Capitulo XVIII
Quando descemos, a casa estava vazia, onde tava todo mundo?
- Vem Monte, vem comigo...
- Pra onde nenê?
- Só vem -
Ele me deu a mão e fomos andando, tinha luz em direção as piscinas, o que ele tava aprontando?
Fomos caminhando em direção a piscina onde ele me pediu em namoro, caralho tava lindo, dava pra ver de longe.
- Nenê mas ontem não tinha nada disso aqui.
- Sim por isso te tiramos de casa quase o dia todo – ele começou a rir da minha cara de abobado.
Na beira da piscina tinham colocado uma mesa enorme, coberta com uma linda toalha branca, todo mundo tava sentado rindo, tio Sergio estava com os filhos da tia rosa na churrasqueira, todo mundo conversando, minha mãe, a do Gui e a do Leo arrumando tudo, meu pai tava com o Josias no colo, tinha música, um toldo branco enorme foi colocado por cima de tudo, tava lindo.
Colocaram luzes iluminando o toldo que ficava trocando de cor aos poucos, fiquei emocionado.
Quando chegamos perto, o pessoal levantou e começou a cantar parabéns pra mim, fiquei abraçado com o Bear.
Eu não poderia querer festa melhor, só queria os que eu amo junto comigo.
Minha família tava toda ali, minha família era cada um que estava ali, minha família agora era o Bear abraçado comigo.
Todos estavam sentados, rindo, conversando, fiquei ali olhando todas aquelas pessoas que estavam juntas por mim, estavam todas felizes,
Olhei pro Bear sentado conversando com meus pais, minha vida mudou tanto desde aquele dia que entrei na sala e ele me olhou, como pode alguém mudar tanto tua vida, como alguém é capaz de com um olhar fazer tu querer ser melhor.
Ele sentiu que eu tava olhando, e virou pra mim, levantou a sobrancelha.
Fiz sinal de que tava tudo bem, ele abriu um sorrisão e continuou a falar com meus pais.
Ele não sabia, mas ele tinha mudado até meus pais, minha mãe tava na mão dele, meu pai era outra pessoa por causa dele.
E ele ainda acha que nós estávamos fazendo muito por ele, e era exatamente ao contrário, onde tudo estaria sem ele na minha vida, onde eu estaria?
O Léo tava do meu lado, o Gui tava do lado do tio Sergio
- Tudo bem Monte? – o Léo tava me olhando, no meio da gritaria e da música ninguém mais nos ouvia.
Fiquei olhando pro Léo, as pessoas que não conviviam com ele só conseguiam enxergar a casca, como pode um cara tão bonito, não ter a menor noção do impacto que ele causava nos outros.
Ao mesmo tempo ficar olhando pra ele era perder a melhor parte dele, quando alguém fica olhando muito pra ele, o Léo se fecha, e ai era onde a gente perdia, o mundo dele era imenso, ele tinha uma inteligência fora do comum, conseguia perceber as coisas muito antes que qualquer um,
- Tô com medo Léo. - fiquei olhando pra ele –
- Eu sei Monte, não precisa, ele te ama. – o Léo sabia exatamente o que eu pensava -
- E sei que sim, mas tenho medo do meu amor por ele ser tão grande, tão imenso que acabe afastando ele de mim, tu sabe que o meu temperamento foge do meu controle as vezes, tenho medo de sufocar ele, a minha vida vai mudar tanto, e eu preciso dele do meu lado.
- Monte, calma, um dia de cada vez, não tenha medo do futuro, o futuro tá longe, não estraga o presente com esses pensamentos, eu e o Toro vamos te segurar nesses momentos, vamos estar aqui pra vocês.
- Léo se eu fizer bobagem, se tu ver eu fazendo qualquer coisa que possa magoar o Bear, me ajuda.
- Eu vou estar sempre do teu lado Monte, estarei cuidando do Bear e de ti, enquanto tu tiver fazendo bem pro Bear eu e o Toro estaremos ao lado de vocês, cuidando e defendendo, mas, se chegar o momento em que o Bear estiver sofrendo por tua causa eu vou estar lá, e tu só vai ter uma chance pra consertar tudo. Tu tá me entendendo?
