Xeque-Mate

By SheWantsCamila

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Um jogo perigoso, repleto de armadilhas. Uma disputa de poder, dinheiro e desejo. De um lado do tabuleiro, a... More

Inicio do Jogo.
Capitulo 2 - Welcome to New York.
Capítulo 3 - Collins Enterprises
Capitulo 4 - Alerta Vermelho
Capítulo 5 - Novas peças.
Capítulo 6 - Fraquezas
Capítulo 7 - Intromissões
Capítulo 8 - Punição
Capítulo - 9 Exposição.
Capítulo 10 - Rendição.
Capítulo 11 - Lados ocultos.
Capítulo 12 - Hacker Attack!
Capítulo 13 - Novas sensações
Capítulo 14 - Suspeitos.
Capítulo 15 - Suíça part. 1
Capítulo 16 - Suíça part. 2
Capítulo 17 - Fim de jogo?
Capítulo 18 - Surpresa.
Capítulo 19 - Xeque
Capítulo 20 - Q&A de Xeque-Mate.
Capítulo 21 - Resgate
Capítulo 22 - Cuidados
Capítulo 23 - Fugindo da realidade
Capítulo 24 - Desentendimento.
Capítulo 25 - Descontrole
Capítulo 26 - Consequência
Capítulo 27 - O troco
Capítulo 28 - Novos elos.
Capítulo 29 - Premonição?
Capítulo 30 - Mate
Capítulo 31 - Depoimento
Capítulo 32 - Flagrante
Capitulo 33 - Do passado ao presente.
Capítulo 34 - Confissões
Capítulo 35 - Duas rainhas.
Capítulo 36 - Obsessão
Capítulo 38 - "Castigo."
Capítulo 39 - Fim do reinado.
Capítulo 40 - A perda.
Capítulo 41 - Katherine Cooper.
Capítulo 42 - A rainha.
AVISO - 2023

Capítulo 37 - Sentença

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By SheWantsCamila

Olá, meus amores! Quanto tempo hein?!

Bom, antes de mais nada, quero dar uma noticia boa! Esse não é o penúltimo capitulo de Xeque-Mate! Consegui encaixar mais um capitulo antes dos dois últimos! A intenção era fazer uma atualização dupla, mas não vamos adiantar o fim, certo?

E outra coisa, antes da gente começar o capitulo. Queria falar para vocês algo importante. Todos sabem que eu pretendo reescrever The Stripper, certo? Será o mesmo enredo, com algumas modificações que acredito que irá melhorar bastante a historia em muitos aspectos! É um plano certo que tenho para 2018, vou apenas finalizar Xeque-Mate, adiantar um pouquinho as outras que estão paradas, e logo voltarei com a nossa Stripper.

Com isso, acredito que muitos vão querer um pedacinho da primeira versão, que não deixará de ser importante. Então criei uma vakinha, ou melhor, uma rifa, onde será sorteado um livro de The Stripper. Isso mesmo, uma parte de TS em formato físico! A arrecadação do dinheiro será para algo muito importante, por isso conto com a ajuda de vocês. Eu explico tudinho no meu twitter, é o meu tweet fixado. A rifa custa R$ 20,00, dando direito a vocês escolherem quatro números da sorte! Você só precisa pagar na vakinha, e me chamar na dm, mostrando seu comprovante. Eu irei reservar os números, tudo certinho. E no dia 18/12 irá acontecer o sorteio do grande ganhador que irá receber em casa

Então se quiserem esse bebê em casa, entrem nessa causa comigo, ajudando com a rifa. A sorte pode ser de qualquer um de vocês! Leiam atentamente as informações, e qualquer duvida basta me perguntar. Espero que me ajudem nessa!

Link da vakinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/the-stripper-volume-1-o-livro

Meu twitter: shewantscamila

Agora, sem mais papos, vamos ao nosso capitulo! Aproveitem bastante.

