O Protetor (COMPLETO)

By ArianeZucco

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Sinopse : Angelina Dobrev é dona de uma personalidade forte, mimada, sempre consegue tudo o que quer. Apesar... More

Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo
obrigada!

Capítulo 01

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By ArianeZucco


Oito dias atrás

6hrs 54min. AM

"Já são quase sete horas, logo Trevor chegará". Pensei comigo, olhando os ponteiros fofos do meu relógio cor de rosa.

Hoje é terça-feira e o dia amanheceu lindo, com um pouco de sol. Aqui em Stantland normalmente chove. Os raios de luz entram no meu quarto pela janela, fazendo as micro partículas de poeira brilharem como pequenos strass no ar.

Já estou praticamente pronta para mais um dia de aula na escola Park high School. Com meu casaco azul turquesa preferido e saltos Anabela.

Só falta retocar o batom.

Biiii...Biii

A buzina do carro de Trevor soa em frente à minha casa. Eu detesto quando ele começa com a barulheira de buzinas. Os homens nunca entendem que as mulheres demoram mais para se aprontarem. "Será que ele não compreende que eu preciso estar impecável?"

Antes de sair do quarto, dou uma última checada em mim, olho no espelho e reparo que meu cabelo precisa de hidratação. Eles são lindos, num castanho natural, com mechas acobreadas e quero mantê-los assim. Todo mundo diz que são meus cabelos que me fazem ter uma beleza natural. Alguns bajuladores já chegaram a me dizer que parecem com os da Gisele Bündchen.

Ao descer as escadas chego à entrada da cozinha. Encontro minha mãe pronta pra trabalhar, sempre muito sofisticada, com seu cabelo curto estilo pixie e sua saia lápis. Agora que ela e meu pai se divorciaram, minha mãe quer provar que é independente e não precisa da misera pensão que ele nos dá, por isso trabalha como corretora. Apesar de sermos bem de vida e termos uma conta bancaria bem "gorda", minha mãe não dá o braço a torcer e tenta fazer tudo sozinha, mesmo sendo ex-esposa de um dos homens mais ricos de Stantland. E eu admiro muito por isso. Hoje em dia as mulheres devem ter sua independência.

— Bom dia mãe! — Falei chegando próxima a ela.

— Ah... Oi, Angel! Dormiu bem, filha? — Ela me abraçou, dando-me um beijo no rosto, respirei profundamente sentindo o seu perfume. Minha mãe sempre esta cheirosa. Lembro-me que desde pequena me dizia:

"Mulher sem perfume não é uma flor".

— Sim mãe, como um anjo! — Dei uma risadinha, ela retribuiu.

De repente um barulho e um corpo saem de trás da ilha da cozinha, meu coração dispara, com os olhos arregalados encarro a senhora baixinha de avental que parece mais assustada do que eu e lembrei de que mamãe havia contratado uma nova governanta. Era Maria.

— Me desculpe senhorita Angelina, não quis assustá-la!

Maria é tão baixinha que não chega a um metro e meio de altura, acho que ela tinha vindo ilegal do México, mas se regularizou após casar-se com um cara daqui, foi isso que mamãe tinha comentado comigo, mas acabei esquecendo.

— Não foi nada Maria, só não me chame de Angelina, é só 'Angel'! Falei dando ênfase no Angel.

Quando nasci minha mãe disse que eu era um anjo que ela havia sonhado, um pequeno montinho de gente, que a fez acreditar em amor à primeira vista, então me chamou de Angelina, que significa pequeno anjo. E desde que eu me entendi por gente, todos me chamam de Angel, por que sinceramente Angelina é um nome que me faz parecer ter setenta anos. E o trocadilho Angel que significa anjo, combina muito bem comigo.

— Está bem senhorita Angel! — Ela deu ênfase no Angel, mas seu sotaque mexicano fez nos três rir.

A buzina soou novamente.

— Tenho que ir. — Bufei. — Trevor já está me esperando! — Falei enquanto pegava minha bolsa.

— Não vai comer nada, senhorita? — Maria perguntou.

— Não. Obrigada, Maria, eu compro alguma coisa no caminho.

— Filha, que horas vem?

— Hoje temos aula integral, acho que por volta das sete estou em casa.

— Preciso ir te buscar?