- Entendo sim, prefiro ele longe de mim do que sofrendo do meu lado, eu nunca vou me perdoar se isso acontecer.
- Então não pensa no depois, só pensa nele e na felicidade de vocês.
Ficamos olhando o Bear e o Gui, eu e o Léo somos muito parecidos em algumas coisas, tanto eu como ele temos nossos corações em outro lugar, o meu batia no peito do Bear.
________________________________
Já era madrugada, estávamos sentados na sala da fazenda, Josias tava dormindo no colo do meu pai, e por incrível que pareça meu pai tava muito feliz assim, o menino tinha roubado o coração dele, meu pai era tão grande que o menino cabia todo no peito dele. Eu tava abraçado com o Bear.
E muito feliz!!
Tava de olho fechado ainda, muito sono, ficamos até quase amanhecer conversando eu, o Bear e os guris. Senti que o Bear tava se mexendo, achei melhor ficar quieto ele não gosta de acordar cedo.
Eu tava com ele no meu braço acho que dormimos na mesma posição, fiquei com frio quando ele se afastou.
Senti algo estranho, abri o olho, o Bear tava passando a língua no meu peito, eu fiquei todo arrepiado
- Bear?– ele colocou o dedo na minha boca, fiquei quietinho -
Ele desceu pela minha barriga e chegou no meu pau, desceu pras minhas bolas, chupava meu pau, eu só consegui agarrar o lençol, minha cabeça tava girando, ele conseguia me tirar a razão. Tentava engolir todo, molhava, voltava pras minhas bolas, mordia de leve, eu sentia ondas percorrendo meu corpo
Ele começou a soprar na cabeça do pau, cara eu adoro quando ele faz isso, na realidade eu adoro tudo que ele faz comigo. Eu não ia durar muito desse jeito. Segurei a cabeça dele, fiquei me controlando, colocava um pouco ele engasgava, eu tirava, deitei ele na cama, queria muito fuder ele, mas sei que ele não ia aguentar agora, antes de dormir nós tínhamos transado, sentei sobre ele, coloquei meu pau na boca dele, eu adorava ver ele chupando, ele tava todo descabelado, carinha de sono, ficou me olhando com aquele olho verde que eu adoro, não consegui me segurar, segurei a mão dele, gozei muito.
Cai em cima dele, e fiquei beijando o Bear.
- Bom dia nenê, pode me acordar sempre assim.
- Bom dia, como se tu não acordasse assim todos os dias safado.
Começamos a rir e fomos pro chuveiro, afinal eu tinha que retribuir o bom dia dele, ver o Bear andando pelado era um espetáculo, não resisti e dei um tapa naquele bundão dele.
Quando a gente desceu já tinha gente na cozinha, a Rosa tava atucanando todo mundo.
- Bom dia dorminhocos, nem pensem em tomar café, estão todos lá na rua, só falta vocês e os meninos, que já vou subir pra acordar.
- O almoço tá pronto e tem que comer muito, fiz tudo que vocês gostam.
Adoro a comida da tia Rosa.
Quando saímos pra rua, comecei a rir, minha caminhonete tava estacionada no pátio com um enorme laço de fita no capo, isso era coisa do Léo.
O Josias que tava no colo da minha mãe, saiu correndo e se atirou no meu braço,
- Grandão olha o tamanho do carinho que tu ganhou, depois vamos brincar?
Eu sei que ele tava louco pra dar uma volta.
- Depois do almoço a gente dá uma volta tá bem.
- Tá – ele se esticou e foi pro colo do Bear –
Fomos olhar o carro.
O Almoço tava maravilhoso, sinceramente eu tava emocionado aquele dia, saímos de carro depois do almoço nós dois e os meninos. Claro antes dei uma volta com o Josias, meus pais e os avós do Léo iam levar ele no mini mundo, outro local lindo de Gramado, são cidades feitas em escala super pequena, tinha trens e carros andando era tudo muito bonito.
