Vim para te encontrar, dizer que sinto muito
Você não sabe quão adorável você é
Tinha que te ver, te dizer que preciso de você
Dizer que te escolhi
Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas
Oh, vamos voltar para o começo
Correndo em círculos, lançando a moeda
De cara numa ciência à parte
Ninguém disse que seria fácil
É uma pena nos separarmos
Ninguém disse que seria fácil
Mas também não disseram que seria tão difícil
Oh, me leve de volta ao começo
(The Scientist - ColdPlay)
TAYLOR HARPER
Megan ficou petrificada. Apesar do medo que sentia de ser descoberta, no fundo tinha certeza que achava que tinha se safado. Primeiro tentou se fazer de desentendida o que só me irritou, mas eu precisava me manter frio porque Danny já havia perdido o controle: gritava com ela sem parar perguntando como tinha sido capaz de fazer o que fez. Ao tentar inventar uma história maluca, Danny perdeu completamente a paciência e tentou avançar em Megan, puxando-a pelos cabelos. Consegui ser rápido o bastante antes que Danny se atracasse com ela ali mesmo.
- Você não vai mentir para mim de novo! - Danny gritava enquanto a segurava pela cintura, que debatia os braços e as pernas tentando me fazer soltá-la. - Me larga, Tay! Ela vai contar a verdade nem que eu tenha que fazer ela falar! - gritava tentando alcançar Megan que desesperadamente conseguiu dar uns passos para trás depois de escapar das mãos de Danny.
- Se controle, por favor! Eu preciso que você mantenha a calma ou não poderemos resolver isso juntos. - tentei acalmá-la dizendo baixo em seu ouvido enquanto a segurava ainda. - Por favor, vamos resolver isso juntos.
Danny aos poucos foi voltando a si. Consegui colocá-la no chão, mas não a soltei de imediato. Continuei abraçado à ela até sentir que não tentaria atacar Megan outra vez. Escutei sua respiração se acalmar e então a soltei. Danny passava as mãos pelo cabelo respirando fundo. Eu sabia que ela não teria condições de conduzir aquela conversa, e eu precisava que Megan confessasse, precisava ouvir de sua boca porque tinha ficado com a carta de Danny, então tomei as rédeas da situação. Eu estava nervoso mas tentava soar calmo, e para que ela não tivesse tempo de inventar mais nenhuma mentira, expliquei que havia falado com minha mãe, que havia esclarecido o que havia acontecido. Ainda assim, Megan tentou desmentir, mas com receio da reação de Danny, acabou admitindo.
- Está bem, eu peguei a carta. Estava possessa porque você tinha ido embora sem se despedir de mim. Você quase já não falava comigo por causa dele. - disse apontando para mim com indignação. - E ainda foi embora sem falar nada. Como você pode fazer isso comigo, éramos próximas! - confessou com a voz embargada se dirigiu à mim - Eu fui ao restaurante para saber se você tinha alguma notícia da Danny, pois eu estava desesperada querendo saber o que tinha acontecido. Quando a sua mãe me entregou a carta, a abri correndo e vi que de você ela tinha se despedido, fiquei com muita raiva. - Megan agora chorava enquanto eu a via reviver aquele sentimento do qual falava. - Então se eu não ia ter mais a Danny, você também não. - olhou tristemente para nós dois antes de abaixar a cabeça. Me senti enjoado, aquilo era no mínimo doentio.
- Megan, você é doente ou o quê? - perguntei já não conseguindo manter a mesma calma, ou pelo menos que eu fingia ter. Sentia meu rosto esquentar, enquanto Danny irritada respirava de forma ofegante jogando o peso do corpo de um lado para o outro. - Você tem noção do que fez?
- Sim... eu sei que agi sem pensar, eu era uma adolescente estúpida. Mas... - virou-se para Danny. - Eu era apaixonada por você! E você simplesmente me abandonou. Não se preocupou nem ao menos em me dizer adeus. - disse enquanto chorava ainda mais.