Narrator's point of view

O quarto extenso, agora iluminado pela luz do sol se fazia silencioso demais aquela manhã. Os cômodos da mansão Collins sempre foram exageradamente grandes e bem decorados com os itens mais caros da atualidade, em pura demonstração de poder e soberba. Sem a presença de Christopher aquele lugar se tornava mais leve para Camila, mesmo que todo aquele cenário ainda representasse algo tenebroso. A morena caminhou pela área de seu closet devidamente pronta; trajava um vestido social vermelho, algo bem sofisticado, que lhe acarretava uma postura séria e superior, digna de sua personalidade inventada. Ele não tinha um decote chamativo, mas ainda possuía um caimento em "v" que deixava o início do vale de seus seios, e suas clavículas bem delineadas amostras; suas mangas eram longas, justas, como todo resto do vestido que marcava o corpo da mulher. Estava linda, e perfeitamente sexy sem ultrapassar o limite permitido para ocasião. E para complementar, em seus pés haviam um par de scarpin negros, revestidos de veludo, trazendo um toque a mais de elegância.

Ela tomou postura, e caminhou até o espelho que revestia uma das paredes de seu closet. Observou alguns detalhes de sua maquiagem leve, e seus cabelos longos e ondulados. Camila carregava consigo um ar envolvente, elegante, e sensual, mesmo quando não queria ser. Era sua essência latina, ela lhe dava um diferencial que nenhuma outra conseguia ter.

- Licença. - Eliza murmurou antes de adentrar o quarto. - Vim avisar que seu motorista, Carlos, está pronto.

Camila terminou de colocar os brincos de diamante, e tão logo virou em direção a empregada que a fitava.

- Como estou?

A mulher a encarou por alguns segundos, e de forma contida respondeu:

- Está linda, senhora. Como sempre.

- Obrigada, Eliza. Tenho que ficar deslumbrante hoje. - Respondeu confiante e animada, enquanto se olhava no espelho.

- Para a volta do sr. Collins? - Indagou a mulher curiosa.

Camila permaneceu com o olhar fixo ao seu reflexo no espelho, enquanto um sorriso diabólico nascia em seus lábios. Não era exatamente para volta de Christopher que ela tanto se arrumava, pelo contrário, Camila queria estar simplesmente magnifica para ver os últimos suspiros de esperança do rei.

- Claro, Eliza. Para volta de Christopher. - Mentiu.

- Espero que dê tudo certo, o senhor Collins não merece passar por isso. - Disse ela um tom realmente preocupado.

Karla a fitou com certa atenção, analisando a postura preocupada da empregada para com seu patrão. Eliza realmente acreditava que Christopher possuía algo bom?

- Vejo que realmente se preocupa. - Camila disse, enquanto colocava seu sobretudo bege.

- Aposto que ele irá voltar. - Murmurou esperançosa.

- Sabe, Eliza, eu não colocaria todas as minhas fichas nisso. Christopher está lá por um motivo, e se for realmente provado que foi culpado, é melhor se acostumar com ausência dele. - A morena falou antes de capturar sua bolsa sobre a cama. - Não precisa ficar hoje, termine de fazer o que precisa, e depois vá para casa. Está liberada pelo resto do dia.

- Sim, senhora.

Camila sorriu de canto, e deixou o cômodo com certa pressa. Carlos, seu motorista, assim que a viu deixar a mansão Collins, se adiantou a abrir a porta do Rolls- Royce prata, dando espaço para que ela adentrasse no carro de luxo. A latina se acomodou sobre o banco de couro que tinha um tom de caramelo, deixando sua bolsa no banco ao lado. O trajeto se escorria tranquilo, apesar do amontoado de informações que se cruzavam em sua cabeça. Camila a todo instante se forçava a acreditar que aquele finalmente seria o desfecho de sua história, mesmo quando sua intuição alertava que algo ainda estava por vir. O que de tão ruim poderia acontecer? Christopher não tinha chances de ser absolvido, tinha? Ela meneou com a cabeça em um sinal negativo, tentando afastar qualquer possibilidade de algo dar errado. Talvez aquilo nada mais fosse do que nervosismo e ansiedade por um dia tão importante.

- Quer que eu desligue? - Carlos indagou, atraindo a atenção da morena.

Camila o fitou sem entender, quando o motorista apontou para as telas de LED acopladas nas costas dos bancos da frente. Nos televisores se passava uma matéria em um jornal, sobre o caso Collins, e o seu tão esperado julgamento. O país inteiro estava à espera da resolução daquele caso. Todos queriam enfim saber se o magnata do petróleo era mesmo um criminoso.