Nós fomos pro parque da ferradura, que fica ao lado da cascata do Caracol, é um cânion, quando tu olha lá em baixo tu vê o rio correndo, e tinha o formato de uma ferradura de cavalo.
Claro o Gui e o Bear saíram correndo pareciam crianças, tá, eles eram mesmo. Era incrível como eu parecia mais velho que o Bear apesar de nossa diferença de idade ser tão pequena.
- Então Monte, feliz?
- Muito Léo, da um olhada lá na frente, como não ficar feliz com ele.
- E essa cara de preocupado? – eu não conseguia esconder nada dele, contei sobre o pai e a situação dele –
- Foda isso Monte, estamos aqui tu sabe.
- Sei sim, mas o que mais me preocupa é que hoje meu pai e teu vô, querem conversar com a gente, eu sei que são sobre os negócios, eu tenho tanta coisa pra aprender, meu pai disse que não sabe quanto tempo eu teria pra aprender tudo, vai depender da evolução da doença dele, tô assustado.
Fiquei olhando pra frente, o Bear parou e se virou, ficou me olhando, seguimos em direção a eles.
Ele ficou me olhando sabia que tava pegando algo.
- Que foi Monte?
Tentei tranquilizar ele, mas eu sei que não adiantava.
Contei pro Gui sobre meu pai, e falei pra eles as minhas preocupações.
- Cara a gente tá aqui, vamos ficar juntos nessa, o que precisar tamo junto é só dizer o que precisa. – O Gui era incrível mesmo, é só dizer o que ele tem que fazer que ninguém segura. –
- Eu sei cara.
Fomo até o mirante, e ficamos olhando pra baixo, o Gui abraçava o Léo pelo ombro, disse que era pro Léo não cair, essas coisa deles ainda me deixavam confuso. Abracei o Bear e ficamos ali curtindo tudo, claro o Bear quis tirar foto da gente.
Quando voltamos pra casa, meu pai e o vô Breno estavam nos esperando, entramos eu e o Bear junto com eles no escritório.
- Bem meninos acho que precisamos conversar sobre algumas coisa agora. – Fiquei olhando o Bear que tava de cabeça baixa, meu pai olhou pra mim –
- Juliano, sei que não é algo que tu goste de conversar mas preciso de ti pra cuidar do meu filho, já conversamos sobre isso, sei que tu vai fazer teu melhor – meu pai tava sério e o Bear entendeu, ficou olhando pra ele –
- Monte claro que tu não sabe ainda, mas temos conversado muito teu pai e eu, junto com o Sérgio sobre toda essa situação e a doença do teu pai. – eles sabiam de tudo –
- Isso fez com que, infelizmente, algumas coisas tenham que ser resolvidas mais cedo, e por isso não queremos te sobrecarregar, então queremos conversar agora. – vô Breno tava sério também –
- Pai, vô, eu sei que vocês querem conversar sobre as fabricas, eu e o Bear não pretendemos fechar nada, só precisamos de ajuda por que não entendemos nada.
- Eu sei filho, por isso pedi pro Sérgio ajudar vocês nisso, e vamos criar um conselho pra vocês, são algumas pessoas que vocês conhecem e outras que são especialistas na área, pra ajudar vocês, até o momento em que vocês queiram assumir tudo ou vender enfim. Antes da tua mãe e eu voltarmos pra Espanha, nós vamos deixar tudo organizado.
- Sei que vocês querem montar uma academia, e acho isso o certo, vocês tem que fazer algo que gostem, quanto as empresas tudo vai dar certo não se preocupem, mas ainda tem outras coisas que vocês precisam saber. – vô Breno falava e olhava pra mim –
Mais coisas ainda o que tava pegando, o Bear segurou minha mão eu tava precisando dele.