— Não. Trevor ou Mia me dão carona! — Aproveitei a deixa para lutar pelos meus direitos. — Mas bem que você poderia me devolver o Lexus, aí não precisaria se preocupar! — Dei uma piscadela e fiz aquela expressão do gato de botas, com os olhos gordos e carinha fofa.

— Seu castigo ainda não terminou. — Ela me repreendeu com a expressão séria.

Pelo jeito só no desenho aquele olhar funciona. Suspirei, irritada, outro dia eu tento de novo.

Mamãe sempre me dá esse olhar: 'quando ela vai crescer e parar de ser mimada', mas em minha defesa eu não sou mimada, apenas gosto que as coisas sejam do meu jeito, na hora que eu quiser e quando eu quiser.

"Bem acho que isso quer dizer que eu sou mimada, mas só um pouquinho".

Na verdade, não me considero uma garota mimada, mas sim, justa. Quando eu era pequena, sempre fazia manifestos para lutar pelo que eu queria. Uma vez quando tinha apenas dez anos reuni todos meus bichinhos de pelúcia e me acampei no quintal. Até que papai e mamãe resolvessem me dar um bichinho de estimação de verdade. Aquela batalha eu ganhei, mas a guerra estava só começando, pois no outro dia papai apareceu em casa com um filhote de rottweiler babão enorme, que para minha tristeza, fazia bagunça por todo lado. Porém, com o tempo fui me acostumando com o cachorro, que parecia mais uma vaca de tão grande, e a gente se tornou grandes amigos. E hoje em dia eu agradeço por ser um rottweiler e não um pinscher barulhento.

— Tchau mãe, tchau Maria. — Passei apresada pela porta da frente, sem me preocupar em ouvir a resposta.

Sai de casa já me deparando com o carro estacionado e a porta do passageiro aberta, podia ver olhos azuis me encarando e um sorriso magnifico, enquanto caminhava até o carro.

— Oi, docinho! — Diz Trevor.

— Oi! — Respondo me ajeitando no banco e me inclinando para dar-lhe um selinho. Trevor é lindo, tipo de cara perfeito que consegue qualquer garota, mas agora ele era meu. Apesar de ser a garota mais bonita da escola tive que jogar meu charme para conquistá-lo, ainda mais quando todas as outras garotas praticamente babavam por ele. Seu cabelo loiro, os olhos azuis claros, o corpo atlético e a jaqueta de capitão do time de futebol só o deixam mais bonito.

— Ei... Vamos gazear aula?

Viro-me para o banco de trás, com os olhos arregalados notando que não estamos sozinhos. Pelo jeito hoje era o dia dos quase "mini enfartes". Sempre me esqueço da turma do Trevor. Jeremy, Patrícia e Dread estão no assento de trás. Jeremy é moreno, cabelos e olhos castanhos, corpo atlético, ele joga no mesmo time de Trevor, o Tiger Team. Patrícia é loira, siliconada e líder de torcida, namorada de Jeremy e do resto da escola também, a típica garota piranha. Ela vive dando em cima de Trevor, por isso eu não vou com a cara dela e ela não vai com a minha. Já Dread é moreno, tem um estilo rastafári, com dreads no cabelo.

"Acho que é daí que vem o apelido". Não sei o seu nome verdadeiro e nunca entendi porque ele anda com a gente. Talvez seja pelas coisas que ele vende e consegue na escola.

— E então? — Pediu-me Dread empolgado, olhando para mim. Demorei alguns segundo para processar o ocorrido, fiquei com aquela expressão de peixe morto.

— Vou ligar para Mia, vou ver se ela pode nos encobrir! — Por fim eu disse, quando meu coração já tinha voltado às batidas normais.

Eu ainda estou de castigo pela última gazeada que minha mãe me pegou, ela gostava de Trevor e vivia me dizendo que se um não quer dois não fazem, e que a culpa era minha pelas confusões que eu me metia. Mas pelo jeito iria demorar pra ela me devolver o Lexus mesmo.

Dread assentiu com a cabeça, e os outros me encaravam enquanto eu pegava o celular e fazia a ligação, até parecia que eu estava numa cena do filme "Missão impossível", o celular era a bomba e eu era o agente Ethan Hunt.

— Oi Mia! — Falei alegremente.

— Oi, o que foi? Precisa de carona? Porque eu já estou na escola!

— Não, mas preciso de um favor. Você me encobriria na aula hoje?