- Não, deixe, eu quero ver.

Haviam inúmeros jornalistas e fotógrafos em frente ao tribunal de justiça, à espera da primeira informação que os tornaria privilegiados da notícia que tanto ansiavam.

"O empresário se encontra a caminho do tribunal, está vindo em um carro forte, escoltado por uma equipe de segurança da penitenciaria. Hoje vamos descobrir se Christopher Collins é mesmo culpado pela morte de seu antigo sócio, Charlie Cooper."

- Ainda há dúvidas? - Sussurrou Camila.

- Disse alguma coisa, senhora?

- Não, Carlos. Não se preocupe.

A mulher voltou a atenção ao noticiário que continuava a relatar todas as informações.

"Agora vamos falar com a agente responsável por desvendar toda essa gama de informações sobre o empresário. Lauren Michelle Jauregui, cidadã americana, responsável pela equipe de grandes casos da delegacia de Nova Iorque."

"Bom dia, agente Jauregui. O que devemos esperar da resolução do caso Collins? "

Os olhos de Camila assumiram um brilho mais intenso, assim que a imagem da agente policial tomou a tela a sua frente. Lauren estava incrivelmente bela. Usava um vestido preto, de alças finas, e caimento leve, mas ainda sim extremamente elegante; por cima, havia uma jaqueta de couro em um tom de vermelho mais escuro. Seus cabelos estavam presos em um coque bem feito, deixando seu rosto completamente livre para ser apreciado.

"Bom dia, Ahsley. Bom, antes de mais nada esperamos que a justiça seja feita. Existem muitas provas contra Christopher Collins, que o incrimina diante de uma lista de acontecimentos. " - Respondeu a agente em um tom sério.

"Temos a informação que você havia sido retirada do caso do roubo da Collins Enterprise, pelo ex comissário Roger Brandon James, que agora descobrimos que é cumplice de Christopher nesses feitos. Ele também será julgado hoje? "

"Não, o primeiro julgamento é o de Collins. Brandon também receberá seu julgamento, mas só após a possível condenação de Collins. "

A postura séria e determinada da delegada, acompanhada de um olhar penetrante, trazia a Camila alguns suspiros involuntários. Ver Lauren tão imponente, tratando de um caso tão importante em sua vida, lhe enchia o interior de satisfação. Era gloriosa a sensação de poder compartilhar com ela, o gosto daquela vitória.

"Sabemos que foi agente particular da esposa de Christopher, Camila Collins. Que inclusive, deve estar chegando a qualquer momento. Acredita que ela tenha alguma ligação com tudo isso? "

Lauren permaneceu com o mesmo semblante, e da forma mais natural possível respondeu:

"Não há nada que coloque Camila Collins como suspeita. Então, não. "

"Ouvimos boatos que Christopher a culpa por tudo que aconteceu. "

"Ele precisa de provas para afirmar tal acusação, e elas não existem. " - Retrucou rapidamente.

A mulher assentiu com um sorriso fraco, e encerrou a matéria com Lauren.

"Certo, obrigada, agente Jauregui. "

Camila sorriu de canto, antes de desligar o televisor a sua frente. Estava segura, não haviam provas contra ela. Suas estratégias minuciosamente traçadas, seguiram como planejado. Camila Collins era a maior jogadora, esse era um fato que o mundo não ousaria contrariar.

- Estamos chegando, sra. Collins.

A morena assentiu, e repousou seus óculos sobre o rosto. Com delicadeza, ajeitou seu sobretudo bege, e tão logo capturou seus pertences no banco ao lado. O roll- royce prateado, parou diante do tribunal Thurgood Marshall, recebendo os olhares de todos os jornalistas e fotógrafos presentes, bem como havia sido em sua aparição na delegacia. Carlos deixou o banco da frente, e caminhou até o outro lado. Alguns oficiais se aproximaram do carro, e só então o motorista particular abriu a porta do veículo para que Camila pudesse sair.

"Camila, acha que seu marido irá se livrar? "

"Sra. Collins, pretende continuar casada com ele? "

Camila foi banhada pelos flashes das câmeras enlouquecidas ao seu redor. De cabeça erguida, a latina caminhou entre a multidão de pessoas, sendo conduzida pelas escadarias até o interior do tribunal. Ela não pretendia dar pistas, ou informações que colocassem tudo a perder. Em certos momentos, o silencio poderia ser a melhor resposta.