- Bem filho com a minha doença eu resolvi deixar tudo organizado, não sabemos ainda a progressão do meu caso, todos os meus bens também vão passar pro teu nome agora, enquanto eu posso deixar tudo acertado, claro tudo já iria pra ti de qualquer forma, mas isso também vai ter que ser resolvido, tua mãe tem as coisas dela não precisa de nada. Então ela achou melhor já deixar as coisas acertadas.
Eu gelei na hora, minha cabeça tava rodando, era muita coisa, os negócios do meu pai eram fora do Brasil, olhei pro Bear ele não sabia o que era. Meu pai sentou no meu lado.
- Calma filho, vai dar tudo certo, uma coisa de cada vez, vou deixar tudo organizado pra ti, não se preocupa.
- É muita coisa pai, eu não vou conseguir. – minha cabeça rodava -
- Calma filho, eu te disse que nada é para agora, temos tempo, só preciso que tu vá entendendo as coisas, algumas eu já vou vender e deixar prontas, as que envolvem empresas, terá que no futuro ser tua decisão, tem muitas famílias envolvidas nisso tudo, tu é meu único filho por isso é tão importante tu aprender a administrar as coisas.
- Ainda precisa terminar teus estudos, tua mãe vai estar ao teu lado, eu enquanto puder vou te ajudar, teus amigos estão aqui, o Juliano vai estar ao teu lado, tudo vai ficar bem.
Os guris!!
- Sei, pai posso pedir pros guris entrarem, vou precisar deles.
Vô Breno e meu pai ficaram me olhando.
- Eu sei que vocês vão fazer o melhor por mim, eu e o Bear vamos fazer o nosso melhor, mas preciso dos meus amigos comigo, eles são os únicos que conseguem me trazer pro chão pai, eles vão estar comigo sempre, eles nunca vão me deixar.
Meu pai, minha mãe, vô Breno, Vó Maria, esse era meu medo, eles não vão ficar muito tempo comigo, somente o Bear, Léo e o Toro vão estar sempre comigo, eu tenho certeza que vamos ficar velhos juntos, eu preciso da segurança de gente que me conhece do meu lado.
Meu pai ficou me olhando, ele sabia o que eu tava pensando.
- Eu sei filho, te entendo, eles vão estar contigo, quando nós não estivermos mais. Chama eles lá filho.
Saí correndo, meu pai abraçou o Bear.
Quando voltei com os meninos o Bear já tava bem.
Sentamos todos e meu pai foi explicando tudo que era possível e da melhor forma pra que a gente entendesse, me surpreendi com as perguntas que o Gui ia fazendo, parecia realmente que ele estava entendendo tudo.
Já era tarde quando saímos do escritório, eu confesso que tava meio tonto, minha mãe estava brincando com o Josias, ele veio correndo pro colo do Bear.
Eu queria ficar um pouco sozinho com o Bear.
- Bear vamos dar uma volta, podemos jantar fora o que acha?
- Vamos sim, avisa tua mãe.
Tinha um restaurante português na rua principal de Gramado onde eu queria ir com ele.
Quando chegamos lá os garçons nos encaminharam a uma mesa em frente à janela, acho que o Bear estava melhor tinha ficado muito tenso durante toda a reunião.
- Tá melhor Bear?
- Acho que sim, foi tanta informação que acho que não entendi a metade, sei que vamos ter muita coisa pra fazer, e juntar tudo isso com os estudos, vestibular. Será que vamos dar conta?
- Vamos sim, mas não quero mais falar sobre isso por hoje chega, vamos fazer de conta que só estamos aqui juntos namorando.
Ele relaxou, e ficamos conversando sobre nossas coisas, os planos pra academia, ele ficou empolgado.
Nem notamos o tempo passar, estávamos na sobremesa, quando o Bear falou.
- Monte notou que o cara moreno da mesa do lado não tira os olhos daqui. – Tinham três caras conversando na mesa do lado da nossa, um deles era um moreno bonito, não tirava o olho da gente.
Quando voltamos todos já tinham se recolhido, estávamos cansados, afinal o Moreno fez um ótimo trabalho, tomamos um banho e caímos na cama abraçados.