebezão aí sozinho.
Jaebum bufa, mas de repente me olha intenso.
― Até no banho?
Um sorriso malicioso se apossou de seus lábios, o que me fez fazer ligeiramente uma careta.
― Não seja pervertido, Im Jaebum! ― Bufo, constrangida.
― Vai dizer que não gostou da ideia? ― Permaneceu com aquele sorriso no rosto e voltou a se encostar na parede de braços cruzados.
― Aish... ― Levanto a minha mão para o alto para bater nele, mas não bato ― Espero que no contrato admita agressões físicas!
― Não se pode bater em um bebê, Park Dara ― Disse, convencido.
Mostrei os dentes, furiosa.
― O Embaixador chegou ― Disse a secretária.
― Guarde a sua fúria para mais tarde, baby. Eu vou precisar dela ― Jaebum pisca ao passar por mim.
(...)
― Embaixador ― Sr. Im se curvou ― Onde está Oh Yujin? Ela não quis vir?
― Ela estava exausta da viagem, então preferiu ficar no hotel.
O Embaixador disse aparentemente rude, mas talvez estivesse apenas um pouco cansado da correria que era o seu trabalho.
― Ah. Entendo ― Sr. Im sorriu sem jeito ― Sei que o senhor não teve tempo de conhecer o meu filho de perto, então, aqui está ele.
Sr. Im se aproximou de Jaebum.
― É um menino forte ― Reforçou.
Notei o silencioso pedido de socorro de Jaebum. Parecia que ele iria vomitar a qualquer momento com o que seu pai havia dito.
― É um belo rapaz ― Disse o Embaixador ― Deve ter puxado a mãe ― Riu.
Sr. Im forçou um riso, tentando se divertir com as palavras que o Embaixador havia dito.
― E quem é ela? ― O seu olhar deslizou até mim.
― Park Dara, senhor ― O cumprimentei.
― É a babá do meu filho. ― Sr. Im complementou.
― Seu filho precisa de uma babá? ― Arqueou as sobrancelhas.
― Ele ainda é um adolescente. E devido a isso, cada cá com os seus problemas.
― Ela é um pouco jovem. Não acha?
― Huh? É... a juventude coreana! ― Sorriu nervoso ― Ela cuida tão bem da pele que... parece uma garotinha ainda ― Apreciou brevemente o meu rosto.
― É? Qual a sua idade? ― Referiu-se a mim.
― Huh? Perdão... eu...
O que eu iria dizer? Eu não tinha a idade que eles provavelmente esperavam eu ter. E agora? O que eu iria fazer?
― Ela tem trinta e dois ― Disse Jaebum.
Arregalei os olhos.
― Hum. Como eu imaginava ― Disse o Embaixador ― Poderemos tratar logo sobre o assunto? Teremos que nos apressar, voltarei para EUA daqui a dois dias.
― C-Claro. Iniciaremos agora e, quando for à noite, concluiremos no jantar, quando todos estiverem presentes.
― Ótimo ― Senta-se em uma das poltronas.
Sr. Im olha para nós e com a cabeça aponta para fora da sala ordenando para que saíssemos dela.
― Uma mulher adulta de trinta e dois anos? ― Quase gritei enquanto caminhávamos pela empresa ― Eu nem sequer cheguei a maioridade ainda... ― Solto um suspiro.
― Eu sabia que eu era o seu Oppa ― Jaebum sorriu vitorioso.
― Não vou tratar você com formalidades ― Reviro os olhos ― Eu terei que agir como uma mulher de trinta e dois anos? E se eu for descoberta? E se a sua mentira me colocar em uma enrascada? ― Paraliso ― E se eu for presa?
― Isso não vai acontecer ― Bufa.
― E se acontecer?
Jaebum para de caminhar e se vira para mim, se inclina e coloca suas mãos em meus ombros.
― Apenas faça o que eu mandar que nada acontecerá.
― Mas...
Bruscamente eu retiro os seus braços de meus ombros.
― Sempre que eu estou com você, coisas ruins acontecem! Não lembra do dia em que fugimos daqueles homens?
― Mas isso são coisas da vida ― Deu de ombros.
― Eu poderia estar morta, agora, por sua causa!
― Mas não está.
Voltamos a caminhar em direção a saída da empresa.
― E essa mentira? Eu não gosto de mentir! ― Grunhi.
― Há momentos atrás, você queria que eu te chamasse de Noona.
― Mas não é a mesma coisa! Você que me fez fazer isso!
― A culpa não é minha.
― É sua sim! ― Bato em seu braço.
― Pare de me bater!
― Eu queria fazer mais coisas com você!
― É? ― Jaebum sorriu malicioso.
― Im Jaebum! ― Tremo dos pés a cabeça ― Eu quero matar você! ― Vocifero.
― Sai da frente!
Alguém gritou assim que saímos da empresa e como um flash vejo um ciclista quase me acertar em cheio, mas...
― Você deveria ser mais atenta ― Jaebum revirou os olhos.
Jaebum me segurava firme ao me puxar para fora do caminho daquele homem.
― Aposto que não vai querer me matar agora ― Me livrou de seus braços.
Respiro fundo, tentando me acalmar.
― Mas isso ainda não muda os meus pensamentos contra você ― Murmuro.
― Então eu deveria ter deixado a bicicleta te atropelar ― Sorriu sarcástico.
Voltamos a caminhar pela rua e um completo silêncio se impôs entre a gente, já que eu não estava falando mais nada.
― Ainda está em choque? ― Debochou.
Permaneci em silêncio, apenas encarando os meus passos.
― Desse jeito você vai esbarrar em alguém ― Disse ― Aish... por que está quieta desse jeito? Você é uma tagarela. E... é duro dizer isso, mas... é estranho a ver tão quieta assim.
O olhei de relance e focalizei a minha visão à frente.
― Ah, qual é, por que...
Mark e Jinah caminhavam juntos em nossa direção.
― Vai dizer que... ― Jaebum bufou.
― JB? ― Jinah olhou para ele como se não acreditasse na cena que estava vendo ― Decidiu se juntar a dragãozinha aí? ― Riu ― Impressionante.
― Park Dara...
Mark olhou para mim, mas mudei a direção do meu olhar.
― Vamos embora, Mark. O casalzinho aberração aí... está cansando a minha beleza.
― O que disse? ― Jaebum a olhou friamente.
― Não vamos brigar. ― Disse Mark.
― O primeiro que vai ter a cara socada é você!
Jaebum partiu para cima de Mark, mas eu o puxei pelo braço.
― Pare! Vamos... vamos embora, Jaebum!
― Melhor escutar a sua namorada ― Jinah piscou e pegou no braço de Mark, caminhando para longe.
― Vai dizer que foi por isso que você ficou daquele jeito? Vai dizer que ainda gosta dele? Park Dara, você é muito ingênua! Você...
― Não, droga! Não foi por causa disso!
― E então o que?
― Eu... ― Pressiono meu lábio inferior ― Menstruei.