- Finalmente chegou! - Dinah murmurou assim que a viu.

- Quase não consigo entrar, estão loucos lá fora.

- Como se sente sendo a mulher de um bandido? - Indagou a loira em um tom de zombaria.

- Devastada. - Camila respondeu em fingimento.

Dinah riu baixinho.

- Viu Lauren?

- Vi sim, ela estava por aqui há alguns minutos. Mas foi chamada para uma sala, ela vai depor, então precisa se preparar. E você também precisa! Trouxe nossa advogada, venha comigo.

[...]

O interior do tribunal estava movimentado. Todos ali pareciam incrivelmente ansiosos para aquele momento. Alguns acreditavam na inocência de Collins, outros fingiam acreditar para não perderem seus interesses financeiros, e existiam aqueles que sabiam de sua bagagem de culpa. Os olhares de todos ali presente pousaram sobre a presença de Camila que adentrou a sala extensa, caminhando graciosamente até a primeira fila.

- Parece que todos querem vê-la. - A morena ouviu Dinah murmurar discretamente ao se sentar.

- Se ao menos soubessem tudo que represento, iriam querer mais. - Camila sussurrou em resposta.

Os minutos pareciam se arrastar. Camila estava extremamente ansiosa; apesar do sentimento de dever cumprido, ainda precisava do ponto final, que seria dado pelo juiz de acordo com a resposta do júri presente no local. Carter Wilian era o promotor de justiça, um homem jovem, de cabelos escuros, e porte físico consideravelmente forte, permaneceu em seu lugar, preparando-se para iniciar a acusação com todo material fornecido por Lauren, e indiretamente por Camila. Do outro lado, estava John, como advogado de defesa, à espera do réu que a qualquer instante entraria naquela sala.

- Céus, pare de balançar essa perna, está me deixando nervosa. - Resmungou Dinah.

- Desculpe, só estou...

- Se acalme, vai dar tudo certo.

Camila encarou o olhar de Dinah, que era como sua irmã mais nova, e assentiu devagar. Querendo ou não, aquele momento poderia ser o mais importante de toda sua trajetória. Seria o fim de um projeto de vida traçado com tantos sentimentos envolvidos. O julgamento de Christopher Collins daria a Camila o rumo de sua vida, longe de tudo aquilo, ou não. Depois de mais alguns minutos de espera, o oficial de justiça informou a todos a entrada do juiz, fazendo com que todos ali presente levantassem em demonstração de respeito. Após o senhor de certa idade se acomodar em seu lugar, foi ordenado a entrada do réu.

- Céus, ele está diferente... - Dinah murmurou.

Christopher entrou no tribunal acompanhado por alguns policiais. Trajava o uniforme alaranjado da penitenciaria, deixando-o com um aspecto desleixado. Seus cabelos eram mais curtos agora, evidenciado o trato dado pelos oficias em sua nova "casa". Todo aquele ar superior não se fazia mais presente em Collins, notava-se a quilômetros de distância, o quanto tudo aquilo o abateu. Camila suspirou pesado. Um suspiro satisfeito, como se finalmente Christopher estivesse recebendo as duras consequências pelo mal que fez a Charlie. O homem se sentou ao lado de seu advogado, mas não deu sequer uma palavra.

A audiência havia começado. O promotor iniciou seu trabalho de acusação, falando ao júri e ao juiz todos os pontos, e provas existentes para que Collins fosse realmente condenado.

"Senhoras e senhores do júri. As provas aqui estão claras, evidenciadas com imagens e documentos que exibem o réu como culpado, deixando o posto de apenas suspeito. Aquele homem, Christopher Collins, burlou nossas leis! Há documentos que comprovem a criação da Industrias Turner, que na verdade, nunca sequer existiu. Foi apenas um método para arrancar dinheiro de um homem, que agora está morto. Morto pelas mãos desse homem que aqui se encontra."

Trazer de volta a história de Charlie, fez com que Camila sentisse de volta o gosto da melancólica, e da saudade. Dinah entrelaçou os dedos aos de Camila, demonstrando apoio diante aqueles pensamentos que lhe acuavam o interior. Ela conhecia a latina, e sabia exatamente o que as lembranças da morte de Charlie lhe causavam.