Por aquela eu não esperava, muito menos Danny que arregalou os olhos ao ouvir. Nos entreolhamos e por alguns segundos ficamos sem saber como reagir àquela informação. Megan apaixonada pela Danny? Eu sabia que elas eram amigas, antes de conhecer Danny oficialmente as via andando pela rua, e depois que nos aproximamos foi algo natural, passávamos cada vez mais tempo juntos. Imaginava que devia ter sido difícil para Megan ver Danny se afastar, mas era algo do qual não tínhamos culpa. E certamente não justificava em nada o que havia feito.
- Quando te reencontrei pude perceber o quanto havia ficado magoada comigo por ter me afastado e eu me senti uma péssima amiga, por não ter mantido contato, porque para mim, depois que saí daqui era difícil ter qualquer memória que me lembrasse como eu havia sido feliz. - Danny olhou para mim, havia respirado fundo e agora parecia mais calma, mas ao mesmo tempo olhava para Megan com desprezo. - Você ouviu o que eu disse? - perguntou, porque Megan ainda olhava para baixo -Eu me senti mal pelo que fiz, mas você já tinha me apunhalado pelas costas há 10 anos atrás. Não entendo como paixão algo que te leve a ferrar com a vida da outra pessoa.
- Danny, por favor... Eu juro que se pudesse mudar o passado, eu mudaria... - disse tentando tocar em Danny que recuou.
- Mas você não pode. - Danny tentava se manter calma, mas a força como mordia seu lábio inferior a entregava.
Não quis me meter naquele momento que era das duas. Por mais que tivesse conhecido Megan antes da Danny, nunca fomos amigos, apenas conhecidos, por isso eu entendia porque era mais duro para ela do que para mim lidar com o fato de ter sido de Megan a culpa de não termos retomado o contato. Ela ainda tentou falar alguma coisa entre as lágrimas que não paravam, mas Danny a interrompeu.
- Chega, Megan. Você não merece e eu não estou mais disposta a fazer isso... já ouvi e disse tudo o que eu precisava. - disse com as mãos como quem determinava distância.
Danny olhou para mim com olhos cansados e tristes, pegou minha mão e saímos andando para dentro do Pub enquanto eu passava meu braço agora pela sua cintura e beijava o topo da sua cabeça orgulhoso de como minha menina tinha conseguido manter a calma e demonstrar tanta força.
DANNY KEISTING
Naquela noite chegamos exaustos ao hotel. Eu insisti que queria ficar um pouco sozinha, minha cabeça estava fervilhando com todas as descobertas que havia feito naquele dia. Mas Taylor não aceitou, e no final das contas foi o melhor. Pois foi só fechar a porta do quarto, e eu soube o quanto o queria perto de mim. Abracei sua cintura, encostei a cabeça em seu peito enquanto sentia as lágrimas descerem. A sensação de ser traída era dolorosa demais, e era ainda pior quando vinha de alguém que você nem sequer poderia imaginar.
Me senti estúpida por ter acreditado nela, e mais ainda por ter deixado meu orgulho me afastar tanto tempo longe daquele homem que estava sendo tudo o que eu mais precisava. Taylor não dizia nada, somente me balançava de um lado para o outro, enquanto tinha uma mão em minha cintura e a outra apoiando minha nuca. Sentia seu coração bater e prestando atenção somente naquele som, sentia o meu se acalmar também.
Ele me tomou pela mão até o banheiro, ligou a banheira e ajeitou a temperatura da água. Ainda me sentia um tanto fora de órbita, e percebendo isso, Taylor cuidadosamente me despiu de cada peça de roupa que eu usava. Sentia um zelo tão grande da parte dele em cuidar de mim que me comoveu profundamente. Sabia que ele também estava magoado com o que tinha acontecido, mas o seu foco era eu, e em fazer com que eu me sentisse melhor e assim, consegui me apaixonar ainda mais por ele naquele instante. Entramos juntos na banheira, ele sentou e me acomodou junto ao seu peito. Sentia suas carícias pelos meus ombros, minha barriga, sendo capazes de me transportarem para outra dimensão.
Despertei de madrugada com um desejo disruptivo por todo o meu corpo. Percebia minha pele suada sob o roupão que Taylor deveria ter colocado em mim. O encontrei com o corpo colado no meu, usando também um roupão dormindo um sono tranquilo, o admirei por alguns instantes. Abri seu roupão delicadamente, distribuindo pequenos beijos por todo o seu corpo. Ele era tudo o que eu mais desejava naquele instante.