— Você tinha prometido que iria parar de cair no papinho dos seus amiguinhos e a gente ia almoçar juntas hoje!

— Sim eu sei. É a ultima vez, eu juro! — Falei, e imaginei-a revirando os olhos do outro lado da linha. — Ah, Mia me esqueci do almoço, prometo que te recompenso. Que tal quinta à noite irmos ao shopping?

— Você sabe que não gosto de compras!

Eu podia ouvir seus suspiros de decepção.

— Mas tem aquele sorvete que você adora, aquele com castanhas e creme de chantilly por cima. — Falei empolgada para anima-la, ela hesitou por um momento, e por fim disse:

— Está bem, me convenceu. Sei que essa ideia não é sua, então eu te encubro, mas aos seus amiguinhos não!

— Tudo bem. Obrigada, te pago dois sorvetes!

— Fechado! — Sua voz era numa empolgação só.

Mia era minha melhor amiga, nos conhecíamos desde pequenas. Minha família sempre foi bem de vida e Mia era a única pessoa que era minha amiga sem interesses. Eu sabia que com ela eu podia contar sempre. Mas infelizmente ela não aprovava meu relacionamento com a turma de Trevor, ela sempre me alertava que eles eram má influencia e que um dia eu iria acabar gravida e viciada em drogas. Ela é meio exagerada, parece aquelas mães superprotetoras.

Desliguei o celular. Olhei para as quatro pessoas que me fuzilavam com o olhar.

— Para onde vamos? — Perguntei.

— Bowling Bar! — Disse Jeremy animado. Assenti com a cabeça, enquanto Trevor aumentava o som do carro e acelerava em direção à estrada.

Bowling bar era o bar mais legal da cidade, tinha boliche, sinuca, bebidas e o melhor de tudo, ficavam abertos durante o dia e a noite, ou seja, ótimo lugar para passar o tempo.

Naquela manhã, jogamos boliche e ouvimos as piadas idiotas de Dread, ele era o mais engraçado de nós, daquele tipo que conta piadas, mas a pessoa é mais engraçada do que a própria piada. Comemos batata frita e tomamos coca cola, e depois de dois litros de coca minha bexiga "estourava". Eu e Trevor estávamos sentados juntos, eu do lado direito e patrícia no seu lado esquerdo, Jeremy estava em pé na nossa frente falando e gesticulando sobre passes de jogo e Dread tentava colocar o dedão do pé no buraco da bola de boliche.

"Sim. Foi exatamente o que eu disse. O Dedão na bola de boliche".

Por alguns segundos fiquei analisando-o. Só pode que esse cara vive em outra realidade ou tem problemas de retardo mental, pensei comigo.

— Preciso ir ao banheiro. — Falei sussurrando no ouvido de Trevor.

Olhei para Patrícia, pensando em convidá-la, mas minha antipatia por ela só cresce a cada dia, ainda mais quando ela praticamente esta esfregando o seu decote na cara de Trevor. "Como Jeremy não nota isso? Ou será que sou eu que sou muito ciumenta?".

Bufei.

É melhor deixar pra lá, antes que cabelos loiros e silicones saiam voando pelo bar.

Passei pelas outras pistas de boliche e mesinhas, muitas vazias. No fundo havia um casal de meia idade tomando cerveja, do outro lado em outra mesa, um trio de amigos jogando algum tipo de jogo de baralho. O bar não era muito cheio durante o dia.

"E o que é essa decoração que mistura provençal com esporte? Simplesmente horrível...".

Andei pelo corredor que era comprido e meio escuro, parecido com aqueles que têm em cenas de filmes de terror. Só faltava começar a piscar as luzes e os barulhos assustadores. Continuei até chegar à porta do banheiro feminino, mas meu instinto me fez parar. Parei com a mão no trinco, um arrepio atravessou minha espinha. De repente aquela sensação estranha me invadiu de novo, como se alguém estivesse presente atrás de mim.

Já fazia alguns dias e esse pressentimento de estar sendo sempre seguida e vigiada vem me deixando meio assustada. Não importava onde eu estivesse ou com quem estivesse, parecia que alguém sempre estava me seguindo. Talvez seja algum tipo de "trauma pós-separação dos pais", mas isso já estava me deixando amedrontada. E aquele corredor para reforçar minha neurose, literalmente era apavorante. Tomei coragem, suspirei profundamente e me virei.

"Nada".

Apenas um corredor vazio.

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