"Charlie Cooper foi morto há mais de sete anos, e todo caso foi abandonado. Sabem por que? Porque Christopher soube escolher as pessoas certas para o encobrir. Brandon James, sendo comissário da polícia de Nova Iorque, e cumplice! Usou de métodos ilegais para abafar o caso Cooper. Uma enorme falha em nosso sistema, meritíssimo. Mas graças a investigação de uma policial, recentemente retirada do caso do roubo da Collins Enterprise, pelo Comissário que agora está preso, temos as provas de quem realmente é culpado. Quero chamar a testemunha de acusação, Lauren Jauregui."

Lauren adentrou o tribunal sob o olhar todos que lá estavam. Ela encarou o empresário que permaneceu com o olhar fixo em sua direção, mas tão logo ergueu a cabeça, cruzando a sala até o lugar oferecido as testemunhas. Ao se acomodar no lugar indicado, suspirou pesado, e encarou todos a sua frente. Seu olhar tão logo cruzou ao da latina mais à frente. Naquele instante, uma espécie de flashes de memória explodiram em sua cabeça, como uma recapitulação perfeita para o motivo de estar ali. Lauren atravessou um campo minado, pronto para explodir os mais fracos, para se posicionar dentro de uma história que não era sua, por amor e por justiça.

Lauren, você jura dizer a verdade? - Indagou o Juiz.

- Juro dizer a verdade, somente a verdade. - Respondeu, arrancando um sorriso sutil de Camila.

- Consegue dizer a verdade, Jauregui? Mente igual àquela vagabunda. - Gritou Christopher.

- Silencio! Mais respeito em meu tribunal, Sr. Collins! - Protestou o juiz.

- Ela vai mentir! Não percebem? Está sendo cumplice de minha esposa! Querem acabar comigo!

- Christopher... - John murmurou tentando acalma-lo.

- Se não se conter, terei que retira-lo do tribunal!

Após comentar o mal comportamento de Collins, o Carter se aproximou de Lauren, pedindo que ela começasse a relatar como havia conseguido todas as provas contra Christopher. E assim ela fez. A policial de forma habilidosa e bem planejada, contou que o caso Collins lhe trouxe muitas interrogações, apontou alguns suspeitos, citando o antigo sócio, Heitor, e até mesmo o próprio Collins. Ao conseguir contato com Heitor Martinez, que teve os vínculos cortados com Christopher por brigas passadas, conseguiu arrancar informações de uma má conduta por parte do empresário. E desde então, mudou o foco de sua investigação, agora com objetivo de descobrir o que o magnata do petróleo escondia.

- Então Heitor Martinez, antigo sócio de Christopher, foi quem deu a isca de que Collins não era inocente?

- Sim. Incialmente acreditei que seria apenas uma maneira de se vingar, pelos negócios de ambos terem dado errado. Mas me propus a investigar, e consegui informações precisas de que Collins tem uma ficha criminal extensa. As industrias Turner foi criada com o intuito de montar uma sociedade com Charlie Cooper, no entanto, foi apenas uma maneira de sumir com o dinheiro de um contrato milionário. Existem fotos, endereços, e documentos que comprovem que essa empresa faliu há anos, mas Christopher conseguiu encobrir para que Charlie acreditasse que tudo estava bem.

- E o que aconteceu com Heitor? - Indagou o promotor, sob o olhar atento do júri.

- Eu não sei. Ele não deu tantas informações, ele apenas indiciou o que eu poderia encontrar. Depois de descobrir tantas coisas, tentei acha-lo outra vez, mas não tive a mesma sorte. Heitor está foragido.

- Como encontrou as provas?

- No apartamento de Heitor. Após sumir, tive acesso a sua casa, e encontrei o material que acredito que foi escondido por anos, em uma tentativa de se proteger caso algum dia a relação entre ambos desse errado.

- Foi então que encontrou o vídeo?

- Não, primeiro foram apenas os documentos. Depois encontrei um endereço, se tratava do lugar onde eles se reuniam.

- Desculpe, eles quem? - Interrompeu.

- Christopher, Brandon e Heitor.

O promotor assentiu e permitiu que ela continuasse.