- Hum... - Taylor soltou um gemido de prazer. - Pode me acordar sempre assim, não irei me importar. - sussurrou em um tom ainda rouco antes de gemer mais uma vez quando eu em um movimento estava em cima dele o tomando completamente para mim afastando todo o peso de tristeza daquela noite.
Acordei no dia seguinte sentindo os raios de sol adentrarem o quarto. Ainda sem abrir os olhos procurei Taylor ao meu lado, mas não o encontrei. Abri os olhos e o avistei sentado próximo à sacada, completamente nu, tocando alguns acordes no meu violão. Tinha o cabelo bagunçado e apoiava um dos pés em uma outra cadeira me fazendo perder o ar ao vislumbrar aquela cena. Se procurassem no dicionário o significado de "sexy" encontrariam a foto do Taylor bem ao lado.
- Que ótima visão para se ter ao acordar... - comentei sentando na cama o tirando de sua concentração anterior.
- Eu sei... - concordou esboçando um sorriso, mas sem deixar de tocar. - A minha também foi tão maravilhosa que me inspirou. - Levantei da cama também nua pela noite de amor que tivemos e caminhei sedutoramente até ele que mantinha os olhos vidrados no meu corpo. Eu adorava ver o efeito que causava nele. - Você quer acabar comigo assim, Keisting. - adorava quando ele me chamava pelo sobrenome, deixava tudo ainda mais excitante.
- Ainda não. Mas eu vou acabar com você daqui a pouco. - sussurrei em seu ouvido enquanto abraçava seu pescoço por trás e olhava o que estava fazendo. Taylor tinha anotado algumas palavras em seu celular. - Está compondo?
- Sim...ultimamente tenho estado bastante inspirado.
- E posso saber o motivo...?
- Não sei... acho que é o clima. - respondeu seriamente, mas ao ver como eu o olhava me fazendo de indignada caiu na risada. Colocou o violão em cima da cadeira e em um movimento rápido me puxou fazendo-me cair em seu colo, deixei escapar um gritinho de surpresa. - Você sempre foi a minha melhor inspiração. E ter você assim... - disse passeando as mãos pelo meu corpo. - Deus, como você é linda!
Agarrei seu pescoço mais uma vez enquanto acolhia seu corpo entre minhas pernas. As mãos de Taylor deslizavam vagarosamente pelas minhas costas, me arrepiando inteira. Ele pressionou minha cintura contra e dele e pude sentir o quanto me desejava. Fizemos amor lentamente sob aquela cadeira, sentindo toda a paixão emanando de nossos corpos.
Naquele dia não saímos do quarto sequer para comer. Pedimos serviço de quarto e passamos o resto do dia entre algumas cobertas, nenhuma roupa, fazendo amor e tocando muitas músicas. Taylor finalmente cantou para mim a música que tinha feito no passado para confessar seus sentimentos por mim, era uma melodia linda e cada verso me tocou profundamente. E então tive a dimensão do que sentia por mim, e sabia que eu me sentia da mesma forma. Ouvi-lo cantar só para mim enquanto deitava em seu colo era como se não existisse nada no mundo capaz de tirar aquela felicidade de mim.
Cantávamos as músicas que costumávamos cantar e ríamos um do outro, como sempre fizemos. Estar com ele era tão mágico que levou embora todo mal-estar sobre Megan, pois mesmo com tudo o que havia acontecido, estávamos juntos e felizes. Quaisquer problemas estavam tão distante de nós que não conseguíamos sequer enxergá-los ao longe. O que não significava que eles não existiam...
Oii gente!!
Espero que tenham gostado do capítulo!
E aí, vocês acharam que a Megan teve o o que mereceu?
Não deixem de dizer o que estão achando!
E muito obrigada por acompanharem Dream Girl e se envolverem com ela assim como eu...
Terça tem capítulo novo, mas como vocês sabem, estou sempre por aqui. :D
Beijos beijos!
Helena Yara Araujo