- E nesse lugar encontrei o restante do material. Os documentos de sociedade com a Cooper Enterprise, os extratos de retirada de dinheiro, e até mesmo o vídeo que mostra o exato momento em que Christopher mata seu antigo sócio.

Os murmúrios se intensificaram, obrigando o juiz a bater com o martelo em um pedido de ordem. O depoimento de Lauren caiu com precisão para a derrubada de Collins, não havia como livra-lo de tais acusações.

- Então, senhores do Júri, não há como proteger este homem. Um cidadão de bem morreu em suas mãos, por pura ganancia de poder. Pensem em como isso afeta a família e todos que o conheciam! Christopher tem sobre suas costas, acusação de fraude, roubo, assassinato, e para muitos que não sabem, a fraude aconteceu novamente.

"O que? " - Christopher exclamou.

- A que se referente, promotor? - Indagou o Juiz curioso.

- Meritíssimo, Collins violou o próprio sistema de sua empresa, retirando grandes quantias em dinheiro, para que tivéssemos a visão de que havia sido roubado!

- Protesto! Isso é um absurdo, meritíssimo! - John exclamou exaltado. - Não há cabimento em tal acusação. A promotoria não apresentou essas provas antes!

- Protesto negado!

O advogado em defesa bufou incrédulo, fazendo com que as mentes por trás de tudo sorrissem. Camila, Dinah, e Normani que também estava presente, puderam sentir o gosto do trabalho bem feito.

- Conte para eles, agente Jauregui. - Induziu o advogado de acusação.

- Uma parte do dinheiro retirado da Collins Enterprise sumiu, mas as duas maiores retiradas foram encontradas em uma conta em nome de Christopher Richard Collins no exterior.

- Alguém pode ter feito isso, meritíssimo. Acusar meu cliente com provas tão rasas é totalmente inviável. - Exclamou John.

- Temos a assinatura dele, mas temos o vídeo das câmeras de segurança da Collins Enterprise, que comprovam a retirada do dinheiro no computador que foi utilizado para o ultimo roubo.

John, assim como Collins franziram o cenho desacreditados. O último roubo havia acontecido no mesmo dia em que a Collins Enterprise foi invadida por manifestantes.

- Isso está fora de cogitação, eu estava lá! E ele não roubou!

- Prove. - Carter respondeu. - Porque Lauren Jauregui tem provas concretas que seu cliente cometeu essa fraude, não é, Lauren?

- Sim. Com ajuda da minha equipe policial, conseguimos entrar no sistema, e recolher as informações necessárias, como horário da retirada, destino da transferência, e o endereço da máquina que fez a violação. Notamos que o roubo havia partido do computador de Christopher, mesmo com a tentativa de mascarar o IP.

Flashback on

"Ao lado de fora tudo estava muito mais intenso, as pessoas gritavam, levantavam seus cartazes pedindo o fim de tamanha exploração inconsequente. Estavam furiosos, e com razão muito bem pensada. Camila por sua vez, parou no meio daquelas pessoas, e encarou o prédio monumental da Collins Enterprise, antes de capturar seu celular novamente. O jogo de mensagens ainda não havia chegado ao fim.

"É melhor correr até sua sala, salve o que te resta." - Enviou.

E assim ele fez. Mesmo sabendo que nada mudaria o que estava acontecendo, Collins correu desesperadamente até o último andar de sua empresa, em uma tentativa ineficaz de salvar o que ainda lhe restava.

- Ele está subindo. - Murmurou Dinah no ponto de áudio para Camila.

- Liberem as câmeras, eu quero que gravem tudo. Atrasem o horário, preciso que tudo ocorra no momento exato da transferência.

- Estamos controlando isso, rainha. O tempo está em nossas mãos agora. - Respondeu Normani, enquanto alterava o relógio de gravação das câmeras.

O sistema interno da Collins Enterprise voltou ao normal no exato instante em que ele invadiu as escadas de incêndio, seguindo em direção a sua sala. Naquele instante, as câmeras de segurança registravam cada passo do rei para sua derrocada. Dinah e Normani continuavam a alterar os códigos e numerações necessárias para que tudo ocorresse de acordo com o plano traçado por Camila.

- Ele acabou de entrar na sala dele. - Dinah informou. - Está indo em direção ao computador.

Apesar do barulho exagerado, Camila conseguia ouvir as informações fornecidas por suas cumplices, que estavam a alguns metros do local.

- Sua transferência foi feita as 10:13, mesmo que ele tente mexer em alguma coisa no sistema, estará impossibilitado. Deixei o sistema do computador totalmente congelado. - Normani sussurrou.

Camila suspirou, e fitou o relógio preso a seu pulso, notando que já haviam passado 15 minutos desde a transferência efetiva do dinheiro. Mas aquilo não importava, certo? Ela controlava o tempo agora.

- Christopher começou a mexer no computador...

- Meninas, são 10:13. - Ordenou Camila.

Dinah e Normani prontamente atenderam a ordem indicada. A alteração no horário das câmeras começou a ser feita, para todos os efeitos, Collins estaria fazendo uso do computador no horário exato do roubo bilionário.

- Parece que alguém está encrencado. - Cantarolou Dinah animadamente, fazendo Camila sorrir vitoriosa, antes de mandar outra mensagem.

- Cortem as câmeras novamente, salvem os dados. E as deixem paradas daqui em diante, só precisamos desse material.

- Entendido!

- Agente, na escuta? - Camila chamou.

- Na escuta, rainha. - Respondeu Lauren ao entrar na viatura policial.

- É sua vez de entrar em ação."

- Deixe comigo."

Flashback off

- Não, não... - Collins protestou. - Isso foi armação! Armação dela!

O homem se levantou alvoraçado em busca de Camila, mas tão logo os policiais agiram, impedindo-o de se aproximar.

- O que está fazendo? Eu nunca fiz nada para você! - Exclamou a latina totalmente nervosa diante os olhos do juiz. - Por Deus, ele está louco.

- Ordem! Ordem, ou será retirado! - O senhor de autoridade exclamou.

Após todos os depoimentos de acusação, prontamente reforçados pelo promotor. John, como advogado de defesa, apresentou um material escasso, em uma tentativa de inocentar, ou até mesmo diminuir a pena que certamente seria dada a seu cliente. Collins sabia que seria condenado, não restava duvidas diante tudo que se voltou contra ele. Naquele momento, suas esperanças se foram; evaporando como fumaça. Tudo que restava no interior de sua cabeça, era todo ódio que sentia por Camila.

- Veja bem, Collins. Se confessar todos esses crimes, podemos melhorar as coisas para você. - John sussurrou, enquanto o promotor tinha atenção do juiz e do júri.

- Não há nada o que confessar. - Respondeu friamente.

- Não me culpe pelo que irá acontecer.

Collins nada falou, apenas voltou os olhos para sua esposa, que assistia ao julgamento com extrema atenção na primeira fileira. Camila estava realizada, satisfeita, ele sabia disso.

- Senhoras e senhores, vamos dar uma pausa de trinta minutos para que o júri decida sobre a sentença do réu. - Informou o Juiz com uma expressão séria, batendo com o martelo.

Assim que o juiz se retirou da sala, alguns policiais se aproximaram do réu que seria conduzido a uma sala isolada. Durante o trajeto para a sala, Christopher pousou os olhos em sua esposa, que agora o fitava sem recuar. Camila sabia que ele a odiava com todas as forças, mas por alguma razão sentia algo diferente em seu olhar. Collins carregava em si um ar quase doentio. No entanto, a morena não se deixou intimidar, manteve firme a postura imponente de uma rainha, presenteando-o com um sorriso diabólico e vitorioso.

- Você vai pagar por isso... - Sussurrou ele antes de ser retirado da sala.

Camila apenas acenou brevemente com a cabeça, e sorriu.

- Camila... - Lauren sussurrou ao se aproximar, em um tom de voz que indicava repreensão.

- Sim, agente Jauregui?

- Não acha que precisa se controlar?

- Eu não fiz nada. - Retrucou cinicamente.

- Você nunca faz.

- Exatamente, sou inocente.

Lauren semicerrou os olhos na direção da latina, antes de sorrir. Ela não queria ser vista tão intima da esposa do acusado, não seria bem visto durante o julgamento.

- Eu preciso me juntar a minha equipe, se comporte. - Disse a agente policial ao tocar rapidamente a cintura.

- Não fique tão longe, quero você perto na hora da sentença.

- Estarei ao seu lado, sra. Collins. - Lauren respondeu, quando alguns conhecidos se aproximaram. - Com licença.

[...]

O tempo naquele tribunal parecia se arrastar. Camila encarava os ponteiros do relógio, que se moviam preguiçosamente em direção ao momento que ela ansiou durante anos. Era inexplicável a sensação que lhe tomava o interior, como se por fim, estivesse enxergando a linha de chegada em uma corrida violentamente cansativa.

- Acho que é agora. - Dinah sussurrou.

Christopher voltou a sala do tribunal com os punhos algemados, sendo conduzido por dois policiais que o levaram até seu lugar. O juiz, assim como júri, tão logo voltaram a seus devidos lugares, permitindo que o julgamento fosse retomado. Camila respirou fundo, preenchendo seus pulmões com o máximo de oxigênio que poderia suportar, em uma tentativa desesperada para se manter calma diante toda aquela ansiedade que a atacava. O senhor de mais autoridade desandava a falar mais à frente, em um discurso anteriormente preparado para a sentença do réu. Naquele instante, seus pensamentos se confrontavam violentamente, em recordações e memorias que a levaram até aquele momento. Desde os últimos minutos na presença de Charlie, seus dias perdidas em uma depressão profunda, sua ascensão com sentimento de vingança, a seu primeiro encontro com o rei.

Finalmente, aquele momento chegara.

O plano de uma vida seria realizado.

Charlie Cooper seria vingado.

O juiz em um tom de voz firme, iniciou a leitura da sentença para que todos ouvissem.

- O tribunal do júri reconhecendo a existência do crime de fraude, estelionato, homicídio e supressão de documento declara o réu culpado. Dessa maneira, segundo a dosimetria prevista em lei, declaro que Christopher Richard Collins passará 42 anos na penitenciaria de Downstate, em cumprimento de sentença condenatória em regime fechado.

Christopher abaixou a cabeça, desacreditado com que acabara de ouvir. Suas mãos se fecharam com força, enquanto as batidas do martelo do juiz ecoavam pela sala extensa. O homem respirou pesado, sentindo-se ofegante, enjoado. Ele recuou um passo, sentindo uma mão vir de encontro as suas costas, quando enfim abriu os olhos.
- Eu sinto muito, cara.

O empresário permaneceu estático, e sobre os ombros de John avistou a imagem da mulher que o derrotou. Camila estava de cabeça erguida, o encarando com seu típico olhar superior. Notava-se o ar vitorioso em sua expressão, acompanhado do sorriso debochado e cínico que só ela conseguia ter. Ela havia conseguido, Camila Collins havia dado o xeque-mate.

- Você vai pagar caro por isso! - Gritou, vendo a mulher repousar os óculos escuros sobre o rosto. - Vagabunda!

A mulher deixou a primeira fileira de cadeiras, saindo em direção ao corredor, e tão logo estagnou os passos, voltando os olhos ao homem que esbravejava descontrolado ao fundo. Christopher gritava, enquanto os policiais cuidavam de segura-lo.

- Eu vou matar você, Camila! Você e essa policialzinha de merda!

Camila sorriu de canto, e retirou os óculos novamente. Quando tomou impulso para ir de encontro a seu marido, sentiu Lauren se aproximar, tocando sua cintura sutilmente, em um pedido silencioso para que ela se retirasse. A morena encarou os olhos verdes da agente policial, e assentiu.

- Foram elas! Foram elas as culpadas! - Esbravejou, enquanto era arrastado pelos homens fortes e uniformizados.

Christopher tentava a todo custo se aproximar, mas em uma tentativa se soltar foi ao chão, sendo puxado pela camisa até o interior de uma das salas. Seus olhos se concentraram na imagem de Lauren e Camila se entreolhando.

- Odeio vocês... - ele repetia transtornado.

Antes que a porta fosse fechada, ele se concentrou na imagem perfeita de sua esposa, tão magnificamente arrumada. Camila sorriu e sussurrou expressivamente para que ele pudesse compreender.

- Xeque-mate, rei. - Foram as últimas palavras até a porta os separar.

Agora sim, nos vemos no penúltimo capitulo de Xeque-Mate!

Ah! E participem da rifa! Um grande beijo, meus amores!

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